Mundaú: além da margem 1



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Transcrição:

Mundaú: além da margem 1 Eduardo Leite VASCONCELOS 2 Rhamayana Barros BARRETO 3 Amanda Régia Amorim Morais dos SANTOS 4 Almir GUILHERMINO 5 Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL RESUMO Reportagem televisiva feita por estudantes de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas sobre a poluição da lagoa Mundaú, integrante do maior complexo lacustre do mundo. Anos de descaso e poluição desenfreada foram responsáveis por tornar a lagoa um local totalmente inóspito, com cada vez menos seres vivendo em suas águas e seus arredores e com cada vez mais prejuízo para a população que vive às margens da lagoa e depende de suas águas para viver. A reportagem vai, como sugere o título, além da margem e entra nas águas podres da lagoa Mundaú para mostrar ao ponto calamitoso a que se chegou e tentar tirar a sociedade do ostracismo, inclusive, sugerindo algumas possíveis soluções para o problema. PALAVRAS-CHAVE: denúncia, lagoa, poluição, telejornalismo. 1 INTRODUÇÃO Mundaú: lida apenas como uma palavra é possível se criar uma imagem poética e, talvez, magnificamente bela de uma das mais importantes lagoas do estado de Alagoas. Lida em imagens é que se pode ver e analisar a verdadeira situação de uma comunidade que vive às margens de um descaso social. A proposta da reportagem Mundaú: além da margem é levar ao espectador uma realidade além do que pode ser visto quando beiramos a lagoa, na via chamada Dique Estrada. Apenas ao passar pela chamada orla lagunar, já se imagina que adentrar ali é ter um choque de sentimentos: passando da indignação e remando ao desrespeito ao ser humano. 1 Trabalho submetido ao XXI Prêmio Expocom 2014, na Categoria Jornalismo, modalidade Reportagem em Telejornalismo (avulso). 2 Aluno líder do grupo, graduado em 27/11/2013 no curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, email: eduardooleite@hotmail.com. 3 Graduada em 07/10/2013 no curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, email: rhamayanabarreto@gmail.com. 4 Graduada em 29/08/2013 no curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, email: moa.amanda@hotmail.com. 5 Orientador do trabalho. Professor do Curso de Comunicação Social, email: almirguilhermino@hotmail.com. 1

Ir além da margem com uma proposta audiovisual é um desafio não só para os realizadores, mas, também, para seus espectadores, que geralmente não percebem a quantidade de esgoto que é enviado para a Lagoa, tornando-a, sem meias palavras, em uma fossa da cidade. A lagoa Mundaú ainda é fonte de renda para centenas de famílias que moram ao seu redor. A pesca continua sendo um dos sustentos de grande parte dos moradores de bairros adjacentes. As crianças ainda brincam na beira daquela lagoa e, talvez, sonham em pescar e ter sua renda, assim como a de seus pais. Porém, estas crianças, além de toda a população que vive às margens da lagoa, estão sujeitas a inúmeras doenças por conta da quantidade de lixo depositado na lagoa. A reportagem segue por duas narrativas: as imagens da própria lagoa aliadas à fala de um pescador que mora em seus arredores, ambas intrinsicamente relacionadas. Um vive e depende do outro e vice-versa. Os dois são vítimas do descaso social, da falta de consciência do cidadão que, em seu egoísmo, pensa que a situação da lagoa e do pescador não influencia em seu dia a dia, da falta de respeito com a natureza e com o próximo. 2 OBJETIVO O objetivo principal desta reportagem foi de relatar um caso há muito já explorado e presente na consciência da sociedade maceioense a poluição da lagoa Mundaú, porém sob uma nova perspectiva, de modo a causar novas reações ao telespectador, que, acostumado com anos de poluição desenfreada em suas águas, vê o caso com indiferença, como algo que não tem mais jeito. Para complemento da denúncia, os seguintes objetivos específicos foram explorados no trabalho: a) Mostrar as dificuldades de vida de alguém que tira seu sustento da pesca na lagoa; b) Explicitar consequências que a poluição acarreta à sociedade, como doenças; c) Trazer de volta ao imaginário do espectador o tempo em que a lagoa não era poluída; d) Apresentar possíveis soluções para o caso. 3 JUSTIFICATIVA A reportagem se justifica ao se observar o descaso da população local com o problema da poluição da lagoa Mundaú. O maceioense, hoje, encara o problema como uma 2

