COMPORTAMENTO SEXUAL SOBRE O USO DOS PRESERVATIVOS ENTRE OS GRADUANDOS DO CURSO DE BIOLOGIA EM CAMPINA GRANDE-PB



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COMPORTAMENTO SEXUAL SOBRE O USO DOS PRESERVATIVOS ENTRE OS GRADUANDOS DO CURSO DE BIOLOGIA EM CAMPINA GRANDE-PB SEXUAL BEHAVIOR ON CONDOM USE AMONG UNDERGRADUATE STUDENTS OF BIOLOGY IN CAMPINA GRANDE-PB Joaci dos Santos CERQUEIRA¹ Danielle Patrício BRASIL² Helder Neves de ALBUQUERQUE³ 1. Biólogo - Universidade Estadual Vale do Acaraú: cerq2006@gmail.com 2. Bióloga Prof. Me. em Ciência e Tecnologia Ambiental - Universidade Estadual Vale do Acaraú 3. Biólogo. Instituto Bioeducação - IBEA RESUMO: Os preservativos têm grande importância para evitar as doenças sexualmente transmissíveis (DST) e prevenir gravidez, estão diretamente ligados ao comportamento sexual em nossos dias. O presente estudo teve como objetivo verificar o comportamento sexual sobre o uso dos preservativos entre os graduandos de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA/UNAVIDA) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A pesquisa teve caráter exploratório e participativo, com abordagem quali-quantitativa, o instrumento de coleta foi um questionário composto de questões objetivas e subjetivas. Os resultados mostraram que em relação à importância do uso da camisinha nas relações sexuais, que a maioria dos graduandos pesquisados utiliza com a finalidade de prevenir DST; quanto ao uso, um percentual significativo utiliza preservativo quando o parceiro (a) não é fixo (a). Concluise que a relação de parceria, confiança mútua, é um fator preponderante entre os casais e/ou parceiros (a) pesquisados. Palavras-chave: Doenças sexualmente transmissíveis, Educação sexual, Preservativo. ABSTRACT: Condoms are of great importance to prevent sexually transmitted diseases (STDs) and preventing pregnancy, are directly linked to sexual behavior today. This study aimed to examine sexual behavior on condom use among undergraduates Biology Acaraú Valley State University (UVA / UNAVIDA) and the State University of Paraiba (UEPB). The research was exploratory and participatory approach, with qualitative and quantitative, the data collection instrument was a questionnaire composed of objective and subjective questions. The results showed that in relation to the importance of using the "condom" in sexual matters, which most of the students surveyed use in order to prevent STDs, regarding the use, a significant percentage when the partner uses a condom (a) is not fixed (a). It is concluded that the relationship of partnership, mutual trust, is a major factor among couples and / or partners (a) respondents. Keywords: Sexually transmitted diseases, Sex education, Condom. 1. INTRODUÇÃO O preservativo é um método contraceptivo muito antigo utilizado em civilizações históricas, como por exemplo, a Chinesa. A partir do início da década de 1980 e 1990 o 13

