Fundeb Fundo de Manutenção Fundeb Fundo e Desenvolvimento. de Manutenção. da Educação Básica



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Transcrição:

6 Fundeb Fundo de Manutenção Fundeb Fundo e Desenvolvimento de Manutenção da e Educação Desenvolvimento Básica da Educação Básica

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará Composição do Pleno Conselheiro Presidente: Francisco de Paula Rocha Aguiar Conselheiro Vice-Presidente: Ernesto Saboia de Figueiredo Junior Conselheiro Corregedor: Hélio Parente de Vasconcelos Filho Conselheiro José Marcelo Feitosa Conselheiro Pedro Ângelo Sales Figueiredo Conselheiro Manoel Beserra Veras Conselheiro Domingos Gomes de Aguiar Filho Auditores David Santos Matos Fernando Antonio Costa Lima Uchôa Júnior Manassés Pedrosa Cavalcante Composição da Procuradoria Procuradora Geral de Contas Leilyanne Brandão Feitosa Procurador de Contas Júlio César Rôla Saraiva Procuradora de Contas Cláudia Patrícia Rodrigues Alves Cristino Diretor Geral Juraci Muniz Junior Assessoria de Imprensa Francisco Eunivaldo Pires Pereira Assessoria Jurídica Bruno Caminha Scarano Controladoria Luiz Mario Vieira Ouvidoria Mariana Torres Lima Vieira Secretaria Fernando Antônio Diogo de Siqueira Cruz Diretoria de Administração e Finanças Virgílio Freire do Nascimento Filho Diretoria de Fiscalização Telma Maria Escóssio Melo Diretoria de Tecnologia e Informação Adalberto Ribeiro da Silva Júnior Diretoria de Assistência Técnica e Planejamento Zivaldo Rodrigues Loureiro Junior Diretora Executiva do Ieswa Sandra Valéria de Morais Santos 2

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica Fundeb Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica Fortaleza - Ce 2015 3

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará Copyright 2015 by Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará. Instituto Escola Superior de Contas e Gestão Pública Waldemar Alcântara - Ieswa Diretor-Presidente Conselheiro Domingos Gomes de Aguiar Filho Diretora Executiva Sandra Valéria de Morais Santos Coordenadora Operacional Júlia Maria Pinheiro Pessoa Coordenadora Técnica e Pedagógica Patrícia Nogueira Azevedo Expediente Direção Geral: Conselheiro Ernesto Saboia de Figueiredo Junior Elaboração: Fernando Antonio da Justa Colaboração: Gleison Mendonça Diniz e Raimunda Edna Xavier Supervisão: Ieswa Revisão Ortografica: Cecília Pinheiro Pessoa Capa: Paulo Meireles Projeto Gráfico: Roberto Santos Editoração Eletrônica: Kahic Rocha C387 Ceará. Tribunal de Contas dos Municípios do Estado. Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. / Fernando Antonio da Justa. - Fortaleza: TCM-CE, 2015. 90p. Série: Programa Capacidades - educação, participação e transformação : Caderno 6/7 ISBN: 978856369912-1 1. Administração Pública Municipal. 2. Fundeb. 3. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. I. Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará. II. Título. III. Justa, Fernando Antonio da. Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará Av. Gal. Afonso Albuquerque Lima,130 Cambeba, Cep: 60.822-32 Fortaleza Ceará Tel. (85) 3218-1305 www.tcm.ce.gov.br 4

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica SUMÁRIO Apresentação... 7 Introdução... 9 1 Fundamentação Legal... 10 2 O que é o FUNDEB... 10 2.1 Características do FUNDEB... 11 3 Origem dos recursos do FUNDEB... 11 3.1 Periodicidade dos créditos dos recursos nas contas do FUNDEB... 12 4 Objetivos do FUNDEB... 12 5 Distribuição dos Recursos do FUNDEB... 13 5.1 Censo Escolar... 13 6 Conselho do FUNDEB... 14 6.1 Atribuições dos Conselheiros do FUNDEB... 15 6.2 Composição do Conselho do FUNDEB... 16 6.3 Impedimentos para ser um Conselheiro do FUNDEB... 18 6.4 Atuação dos Conselheiros do FUNDEB... 18 7 Prestação de Contas do FUNDEB... 19 8 Campo de Aplicação dos Recursos do FUNDEB... 20 9 Saldos Financeiros Disponíveis... 21 10 Conta Bancária do FUNDEB... 21 11 Destinação dos Recursos do FUNDEB... 22 12 Quem são os Profissionais do Magistério?... 23 13 O que pode ser pago a título de remuneração?... 24 14 O que pode ser pago com a parcela dos 40% dos recursos do FUNDEB?... 25 15 O que não pode ser pago com a parcela dos 40% dos Recursos do FUNDEB?... 28 16 Efetivo Exercício... 30 17 Abono... 30 18 Referências... 31 19 Anexo - Perguntas frequentes, conforme orientações do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação)... 32 5