característica natural da lagoa, algo banal. É preciso lembrar à população que já existiu Mundaú sem poluição e que o problema foi inteiramente causado por descaso dela mesma. O vídeo entra como parte integrante fundamental da reportagem, pois a imagem é uma linguagem universal, tem um entendimento imediato e possibilita às pessoas a visão de uma realidade externa àquela em que vivem (PATERNOSTRO, 2006, p. 85). E além disso, as imagens possuem o poder de dar credibilidade e força à notícia, alegando que aquela situação, de fato, existe. 4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS Para um conhecimento mais aprofundado do fato, filmou-se uma conversa inteira com o pescador antes de ele levar a equipe para dentro da lagoa. A entrevista aprofundada serviu para fazer com que a equipe ficasse a par da situação vivida por quem tira seu sustento da lagoa e para basear o roteiro de imagens, que foi feito após a entrevista. Para narrar a imagem, foram usadas as técnicas do off, da passagem e da sonora. A maioria das sonoras foi feita com o pescador que foi personagem da reportagem e foram utilizadas em vários momentos seguidos, dando um caráter documental à matéria. Os offs foram baseados na entrevista prévia com o pescador e utilizados de modo a criar uma narrativa para a reportagem de forma clara para facilitar a assimilação do conteúdo pelo telespectador. E a passagem foi utilizada para dar a assinatura do repórter à matéria, além de cumprir a função de suprir a falta de imagens em determinados momentos (BISTANE. BACELLAR. 2008). No texto da reportagem, procurou-se usar frases curtas para dar ação à reportagem e uma pontuação bem colocada expressa na fala do repórter, que deu o embalo do texto (PATERNOSTRO, 2006). Para melhor captar as falas dos entrevistados, foram usados dois microfones: um de lapela para a entrevista do pescador e um de cabeça para as demais falas. No tocante às imagens, procurou-se fazer uma exploração dinâmica e esteticamente harmoniosa dos elementos visuais do local para que, além de chocar e transmitir a informação de forma precisa, a reportagem tivesse um apelo estético. Para isso, as filmagens da entrevista foram feitas com uma lente 50 mm f1.8, que possui a capacidade de fazer um foco diferencial na imagem. Para as imagens feitas dentro da lagoa, foi usada uma lente zoom 24-105 mm f4, por ser mais versátil, já que a equipe não tinha certeza do que iria encontrar nas águas da lagoa. Todas as imagens foram feitas com uma câmera DSLR Canon 5D Mark II. 3

O vídeo foi editado no Adobre Premiere. Na edição, foram utilizados alguns recursos que não costumam fazer parte do jornalismo cotidiano de televisão para dar esse apelo estético que a reportagem se propôs a ter, como sobreposições de imagens, aceleração de vídeo e fades. Além disso, alguns recursos sonoros foram usados na reportagem, como o aparecimento de sons ambientes de dentro da lagoa e a trilha sonora ao final da reportagem. A imagem tem a narrativa própria e para transmitir a emoção de um momento, o silêncio, ou o som original do que está acontecendo, vale mais do que frases descritivas, longas, repetitivas (PATERNOSTRO, 2006, p. 86). 5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO A reportagem de TV Mundaú: além da margem se insere na categoria televisiva Informação, tomando como base a classificação de José Carlos Aronchi de Souza em Gêneros e formatos na televisão brasileira (2004). Dentro da categoria, a reportagem utilizou dois formatos em sua construção: entrevista e reportagem. Dentro do jornalismo, a reportagem se enquadra em um gênero jornalístico recente e muitas vezes dúbio sobre sua condição de gênero jornalístico: o Jornalismo Ambiental, considerado por alguns como subdivisão do Jornalismo Científico. Entre os defensores da definição de Jornalismo Ambiental, cresce a ideia de que esta conceituação traga maior relevância e status, distinguindo-se de outros tipos de jornalismo praticados atualmente. Neste sentido, pode-se compreender o jornalista ambiental como um militante da causa, destaque dado ao histórico de mobilização de redes de jornalistas interessados no tema.(moraes, 2008, pp. 2 e 3). Esse fazer jornalístico engajado nas causas ambientais traz à tona a figura do jornalista enquanto formador de opinião, com a função de prestar serviço para a sociedade e, no caso específico do jornalismo ambiental, suas futuras gerações fazendo uma abordagem ampla e contextualizada de modo a conscientizar a população sobre a problemática ambiental. A degradação do meio ambiente já traz consequências visíveis para a sociedade, mas a sua preservação ainda não possui a devida importância. É nesse contexto que o jornalismo ambiental mostra sua importância, ao alertar a população para que esta saia do ostracismo e comece a agir na preservação da natureza. 6 CONSIDERAÇÕES 4

O complexo lagunar do estado de Alagoas é marcante por sua grande extensão, por possuir belas e pequenas ilhas e por encontrar-se com o mar. Mesmo com o abono e a poluição, a beleza da paisagem cheia de singularidade, vista de longe ou de um cartão postal, resiste. Mas o odor que o cartão postal não traz; o lixo, por vezes, minimizado pelo ângulo de belas fotografias e filmagens; os peixes mortos que vêm na rede do pescador quem percebe e sofre com isso, cotidianamente, é a população local. O turismo e o potencial econômico da região não são explorados. A orla lagunar é suja e sem estrutura para o turismo e o lazer. O que poderia ser um belo espaço de convivência social, de cultura, lazer, esporte e produtividade econômica, é, na verdade, espaço de contaminação e propagação de doenças, poluição e esvaziamento por parte dos turistas e dos próprios alagoanos. A reportagem Mundaú: além da margem reforça a importância da lagoa e mostra sua realidade dura e crua. E pretende, com isso, alertar e conscientizar a população para que a mesma busque das autoridades competentes cuidado, intervenção e investimento na área, pela importância da preservação ambiental para a saúde, economia, lazer, cultura e valorização das riquezas naturais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BISTANE, L. BACELLAR, L. Jornalismo de TV. São Paulo: Contexto, 2008. MORAES, C. H. Jornalismo ambiental: dilemas de uma quase especialidade. In: VI Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. São Paulo: UMESP, 2008. PATERNOSTRO, V. I. O texto na TV: manual de telejornalismo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. SOUZA, J. C. A. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo: Summus, 2004. 5