ANORMALIDADES BRANQUIAIS. R2 Péricles Bonafé Hospital Angelina Caron



Documentos relacionados
OCULAR: FORMAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DA VESÍCULA

Profa. Dra. Iêda Guedes Depto Histologia e Embriologia - CCB Universidade Federal do Pará

componentes Sistema digestório Pré-diafragmáticos: boca, língua, dentes, faringe, esôfago

Sinonímia Alterações Herdadas e Congênitas Defeitos de Desenvolvimento da Região Maxilofacial e Oral

Face e cavidade bucal

Unidade I - Embriologia Geral

Nervos Cranianos. M.Sc. Profª Viviane Marques

Paralisia Facial M.Sc. Prof.ª Viviane Marques

26/06/2013. Sexta passada Aula de HOJE As Estruturas Faciais derivam primariamente dos Arcos Branquiais. Os Arcos Branquiais são separados por Fendas

OCLUSÃO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO ODONTOLOGIA COMPLETA ODONTOLOGIA COMPLETA SISTEMA MASTIGATÓRIO ANATOMIA FUNCIONAL 22/03/2009

Embriologia da face e da cavidade oral

Não risque as peças, utilize os estiletes marcadores para apontar as estruturas. ESQUELETO AXIAL

Exame Neurológico dos Nervos Cranianos Prof.ª Viviane Marques

FARINGE. Rinofaringe. Orofaringe. Hipofaringe. Esôfago. Laringe. Traquéia

ANATOMIA TOPOGRÁFICA DA CABEÇA E PESCOÇO (FCB00089)

Aparelho Respiratório

Embriogênese (parte II) Histologia animal (parte I) Natália A. Paludetto

HIPOSPÁDIAS. Herick Bacelar Antonio Macedo Jr INTRODUÇÃO

ROTEIRO DE TÉCNICAS ANESTÉSICAS

ENSINO FUNDAMENTAL II

Resumo de Face e Arcos Faríngeos

OSSOS TEMPORAIS(OUVIDO)

EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO

CAVIDADE BUCAL. Anatomia Aplicada à Odontologia. Prof. Peter Reher, CD, CD, MSc, MSc, PhD PhD

SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO. Enf. Thais Domingues

INCISIVOS INCISIVO CENTRAL SUPERIOR INCISIVO LATERAL SUPERIOR INCISIVO CENTRAL INFERIOR INCISIVO LATERAL INFERIOR CANINOS

Sistema Vestíbulo-Coclear. Matheus Lordelo Camila Paula Graduandos em Medicina pela EBMSP

O tipo básico de tecido epitelial é o de revestimento sendo os demais tecidos epiteliais (glandular e neuroepitélio) derivados desse.

EXERCÍCIOS SISTEMA ESQUELÉTICO

Assessoria ao Cirurgião Dentista

11ª Reunião de Casos.

AUDIÇÃO SISTEMA NERVOSO SENSORIAL. O valor da comunicação verbal faz com que a audição, em alguns momentos, seja ainda mais importante que a visão.

Organismo. Sistemas. Órgãos. Tecidos. Células

ANATOMIA RADIOLÓGICA DA REGIÃO CERVICAL

ODONTOLOGIA/CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

Crianças com deformidades na face. Avaliação da via aérea difícil. Valéria B. Melhado Hosp. Beneficência Portuguesa de Santos

Sistema Esquelético Humano. Sistema Esquelético Humano. Sistema Esquelético Humano. Esqueleto axial. Sistema Esquelético Humano.

Sistema Digestório - Boca, Faringe e Esôfago

P R O G R A M A PRIMEIRA FASE

APOSTILA DE CIÊNCIAS

VIAS EFERENTES (DESCENDENTES)

C O NJUNTIVO D I C E T

1. Os óvulos de aves e répteis, por possuírem grande quantidade vitelo no pólo vegetativo, denominam-se:

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO. Profª Me. Tatiane da Silva Poló

Sistema Circulatório

O Nosso Corpo Volume XXIV O Ouvido Parte 2

ESTUDO DO MOVIMENTO OSTEOLOGIA COLUNA VERTEBRAL E TÓRAX 1 TERMOS DIRECCIONAIS ORIENTAÇÃO DO TIPOS DE OSSOS MOVIMENTOS ARTICULARES

Artroscopia do Cotovelo

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Curso de Férias Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

Órgãos dos Sentidos. web.educom.pt. Prof. CRISTINO RÊGO 8º ANO Ensino Fundamental

Transporte nos animais

ANATOMIA BUCOMAXILOFACIAL

Generalidades: Porção de Condução I Nariz Externo:

5 Discussão dos Resultados

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

ANATOMIA HUMANA I. Acidentes Ósseos. Prof. Me. Fabio Milioni. Características Anatômicas de Superfície dos Ossos

Prof André Montillo

DENTINOGÊNESE BANDA EPITELIAL CAVIDADE BUCAL PRIMITIVA. Morfologia II UNINOVE. Ü 22 o dia: formação da mb bucofaríngea. 2º Mês de V.I.U.

