NORMA TÉCNICA NT 01/2009 GERENCIAMENTO DE RISCO NO ESTADO DA BAHIA



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Transcrição:

Salvador, Bahia Terça-feira 11 de agosto de 2009 Ano XCIII N o 20.053 RESOLUÇÃO CEPRAM Nº 3.965 DE 30 DE JUNHO DE 2009. O CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - CEPRAM, no uso de suas atribuições, tendo em vista o que consta no Processo Nº 1420090010258, RESOLVE: Art. 1º - Aprovar a Norma Técnica NT- 01/2009 e seus Anexos, que dispõe sobre o Gerenciamento de Risco no Estado da Bahia. Art. 2º - Os casos omissos nesta norma serão resolvidos pelo CEPRAM. Art. 3º - A íntegra desta Resolução estará disponível no site www.meioambiente.ba.gov.br/cepram Art. 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Juliano Sousa Matos - Presidente 1.0 OBJETIVO NORMA TÉCNICA NT 01/2009 GERENCIAMENTO DE RISCO NO ESTADO DA BAHIA Esta norma estabelece os critérios de exigibilidade e fornece subsídios para a elaboração de um Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) para empreendimentos implantados ou em implantação, no estado da Bahia, com o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes capazes de causar danos a: pessoa, instalação e/ou meio-ambiente. 2.0 APLICABILIDADE Estão sujeitos às exigências desta norma os empreendimentos e as atividades, passíveis de licenciamento ambiental, que processam, produzem, armazenam ou, de alguma forma, utilizam as substâncias perigosas que se enquadram nos critérios estabelecidos no Anexo I, bem como aqueles que realizam o transporte das mesmas por dutos. Esta norma não se aplica a unidades nucleares nem a estações de tratamento de substâncias e materiais radioativos, instalações militares ou atividades de extração de minérios, uma vez que se trata de empreendimentos regidos por legislações específicas aplicadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Ministério do Exército e Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), respectivamente. 3.0 SUPORTE LEGAL O suporte legal específico desta norma é o Art. 26 do Regulamento da Lei nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006, aprovado pelo Decreto Nº 11.235 de 10 de outubro de 2008, que prevê o estabelecimento de critérios para apresentação ao órgão ambiental de um plano de gerenciamento de risco e minimização das conseqüências de emissões acidentais de substâncias perigosas para o ambiente externo.

4.0 DOCUMENTOS E NORMAS DE REFERÊNCIA Os seguintes documentos nacionais e internacionais foram consultados para a elaboração da presente norma e poderão ser utilizados em complementação e apoio à aplicação desta norma, desde que não conflitem com os seus dispositivos. 1. Norma Técnica CETESB P4.261 Manual de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análises de Riscos Maio 2003; 2. Errata da Norma Técnica CETESB P4.261, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo - Caderno Executivo I (Poder Executivo, Seção I), do dia 19/04/2008, página número: 35, que contempla a substituição de parte da tabela do ANEXO C Relação entre as quantidades de Substâncias Tóxicas e Distâncias Seguras, referente à substância amônia; 3. Manual de Análise de Riscos Industriais - FEPAM N.º 01/01 - Março/2001; 4. Instrução Técnica para elaboração de Estudo de Análise de Risco para Instalações Convencionais - FEEMA/RJ; 5. Instrução Técnica para elaboração de Estudo de Análise de Risco para Dutos - FEEMA/RJ; 6. Resolução CONAMA N 237 de 19/12/1997, que dispõe sobre Aspectos de Licenciamento Ambiental; 7. Organização Internacional do Trabalho (OIT), Convenção sobre a prevenção de acidentes industriais maiores (Convenção 174); 8. NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards, Department of Health and Human Services - Centers for Disease Control and Prevention - National Institute for Occupational Safety and Health, September 2007; 9. Emergency Response Guidebook 2008 Transport Canada, U.S. Department of Transportation and Secretariat of Communications and Transport of Mexico; 10.Portaria CRA Nº 5210, de 15 de fevereiro de 2005, que concedeu Renovação da Licença de Operação ao COFIC - Comitê de Fomento Industrial de Camaçari; 11.Environmental Protection Agency (EPA), 40 CFR, Part 355, Emergency Planning and Notification; 12.Environmental Protection Agency (EPA), 40 CFR, Part 68, Chemical Accident Prevention Provisions; 13.EPA, Technical Guidance for Hazard Analysis Extremely Hazardous Substances (1987); - Emergency Planning for 14.Organization for Safety and Health Administration (OSHA), 29 CFR, 1910.119 Process Safety Management of Highly Hazardous Chemicals; 1

15.Department of Transportation (DOT), 49 CFR, Part 192 Transportation of Natural and Other Gas by Pipeline: Minimum Federal Safety Standards; 16.Department of Transportation (DOT), 49 CFR, PART 195 Transportation of Hazardous Liquids by Pipeline; 17.Sax, N. Irving and Richard J. Lewis, Sr. Dangerous properties of industrial materials, Van Nostrand Reinhold Company 7 th ed., 1988. 5.0 DEFINIÇÕES Para os efeitos desta Norma Técnica são adotadas as seguintes definições: Acidente Um evento indesejável envolvendo substâncias perigosas, que resulta em dano a: pessoa, instalação e/ou meio ambiente. ALARP - (As Low As Reasonably Practible Tão Baixo Quanto Razoavelmente Praticável) Significa uma região intermediária entre os limites de aceitabilidade estabelecidos no estudo de Análise Quantitativa de Risco, onde os riscos devem ser reduzidos, mas as medidas de redução devem ser implementadas, somente se, os seus custos não forem excessivamente altos ou as medidas forem consideradas tecnicamente viáveis. Análise de Perigos e Operabilidade (HAZOP Hazard and Operability Analysis) É uma técnica qualitativa para identificação de perigos, projetada para estudar possíveis desvios (anomalias) de projeto ou na operação de uma instalação. Análise de riscos Consiste no desenvolvimento de uma estimativa qualitativa ou quantitativa do risco de um determinado empreendimento ou atividade, com base em uma avaliação de engenharia, utilizando técnicas específicas para identificação dos possíveis cenários de acidente, suas frequências e consequências associadas. Análise de Vulnerabilidade A Análise de Vulnerabilidade consiste em um conjunto de modelos e técnicas usados para estimativa das áreas vulneráveis potencialmente sujeitas aos efeitos danosos de liberações acidentais de substâncias perigosas ou energia de forma descontrolada. Estas liberações descontroladas provocam os chamados efeitos físicos dos acidentes (sobrepressão, fluxo térmico e nuvens de gases tóxicos) que potencialmente podem causar danos a: pessoas, instalações ou meio ambiente. Análise Preliminar de Perigo (APP) ou APR (Análise Preliminar de Risco) É uma técnica qualitativa estruturada para identificar os possíveis cenários de acidente em uma dada instalação, classificando-os de acordo com categorias pré-estabelecidas de risco a partir da sua frequência de ocorrência e de sua severidade. Medidas para redução dos riscos da instalação podem ser propostas e o novo risco do cenário pode ser avaliado. AQR - Análise Quantitativa de Riscos Análise técnica com o objetivo de quantificar o risco de determinado empreendimento ou atividade, a partir da estimativa da frequência de ocorrência e das possíveis 2