comportamento sexual do homem foi repentinamente colocado no centro das atenções, acompanhado de grande valorização do preservativo no controle de epidemias sexuais e a fim de evitar as DST e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), sobretudo com a propagação do Vírus da Imunodeficiência Humana, conhecido como HIV (sigla originada do inglês: Human Immunodeficiency Vírus) (VILLELA e FERRAZ, 2007; BRASIL, 2009). Sobre a educação sexual, é possível constatar, além da estatística, a dificuldade, por parte dos adolescentes, da adoção de estratégias de prevenção ao HIV/AIDS, principalmente o uso de preservativos. Muitas inquietações emergiram, sobretudo quanto ao universo masculino, exigindo uma reflexão da construção do ser homem principalmente do significado do subjetivo e intersubjetivo em relação à conduta sexual (SILVA, 2001). No Brasil existem tendências à estabilização da idade da iniciação sexual entre jovens de 15 a 19 anos. O adiamento do início da vida sexual, mais freqüente entre os jovens mais escolarizados, deve ser tema discutido no planejamento da educação dos adolescentes para a sexualidade e prevenção das IST. Quanto à diminuição da vulnerabilidade ao HIV, é relevante e significativo o incremento no uso de preservativo na iniciação sexual (PAIVA et al., 2008). O trabalho sobre preservativos visa abordar opiniões dos graduandos de Biologia sobre o preservativo masculino e feminino em relação à segurança, confiabilidade, freqüência de uso, utilização correta, violação do produto, validade, alergias ao uso e outras questões como: comportamento do parceiro (a), idade em se tornou sexualmente ativo (a), interferência no prazer sexual, incômodo, cobrança do parceiro (a). A pesquisa pretende incentivar e conscientizar os graduandos do curso de Biologia da UEPB e UNAVIDA com relação à importância da utilização de preservativo, pois é um problema que envolve a todos os seres humanos com atividade sexual, contribuindo assim, para diminuir o índice de transmissão de DST e IST na população, fazendo com que os graduandos sejam uma ferramenta importante na luta a favor do sexo seguro e busca visualizar se os ensinamentos traçados nos bancos escolares atingem uma amplitude desejável na prática entre universo acadêmico. Assim, torna-se de fundamental importância revelar situações comportamentais preocupantes que servirá de alerta para o meio acadêmico servindo assim, como ferramenta para ajuste e correção de conduta desse grupo. Assim, o estudo objetiva verificar o comportamento sexual entre os graduandos de Biologia da 14

Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA/UNAVIDA) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), com relação ao uso de preservativos sexual masculino e feminino. 2. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa tratou-se de um estudo de campo, descritivo de caráter exploratório e participativo, com abordagem quali-quantitativa, que foi realizada no município de Campina Grande PB, localizado a 120 km da capital do Estado. Segundo o IBGE Campina Grande possui uma área de 620,63 km 2 e uma população estimada em 2010 em 383.764 habitantes (BRASIL, 2009). A coleta de dados foi conduzida com alunos do curso de Biologia de duas Universidades de Ensino Superior: UVA/UNAVIDA e UEPB. O curso de Biologia da UVA/UNAVIDA está localizado à Rua Vigolino Wanderley, 535 centro, na unidade da Escola NDI. Conta com 12 turmas e um total de 459 alunos regularmente matriculados em regime. O curso de Biologia da UEPB localiza-se na Rua Baraúnas 351, campus Universitário, Bodocongó, e conta com um total de 305 alunos regularmente matriculados no período noturno. A população foi composta pelos graduandos do curso de Licenciatura em Biologia, com amostras em números de 77 alunos, sendo 46 (quarenta e seis) alunos da UVA/UNAVIDA e 31 (trinta e um) alunos da Universidade Estadual da Paraíba, a amostragem foi escolhida aleatoriamente por salas envolvendo alunos dos dois sexos. Os dados foram coletados entre os meses de julho a setembro de 2010 através de um questionário anônimo composto de questões objetivas e subjetivas que abordou opiniões sobre o preservativo masculino e feminino em relação à segurança, confiabilidade, freqüência de uso, utilização correta, violação do produto, validade, alergias, questões comportamentais, idade em se tornou sexualmente ativo (a), interferência no prazer sexual, incômodo, cobrança da utilização por parte do parceiro. Os dados foram analisados e interpretados ao final do período da coleta, demonstrando gráficos individualizados por situação, através do programa de gráficos do Microsoft Word e Excel 2010. 15