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ANIMAIS. Reino Animalia

RESPIRAÇÃO. Respiração é o mecanismo que permite aos seres vivos extrair a energia química nos alimentos.

Osteologia. Estudo da estrutura dos ossos oste = osso; logia = estudo de

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Profª Glenda Carvalho

CIRURGIA DE RINOSSEPTOPLASTIA. Informações sobre a cirurgia

SISTEMA DIGESTÓRIO CONCEITO SISTEMA DIGESTÓRIO SISTEMA DIGESTÓRIO FUNÇÕES SISTEMA DIGESTÓRIO DIVISÃO

Teórica: Aula expositiva dialogada com projeção de imagens e manipulação do esqueleto de resina, articulado.

Há o estomodeu, uma depressão ectodérmica. Também é chamado de boca primitiva. Seu limite posterior é o ectoderma da membrana bucofaríngea.

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Curso de Férias Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

2) Funções Movimentos: flexão, extensão e rotação. Proteção: medula espinhal no canal vertebral.

Histologia Animal. multicelularidade. tecido. parazoários eumetazoários. conjunto de células afins que atuam no desempenho de uma determinada função.

Desenvolvimento do SISTEMA NERVOSO

Prof Thiago Scaquetti de Souza

Prof. Rita Martins

20/10/2009 DOBRAMENTO DO EMBRIÃO DOBRAMENTO DO EMBRIÃO DOBRAMENTO DO EMBRIÃO. dá FORMA CILÍNDRICA ao embrião

Fraturas e Luxações do Cotovelo em Adultos:

18/03/2014 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA. Toca da Raposa - MG. Prof.Msc.Moisés Mendes da Silva FORMAÇÃO: Graduado em Educação Física-UFPI;

APRESENTAÇÃO DAS BANDAS TIPOS:

ANATOMIA I Profª Ingrid Frederico Barreto ICA 1 ESTUDO DIRIGIDO: OSSOS. Objetivo: Ajudar o estudante a rever os conteúdos de forma aplicada.

Histologia Animal. Prof. Milton

Morfogênese da região bucofaríngea

Sistema Respiratório

Mordida Profunda Definição. Trespasse vertical

SISTEMA RESPIRATÓRIO. Prof.: Lazaro Antonio dos Santos

6/18/2015 ANATOMIA DO OLHO ANATOMIA DO OLHO CÓRNEA CRISTALINO RETINA EPITÉLIO PIGMENTAR NERVO ÓPTICO

Anatomia do Periodonto. Por Carlos Marcelo da Silva Figueredo,, DDS, MDSc,, PhD

Cisto Poplíteo ANATOMIA

União de Ensino Superior de Campina Grande Curso Fisoterapia Disciplina: Farmacologia Vias de Administração de Fármacos

A região lombar e o método Ehrenfried

Treinamento de Prot. Auditiva. Treinamento aos usuários de protetores auriculares

FISIOLOGIA DO SANGUE HEMATÓCRITO ERITRÓCITOS OU HEMÁCIAS HEMATÓCRITO 07/10/2008 PLASMA: CELULAR:

Caso clínico: DTM articular

Embriogênese do Aparelho. as Adaptações. Profa. Dra. Maria Angélica Spadella Disciplina Embriologia Humana FAMEMA

s.com.br Prof. Ms. José Góes Página 1

- Anatomia e Fisiologia do Ouvido. - Avaliação Básica do Ouvido e da Audição. - Principais manifestações patológicas

AVC: Acidente Vascular Cerebral AVE: Acidente Vascular Encefálico

SISTEMA RESPIRATÓRIO

ODONTOPEDIATRIA 2003/2004 ANOMALIAS DENTÁRIAS

ÓRGÃO DA VISÃO. Constituição do Bulbo Ocular: Túnica Fibrosa: Túnica Vascular: Túnica nervosa: Túnica Nervosa. Túnica Vascular.