consequências em termos de fatalidades às comunidades expostas, considerando os cenários identificados através de uma APP ou HAZOP. Área Vulnerável Área geográfica potencialmente sujeita a ser atingida pela extensão dos efeitos adversos provocados por um acidente. A abrangência dessa área é determinada pela Análise de Vulnerabilidade. Auditoria Processo sistemático e documentado para obter evidência e determinar se as atividades e resultados relacionados estão em conformidade com as medidas planejadas, e se estas estão implementadas efetivamente e são adequadas para atender a política e aos objetivos da organização. BLEVE Do original inglês Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion. Fenômeno decorrente da explosão catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele contido atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica com projeção de fragmentos e de expansão adiabática. Curva FxN Curva referente ao risco social, é a representação gráfica da relação entre a frequência acumulada de acidentes pelo número de fatalidades. Curva Iso-Risco Curva referente ao risco individual determinada pela união de todos os pontos com os mesmos valores de risco de uma mesma instalação industrial. Também conhecida como contorno de risco. Desvios Anomalias de projeto ou na operação de uma instalação. Duto Qualquer tubulação, incluindo seus equipamentos e acessórios, destinada ao transporte de petróleo, derivados ou de outras substâncias químicas perigosas, situada fora dos limites de áreas industriais. Efeito dominó Evento decorrente da sucessão de outros eventos parciais indesejáveis, cuja magnitude global é o somatório dos eventos individuais. Emergência Toda ocorrência anormal, que foge ao controle de um processo, sistema ou atividade, da qual possam resultar danos a pessoas, ao meio ambiente, a equipamentos ou ao patrimônio próprio ou de terceiros, envolvendo atividades ou instalações industriais. Fator de perigo (FP) O fator de perigo é definido como o quociente entre a Maior Massa Liberada Acidentalmente (MMLA) e a Massa da Referência (MR). FP = MMLA MR 3

Fator de distância (FD) É a relação entre a menor distância (distância(m)) entre o ponto de liberação e o ponto onde estão localizados os recursos vulneráveis e a distância de referência (50 metros). FD = distância (m) 50 Frequência Número de ocorrências de um evento por unidade de tempo. Gerenciamento de riscos Processo de controle de riscos compreendendo a formulação e a implantação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos, bem como manter uma instalação operando dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil. IDLH (Immediately Dangerous to Life and Health) (Imediatamente perigoso para a vida e para a saúde - IPVS), valor que representa a máxima concentração de substância no ar à qual pode se expor uma pessoa por 30 minutos sem danos irreversíveis. Incidente Evento indesejável que poderia resultar em um prejuízo ou dano. Inspeção Método para detecção e correção de perdas potenciais, antes de sua ocorrência, cujos focos são máquinas, equipamentos, materiais, estruturas ou áreas que podem resultar em problemas quando desgastadas, danificadas, mal utilizadas ou empregadas. Investigação de Incidente e Acidente É uma avaliação baseada nas evidências coletadas onde uma equipe usa um método para determinar as causas de um incidente ou acidente e buscar o estabelecimento de medidas para evitar sua reincidência. Maior Massa Liberada Acidentalmente (MMLA) É a maior massa (em kg) de uma substância perigosa que pode ser liberada, acidentalmente, de um determinado sistema dentro da atividade. Massa de Referência (MR) Massa de Referência é a menor quantidade (em kg) de uma substância perigosa capaz de causar danos a uma certa distância do ponto de liberação. Mudança Alteração permanente ou temporária em relação a uma referência previamente estabelecida que modifique os riscos ou altere a confiabilidade dos sistemas. P&ID - Diagrama de instrumentação e tubulações (P&ID) Representação esquemática de todas as tubulações, vasos, válvulas, filtros, bombas, compressores, entre outros, do processo. Os P&ID mostram todas as linhas de processo, linhas de utilidades e suas dimensões, além de indicar também o tamanho e especificação das tubulações e válvulas, incluindo toda a instrumentação da instalação. 4