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica APRESENTAÇÃO O Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará (TCM-CE) acredita que investir na promoção de ações educacionais pode transformar e aprimorar as competências dos gestores e servidores públicos municipais. Com esse intuito apresenta o Programa Capacidades Educação, Participação e Transformação, o qual por meio de atividades de capacitação visa treinar e orientar os servidores municipais, contribuindo para uma melhor gestão pública. O programa tem como principal objetivo promover a formação continuada de Gestores e Servidores que atuam no Poder Executivo e Legislativo Municipal em temas que norteiam a Gestão Pública, alinhados a jurisprudência do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará, e ainda, capacitar a sociedade civil para o exercício da participação cidadã e responsabilidade social. Sob esta ótica, serão tratados assuntos numa abordagem prática, cujos temas contemplam as áreas que demandam orientação para transição de governo e, também, as que somam maior grau de irregularidades verificadas no âmbito do TCM. Os temas são: Atos de Gestão voltados para a transição governamental; Obras Públicas - principais conceitos e recomendações; Gestão de Pessoal no Serviço Público; Controle Interno; FUNDEB; Especificidades dos Conselhos de Saúde; e, Transparência, Controle Social e Ouvidoria. Com este Programa esperamos fortalecer as competências dos gestores municipais para que estes possam atuar de forma mais qualificada e, ainda, fornecer ao cidadão instrumentos de transparência para o desempenho do controle social. Conselheiro Francisco de Paula Rocha Aguiar Presidente do TCM/Ce Conselheiro Domingos Gomes de Aguiar Filho Diretor Presidente do Ieswa 7

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica INTRODUÇÃO O objetivo desta cartilha é levar conhecimento, de forma clara, objetiva e concisa, a todos os interessados no acompanhamento da aplicação de recursos da Educação Básica, em especial àqueles que exercem atividades custeadas com os recursos públicos destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação Fundeb e aos membros do Conselho de Acompanhamento e Controle Social destes recursos. Ressalte-se que a boa aplicação destes recursos produz resultados extraordinários, melhorando cada vez mais a qualidade da educação básica, proporcionando assim um maior desenvolvimento do município e, consequentemente, do país. Acrescente-se que o cumprimento da correta aplicação dos recursos destinados ao Fundeb repercute na obediência ao art. 212 da Constituição Federal, o qual prevê que os municípios devem aplicar o percentual mínimo de 25% da receita resultante de impostos, compreendida as provenientes de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. Desta forma, compete tanto aos que executam o controle interno na área da educação, como também aos membros do Conselho do Fundeb e ao Tribunal de Contas dos Municípios a observância da correta aplicação dos recursos. Observa-se, ainda, que o não cumprimento do limite constitucional de gastos com a educação incide na emissão de parecer prévio desfavorável sobre a Prestação de Contas de Governo, cabendo as penalidades, pelos atos irregulares praticados serem apontados, na Prestação de Contas de Gestão. É bem verdade que resultados expressivos favoráveis já foram constatados ao longo dos anos, entretanto as carências ainda são grandes, motivo pelo qual se faz necessário um acompanhamento efetivo destes recursos, para que não sejam desviados de sua destinação ou mesmo mal utilizados. Sala de aula Daí a importância e relevância desta cartilha, haja vista oferecer a toda sociedade uma contribuição que sirva como incentivo ao exercício da cidadania responsável. 9

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará 1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação foi criado pela Emenda Constitucional n.º 53 de 19/12/2006 e regulamentado pela Lei n.º 11.494, de 20 de junho de 2007 e pelo Decreto n.º 6.253/2007. A implantação do Fundo iniciou-se em 01/01/2007, com um prazo de vigência de 14 anos, que contados a partir da promulgação da citada lei tem o seu final previsto para 2020. Importante registrar que a Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, instrumento legal que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional define em seus artigos 70 e 71, respectivamente, as despesas que podem ser consideradas como manutenção e desenvolvimento de ensino e as que não podem. 2 O QUE É O FUNDEB? O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação é um fundo especial, de natureza contábil, formado por recursos dos três níveis da administração pública para promover o financiamento da educação básica no atendimento a educação infantil, o ensino médio e a educação de jovens e adultos. Portanto, pode-se dizer que é um mecanismo que agrupa receitas oriundas dos governos Federal, Estadual e Municipal destinando a aplicação destes recursos na garantia da educação básica a todo cidadão brasileiro, indistintamente. FUNDEB 10

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica 2.1 CARACTERÍSTICAS DO FUNDEB O Fundeb não dispõe de personalidade jurídica e, em conformidade com o inciso I do art. 60 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, sua natureza é apenas contábil. O Fundeb precisa ser inscrito no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ como estabelece o inciso X do art. 4 da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil n. 1.470 de 30/05/2014. É formado na quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios, vinculados à educação por força do disposto no art. 212 da Constituição Federal. 3 ORIGEM DOS RECURSOS DO FUNDEB Em cada Estado, o Fundo de Educação Básica é composto pelo percentual de 20% das seguintes receitas: Fundo de Participação dos Estados FPE; Fundo de Participação dos Municípios FPM; Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS; Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações IPI exp; Desoneração das exportações, de que trata a Lei Complementar n. 87/96 (Lei Kandir); Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações ITCMD; Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores IPVA; Cota parte de 50% do Imposto Territorial Rural ITR devida aos municípios; Dívida Ativa Tributária; Os juros e multas incidentes sobre estas receitas, e; Complementação da União (inciso I a IX e 1º e 2º do art. 3º da Lei nº 11.494/07). Receita / Dinheiro 11