ÓRGÃOS DOS SENTIDOS (2)

Transcrição:

ANORMALIDADES BRANQUIAIS R2 Péricles Bonafé Hospital Angelina Caron

Período embrionário Período embrionário 4ª a 8ª semana de vida intra-uterina endoderma 3 folhetos embrionários mesoderma ectoderma Folhetos Embrionários 4ª Semana 8ª Tecidos Órgãos Semana

Período Embrionário Desenvolvimento do aparelho faríngeo Arcos Bolsas Sulcos Membranas As anomalias congênitas destas regiões originam-se durante a formação do aparelho faríngeo em seus derivados adultos

Período Embrionário Ectoderma Origina órgãos e estruturas que mantém contato com o mundo externo: Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico Epitélio sensivo da orelha, nariz e olhos Pele Glândulas subcutâneas, mamárias, hipófise e esmalte dentário

Período Embrionário Mesoderma Músculos, vasos sanguíneos Endoderma Revestimento epitelial do aparelho respiratório Parênquima das amigdalas, tireóide, paratireóide, timo, fígado e pâncreas Revestimento epitelial da bexiga e uretra Revestimento epitelial da cavidade timpânica e tuba auditiva

Arcos Faríngeos Começam a se desenvolver no início da 4ª semana, quando as células da crista neural migram para as futuras regiões da cabeça e pescoço O primeiro par de arcos faríngeos aparece como elevações superficiais laterais à faringe em desenvolvimento Ao final da quarta semana 4 pares de arcos faríngeos são visíveis

Arcos Faríngeos Primeiro Arco Arco mandibular Forma 2 saliências: Menor (saliência maxilar), que origina a maxila, o osso zigomático e a porção escamosa do osso temporal Maior (saliência mandibular), que forma a mandíbula Cartilagens das saliências se atrofiam, persistindo apenas a região dorsal, que gera bigorna e martelo, respectivamente.

Arcos Faríngeos Segundo Arco Arco hióide Forma o corno menor do osso hióide, o estribo e a apófise estilóide do osso temporal Terceiro Arco Forma o corno maior do osso hióide Quarto e Quinto Arcos Formam a cartilagem tireóide, cricóide e aritenóide

Bolsas Faríngeas São divertículos semelhantes a balões Os pares de bolsas desenvolvem-se entre os arcos numa sequência cefalocaudal Quatro pares de bolsas faríngeas são bem definidos; o quinto par é ausente ou rudimentar Revestimento epitelial endodérmico Origina o timo e as paratireóides

Bolsas Faríngeas Primeira Bolsa Origina o recesso tubotimpânico Porção distal deste recesso entra em contato com o primeiro sulco faríngeo Formação da membrana timpânica Cavidade do recesso dá origem à cavidade timpânica e ao antro mastoideo A conexão do recesso tubotimpânico com a faringe forma a tuba faringotimpânica (tuba auditiva)

Bolsas Faríngeas Segunda Bolsa A parte central se fragmenta, formando criptas O endoderma forma o epitélio superficial e o revestimento das criptas tonsilares O mesênquima se diferencia em tecido linfóide, gerando a tonsila palatina

Bolsas Faríngeas Terceira Bolsa Na 6ª semana, o epitélio de cada porção bulbar dorsal começa a se diferenciar em uma paratireóide inferior Reunem-se no plano mediano para formar o timo, que então desce para o mediastino superior

Bolsas Faríngeas Quarta Bolsa A parte dorsal da 4ª bolsa faríngea gera uma glândula paratireóide superior A porção ventral alongada de cada uma das quartas bolsas forma o corpo ultimobranquial O corpo funde-se com a tireóide e suas células se dispersam dentro desta Origina as células parafoliculares da tireóide ou células C (produtoras de calcitonina) A 5ª bolsa faríngea, rudimentar, ao se desenvolver torna-se parte da 4ª bolsa e ajuda a formar o corpo ultimobranquial

Sulcos Faríngeos Durante a 4ª e a 5ª semanas, as regiões da cabeça e do pescoço do embrião humano apresentam quatro sulcos a cada lado Estes sulcos separam os arcos faríngeos externamente Apenas um par de sulcos contribui para a formação de estruturas adultas: o primeiro par, que persiste como o meato acústico externo