Perigo Propriedade ou condição inerente de uma substância ou atividade capaz de causar danos a pessoas, a propriedades ou ao meio ambiente. Plano de Contingência Conjunto de procedimentos e ações que visam à integração dos diversos planos de emergências setoriais, bem como a definição dos recursos, materiais e equipamentos complementares para a prevenção, controle e combate à emergência. Plano de Emergência Conjunto de medidas que determinam e estabelecem as responsabilidades setoriais e as ações a serem desencadeadas imediatamente após um acidente, bem como definem os recursos humanos, materiais e equipamentos adequados à prevenção, controle e combate à emergência. Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) Aplicação sistemática de políticas de gerenciamento, procedimentos e práticas de análises, avaliação e controle dos riscos para empreendimentos que processam, produzem, armazenam ou, de alguma forma, utilizam as substâncias perigosas, ou que realizam o transporte das mesmas por dutos, com o objetivo de proteger os funcionários, o público em geral, o meio ambiente e as instalações, evitando a interrupção do processo. Público externo Também denominado população externa é a população de empreendimentos vizinhos e comunidades externas ao empreendimento em estudo. Público interno Também denominado população interna - refere-se aos funcionários e contratados do próprio empreendimento que está sendo analisado. Recomendação É uma ação de redução de risco proposta para cenários classificados como Moderado ou Não-Aceito, sendo obrigatória sua implementação. Risco Medida da capacidade da relação entre probabilidade e conseqüência de um perigo se transformar em um acidente. Risco individual Risco individual é a frequência anual esperada de morte devido a acidentes, com origem em um empreendimento ou atividade, para uma pessoa situada em um determinado ponto nas proximidades do mesmo. Risco social Risco de um determinado número de pessoas da comunidade local sofrer danos decorrentes de ocorrências acidentais em um empreendimento ou atividade. 5

Sistema É o conjunto de subsistema onde existe a possibilidade de liberação acidental de uma mesma substância perigosa em condição física semelhante (gasosa ou líquida); não sendo necessária a mesma condição operacional para esta substância perigosa. Subsistema Subsistema é qualquer grupo de equipamentos e/ou linhas interconectados, que sejam seguramente isoláveis e que tenham condições operacionais semelhantes, que possam liberar acidentalmente uma substância perigosa. Um subsistema seguramente isolável é aquele que é limitado por válvulas de bloqueio que possam ser acionadas de forma segura. Substância Perigosa É toda substância que atende aos critérios de periculosidade estabelecidos no Anexo I desta Norma. Sugestão É uma ação de redução de risco proposta para cenários classificados como Aceito, não sendo obrigatória sua implementação. 6.0 OBRIGATORIEDADE Ficam obrigados à elaboração do Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) todos os empreendimentos e atividades, passíveis de licenciamento ambiental, que processam, produzem, armazenam ou, de alguma forma, utilizam as substâncias perigosas que se enquadram nos critérios estabelecidos no Anexo I, bem como aqueles que realizam o transporte das mesmas por dutos. 6.1 ÍNDICE DE RISCO 6.1 ÍNDICE DE RISCO O conteúdo do PGR a ser elaborado será definido pelo Índice de Risco (IR) calculado para cada substância perigosa existente no empreendimento ou atividade, a partir dos fatores de perigo (FP) e de distância (FD), de cada subsistema considerado. Entretanto, para os subsistemas, com a mesma substância perigosa e distância inferior ou igual a 200 m (duzentos metros) entre si, poderá ser calculado apenas um Índice de Risco, desde que o Fator de Perigo seja calculado para o subsistema que apresentar o maior inventário desta substância perigosa e para o cálculo do Fator de Distância, seja considerada a distância referente a este mesmo subsistema. 6.1.1 - Para dutos verificar item 8.1. IR = FP FD 6.1.2 - Para a existência de pelo menos um Índice de Risco maior do que 1 (IR > 1) deverá ser realizado o PGR Completo, conforme Anexo III, desta Norma (Termo de Referência I). 6

6.1.3 Para empreendimentos e atividades que se dispor a realizar PGR Completo, não será exigida a apresentação do cálculo do Índice de Risco. 6.2 FATOR DE PERIGO (FP) Fator de perigo representa uma medida da intensidade da fonte de risco, definido através do quociente entre Maior Massa Liberada Acidentalmente (MMLA) de um subsistema e a Massa da Referência (MR). FP = MMLA MR 6.2.1 - A MMLA de cada substância perigosa deverá ser definida para cada subsistema existente no empreendimento ou atividade. 6.2.2 - Poderá ser calculado um único Fator de Perigo para subsistemas com distância inferior ou igual a 200 m (duzentos metros) entre si, desde que seja utilizado para o cálculo o maior inventário desta substância perigosa. 6.2.1 Maior Massa Liberada Acidentalmente Maior Massa Liberada Acidentalmente, MMLA, é a maior quantidade da substância perigosa capaz de participar de uma liberação acidental devido a vazamento ou ruptura de tubulações, componentes em linhas, bombas, vasos, tanques, entre outros, ou por erro de operação ou de reação descontrolada ou de explosão confinada, nos empreendimentos e atividades em questão. Substâncias perigosas que possam ter origem em outro tipo de acidente tais como produtos de decomposição em reação descontrolada ou gerados por combustão devem também ser devidamente considerados. 6.2.2 Massa de Referência Massa de Referência, MR, é a menor quantidade de uma substância perigosa capaz de causar danos a uma certa distância do ponto de liberação. A massa de referência é definida (em kg) para cada uma das substâncias perigosas conforme apresentado no Anexo I. As listagens apresentadas no Anexo I não abrangem todas as substâncias perigosas. A classificação de substâncias não incluídas nestas listagens deverá, então, ser obtida utilizando-se de critérios adequados, tais como os critérios de pressão de vapor, IDLH, ponto de fulgor e explosividade indicados no mesmo anexo. 6.3 FATOR DE DISTÂNCIA (FD) O fator de distância é uma medida de salvaguarda, definido como o quociente entre duas distâncias: 1. A menor distância (distância(m)) entre o ponto de liberação e o ponto onde estão localizados os recursos vulneráveis (pessoas da comunidade externa, seja industrial, comercial ou residencial); 7