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará Além desses recursos, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de recursos federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. Ressalta-se que o valor por aluno para o ano de 2015 é de R$ 2.576,36 (dois mil, quinhentos e setenta e seis reais e trinta e seis centavos). 3.1 Periodicidade dos créditos dos recursos nas contas do FUNDEB Os créditos nas contas específicas do Fundeb, de cada governo ocorrem na mesma periodicidade em que são creditados os valores das fontes mães (ICMS, FPE, FPM, IPIexp, ITRm, LC/87, IPVA e ITCMD) alimentadoras do Fundeb. O total repassado em um determinado mês, portanto, resulta da soma de todos os créditos realizados no decorrer daquele mês. A periodicidade dos créditos varia, em função da origem dos recursos que compõem o Fundo, ocorrendo da seguinte forma: Origens dos Recursos ICMS FPE, FPM, IPIexp e ITRm Desoneração de Exportações (LC 87/96) e Complementação da União IPVA e ITCMD Periodicidade do Crédito Semanalmente Decendialmente (De dez em dez dias) Mensalmente Calendário de cada Estado Em face da natureza das transferências dos recursos do Fundeb (repasses constitucionais) e da automaticidade dos créditos (sem necessidade de autorizações ou convênios), a regularidade é uma importante característica dos créditos realizados nas contas específicas do Fundo no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal. Isso faz com que os créditos ocorram, fielmente e sem atrasos, com a mesma periodicidade em que são creditados os valores das fontes mães (FPM, FPE, ICMS, IPIexp, LC 87/96, ITCMD, IPVA e ITR) alimentadoras do Fundeb, facilitando a programação e a utilização dos recursos, por parte dos Estados e Municípios. 4 OBJETIVOS DO FUNDEB O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica gerencia os recursos de forma a garantir o ingresso à Educação em seus três níveis (infantil, fundamental e médio), respeitando a prioridade de cada esfera de governo determinada na Constituição Federal. No caso dos Municípios, é o ensino fundamental e a educação infantil, como prescreve o 2 do art. 211 da CF/88. Encontram-se entre os objetivos do Fundeb: concorrer para a universalização da Educação Básica no país; 12

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica reduzir as desigualdades no financiamento da Educação Básica; melhorar a qualidade do ensino; valorizar os profissionais da Educação Básica. Qualidade do ensino 5 DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDEB Conforme o art. 8 da Lei n.º 11.494/2007 (lei do Fundeb), a distribuição dos recursos no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, dar-se-á na proporção do número de alunos matriculados nas redes de educação básica pública presencial e conveniada (pré-escola, creche e educação especial), observadas as áreas de atuação prioritária de cada esfera de governo. Serão considerados, para esse fim, os dados apurados no censo escolar mais atualizado, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP. Em relação às entidades conveniadas, destaque-se que o 3 do art. 8 da lei do Fundeb disciplina que será admitido, até 31/12/2016, o cômputo das matrículas das pré-escolas, comunitárias, confessionais ou filantrópicas, sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público e que atendam a crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos. 5.1 Censo Escolar O Censo Escolar é realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INEP/MEC, em parceria com os Governos Estaduais e Prefeituras Municipais que encaminham suas informações sobre a quantidade de matrículas existentes na Educação Básica, em seus diferentes níveis de ensino (infantil, fundamental e médio) e modalidades (ensino regular, educação especial, e educação de jovens e adultos). Os dados sobre as matrículas são levantados nos Municípios e consolidados por Estado nas Secretarias Estaduais de Educação. Após a consolidação é feita a publicação dos dados preliminares no Diário Oficial da União. 13

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará Os Estados e os Municípios têm 30 (trinta) dias para apresentarem recursos com vista à retificação dos dados do Censo que entenderem incorretos. Após este período os dados serão publicados em definitivo, passando a serem utilizados para cálculo dos coeficientes de distribuição dos recursos do Fundeb para o ano seguinte. 6 CONSELHO DO FUNDEB É um órgão colegiado, que executa o Controle Social, com a função principal de proceder ao acompanhamento, a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundeb, no âmbito de sua competência, como estabelece o art. 24 da Lei n.º 11.494/2007. O Conselho de acompanhamento do Fundeb deverá ter sido criado no âmbito de cada Estado e Município por meio de lei específica, conforme disciplina o 1º do art. 24 da lei do Fundeb. Em razão de exercer o controle social sobre a aplicação dos recursos destinados à Educação Básica, o Conselho não é uma Unidade Administrativa do Governo, devendo agir com independência e em harmonia com os órgãos da Administração Pública local, entretanto, o Poder Executivo deve oferecer ao Conselho a infraestrutura e o necessário apoio material e logístico para o desempenho de suas atribuições em virtude do que estabelece o art. 24, 10 da Lei n.º 11.494/2007. Atenção: O Conselho não é o gestor ou o administrador dos recursos do Fundeb. Seu papel é de supervisionar a aplicação dos recursos do Fundo, o Censo Escolar Anual e a proposta orçamentária anual. (caput e 9º do art. 24 da Lei nº 11.494/07). É importante destacar que: O trabalho dos Conselhos soma-se ao trabalho das outras instâncias de controle e fiscalização da gestão pública, portanto, não deve ser confundido com o Controle Interno ou Controle Externo. O controle exercido pelo Conselho é o controle direto da sociedade, por meio do qual se abre a possibilidade de apontar, às demais instâncias, falhas ou irregularidades eventualmente cometidas, para que as autoridades constituídas, no uso de suas prerrogativas legais, adotem as providências que cada caso venha a exigir. O Conselho do Fundeb atuará com autonomia, sem vinculação ou subordinação institucional ao Poder Executivo local e será renovado periodicamente ao final de cada mandato dos seus membros como dispõe o 7º do art. 24 da Lei n.º 11.494/2007. 14