Membranas Faríngeas Surgem no assoalho dos sulcos faríngeos a cada lado das regiões de cabeça e pescoço do embrião durante a 4ª semana Estas membranas se formam onde o epitélio de um sulco e de uma bolsa se encontram Apenas um par de membranas contribui para a formação de estruturas no adulto: a primeira membrana faríngea, que juntamente com a camada de mesênquima interposto, torna-se a membrana timpânica

Língua Próximo ao final da 4ª semana, uma elevação triangular mediana aparece no assoalho da faringe primitiva - é o broto lingual mediano, primeira indicação do desenvolvimento da língua Então, dois brotos linguais distais se desenvolvem de cada lado do broto lingual mediano Os três brotos linguais resultam do primeiro par de arcos faríngeos Os brotos linguais distais fundem-se e crescem sobre o broto lingual mediano, formando os dois terços anteriores da língua

Língua A formação do terço posterior da língua é indicada por duas elevações: Cópula, que se forma pela fusão das partes ventromediais do segundo par de arcos faríngeos Saliência hipofaríngea, que se desenvolve caudalmente à cópula do mesênquima das partes ventromediais do terceiro e quarto pares de arco As papilas linguais aparecem ao final da 8ª semana

Glândulas Salivares Parótidas são as primeiras a aparecer Desenvolvem-se de brotos ectodérmicos orais junto aos ângulos do estomodeu (boca primitiva) Glândulas submandibulares Aparecem ao final da 6ª semana Desenvolvem-se de brotos endodérmicos no assoalho do estomodeu Glândulas sublinguais Aparecem na 8ª semana, desenvolvida de múltiplos brotos epiteliais endodérmicos no sulco paralingual

Palato Internamente, se processa a separação entre as cavidades nasal e bucal Desenvolve-se de dois primórdios: palato primário e palato secundário Primário: forma pouco do palato duro adulto Secundário: forma parte do palato duro e do palato mole Na região ventral do palato, o mesênquima se ossifica formando os processos palatinos do osso maxilar e a região ossificada do palato O mesênquima da região dorsal do palato não se ossifica, formando o palato mole

Anomalias do 1º Arco Envolve malformações dos olhos, ouvidos, palato e mandíbula Duas principais síndromes do primeiro arco Treacher Collins Pierre Robin

Sínd. Treacher Collins Disostose mandibulofacial Características: Hipoplasia malar e mandibular Coloboma em pálpebra inferior (formação palpebral errônea) Pode haver fissura palatal Inteligência normal Malformações de orelha e ouvido médio (microtia, estenose ou atresia de CAE, malformação de martelo e bigorna)

Síndrome de Pierre Robin Seqüência de micrognatia, glossoptose e fenda palatina Geralmente não há lábio leporino

Anomalias do 2º Arco Malformações auriculares Microtia Malformação ossicular Estribo Assimetria muscular da face Malformação hióidea Corno menor faltante, corpo elevado

Anomalias do 3º Arco Alterações hióideas Corpo deslocado inferiormente Corno maior Aneurisma de carótida

Anomalias do 4º Arco Estenose laríngea Laringoptose (laringe posicionada inferiormente) Condromalácia Arco aórtico bifurcado

Arco Aórtico Bifurcado

Anomalias da 1ª Bolsa Tuba auditiva atrésica OM recorrente Ausência Cavidade timpânica Antro da mastóide MT perfurada Língua bífida Cistos nasofaríngeos de origem branquial (raros)

Anomalias da 2ª Bolsa Cisto tireoglosso Presente em até 7% da população Falha no fechamento do ducto tireoglosso Em qualquer lugar entre a base da çínfua e o mediastino superior Achado típico Lesão cística logo abaixo do hióide, na linha média, que se move à deglutição e à protrusão da língua

Cisto Tireoglosso Pode conter tecido tireoidiano Às vezes, é a única tireóide funcionante Avaliar por USG e/ou TC Tratamento é cirúrgico (procedimento de Systrunk) Pode conter tecido neoplásico Carcinoma papilar 1%

Cisto tireoglosso

Anomalias da 2ª Bolsa Tireóide lingual 90% na base da língua 4 mulheres : 1 homem Usualmente não é notada até a adolescência/início da idade adulta Assintomática na maior parte dos casos Pode gerar disfagia, dificuldade respiratória