2. A distância de referência de 50 metros. FD = distância (m) 50 6.3.1 - Para a determinação da distância, deverá ser considerado o mesmo subsistema utilizado para o cálculo do Fator de Perigo. 6.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO (PGR) 6.4.1 PGR Completo Os empreendimentos e atividades que apresentarem pelo menos um Índice de Risco maior do que 1 (IR > 1), ficam obrigados a elaborar PGR Completo, a partir de sua análise de risco, conforme Anexo III, Termo de Referência I, constituído dos seguintes elementos: 1. Gestão de Informações; 2. Análise de Riscos; 3. Procedimentos Operacionais; 4. Treinamento; 5. Contratados; 6. Integridade e Manutenção; 7. Gerenciamento de Mudanças, 8. Investigação de Incidentes e Acidentes; 9. Procedimentos de Emergência / Plano de Evasão / Respostas a Emergência; e 10. Auditorias. 6.4.2 PGR Simplificado Os empreendimentos e atividades cujo índice de risco for menor ou igual a 1 (IR < 1), ficam obrigados a elaborar, no mínimo, o PGR Simplificado, conforme Anexo III, Termo de Referência II, constituído dos seguintes elementos: 1. Gestão de Informações; 2. Procedimentos Operacionais; 3. Treinamento; 4. Integridade e Manutenção; 5. Procedimentos de Emergência / Plano de Evasão / Respostas a Emergência. 7.0 DISPOSIÇÕES GERAIS 7.1 Da Documentação 7.1.1 Toda a documentação do PGR deverá ser totalmente apresentada em português (descrição, planilhas, fluxograma, desenhos, mapas, plantas, croquis, e outros). 7.2 Das Atribuições e Capacitação do Profissional 7.2.1 O PGR apresentado ao IMA deve ser realizado e assinado por profissional legalmente habilitado e devidamente credenciado em suas especialidades, pelo respectivo Conselho de Classe, sendo necessária à apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), ou documento equivalente. 8

7.2.2 As análises qualitativas de risco apresentadas ao IMA deverão ser realizadas por equipe multidisciplinar constituída por, no mínimo, um profissional qualificado como Técnico ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, que deverá ser o responsável técnico do estudo, e outro profissional ligado à operação, ao projeto ou à manutenção da instalação. 7.2.3 As análises de risco deverão ser assinadas por todos os profissionais envolvidos em sua elaboração; sendo necessária a apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do responsável técnico pelo estudo, bem como certificação e/ou declaração comprobatória atestando sua experiência. 7.2.4 Todos os profissionais envolvidos na elaboração das análises de risco apresentadas serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais. 7.2.5 As análises quantitativas de risco deverão ser realizadas por Engenheiro de Segurança do Trabalho, sendo necessária à apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e certificação e/ou declaração comprobatória atestando sua experiência. 7.3 Da Realização das Análises Qualitativas de Risco 7.3.1 Para a identificação do risco dos cenários de acidente deverão ser utilizadas as técnicas qualitativas: Análise Preliminar de Perigos - APP ou Análise de Perigos e Operabilidade - HAZOP, conforme Termos de Referência do Anexo IV. Outras técnicas poderão ser utilizadas, desde que previamente aprovadas pelo IMA, e que sejam mantidas as três categorias de risco e demais exigências, conforme Matriz de Aceitabilidade - Anexo V. 7.4 Da Realização das Análises Quantitativas de Risco 7.4.1 As análises de Vulnerabilidade ou AQR serão demandadas pela Matriz de Aceitabilidade, conforme Anexo V. 7.4.2 Os parâmetros e dados utilizados na modelagem, assim como, informações sobre os softwares ou os métodos de cálculos, deverão compor o relatório. 7.5 Da Revisão da Análise de Risco 7.5.1 Os estudos de análise de risco (item 2 do Termo de Referência II do Anexo III - PGR Completo) deverão ser revisados no prazo máximo de 5 (cinco) anos, devendo estar disponíveis à fiscalização do órgão ambiental. Estas revisões deverão ser apresentadas ao IMA quando da Renovação da Licença de Operação. 7.6 Das Exigências Para Obtenção de Licenças Ambientais 7.6.1 Para licença de localização, deverão ser apresentadas informações sobre as substâncias perigosas que serão utilizadas nas instalações, suas MMLA s e respectivas distâncias entre o ponto de liberação e o ponto de interesse onde estão localizados os recursos vulneráveis. 7.6.2 O PGR deverá ser parte integrante do processo de licenciamento, exigido para licenças de implantação, operação e renovação da licença de operação. 9

7.6.3 Para licença de operação, deverá ser apresentado, se for pertinente, o atendimento às recomendações das análises de risco realizadas (item 2 do Termo de Referência II Anexo III - PGR Completo) e recursos para o gerenciamento dos riscos identificados. 7.6.4 Quando da licença de alteração, deverá ser calculado Índice de Risco para o objeto da alteração e o PGR deverá ser modificado, se pertinente, principalmente no que se refere à Análise de Risco (item 2 do Termo de Referência II Anexo III - PGR Completo). 7.6.5 Para Licença Simplificada, Autorização Ambiental e Termo de Compromisso de Responsabilidade Ambiental - TCRA também deverá ser adotado o Índice de Risco para determinação do tipo do PGR que deverá ser apresentado ao IMA, quando da solicitação desta modalidade de licença ou autorização. 8.0 DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS DOS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE DUTOS 8.1 Ficam obrigados a elaboração do PGR Completo sistemas de dutos, externos a instalações, destinados ao transporte de substâncias perigosas, conforme Anexo I, em função dos perigos existentes nesta atividade.assim, nesses empreendimentos, não há a necessidade da aplicação do presente critério para a tomada dessa decisão. ANEXO I CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DA PERICULOSIDADE DAS SUBSTÂNCIAS E DAS SUAS MASSAS DE REFERÊNCIA As listagens apresentadas a seguir não abrangem todas as substâncias perigosas. A classificação de substâncias não inclusas nestas listagens deverá, então, ser obtida utilizando-se os critérios apresentados de acordo com sua periculosidade. 1 Critérios para determinação das substâncias tóxicas A determinação das substâncias tóxicas foi feita com base nos valores de dois parâmetros que têm grande influência sobre os níveis de risco impostos pela utilização das substâncias: um parâmetro físico-químico, a pressão de vapor da substância, e um parâmetro indicativo da toxicidade, o valor do seu IDLH. 1.1 - Pressão de vapor Para os efeitos deste critério, as substâncias ficam divididas em 7 (sete) TIPOS. Os cinco primeiros se baseiam em faixas de pressão de vapor (mm Hg) da substância correspondente a uma faixa de temperatura de 20 a 25ºC. Os tipos 6 e 7 se referem ao estado físico em que se encontra a substância, isto é, gás liquefeito e substância no estado gasoso, respectivamente: Tipo 1: 10 < Pv 25 mmhg Tipo 2: 25 < Pv 50 mmhg Tipo 3: 50 < Pv 100 mmhg Tipo 4: 100 < Pv 350 mmhg Tipo 5: 350 < Pv 760 mmhg Tipo 6: gás liquefeito (GL) Tipo 7: gás (G) 10