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica O Presidente do Conselho será eleito por seus pares em reunião do Colegiado, sendo impedido de ocupar a função o Representante do Governo e o Gestor dos Recursos do Fundeb, conforme previsão no 6º art. 24 Lei n.º 11.494/2007,. 6.1 ATRIBUIÇÕES DOS CONSELHEIROS DO FUNDEB O trabalho dos Conselheiros é essencial para que o Conselho do Fundeb alcance seu objetivo de acompanhamento e controle dos recursos aplicados e realize o encaminhamento de situações que requeiram providências por parte do Poder Executivo ou dos órgãos de controle e fiscalização, sobretudo em casos que apontam falhas ou irregularidades eventualmente cometidas, para que as autoridades constituídas, no uso de suas atribuições legais e regimentais, adotem as providências que cada caso venha a exigir. Para isso, os conselheiros do Fundeb devem estar atentos para as seguintes atribuições inerentes ao cargo que ocupam: acompanhar e controlar a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundeb; supervisionar a realização do censo escolar; acompanhar a elaboração da proposta orçamentária anual, no âmbito de suas respectivas esferas governamentais de atuação; instruir, com parecer, as prestações de contas a serem apresentadas ao respectivo Tribunal de Contas. O referido parecer deve ser apresentado ao Poder Executivo respectivo até 30 dias antes do vencimento do prazo para apresentação da prestação de Contas ao Tribunal; acompanhar e controlar a execução dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar PNATE, verificando os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais relativos aos recursos repassados; responsabilizar-se pelo recebimento e análise da Prestação de Contas desses Programas, encaminhando ao Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação FNDE o Demonstrativo Sintético Anual da Execução Físico-Financeira, acompanhado de parecer conclusivo e, ainda, notificar o Órgão Executor dos Programas e o FNDE quando houver ocorrência de eventuais irregularidades na utilização dos recursos; informar-se sobre as transações de natureza financeira, principalmente a parcela destinada ao pagamento da remuneração dos profissionais do magistério, e; exigir o cumprimento do Plano de Carreira e Remuneração do Magistério; Conselheiros do FUNDEB 15

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará Ao exercerem suas atribuições, os Conselheiros do Fundeb estarão cumprindo com o estabelecido nos parágrafos 9º e 13º do artigo 24 e no Parágrafo único do artigo 27 da Lei n.º 11.494/2007. 6.2 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DO FUNDEB Segundo o artigo 24, 1º, IV, da Lei n.º 11.494/2007, os Conselhos Municipais do Fundeb devem ser compostos por, no mínimo, 9 (nove) membros, sendo: 2 (dois) representantes do Poder Executivo Municipal, dos quais pelo menos 1 (um) da Secretaria Municipal de Educação ou órgão educacional equivalente; 1 (um) representante dos professores da educação básica pública; 1 (um) representante dos diretores das Escolas Básicas Públicas; 1 (um) representante dos servidores técnico-administrativos das Escolas Básicas Públicas; 2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica pública; 2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública, um dos quais indicado pela entidade de estudantes secundaristas. Integrarão ainda os Conselhos Municipais do Fundeb, quando houver, 1 (um) representante do respectivo Conselho Municipal de Educação e 1 (um) representante do Conselho Tutelar. Embora exista o número mínimo de nove membros para a composição do Conselho do Fundeb, na legislação não existe limite máximo para esse número, devendo, entretanto, ser observada a paridade na distribuição das representações. Como os conselheiros são escolhidos? A escolha dos representantes dos diretores, pais de alunos e estudantes das escolas deve ser realizada em fóruns organizados pelos grupos ou entidades de classe que representam esses segmentos, em processo eletivo democrático que permita ampla e prévia publicidade aos interessados, como determina o art. 24, 3º, II, da Lei n.º 11.494/2007. Os representantes dos professores e servidores são indicados pelas respectivas entidades sindicais de acordo com o previsto no art. 24,, 3º, III, da Lei n.º 11.494/2007. Entretanto, inexistindo tais representações sindicais no âmbito do respectivo ente federado, recomendase o critério de processo eletivo para escolha desses representantes. As eleições e a indicação devem ocorrer 20 dias antes do término do mandato do Conselho Anterior. Os nomes dos eleitos/indicados, titulares e suplentes, devem ser comunicados, com antecedência ao término do mandato dos Conselheiros anteriores, ao Chefe do Poder Executivo para que, por ato oficial, sejam nomeados para o exercício das funções de Conselheiros. 16

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica Importa destacar que, as regras gerais da condução dos trabalhos de escolha dos novos Conselheiros devem estar previstas no Regimento Interno do Colegiado, de forma a garantir a isenção do processo eletivo. Os membros dos Conselhos de Acompanhamento e Controle do Fundeb terão mandato de, no máximo, 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução por igual período, em obediência ao disposto no 11 do art. 24, da Lei n. 11.494/2007. Ressalta o 6 do art. 24 da lei retrocitada, que o Presidente do Conselho do Fundeb será eleito por seus pares em reunião do colegiado, sendo impedido de ocupar a função de representante do governo gestor dos recursos do Fundo no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Conselheiros do FUNDEB Ainda acerca do Conselho de Acompanhamento e Controle do Fundeb, o 8 do art. 24 da Lei n. 11.494/2007 dispõe o seguinte: a atuação dos membros deste conselho não será remunerada; é considerada atividade de relevante interesse social; é assegurada isenção da obrigatoriedade de testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício de suas atividades de conselheiro, e sobre pessoas que lhes confiarem ou deles receberem informações, e; Quando os conselheiros forem representantes de professores e diretores ou servidores públicos, no curso do mandato é vedado: a) exoneração ou demissão do cargo ou emprego sem justa causa, ou transferência involuntária do local de trabalho; b) atribuição de falta injustificada ao serviço, em função das atividades do Conselho, e; c) afastamento involuntário e injustificado da condição de Conselheiro antes do término do mandato para o qual foi designado. 17

