Problemas primaveris: as alergias



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Espécies 2 Abr 2007 Xeon 24/04/07 18:09 Page 18 18 Problemas primaveris: as alergias Pilar Brazis Glòria Pol Anna Puigdemont UNIVET Serviço de Diagnóstico Veterinário Edificio M. Medicina Parque Científico Universidade Autónoma de Barcelona E-mail: univet@uab.es www.univet.es Com a primavera chegam as temperaturas amenas, a humidade, a polinização das árvores e plantas e, relacionado com tudo isto, surgem os problemas mais frequentes no cão e no gato: as alergias. O que é a alergia? A alergia é uma doença na qual o sistema imunitário do animal ( as suas defesas), reagem de forma exacerbada perante a presença de determinados agente como os ácaros, pólenes, alimentos ou fármacos, entre outros. Estes agentes são denominados como alérgenos. A reacção alérgica produz-se quando o animal entra em contacto com o alérgeno, seja por contacto com a pele, seja por inalação ou ingestão do mesmo. Existem diferentes tipos de alérgenos capazes de desencadear reacções alérgicas. Na primavera, os mais importantes são os pólenes, e no Outono, os ácaros e os fungos. Nos animais, este tipo de alergias manifestam-se como um problema cutâneo, e a doença que se manifesta denominase como dermatite atópica. A dermatite atópica poderá surgir com mais frequência em animais jovens (entre 1 e 3 anos de idade), de ambos os sexos, embora também apareça com menos frequência em cachorros com menos de 8 meses ou em adultos maiores de 5 anos. Em muitos casos trata-se de um problema estacional, que aparece na primavera e desaparece no verão. Com o tempo, o animal pode ir piorando e a duração dos períodos de crise que serão cada vez maiores. Alérgenos mais frequentes A dermatite atópica é causada habitualmente por três tipos de alérgenos: os pólenes, os ácaros e os fungos. Pólenes Ao longo da primavera, os diferentes tipos de plantas (gramíneas / capim do campo) e muitos tipos de árvores entram no seu período de polinização. A presença destes pólenes no ar varia de acordo com as condições climáticas. Assim, em algumas zonas do nosso país, onde o clima é mais temperado, é possível detectar pólenes durante 10 meses por ano. As chuvas abundantes favorecem períodos maiores de polinização e o vento encarrega-se da sua difusão e permanência no ambiente. Erítema e escoriações na zona do interior do pescoço. Foto: Dra. Mar Bardagí Como reconhecer o problema? O prurido é o sintoma mais característico, tanto nos cães, como nos gatos. Como consequência do coçar intenso e persistente, podem surgir zonas com queda de pêlo ou a própria pele do animal pode infectar-se com bactérias ou fungos (certos tipos de leveduras) que causarão mau odor no animal. No quadro 1 indicam-se outros sintomas que podem fazer suspeitar de uma dermatite atópica. Quadro 1. SINTOMAS QUE NOS LEVAM A SUSPEITAR DE UMA DERMATITE ATÓPICA. prurido intenso em todo o corpo. ruborização do abdómen, axilas, cara, orelhas e pés (vermelhão). aparecimento de pústulas no abdómen. as zonas dos espaços interdigitais e do períneo são lambidas e mordidas. otites com recidivas após tratamento. pele grossa e grisalha. infecções da pele com recidivas após tratamento. alopécias secundárias devido ao coçar constante.