1.2 - IDLH De acordo com o seu IDLH, as substâncias ficam divididas em 10 (dez) faixas de valores: Faixa 1: IDLH 1 ppm Faixa 2: 1 < IDLH 10 ppm Faixa 3: 10 < IDLH 50 ppm Faixa 4: 50 < IDLH 100 ppm Faixa 5: 100 < IDLH 250 ppm Faixa 6: 250 < IDLH 500 ppm Faixa 7: 500 < IDLH 1000 ppm Faixa 8: 1000 < IDLH 2000 ppm Faixa 9: 2000 < IDLH 4000 ppm Faixa 10: 4000 < IDLH 8000 ppm Substâncias com valores de IDLH acima de 8000 ppm possuem toxicidade muito baixa e estão excluídas da classificação acima. 1.3 - Categorias de perigo Com base nos indicadores definidos nos itens 1.1 e 1.2 acima, as substâncias ficam divididas em 6 categorias de perigo, de acordo com a matriz apresentada na Figura 1.1. Figura 1.1 - Matriz de Categorias de Perigo das Substâncias 1.4. Massas de referência A Tabela 1.1 mostra a massa de referência (MR) correspondente a cada uma das categorias de perigo determinadas de acordo com o item 1.3 acima. 11

Tabela 1.1 - MR por categoria de perigo da substância tóxica Categoria de Perigo MR (Kg) Categoria 1 50 Categoria 2 100 Categoria 3 250 Categoria 4 500 Categoria 5 750 Categoria 6 1.000 A Tabela 1.2 apresenta a MR de algumas substâncias perigosas e os respectivos indicadores (IDLH e Pv) utilizados para sua determinação. Quando o NIOSH Pocket Guide não fornecer um IDLH para a substância, o mesmo deverá ser calculado de acordo com as seguintes equações, em ordem decrescente de preferência: 1. IDLH estimado = LC50 x 0.1; ou 2. IDLH estimado = LCLO; ou 3. IDLH estimado = LD50 x 0.01; ou 4. IDLH estimado = LDLO x 0.1 Sendo definido: LC50 Concentração da substância, no ar, para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de inalação, para um tempo de exposição menor ou igual a 8 horas. LCLO A mais baixa concentração da substância, no ar, para a qual foi observada morte entre os mamíferos mais sensíveis, em testes de inalação. LD50 Dose de substância para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de absorção cutânea ou por ingestão oral. LDLO A mais baixa dose da substância, para a qual foi observada morte entre os mamíferos mais sensíveis, em testes de absorção ou por ingestão oral. Quando não houver um dado de toxicidade disponível, o IDLH será igual a 500 vezes o limite permitido de exposição no ambiente de trabalho (permissible exposure limit PEL da OSHA). 12

Tabela 1.2 - Massas de Referência das Substâncias Tóxicas Selecionadas Nº de ordem SUBSTÂNCIA CAS Indicador de periculosidade IDLH (ppm) Pvap (mm Hg) MR (kg) N ONU 1 1,1-dicloroetano 75-34-3 3000.0 182 750 2362 2 1,1- dimetilhidrazina 57-14-7 15.0 103 100 1163 3 1,3-butadieno 106-99-0 2000.0 Gás Liquefeito 250 1010 4 2-butanona 78-93-3 3000.0 78 750 1193 5 Acetato de etila 141-78-6 2000.0 73 750 1173 6 Acetato de metila 79-20-9 3100.0 173 750 1231 7 Acetato de n-butila 123-86-4 1700.0 10 1000 1123 8 Acetato de sec-butila 105-46-4 1700.0 10 1000 1123 9 Acetona 67-64-1 2500.0 180 750 1090 10 Ácido cianídrico 74-90-8 50.0 630 100 1051 11 Ácido clorídrico 7647-01-0 50.0 Gás Liquefeito 50 1050 12 Ácido fluorídrico 7664-39-3 30.0 Gás 50 1052 13 Ácido nítrico 7697-37-2 25.0 48 250 2032 14 Ácido selênico 7783-07-5 1.0 15 Ácido sulfídrico 7783-06-4 100.0 Gás Liquefeito Gás Liquefeito 50 2202 100 1053 16 Acrilonitrila 107-13-1 85.0 83 250 1093 17 Acroleína 107-02-8 2.0 210 100 1092 18 Álcool alílico 107-18-6 20.0 17 250 1098 19 Amônia 7664-41-7 300.0 Gás Liquefeito 100 1005 20 Bromo 7726-95-6 3.0 172 100 1744 21 Ciclohexano 110-82-7 1300.0 78 750 1145 22 Ciclohexilamina 108-91-8 1.0 11 250 2357 23 Cloreto cianogênico 506-77-4 1.0 24 Cloreto de etila 75-00-3 3800.0 Gás Liquefeito Gás Liquefeito 50 1589 500 1037 13