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará 6.3 IMPEDIMENTOS PARA SER UM CONSELHEIRO DO FUNDEB Menciona o 5 do art. 24 da Lei n. 11.494/07 que estão impedidos de integrar o conselho do Fundeb: cônjuge e parentes consanguíneos ou afins, até terceiro grau, do Presidente e do Vice-Presidente da República, dos Ministros de Estado, do Governador e do Vice-Governador, do Prefeito e do Vice-Prefeito, e dos Secretários Estaduais, Distritais ou Municipais; tesoureiro, contador ou funcionário de empresa de assessoria ou consultoria que prestem serviços relacionados à administração ou controle interno dos recursos do Fundo, bem como cônjuges, parentes consangüíneos ou afins, até terceiro grau, desses profissionais; estudantes que não sejam emancipados; e pais de alunos que: a) exerçam cargos ou funções públicas de livre nomeação e exoneração no âmbito dos órgãos do respectivo Poder Executivo gestor dos recursos; ou b) prestem serviços terceirizados, no âmbito dos Poderes Executivos em que atuam os respectivos Conselhos. Impedimento dos conselheiros 6.4 ATUAÇÃO DOS CONSELHEIROS DO FUNDEB No exercício de suas atribuições, os Conselheiros, ao verificar irregularidades na utilização dos recursos do Fundeb, devem agir, procedendo da seguinte forma: reunir elementos que possam esclarecer a falha ou a ilegalidade praticada e, com base nesses argumentos, formalizar pedido de providências ao responsável, a fim de sanar o problema no âmbito do próprio Executivo; procurar os Vereadores para que estes, por via de negociação e/ou adoção de providências formais, busquem a solução junto ao Responsável; recorrer ao Ministério Público (Promotor de Justiça) e ao Tribunal de Contas para apresentar o problema, fundamentando sua ocorrência e juntando os elementos comprobatórios disponíveis. 18

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica Quando o Conselho do Fundeb não atua, a sociedade deve comunicar ao Ministério Público (Promotor de Justiça) para que este possa buscar a solução aplicável ao problema, bem como manter contato com o Tribunal de Contas dos Municípios, tendo em vista a competência deste Órgão em fiscalizar os recursos públicos. 7 PRESTAÇÃO DE CONTAS DO FUNDEB As prestações de contas devem seguir os procedimentos adotados pelos Tribunais de Contas competentes, observando a regulamentação aplicável, e deverão ser instruídas com parecer do Conselho Responsável (caput e parágrafo único do art. 27 da Lei n. 11.494/07). Quando o Fundeb não for considerado um fundo especial, criado por lei local, e assim não sendo considerado um órgão da estrutura administrativa, a prestação de contas dos recursos do Fundeb deve integrar a prestação de contas anual dos órgãos aplicadores dos recursos. A prestação de contas deve ser apresentada pelo Secretário ou Gestor dos recursos vinculados à educação. O ato designando responsabilidade ao Secretário de Educação ou Gestor dos recursos vinculados à educação deverá ser publicado na imprensa oficial e encaminhado ao Tribunal de Contas. A Prestação de Contas pode ocorrer em três momentos: mensalmente ao Conselho do Fundeb, por meio do envio da documentação, e ao Tribunal de Contas dos Municípios, por meio do Sistema de Informações Municipais - SIM; bimestralmente ao Tribunal de Contas dos Municípios através do Relatório Resumido da Execução Orçamentária; anualmente ao Conselho do Fundeb e ao Tribunal de Contas dos Municípios. 19

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará 8 CAMPO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDEB O campo de aplicação dos recursos do Fundeb é nas ações de manutenção e desenvolvimento da educação pública básica que compreende a educação infantil, o ensino fundamental, o Ensino Médio, a Educação Especial e a educação de Jovens e Adultos dentro das áreas de atuação. Ressalte-se que os 2 e 3 do art. 211 da Constituição Federal disciplinam as prioridades de atuação da seguinte forma. Portanto, com a implantação do Fundeb os recursos aplicados passaram a atender não só o ensino fundamental, como também a Educação Infantil, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos. Assim, é possível verificar que o Fundeb proporciona a garantia da Educação Básica a todos os brasileiros, da creche ao final do Ensino Médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação em sua infância e nas modalidades regular e especial. Outro ponto importante, em relação à aplicação dos recursos do Fundeb, relaciona-se com o princípio da anualidade do orçamento, em conformidade com o art. 21 da Lei n. 11.494/07, que estabelece que os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios no exercício financeiro em que lhes forem creditados, obrigatoriamente em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública. 20

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica EDUCAÇÃO BÁSICA NÍVEIS EDUCAÇÃO INFANTIL 0 5 ANOS CRECHE 0 3 ANOS PRÉ-ESCOLAR 4 5 ANOS ENSINO FUNDAMENTAL 9 ANOS 6 14 ANOS EDUCAÇÃO BÁSICA MODALIDADES ENSINO MÉDIO 3 ANOS 15 17 ANOS JOVENS E ADULTOS REGULAR ESPECIAL 9 SALDOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS Os eventuais saldos de recursos financeiros disponíveis nas contas específicas do Fundeb, cuja perspectiva de utilização seja superior a quinze dias, deverão ser aplicados em operações financeiras de curto prazo ou de mercado aberto, junto à instituição financeira responsável pela movimentação dos recursos, de modo a preservar seu poder de compra, conforme previsto no art. 20 da lei do Fundeb. 10 CONTA BANCÁRIA DO FUNDEB Os recursos financeiros são transferidos aos Estados e Municípios por meio do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, sendo os recursos creditados automaticamente na conta única e específica vinculada ao Fundo, de conformidade com o disciplinamento contido nos arts. 16 e 17 da Lei n. 11.494/07. 21