Espécies 2 Abr 2007 Xeon 24/04/07 18:09 Page 19 19 Raças caninas com predisposição às alergias Algumas raças de cães são geneticamente mais propensas do que outras a desenvolver reacções alérgicas. Entre as raças que mais predisposição têm, encontram-se: Boxers Terriers (West Highland White Terrier, Yorkshire Terrier) Dálmatas Setter Pastor Alemão Chow-Chow Bulldog (inglês ou francês) Labrador Retriever e Golden Retriever Sharpei Eritema facial e na face interna dos pavilhões auriculares. Foto: Dr. Eduard Saló O pólen das gramíneas é o responsável pela maioria das alergias. Estas plantas formam parte, por exemplo, da relva de qualquer jardim. Ácaros Os ácaros são animais microscópicos (menos de 0,3 mm), da família das carraças e das aranhas. As condições ambientais são importantíssimas para a vida dos ácaros: a temperaturas amenas (20%), humidade relativa alta (acima dos 60%) e na obscuridade, reproduzem-se muito. Alimentam-se das descamações da pele do homem e dos animais. Por isso acumulam-se dentro de almofadas, colchões, tapetes, etc., onde encontram alimento e humidade. Na primavera e no Outono, com as chuvas e temperaturas amenas, encontram as condições ideais para se reproduzirem, causando assim problemas aos animais alérgicos. Fungos Os fungos causam menos problemas de alergias comparativamente com os ácaros ou os pólenes. Os fungos que causam maiores problemas são os fungos ambientais tais como a Alternaria, Penicillium, Aspergillus y Cladosporium. Como se diagnostica a dermatite atópica O veterinário realizará um exame completo do animal e estudará a história clínica de cada paciente. Para chegar ao diagnóstico definitivo de alergia, deverá ir descartando a presença de outras doenças que podem produzir sintomas similares (pulgas, sarna, infecções da pele, alergias alimentares). Os passos que deverá seguir apresentam-se no Quadro 2. Por último, quando todos estes problemas estiverem descartados e os sintomas persistirem, estabelecerá o diagnóstico definitivo, com a ajuda de provas complementares (testes intradérmicos ou testes serológicos). Se os testes confirmarem o diagnóstico clínico, então definirá um tratamento específico (imunoterapia). 4Que doenças se devem descartar para chegar ao diagnóstico de dermatite atópica? 1 2 3 4 Para determinar se existe uma alergia, o veterinário deve descartar pela ordem que se indica, a presença de outros problemas que podem produzir sintomas parecidos: Pulgas Para isso deve prescrever um tratamento adequado para eliminar as pulgas do animal e do ambiente onde vive. Sarna A sarna sarcóptica causa muito prurido, tal como acontece nas dermatites alérgicas. Pode-se efectuar uma raspagem para encontrar o parasita (Sarcoptes scabiei), ou então fazer um teste com uma amostra de sangue para medir os anticorpos frente ao parasita. Infecções secundárias na pele Produzidas por bactérias (Staphylococcus, Streptococcus), ou leveduras (Malassezia). Se o médico veterinário suspeita destas infecções, poderá prescrever um tratamento com antibióticos, ou melhor, com antifúngicos. Alergia alimentar Poder-se-á receitar uma dieta hipoalérgica, que o animal deverá tomar durante 8 semanas, sem nenhum suplemento ou mistura com outros alimentos diferentes. Eritema no abdómen com presença de pústulas e crostas. Foto: Dr. Eduard Saló Nº2 l

Espécies 2 Abr 2007 Xeon 24/04/07 18:09 Page 20 20 Provas complementares de diagnóstico da dermatite atópica Existem dois tipos de provas ou testes para determinar que tipo de alergia padece o animal: Prova intradérmica É a provas que classicamente se aconselha, dada a sua sensibilidade e fiabilidade; contudo é mais traumática para o animal. O veterinário necessita tosquiar uma zona ampla da pele que não tenha lesões, para ir injectando cada um dos alérgenos para depois valorar as reacções cutâneas a cada um. Esta prova requer a experiência de um dermatologista veterinário. inoculação do alérgeno por via intradérmica. Formas de tratamento Antes de iniciar qualquer tratamento, é importante ter presente de que a alergia quase nunca é curável por completo. Podem-se, sim, controlar os sintomas e diminuir o prurido do animal, melhorando a sua qualidade de vida. Não existe um único tratamento capaz de controlar por si só esta doença. Há que recorrer a uma combinação de medidas e fármacos. Evitar o alérgeno A primeira medida para que não se manifeste a alergia consiste em evitar o alérgeno. O problema principal é que, em muitos casos, é impossível conseguí-lo. Para evitar os pólenes, é importante conhecer as plantas às quais o animal é alérgico e saber em que meses polinizam. Durante este período, podem-se diminuir as saídas com o animal em zonas de vegetação abundante, sobretudo em dias secos, quentes ou com muito vento. Ainda assim, existem outras medidas úteis para evitar os ácaros: Aspirar e retirar as almofadas da zona onde o animal passa mais tempo; Usar produtos acaricidas para eliminar os ácaros das almofadas, sofás, mantas,.. Utilizar camas e colchões fabricados com materiais antialérgicos que impeçam a proliferação dos ácaros; Ventilar e aspirar com frequência a zona onde o animal dorme. Reacções cutâneas positivas perante o teste intradérmico. Testes serológicos Estas provas, realizadas a partir de uma amostra de sangue, permitem saber qual ou quais os alérgenos que estão a causar a alergia ao animal. A diferença face às provas intradérmicas reside no facto de os resultados serem objectivos e de não necessitarem da interpretação por parte de um dermatologista. Tratamentos farmacológicos Corticóides: são os fármacos mais utilizados para tratar as dermatites alérgicas. Apesar de serem muitos eficazes no controlo do prurido, é importante saber que apresentam muitos efeitos secundários (polidipsia, poliuria, polifagia) e podem causar doenças metabólicas a longo prazo. Anti-histamínicos: têm demonstrado ser pouco eficazes no tratamento desta doença. Em muitas ocasiões utilizam-se dado o seu efeito sedativo que faz com que o animal fique mais tranquilo e se coçe menos. Os mais utilizados são a hidroxicina e a clorfeniramina.