Nº de ordem SUBSTÂNCIA CAS Indicador de periculosidade IDLH (ppm) Pvap (mm Hg) MR (kg) N ONU 25 Cloreto de metila 74-87-3 2000.0 Gás Liquefeito 250 1063 26 Cloreto de metileno 75-09-2 2300.0 350 500 1593 27 Cloro 7782-50-5 10.0 Gás Liquefeito 50 1017 28 Clorofórmio 67-66-3 500.0 160 250 1888 29 Clorometil éter 542-88-1 1.0 30 100 2249 30 Clorometil metil éter 107-30-2 1.0 192 50 1239 31 Crotonaldeído 4170-30-3 50.0 19 250 1143 32 Cumeno 98-82-8 900.0 8 750 1918 33 Diborano 19287-45-7 15.0 Gás 50 1911 34 Dicloromonofluorometano 75-43-4 5000.0 Gás Liquefeito 500 1029 35 Dióxido de cloro 10049-04-4 5.0 Gás 50 9191 36 Dióxido de enxofre 7446-09-5 100.0 Gás Liquefeito 100 1079 37 Dissulfeto de carbono 75-15-0 500.0 297 250 1131 38 Epicloridina 106-89-8 75.0 13 500 2023 39 Etanol 64-17-5 3300.0 44 1000 1170 40 Etilenodiamina 107-15-3 1000.0 11 750 1604 41 Etilenoimina 151-56-4 100.0 160 100 1185 42 Etil éter 60-29-7 1900.0 440 500 1155 43 Flúor 7782-41-4 25.0 Gás 50 1045 44 Formaldeído 50-00-0 20.0 Gás 50 1198 45 Formiato de metila 107-31-3 4500.0 476 750 1243 46 Fosfina 7803-51-2 50.0 47 Fosgênio 75-44-5 2.0 48 Gás liquefeito de petróleo (GLP) 68476-85-7 2000.0 Gás Liquefeito Gás Liquefeito Gás Liquefeito 50 2199 50 1076 250 1075 49 Hidrazina 302-01-2 50 10 250 2029 14

Nº de ordem SUBSTÂNCIA CAS Indicador de periculosidade IDLH (ppm) Pvap (mm Hg) MR (kg) N ONU 50 Isocianato de metila 624-83-9 3.0 348 100 2480 51 Isopropanol 67-63-0 2000.0 33 750 1219 52 Isopropil éter 108-20-3 1400.0 119 500 1159 53 Metacrilonitrila 126-98-7 1.0 71 100 3079 54 Metanol 67-56-1 6000.0 96 1000 1230 55 Metil acetileno 74-99-7 1700.0 Gás Liquefeito 250 1060 56 Metil ciclohexano 108-87-2 1200.0 37 750 2296 57 Metil hidrazina 60-34-4 20.0 38 250 1244 58 Metil mercaptan 74-93-1 150.0 Gás Liquefeito 100 1064 59 Metilal 109-87-5 2200.0 330 750 1234 60 Mistura de metil-acetileno e propadieno 59355-75-8 3400.0 Gás Liquefeito 500 1060 61 Morfolina 110-91-8 1400.0 6 1000 2054 62 N-butanol 71-36-3 1400.0 6 1000 1120 63 N-hexano 110-54-3 1100.0 124 500 1208 64 N-pentano 109-66-0 1500.0 420 500 1265 65 Nafta (carvão) 8030-30-6 1000.0 <5 750 ND 66 Nafta (petróleo) 8002-05-9 1100.0 40 750 1256 67 Níquel carbonil 13463-39-3 2.0 315 100 1259 68 Octano 111-65-9 1000.0 10 750 1262 69 Óxido de etileno 75-21-8 800.0 Gás 100 1040 70 Óxido de mesitila 141-79-7 1400.0 9 1000 1229 71 Óxido de propileno 75-56-9 400.0 445 250 1280 72 Óxido nítrico 10102-43-9 100.0 Gás 50 1660 73 Perclorometilmercaptana 594-42-3 10 3 250 1670 74 Propano 74-98-6 2100.0 Gás Liquefeito 500 1075 75 Propilenoimina 75-55-8 100.0 112 100 1921 76 Propionitrila 107-12-0 1.0 35 100 2404 77 Tetrafluoreto de enxofre 7783-60-0 1.0 Gás 50 2418 15

Nº de ordem SUBSTÂNCIA CAS Indicador de periculosidade IDLH (ppm) Pvap (mm Hg) Liquefeito MR (kg) N ONU 78 Terahidrofurano 109-99-9 2000.0 132 500 2056 79 Tetranitrometano 75-74-1 40 23 250 1510 80 Tricloreto de fósforo 7719-12-2 25.0 100 100 1809 81 Trifluoreto de boro 7637-07-2 25.0 Gás 50 1008 82 Vinil acetato 108-05-4 1.0 83 100 1301 Fonte: Os valores do IDLH das substâncias selecionadas foram extraídos do NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards, setembro de 2007. 2 - Critério para Determinação das Substâncias Inflamáveis Para fins do estabelecimento das MRs, as substâncias inflamáveis foram subdividas em 4 categorias de perigo, em função do Limite Inferior de Inflamabilidade (para gases) e Ponto de Fulgor - PF (para líquidos), conforme Tabela 2.1. Tabela 2.1 - Categorias de perigo de substâncias inflamáveis e combustíveis Gás inflamável LII <13 % Categoria 1 Líquido combustível PF < 37,7 C Classe I (inflamável) MR = 2.500 Categoria 2 Líquido combustível Classe I (inflamável) 37,7 ºC PF < 70 C MR = 5.000 Categoria 3 Categoria 4 Fonte: OSHA 1910.1200 (c) Líquido combustível Classe II Líquido combustível Classe III e IV 70 ºC PF < 93,3 ºC PF 93,3 ºC MR = 10.00 0 MR = 25.00 0 A Tabela 2.2 mostra a massa de referência (MR) de algumas substâncias perigosas de acordo com as categorias de perigo determinadas acima. Observando-se que os gases estão identificados com um (*) para os quais são apresentados os Limites Inferiores de Inflamabilidade - LII. 16