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará Caso seja necessário alteração do número da conta depositária do Fundeb no Banco do Brasil, deve-se acionar a agência em que é mantida a conta a ser alterada, além de comunicar a todos os órgãos de controle de tais recursos. Embora a legislação federal não trate da possibilidade de ser criado um desdobramento desta conta, isto pode ocorrer, desde que as características da exclusividade do crédito e movimentação financeira sejam mantidas na nova conta aberta. Se o Estado ou o Município descumprirem esta determinação, poderão ocorrer, por exemplo, as seguintes anormalidades: dinheiro ser creditado em conta do Tesouro Estadual/Municipal e os recursos serem aplicados irregularmente; dificuldade de se acompanhar a execução da despesa; em caso de aplicação financeira, o rendimento ser utilizado indevidamente.. 11 DESTINAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDEB Define o art. 22 da Lei n. 11.494/07, que dos recursos anuais totais destinados ao Fundeb, no mínimo, 60% (sessenta por cento) serão destinados ao pagamento da remuneração dos Profissionais do Magistério da Educação Básica em efetivo exercício na rede pública. O restante dos recursos deverá ser aplicado em outras despesas com a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino na Educação Básica Pública (máximo de 40% quarenta por cento). 22

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica 12 QUEM SÃO OS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO? São considerados profissionais do magistério, segundo o inciso II do parágrafo único do art. 22 da Lei do Fundeb, os docentes (professores) em efetivo exercício, bem como os profissionais que exercem atividades de suporte pedagógico. Para a aplicação do inciso II do parágrafo único do art. 22 da Lei n. 11.494/07, em conformidade com o art. 1 da Resolução n. 1 de 27/03/2008 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, são considerados profissionais do magistério aqueles que tiverem seu ingresso mediante concurso público específico e, excepcionalmente, contratação ou designação de acordo com legislação e normas que regem o respectivo sistema de ensino. São eles: os docentes da Educação Básica, nas etapas da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, habilitados em Curso Normal de Nível Médio, em Curso Normal Superior e em Curso de Pedagogia, assim como em programa especial devidamente autorizado pelo respectivo sistema de ensino; os docentes da Educação Básica, nas etapas dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, habilitados em cursos de Licenciatura Plena e em Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes; os docentes da Educação Básica, de componentes profissionalizantes do Ensino Médio integrado com a Educação Profissional Técnica de Nível Médio; os docentes habilitados em cursos de Licenciatura Plena e em Programas Especiais de Formação Pedagógica de Docentes; os docentes pós-graduados em cursos de especialização para a formação de docentes para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, estruturados por área ou habilitação profissional; os docentes graduados bacharéis e tecnólogos com diploma de Mestrado ou Doutorado na área do componente curricular da Educação Profissional Técnica de Nível Médio; integra ainda o magistério da Educação Básica, na modalidade de Educação Especial, para alunos com deficiência auditiva e da fala, além do licenciado, o docente Instrutor de LI- BRAS Língua Brasileira de Sinais. São considerados profissionais que exercem atividades de suporte pedagógico, direto ao exercício da docência, tais como: 23

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará direção ou administração escolar; planejamento; inspeção; supervisão; orientação educacional, e; coordenação pedagógica. 13 O QUE PODE SER PAGO A TÍTULO DE REMUNERAÇÃO? Pode ser pago aos profissionais do magistério da educação básica, a título de remuneração, com a parcela de no mínimo 60% do Fundeb, o somatório de todos os pagamentos devidos, em decorrência do efetivo exercício em cargo, emprego ou função, integrantes da estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, Distrito Federal ou Município, conforme o caso, inclusive os encargos sociais incidentes. Fazem parte dos gastos incluídos no somatório da remuneração, os seguintes: salários ou vencimentos; 13º Salário (proporcional ou não); 1/3 de adicional de férias; férias vencidas, proporcionais ou antecipadas; licenças: gestante ou paternidade, para tratamento de saúde, prêmio, quando as despesas referentes a esses pagamentos continuam sob a responsabilidade financeira do empregador (órgão público); gratificações prevista em leis; horas extras; aviso prévio; gratificações pelo exercício de cargos ou função de direção ou chefia; salário-família, e; encargos sociais (Previdência e Fundo de Garantia por Tempo de Serviços) devidos pelo empregador. 24

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica A remuneração paga aos profissionais do magistério e aos que exercem atividades de suporte pedagógico, com a parcela dos 60% do Fundeb, independe do valor pago, da data, da forma de pagamento (crédito em conta bancária, cheque nominativo ou em espécie, mediante recibo), da vigência da contratação (permanente ou temporária, inclusive para fins de substituição eventual de profissionais que se encontrem, legal e temporariamente afastados), do regime ou vínculo de emprego (celetista ou estatutário), observada sempre a Legislação Federal que trata da matéria e as Legislações Estadual e Municipal, particularmente o respectivo Plano de Carreira e Remuneração do Magistério. Importante ressaltar que fazem parte do grupo dos profissionais do magistério todos os profissionais da educação básica pública, sem distinção entre professor do ensino regular, professor de jovens e adultos, da educação especial, e da educação indígena ou quilombola, observando sempre se estes estão atuando efetivamente na educação básica pública nos respectivos âmbitos de atuação prioritária de cada Estado e Municípios prevista nos 2 e 3 do art. 211 da Constituição Federal. 14 O QUE PODE SER PAGO COM A PARCELA DE 40% DOS RECURSOS DO FUNDEB? Após destacada a parcela referente ao pagamento da remuneração dos profissionais do magistério e daqueles que exercem atividades de suporte pedagógico, equivalente ao mínimo de 60% dos recursos destinados ao Fundeb, o restante dos recursos, correspondente ao máximo de 40% do Fundeb, poderá ser utilizado na cobertura das demais despesas consideradas como de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, previstas no art. 70 da Lei das Diretrizes da Educação, observando-se os respectivos âmbitos de atuação prioritária dos Estados e Municípios. Esse conjunto de despesas compreende: remuneração e aperfeiçoamento de demais profissionais da Educação, alcançados nesta classificação os profissionais da educação básica que atuam no âmbito do respectivo sistema de ensino, sejam nas escolas ou nos demais órgãos integrantes do sistema de ensino, e que desenvolvem atividades de natureza técnico-administrativa, com ou sem cargo de direção ou chefia, como, por exemplo: o auxiliar de serviços gerais, auxiliar de administração, secretárias de escolas, bibliotecários, serventes, merendeiras, nutricionista, vigilante, porteiro e estagiários administrativos. Encontram-se incluídos ainda nesta modalidade os gastos alusivos à habilitação dos professores leigos e a capacitação dos profissionais da educação por meio de programas de formação continuada; aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino, sendo alcançado por esta definição as despesas com: compra de equipamentos diversos, necessários e de uso voltado para o atendimento exclusivo das 25