O critério de exclusão foi utilizado para os indivíduos que após responder os questionários ficou evidenciado que não responderam com coerência e discernimento as perguntas. Em atenção as considerações éticas utilizou-se o termo de consentimento livre e esclarecido dos indivíduos, respeitando o principio da autonomia e da dignidade, defendendo assim, os participantes da pesquisa em sua vulnerabilidade, comprometimento do máximo de beneficio e o mínimo de danos e riscos (beneficência) e garantia de que danos previsíveis serão evitados (não maleficência) (BRASIL, 1996). O presente estudo foi conduzido dentro dos padrões éticos e aprovado pelo comitê de ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados foram coletados em forma de questionário, abordando o uso de preservativos masculino e feminino. Na Figura 1 pode-se verificar que cerca de 3% dos pesquisados se tornaram sexualmente ativos na faixa etária de 13 a 14 anos, 22% na faixa etária de 15 a 16 anos, 31% de na faixa etária de 17 a 18 anos, 22% na faixa etária de 19 a 20 anos, seguida de 22% da faixa etária de 15 a 16 anos, 12% na faixa etária de 21 a 22 anos, outros 10% dividiu-se para as demais faixas. Figura 1 - Faixa etária dos pesquisados da UVA/UNAVIDA e UEPB, 2010. 31% 22% 22% 12% 9% 3% 1% 13 a 14 anos 15 a 16 anos 17 a 18 anos 19 a 20 anos 21 a 22 anos 23 a 24 anos 25 a 30 anos 16

Os alunos tanto da escola pública como particular de uma Escola de Ensino Médio no município de São Paulo iniciaram as relações sexuais, com idade mediana de aproximadamente 17,5 anos (MARTINS, 2006). No estudo realizado no Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por Taquette e colaboradores (2004) conclui-se que, a idade média da primeira relação sexual entre os pesquisados portadores de DST (Grupo A) foi de 14,7 anos e de 15 anos entre os sexualmente ativos não portadores de DST (Grupo B). Grande parcela dos adolescentes iniciou a atividade sexual antes dos 15 anos. Em relação ao ponto de vista dos pesquisados sobre a importância do uso da camisinha nas relações sexuais, observa-se na Figura 2, que 60% utilizam com a finalidade de prevenir DST, 39% para evitar gravidez e 1% somente para evitar a AIDS. Figura 2 - Importância do uso da camisinha nas relações sexuais segundo os pesquisados da UVA/UNAVIDA e UEPB, 2010. 60% 39% 1% Prevenção de DST Evitar somente a AIDS Evitar Gravidez Na prevenção da AIDS entre os jovens, Feliciano (2005) relatou que os adolescentes do sexo masculino quando usam o preservativo masculino é de modo inconsistente, assim, nem sempre o que é considerado possível num dado relacionamento sexual, com uma menina com quem se está "ficando", pode ser possível noutro, por exemplo, com a namorada. 17

Confiantes com relação às práticas preventivas adotadas com parceria fixa, seleção de parceiras eventuais (meninas conhecidas do bairro, escola e festas), uso da camisinha com parceiras eventuais promíscuas e, excepcionalmente, coito interrompido e sexo anal, julgam manter um distanciamento pessoal da AIDS que confina com a auto-exclusão. Os depoimentos atravessados pela incontinência do impulso sexual, a negação da suscetibilidade à infecção pelo HIV, a rejeição do preservativo pela parceira e a interferência do mesmo no prazer sugerem dificuldades para o uso regular da camisinha. Quanto ao uso de preservativo nas relações sexuais mantidas com parceiro (a) não fixo (a), pode-se verificar na Figura 3, que 51% dos pesquisados utilizam preservativos, 27% não utilizam, por possuir alergias ou sente queimar na hora da relação; por usar anticoncepcional; por não se lembrar de usar no momento da relação; por descuido mesmo; ou ainda, por confiar no parceiro (a). 1% dos graduandos pesquisados relatou não fazer uso, por não gostar de usar qualquer tipo de preservativo. Ainda, 8% afirmaram que só tiveram relações sexuais com parceiros (as) fixos (as) e 13% dos pesquisados não opinaram. Figura 3 - Uso de preservativo com parceira (o) não fixa (o), dos pesquisados da UVA/UNAVIDA e UEPB, 2010. 51% 27% 8% 1% 13% Sim Não Só fez sexo com parceiro (a) fixo (a) Não gostam Não opnaram 18