Tabela 2.2 - Massas de Referência de Substâncias Inflamáveis Selecionadas Nº de ordem SUBSTÂNCIA CAS PF ( C) ou LII (%)* MR (kg) N ONU 1 1,3-Butadieno* 106-99-0 2,0 2.500 1010 2 1,3-Pentadieno 504-60-9-43,0 2.500 ND 3 1-Buteno* 25167-67-3 1,6 2.500 1012 4 1-Cloropropileno 590-21-6-6,1 2.500 ND 5 1-Penteno 109-76-1-18,0 2.500 1108 6 2-Buteno* 107-01-7 1,8 2.500 1055 7 2-Cloropropileno 557-98-2-20,0 2.500 2456 8 2-Metil-1-buteno 563-46-2-20,0 2.500 2459 9 2-Metilpropeno 115-11-7-10,0 2.500 1055 10 3-Metil-1-buteno 563-45-1-7,0 2.500 2561 11 Acetaldeído 75-07-0-37,8 2.500 1089 12 Acetileno* 74-86-2 2,5 2.500 1001 13 Benzeno 71-43-2-11,1 2.500 1114 14 Butano 106-97-8 1,9 2.500 1011 15 Cianogênio* 460-19-5 6,6 2.500 1026 16 Ciclopropano* 75-19-4 2,4 2.500 1027 17 Cis-2-Buteno 590-18-1 1,7 2.500 1055 18 Cis-2-Penteno 646-04-8-18 2.500 ND 19 Cloreto de etila 75-00-3-50,0 2.500 1037 20 Cloreto de isopropila 75-29-6-32,0 2.500 2356 21 Cloreto de vinila 75-01-4-8,0 2.500 1086 22 Cloreto de vinilideno 75-35-4-18,9 2.500 1303 23 Dimetilamina* 124-40-3 2,8 2.500 1032 24 Etano* 74-84-0 3,0 2.500 1035 25 Etanol 64-17-5 13,1 2.500 1170 26 Eter etílico 60-29-7-45,0 2.500 1155 27 Eter metílico* 115-10-6 3,4 2.500 1033 28 Eter vinil etílico 109-92-2-45,6 2.500 1302 29 Eter vinil metílico 107-25-5-56,0 2.500 1087 30 Etil acetileno 107-00-6 2,0 2.500 2452 31 Etil mercaptan 75-08-1-18,0 2.500 2363 17

Nº de ordem SUBSTÂNCIA CAS PF ( C) ou LII (%)* MR (kg) N ONU 32 Etilamina 75-04-7-18,0 2.500 1036 33 Etileno* 74-85-1 2,7 2.500 1962 34 Fluoreto de vinila* 75-02-5 2,6 2.500 1860 35 Fluoreto de vinilideno* 75-38-7 5,5 2.500 1959 36 Formiato de metila 107-31-3-19,0 2.500 1243 37 Gás liquefeito de petróleo (GLP)* 68476-85-7 2,2 2.500 1075 38 Gasolina 8006-61-9-45,6 2.500 1203 39 Hexano 110-54-3-23,0 2.500 1208 40 Hidrogênio* 1333-74-0 4,1 2.500 1049 41 Isobutano* 75-28-5 1,9 2.500 1075 42 Isopentano 78-78-4-51,1 2.500 1265 43 Isoprene 78-79-5-53,9 2.500 1218 44 Isopropilamina 75-31-0-37,2 2.500 1221 45 Metano* 74-82-8 5,3 2.500 1971 46 Metanol 67-56-1 12,2 2.500 1230 47 Metilamina* 74-89-5 4,95 2.500 1061 48 MTBE 1634-04-4-27,8 2.500 2398 49 Nafta 8030-30-6 37,8 5.000 2553 50 Nitrito de etila 109-95-5-35,0 2.500 1194 51 Óleo Diesel - < 70 5.000 ND 52 Oxissulfeto de carbono* 463-58-1 12 2.500 2204 53 Pentano 109-66-0-49,4 2.500 1265 54 Propano* 74-98-6 2,3 2.500 1075 55 Propileno 115-07-1-107,8 2.500 1077 56 Propino* 74-99-7 1,7 2.500 1060 57 Querosene - 96 25.000 ND 58 Tetrafluoroetileno* 116-14-3 11 2.500 1081 59 Tolueno 108-88-3-4,4 2.500 1294 60 trans-2-penteno 646-04-8-18,0 2.500 ND 61 Triclorosilano 10025-78-2-28,0 2.500 1295 62 Trimetilamina* 75-50-3 2,0 2.500 1083 63 Tetrametilsilano 75-76-3-6,7 2.500 2749 64 Vinil acetileno 689-97-4 2,0 2.500 ND 18

Fonte: 1) Dangerous properties of industrial materials, 7th ed., 1988. 2)NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards, setembro de 2007. 3 - Critério para Determinação das Substâncias Explosivas A relação das substâncias explosivas selecionadas está apresentada na Tabela 3.1, a qual consiste na listagem de todas as substâncias explosivas listadas pelo Departamento dos Transportes dos EUA (US DOT) na Divisão 1.1 da Tabela de Materiais Perigosos (Table of Hazardous Materials and Special Provisions) do 49 CFR 172.101. A massa de referência (MR) de todas as substâncias foi fixada em 50 kg, que é a massa de TNT que causa uma sobrepressão de 1 psi a cerca de 50 metros do centro da explosão. Este valor de sobrepressão, embora resulte em quebra de vidros de algumas janelas, não é suficiente para causar danos significativos aos edifícios residenciais situados à distância de 50 metros, não resultando, portanto, em dano às pessoas presentes no seu interior. Tabela 3.1 - Massas de Referência de Substâncias Explosivas Selecionadas SUBSTÂNCIA MR (kg) Nº da ONU 5-Nitrobenzotriazol 50 0385 Ácido pícrico 50 1344 Azida de bário 50 0224 Dinitrofenol 50 0076 Dinitroglucoluril 50 0489 Dinitroresorcinol 50 0078 Estifanato de bário 50 0473 Fulminato de mercúrio 50 0135 Goma nitrada 50 0146 Nitrato de amônio 50 0222 Nitrobenzeno 50 0385 Nitrocelulose 50 0341 Nitroglicerina 50 0143 Nitromanita 50 0133 Nitrotriazolona 50 0490 Octol 50 0266 Octonal 50 0496 Pentaeritritol 50 0150 Pentolita 50 0151 19