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará necessidades do sistema de ensino público (carteiras escolares, mesas, armários, projetores, computadores, impressoras etc.); manutenção dos equipamentos existentes (máquinas, móveis, equipamentos eletro-eletrônicos e telemática etc), mediante aquisição de produtos/serviços necessários ao funcionamento desses equipamentos, como tintas, tôneis, óleos, energia elétrica etc.), realização de consertos diversos (reparos, recuperações, reformas, reposição de peças, revisões etc.); ampliação, construção (terreno e obra) ou conclusão de escolas e outras instalações físicas de uso exclusivo do sistema de ensino; conservação e reforma, total ou parcial, das instalações físicas do sistema de ensino (prédios, poços, muros, quadras de esporte) por meio dos serviços de limpeza, rede elétrica, hidráulica, estrutura interna, pintura, cobertura, pisos, grades e vigilância, aquisição de material de limpeza, de higienização de ambientes, desinfetantes, ceras de polimento, utensílios usados na limpeza e conservação, como vassouras, rodos, escovas etc; Construção ou reformas de escolas uso e manutenção de bens imóveis vinculados ao ensino, tais como: aluguel de imóveis e de equipamentos; aluguel de veículos; conservação das instalações físicas do sistema de ensino prioritário dos entes federados; aquisição de produtos consumidos na manutenção dos bens; despesas com serviços de energia elétrica, água e esgoto, serviços de comunicação etc; uso e manutenção de bens vinculados ao ensino, sendo caracterizadas neste item as despesas com o uso de quaisquer bens utilizados no sistema de ensino (locação de prédio para funcionamento de uma escola) e com a manutenção do bem utilizado, tanto na aquisição de produtos consumidos nesta manutenção; levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino, sendo inseridas nessa rubrica as despesas com levantamentos estatísticos (sobre alunos, professores, escolas etc.), estudos e pesquisas (estudo sobre gastos com educação sobre custo aluno, por série da educação básica etc.), 26

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica visando ao aprimoramento da qualidade e à expansão do atendimento na educação básica; realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento do ensino, sendo classificadas nesta rubrica as despesas inerentes ao custeio das diversas atividades relacionadas ao adequado funcionamento da educação básica, dentre as quais podem ser destacados: serviços diversos (de vigilância, de limpeza e conservação, dentre outros), aquisição do material de consumo (papel, lápis, canetas, grampos, colas, fitas adesivas, cartolinas, água, produtos de higiene e limpeza, etc.) utilizado nas escolas e demais órgãos do sistema de ensino; amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos itens anteriores; aquisição de material didático-escolar e de suporte pedagógico, bem como a manutenção de transporte escolar, sendo consideradas nesta classificação as despesas com: aquisição de materiais didático-escolares diversos, destinados ao uso coletivo nas escolas (material desportivo utilizado nas aulas de educação física, por exemplo) ou individual dos alunos, seja a título de empréstimo (como é o caso do acervo da biblioteca da escola, composta de livros, atlas, dicionários, periódicos etc.), seja para fins de doações aos alunos carentes (exemplo: lápis, borrachas, canetas, cadernos, livros, cartolinas, colas etc.); Transporte Escolar aquisição de veículos escolares para o transporte de alunos da educação básica devidamente equipados e identificados como de uso específico para este transporte, em observância ao disposto no Código de Trânsito Brasileiro (categoria aluguel e itens de segurança e remuneração do motorista, além de manutenção desses veículos com combustíveis, óleos lubrificantes, consertos, revisões, reposição de peças, serviços mecânicos etc. Conforme disposto na Resolução/FNDE n.º 45, de 20/11/2013, art. 4º, os veículos escolares poderão ser utilizados, também, para o transporte de estudantes da zona urbana e da educação superior, conforme regulamentação a ser expedida pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, desde que não haja prejuízo ao atendimento dos estudantes residentes na zona rural e matriculados nas escolas das redes públicas de ensino básico. recursos destinados às escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, sem fins lucrativos e conveniadas com o poder público. 27