Tireóide Lingual Associa-se a hipotireoidismo em até 70% dos casoshypothyroidism 70% of cases Em 2/3 cases, é o único tecido tireoideo funcionante Avaliar função tireoidiana antes do tratamento Tratamento Assintomático monitorar Sintomático Excisão +- reimplantação do tecido nos músculos do pescoço Radioablação Terapia de reposição de horm. tireoideo

Tireóide Lingual

Tireóide Lingual

Tireóide Lingual

Anomalias da 3ª e 4ª Bolsas Síndrome de DiGeorge Ausência congênita do timo e paratireóides Deleção parcial do cromossomo 22 CATCH -22 Cardiac anomalies Abnormal facies Thymic aplasia Cleft palate Hypocalcemia Pode haver tetania

Outras anomalias da 3ª e 4ª bolsas Glândulas paratireóides acessórias Cisto de timo

Anomalias dos Sulcos Branquiais 1 º sulco Cistos, atresia ou estenose do CAE, depressões em lábios inferiores, sinus pré-auricular

Anomalias dos Sulcos Branquiais 2 º Sulco Cistos Sinus cervicais 3 º Sulco Cistos (raros) Cistos de timo 4 º Sulco Cistos (extremamente raros) Cistos no nervo vago tosse

Anomalias dos Sulcos Branquiais Cistos Resultam de falha no fechamento dos sulcos branquiais 2-3% são bilaterais Cistos de 2º sulco são os mais comuns ~95% dos casos

Cisto do 1º Sulco Branquial Classificação Tipo 1 Massa ou sinus preauricular Origem ectodérmica Trajeto anterior e medial ao CAE Região preauricular Lateral ao VII par Paralelo ao CAE Termina no CAE ou orelha média Tipo 2 Mais comum que o tipo 1 Presentes no angulo da mandíbulo ou região submandubular Angulo da mandíbula Lateral ou medial ao VII par Termina na concha ou junção osteocartilaginosa no CAE

Cisto do 1º Sulco Branquial Tipo 1

Cisto do 2º Sulco Branquial Cisto branquial mais comum Apresenta-se como uma massa anterior e medial ao esternocleidomastoideo Trajeto Região anterior do pescoço Segue trajeto da carótida Passa entre artérias carótida interna e externa superficial ao IX e XII pares abre-se na fossa tonsilar

Cisto do 2º Sulco Branquial

Cisto do 3º Sulco Branquial Muito associados à tireóide Se o paciente apresentar abscessos tireóideos de repetição, considerar o diagnóstico! Mais comum à esquerda Trajeto Similar ou inferior à localização dos cisto do 2º arco, porém passa profundamente ao IX e superficialmente ao XII e ao nervo laríngeo superior perfura membrana tireohióidea abre-se no vértice do seio piriforme

Cisto do 3º Sulco Branquial

Cisto do 4º Arco Branquial Raríssimo ~ 200 casos descritos na literatura Também associado com abscessos tireóideos recorrentes

Exames Complementares Ecografia TC Massa arredondada com baixa ecogenicidade, uniforme, com poucas septações internas Vantagens: sem radiação, não necessita sedação nas crianças, baixo custo Normalmente não é solicitada como único exame de avaliação Lesão homogênea com baixa atenuação central e discreto reforço nas bordas Radiação, alto custo, sedação (nas crianças)

Exames Complementares RM Lesão hipointensa em T1 e hiperintenso em T2 Não usa radiação Desvantagens: necessita sedação nas crianças, alto custo Fistulografia (Rx, TC) Injeta-se contraste radiopaco na fístula ou sinus para delinear o trajeto Esofagografia com bário Ajuda a estabelecer o curso da fístula em anormalidades inferiores

Tratamento Definitivo Excisão cirúrgica do cisto e do trajeto Depende se há ou não infecção Tratar, e depois operar Cobrir germes de via aérea + S. aureus

Tratamento Cistos de 1º Sulco Branquial Identificar o nervo facial! Trajeto do cisto é próximo! Se possível, esperar até os 2 anos de idade Nervo facial maior e mais profundo (menos superficial) Controvérsia: Esperar pode levar a mais infecções Gera mais fibrose Aumenta a dificuldade cirúrgica

Tratamento Cistos de 3º e 4º Sulcos Identificar o nervo laringeo recorrente Estará mais profundo que o trajeto Excisão do lobo ipsilateral da tireóide para garantir remoção completa do trajeto Avaliar seio piriforme por videolaringoscopia Pode-se introduzir cateter de Fogarty no trajeto, auxiliando a remoção cirúrgica