Quando o assunto é traição extraconjugal, mulheres se previnem menos que o homem, relata que na pesquisa divulgada em 2009, pelo Ministério da Saúde revela que, mesmo os homens serem mais infiéis às mulheres são mais displicentes quando o assunto é preservativo, cerca de 75% das que vivem com companheiro não usaram camisinha em todas as relações casuais do último ano, contra 57% dos homens (SOMBRA e REBOUÇAS, 2001). Sobre quando usar preservativos, pode-se verificar na Figura 4, que 42% dos graduandos pesquisados relataram usar preservativos quando não conhece muito bem o parceiro (a), 4% quando lembra de comprar, 2% geralmente tem medo de constranger o parceiro (a), 9% nunca utiliza e 43% por outros motivos. Figura 4 - Motivos que levam a utilização de preservativos pelos pesquisados da UVA/UNAVIDA e UEPB, 2010. 42% 43% 4% 2% 9% Quando não conhece muito o parceiro (a) Quando lembra de comprar Tem medo de constranger o parceiro (a) Nunca utilizam Outros Os enfermeiros e médicos das instituições públicas de Fortaleza-CE que atuam na área de saúde sexual reprodutiva devem estar bem informados sobre a camisinha feminina, sendo responsáveis diretamente pela promoção do método junto às mulheres, geralmente elas possuem pouca ou nenhuma experiência com métodos de barreira intravaginais (OLIVEIRA et al., 2008). Um estudo realizado por Figueiredo e Neto (2005) em Escolas Públicas Estaduais de Ensino Médio da Cidade de São Paulo sobre o uso de contracepção de emergência e camisinha entre adolescentes e jovens, abordou-se que, as pesquisadas que utilizavam 19

preservativos em associação com um método hormonal, a maioria adotou concomitantemente uma pílula anticoncepcional, o que sugere que, logo que se abandona à preocupação com a prevenção de DST e AIDS, fato este que ocorre no estabelecimento de uma confiança pela relação fixa e amorosa compromissada, portanto, o uso da camisinha tende a ser interrompido e/ou abandonado. Martins e colaboradores (2006) em pesquisa com Escolas Públicas de Ensino Médio do Município de São Paulo verificaram que, a maioria dos adolescentes das escolas públicas e particulares mostrou possuir conhecimento satisfatório sobre prevenção de DST. Cabe ressaltar que aproximadamente 75% dos adolescentes dos dois tipos de escolas tiveram uma atitude favorável ao uso consistente da camisinha, porém 40% não a usaram em todas as relações, porque não as planejaram ou por objeção pessoal ou do parceiro. Já em outra pesquisa com estudantes de educação física de duas universidades particulares da Cidade do Rio de Janeiro, constatou-se que, a maioria (57,8%) dos estudantes pesquisados, não fazem uso ou apresenta uso irregular de preservativos masculino e feminino, ainda, não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos pesquisados (PALMA, ABREU e CUNHA, 2007). Sobre deixar de fazer sexo por falta de preservativos, é verificado na Figura 5, que 57% dos graduandos pesquisados relataram deixaram de fazer sexo por não possuir preservativos naquele momento e 43%, quase metade dos pesquisados, declararam que fizeram sexo mesmo não possuindo preservativos. Figura 5 - Alunos da UVA/UNAVIDA e UEPB, município de Campina Grande PB, que deixaram ou não de fazer sexo por falta do preservativo, 2010. 57% 43% Sim Não 20