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Espécies 2 Abr 2007 Xeon 24/04/07 18:09 Page 22 22 Como se produzem as dermatites alérgicas? Alérgenos: agentes que causam dermatites alérgicas. Pólen Ácaros Inalação Ingestão Fármacos Contacto com a pele Fungos Raças caninas predispostas às alergias BOXER WEST HIGHLAND BULLDOG CHOW-CHOW DÁLMATA

Espécies 2 Abr 2007 Xeon 24/04/07 18:09 Page 23 23 A alergia é uma doença na qual o sistema imunitário do animal reage de uma forma exacerbada perante a presença de determinados agentes denominados como alérgenos. Doenças que NÃO SÃO DERMATITIS ALÉRGICAS Antigéneo Defesas do organismo (anticorpos) Pulgas Sarna Reacção exagerada Infecções da pele Alergias alimentares LABRADOR SETTER SHARPEI PASTOR ALEMÃO YORKSHIRE Nº2 l

Espécies 2 Abr 2007 Xeon 24/04/07 18:09 Page 24 24 Alteração na coloração do pêlo na extremidade anterior devido a um excesso de lambidos. Ciclosporina: é o tratamento mais inovador para a alergia. Este fármaco é um imunossupressor que demonstra ser eficaz em muitos animais. Contudo, o seu preço e os efeitos indesejáveis transformam-no numa segunda opção. Glossário Banhos com champô de tratamento A pele dos animais que sofrem de dermatite atópica pode apresentar uma vermilhão, crostas e alopécias, bem como pústulas. O simples facto de banhar o animal com água tépida, refresca a pele. Os champôs próprios de tratamento ajudam também a remover os alérgenos que aderiram ao pêlo e à pele. Além disso, muitos desses champôs para alergias incorporam em suas fórmulas, ácidos gordos essenciais à pele, vitaminas,... Ao contrário do que antigamente se recomendava, é aconselhável dar banho com frequência (uma ou várias vezes por semana) aos animais que sofram de dermatite atópica. Dietas hipoalérgicas Uma dieta equilibrada e de qualidade é vital para conservar as condições da pele. Muitos dos animais que sofrem de dermatite atópica, podem igualmente ter uma alergia a algum tipo de alimento. Em certos casos, unicamente controlando uma dieta e administrando uma que não contenha os alérgenos alimentares, pode-se reduzir o prurido. ALÉRGENOS. Substâncias capazes de produzir uma resposta imune que causa a doença atópica. ANTIFÚNGICO. Substância utilizada para o tratamento das infecções produzidas por fungos. DERMATITE ATÓPICA. Inflamação da pele de tipo alérgico. DIETA HIPOALÉRGICA. Dieta formulada especialmente para conter poucos alérgenos alimentares e reduzir ao mínimo o aparecimento das alergias. HIPOSENSIBILIZAÇÃO. É um tratamento que tem como objectivo de diminuir a sensibilidade do organismo frente a um estranho, para evitar que se produzam as reacções de alergia frente ao mesmo. IMUNOSSUPRESOR. Substância que suprime ou diminui as reacções defensivas do organismo. No tratamento das alergias utilizam-se para que o organismo não reaja violentamente quando entra em contacto com um alérgeno. IMUNOTERAPIA. Tratamentos que actuam sobre os distintos elementos que formam o sistema imune do organismo para combater as doenças. LEVEDURAS. São um tipo de fungos, com a particularidade de que o seu organismo está formado por uma única célula. POLIDIPSIA. Sensação de sede que faz com que haja um consumo exagerado de água. POLIFAGIA. Ingestão excessiva de alimentos. POLIURIA. Aumento da quantidade de urina e das micções. PRURIDO. Sensação de picadelas na pele que nos leva a coçar. RECIDIVA. Reaparição dos sintomas de uma doença já depois de terem desaparecido. SARNA. Doença contagiosa da pele produzida por ácaros. A mais frequente em cães é a sarna sarcóptica, causada por Sarcoptes scabei, e que afecta também as pessoas. Outras sarnas que padecem certos cães áé a auricular (produzida por Otodectes cynotis) e a sarna demodécica (por Demodex canis e que apenas causa ardor. Imunoterapia A imunoterapia (também chamada de tratamento de hiposensibilização ou vacinas), é o único tratamento que actua especificamente contra o alérgeno e que pode conduzir a uma cura do animal. Como tal, será o tratamento de primeira eleição. Trata-se de uma terapia mediante a qual conseguiremos que o sistema imunitário do animal se habitue a contactar com os alérgenos, fazendo com que não reaja de uma forma anormal. Administram-se de uma forma periódica quantidades pequenas de alérgenos que causam os sintomas. Ao iniciar a vacina, o intervalo entre as injecções será curto (uma semana) e irá sendo cada vez maior à medida que se avança com a hiposensibilização. Numa percentagem elevada de cães e gatos, os sintomas de alergia podem ser controlados de uma forma segura e eficaz com uma imunoterapia formulada adequadamente. Infelizmente não existe um único tratamento capaz de curar a doença. Por isso, o mais importante é controlar o animal que sofre deste tipo de reacções alérgicas e estabelecer uma combinação de medidas e tratamentos para melhorar a sua qualidade de vida.