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará 15 O QUE NÃO PODE SER PAGO COM A PARCELA DE 40% DOS RECURSSOS DO FUNDEB? De conformidade com o art. 23 da Lei do Fundeb, combinado com o art. 71 da Lei n. 9.394/96 (Lei de Diretrizes Básicas da Educação), não constitui despesas de manutenção e desenvolvimento, tampouco podem ser pagas com recursos originários da Transferência do Fundeb, aquelas realizadas com: pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão (pesquisas políticas, eleitorais ou destinadas a medir a popularidade dos governantes, ou, ainda, de integrantes da administração; pesquisa com finalidade promocional ou de publicidade da administração ou de seus integrantes.); subvenção ou qualquer outro tipo de apoio financeiro ou não, a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo, cultural ou outras com fins lucrativos desvinculadas do ensino (distribuição de cestas básicas, financiamento de clubes ou campeonatos esportivos, manutenção de festividades típicas/folclóricas do Município.); formação de quadros especiais, para administração pública, sejam militares ou civis, a exemplo da contratação ou pagamento de pessoal que auxilie na segurança dos estabelecimentos educacionais, inclusive diplomáticos; programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social (mantimentos para alimentação escolar, pagamento de tratamentos de saúde de quaisquer especialidades, inclusive medicamentos; programas assistenciais aos alunos e seus familiares); obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar, a exemplo de pavimentação, pontes, viadutos ou melhoria de vias para acesso à escola, implantação da rede de água e esgoto do bairro onde se localiza a escola e iluminação de ruas em frente ou no trajeto até as escolas; pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino; garantia ou contrapartida de operações de crédito, internas ou externas, contraídas pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios que não se destinem ao financiamento de projetos, ações ou programas considerados como ação de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica. Também as despesas a seguir citadas não são possíveis de ser pagas com recursos do Fundeb: 28

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica Despesas com lanches pagamento de servidores inativos; despesas referentes a exercícios anteriores; ações de ensino médio e do ensino superior realizadas pelos municípios; despesas não vinculadas à Unidade Educacional, como construção de museu, centro cultural ou comunitário, quadra poliesportiva que não tiverem uso exclusivo dos alunos, bibliotecas públicas; gastos com rádio e televisão que não sejam referentes à veiculação de programas educacionais; propaganda ou qualquer outra forma de divulgação da administração pública, exceto aquelas relacionadas ao ensino básico, cuja publicidade e divulgação são obrigatórias para os atos de gestão do ensino básico, por força de lei; despesas com desapropriação de áreas de acesso às escolas; despesas com manifestação religiosa; gastos com confraternização e coquetel; despesas com lanches, exceto quando previstos na realização de eventos de qualificação e aperfeiçoamento de profissionais da educação; atividades culturais, folclóricas ou recreativas, exceto, quando destinadas a atividades pedagógicas integrantes do sistema de ensino; pagamento de fonoaudiólogo e psicopedagogo quando a atuação desses profissionais for dispensável ao processo do ensino-aprendizagem dos alunos; despesas com aquisição de instrumentos musicais para fanfarras ou bandas escolares; despesas com aquisição e distribuição de uniformes escolares. 29

Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará 16 EFETIVO EXERCÍCIO O efetivo exercício significa, conforme prevê o inciso III do art. 22 da Lei n. 11.494/07, a atuação efetiva do desempenho das atividades de magistério na rede pública (docência e suporte pedagógico direto) associada à sua regular vinculação contratual, temporária ou estatutária, com o ente governamental que o remunera. Portanto, o exercício efetivo é caracterizado: - pela existência do vínculo definido em contrato próprio celebrado de acordo com a legislação disciplinadora da matéria; e - pela atuação de fato do profissional na educação básica pública. Os afastamentos temporários eventuais previstos em lei, com ônus para o empregador (licença gestante, paternidade, licença para tratamento de saúde, luto, casamento etc), não caracterizam suspensão ou ausência da condição do efetivo exercício, haja vista não implicar em rompimento da relação jurídica existente. A cessão dos profissionais do magistério, com ônus para o município, para as instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, também, não caracteriza suspensão ou ausência da condição do efetivo exercício. 17 ABONO É a forma de pagamento a ser utilizada quando o total da remuneração do conjunto dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública não alcançar o mínimo exigido de 60% do Fundeb. Deve ser adotado em caráter provisório e excepcional, em situações especiais e eventuais, portanto, não tem caráter permanente. O pagamento em caráter permanente pode ensejar no futuro que estas cifras sejam incorporadas à remuneração dos servidores beneficiados, por se caracterizar, à luz da legislação trabalhista, um direito decorrente do caráter contínuo e regular. Portanto, se no Município estiver ocorrendo sobras expressivas, com frequência, dos recursos dos 60% do Fundeb no final do exercício, significa que o Plano de Carreira e Remuneração do Magistério ou a Tabela de Salários/Vencimentos está necessitando de revisão ou atualização. Os critérios para concessão dos abonos devem ser definidos em instrumento legal no âmbito da Administração local, estabelecendo o valor, a forma de pagamento e demais parâmetros, de forma clara e objetiva, garantindo a transparência e a legalidade dos procedimentos. Os abonos concedidos aos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública ocorrem normalmente no final do ano, entretanto, não se pode afirmar previamente que isso aconteça. 30

Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. BRASIL. Emenda Constitucional n.º 53. Dá nova redação aos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 2006. BRASIL. Lei 9.394. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB). 1996. BRASIL. Lei n 10.172. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. PNE. 2001. BRASIL. Lei n 11.274. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade.2006. BRASIL. Lei n 11.494. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB. 2007. BRASIL. Medida Provisória nº 339. Regulamenta o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e dá outras providências. 2006. BRASIL. Resolução n 1. Define os profissionais do magistério para efeito da aplicação do art. 22 da Lei n 11.494/2007, que regulamenta o Fundo de manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB. Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. 2008. BRASIL. Resolução n 45. Dispõe sobre os critérios para a utilização de veículos de transporte escolar adquiridos no âmbito do Programa Caminho da Escola. 2013. BRASIL. Instrução Normativa da Receita Federal n 1.470. Dispõe sobre o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). 2014. PERNAMBUCO. TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Cartilha do FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, Pernambuco, 2007. FNDE. FUNDO NACIONAL DE DESNVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Perguntas e Respostas do Fundeb. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br>. Acesso em: 26 fev. 2015. RIO DE JANEIRO. TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. Orientações para o Fundeb, Rio de Janeiro, 2008. 31