A prostituição no Paraná foi evidenciada por Guimarães e Hamann (2005) em seu estudo, onde verificou que alguns dos pesquisados afirmam que nas relações sexuais com parceiro (a) não fixo (a) não faziam sexo sem camisinha, outras profissionais do sexo relataram que existem clientes que não gosta de pôr camisinha, daí acaba negociando um preço mais alto e se submetendo ao sexo inseguro. O não uso de preservativo masculino por adolescentes, do Município do Rio de Janeiro, quanto à iniciativa de uso ou de solicitação da utilização da camisinha nas relações sexuais ainda é precário para ambos os sexos (FIGUEIREDO e NETO, 2005). 4. CONCLUSÕES Constatou-se que a maioria dos pesquisados tornaram-se sexualmente ativos entre 17 a 18 anos, sendo assim, considerado mais tardio que a média nacional que é de 15 e 16 anos. Um grande percentual dos pesquisados utilizam os preservativos com a finalidade de prevenir DST e outro somente utiliza para evitar gravidez, fato este preocupante, pois estão expostos as DST, ficando a mercê da fidelidade de seus parceiros (a). Evidencia-se que ocorre um descaso desse público, pois põe o prazer acima da responsabilidade, consigo mesma e com as outras pessoas. Mesmo possuindo um conhecimento mais elevado que a sociedade de um modo geral os graduandos de biologia pesquisados apresentaram um nivelamento comportamental com a sociedade de um modo geral. Cabe ressaltar que cada grupo não está isolado de sua sociedade, geralmente tende a se comportar segundo os costumes de seu grupo social. O momento de usar preservativos entre os alunos de biologia pesquisados declararam que usam quando não conhecem muito bem o parceiro (a), essa relação de parceria, confiança mútua, ainda é um fator preponderante entre os casais e/ou parceiros (as) evidenciando assim, irresponsabilidade perante o desejo sexual momentâneo. Portanto, propomos que seja realizado pelos órgãos competentes juntamente com as instituições, religiões, famílias e escolas, mais campanhas voltadas para a prática da manipulação do preservativo tanto masculino como feminino, a fim reduzir os índices de acidentes devido o uso incorreto e também sobre a importância do uso dos preservativos para a prática sexual. 21

5. AGRADECIMENTOS Aos professores e aos participantes da pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú e Universidade Estadual da Paraíba. 6. REFERÊNCIAS BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 196, 10 de out. 1996. BRASIL. IBGE Cidades Campina Grande PB. Dados Básicos, 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=250400>. Acesso em 13 de maio 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. DST/AIDS. 2009. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/datapages/ LUMISF86565C9PTBRIE.htm> e <http://www.aids.gov.br/data/pages/lumis5f9787fcptbrie.htm>. Acesso em 16 jun 2010. FELICIANO, K. V. O. Prevenção da AIDS entre os jovens: significados das práticas e os desafios à técnica. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2005. 5 (4): 429-438. FIGUEIREDO, R.; NETO, J. A. Uso de contracepção de emergência e camisinha entre adolescentes e jovens. Revista da SOGIA-BR. 2005. 6:2. GELUDA, K.; BOSI, M. L. M.; CUNHA, A. J. L. A.; TRAJMAN, A. Quando um não quer, dois não brigam: um estudo sobre o não uso constante de preservativo masculino por adolescentes do Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2006. 22(8):1671-1680. GUIMARÃES, K.; HAMANN, E. M. Comercializando fantasias: a representação social da prostituição, dilemas da profissão e a construção da cidadania. Revista Estudos Feministas. 2005. 13(3): 320. MARTINS, L. B. M.; PAIVA, L. H. S. C.; OSIS, M. J. D.; SOUSA, M. H.; NETO, A. M. P.; TADINI, V. Fatores associados ao uso de preservativo masculino e ao conhecimento sobre DST/AIDS em adolescentes de escolas públicas e privadas do Município de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2006; 22(2):315-323. 2006. OLIVEIRA, N. S.; MOURA, E. R. F.; GUEDES, T. G.; ALMEIDA, P. C. Conhecimento e promoção do uso do preservativo feminino por profissionais de unidades de referência para DST/HIV de Fortaleza-CE: o preservativo feminino precisa sair da vitrine. Saúde e Sociedade. 2008. p.107-116. 22

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