Perclorato de amônio 50 0402 Picrato de amônio 50 0004 Pólvora negra 50 0027 Sulfeto de dipicrila 50 0401 Tetranitrato de pentaeritritol 50 0150 Trinitrotolueno 50 1356 20

ANEXO II Fluxograma Para Aplicação do Critério de Definição do Tipo de PGR a ser Elaborado Verificar se o empreendimento ou atividade é passível de licenciamento Identificar todas as substâncias possivelmente perigosas existentes no empreendimento ou atividade em questão Confirmar se as substâncias são perigosas. As substâncias constam em uma das tabelas do Anexo I? Não Classificar as substâncias de acordo com os critérios definidos no Anexo I. Substância classificada? Não Sim Empreendimento ou atividade não requer PGR Identificar a Massa de Referência Sim Identificar as maiores massas (MMLA) Calcular o Fator de Perigo (FP) Calcular o Fator de Distância (FD) Calcular o Índice de Risco (IR) Menor ou igual a 1 Avaliar Índice de Risco Maior que 1 PGR Simplificado PGR Completo 21

ANEXO III PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO O Programa de Gerenciamento de Risco deverá abordar orientações gerais de gestão, visando à prevenção de acidentes capazes de causar danos a pessoas, instalações e/ou ao meio-ambiente, contemplando, no mínimo, os elementos estabelecidos nos Termos de Referência abaixo. Para efeito desta Norma, os Índices de Risco calculados para o empreendimento ou atividade, definirá o tipo de PGR a ser elaborado: 1. Para a existência de pelo menos um Índice de Risco maior do que 1 (IR > 1) PGR Completo - Termo de Referência I, deste Anexo; 2. Para todos os Índices de Risco menor ou igual a 1 (IR < 1) PGR Simplificado - Termo de Referência II, deste Anexo. Toda a documentação de registro das atividades realizadas no PGR, como por exemplo, os procedimentos operacionais, planos de manutenção e treinamentos, devem estar disponíveis para verificação sempre que necessária pelos órgãos responsáveis. TERMO DE REFERÊNCIA I - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO - COMPLETO O Programa de Gerenciamento de Risco Completo deverá contemplar, no mínimo, os 10 elementos listados a seguir: 11. Gestão de Informações; 12. Análise de Riscos; 13. Procedimentos Operacionais; 14. Treinamento; 15. Contratados; 16. Integridade e Manutenção; 17. Gerenciamento de Mudanças, 18. Investigação de Incidentes e Acidentes; 19.Procedimentos de Emergência /Plano de Evasão / Respostas a Emergência; 20. Auditorias. Para cada um desses itens, as atividades mínimas a serem realizadas são: 1. Gestão de Informações 1.1 - Deverá ser apresentado neste item a relação das substâncias perigosas identificadas para o empreendimento ou atividades em questão e suas quantidades; 1.2 Deverão ser incluídas informações relativas ao processo, às substâncias e aos equipamentos: 1.2.1 - Processo: informações da descrição do processo, diagrama de blocos, fluxogramas de processo, balanços de materiais e de energia, contendo inventários máximos, limites superiores e inferiores das variáveis operacionais, 22

parâmetros críticos (pressão, temperatura, nível, composição, etc.) e a conseqüência em caso de desvio dos limites; 1.2.2 - Substâncias: informações relativas aos perigos impostos pelas substâncias, devem ser consideradas as características de inflamabilidade, reatividade, toxicidade e corrosividade, entre outros riscos; assim, é de fundamental importância a disponibilidade de fichas de informação e orientações específicas sobre tais risco; 1.2.3 - Equipamentos: informações sobre os materiais de construção, diagramas de tubulações e instrumentação (P&ID), classificação de áreas, projetos de sistemas de alívio e ventilação, sistemas de segurança, shut-down e intertravamentos, analisadores, códigos e normas de projeto. 1.3 - Para dutos deverão ser incluídas informações sobre as características construtivas e operacionais do duto, relacionando-se todas as substâncias perigosas que podem vir a ser transportadas pelo duto ou introduzidas no sistema. As informações apresentadas neste item deverão ser mantidas sempre atualizadas, de modo a refletir a real situação do empreendimento ou atividade ao longo do tempo, o que demandará a implementação de um sistema de controle específico para este elemento. 2. Análise de Riscos As análises de riscos formam o principal elemento de gestão do Programa de Gerenciamento de Riscos, pois são elas que indicarão os riscos que serão de fato gerenciados. 2.1 - Estas análises deverão ser realizadas para o sistema que contenha a substância perigosa em questão, que apresente Índice de Risco maior do que 1, em pelo menos um dos seus subsistemas. (Vide item 5.0 Definições da Norma: Sistema e Subsistema) 2.2 - A empresa deverá elaborar seu procedimento para realização destas análises, atendendo aos requisitos mínimos estabelecidos nos Anexos IV, V, VI e VII desta Norma, incluindo aspectos relacionados com periodicidade, sistemas a serem avaliados, tipos de estudos para novas instalações, contemplando a realização de mudanças. 2.3 - As recomendações oriundas das análises de riscos deverão compor um Plano de Ação com acompanhamento sistemático, de mesmo nível de acompanhamento das demais condicionantes das licenças ambientais do empreendimento ou atividade. 3. Procedimentos Operacionais 3.1 - Os procedimentos operacionais devem contemplar aspectos como: procedimentos operacionais de partida ( start-up ), operação normal, operações temporárias, paradas de emergência, paradas normais e partidas após paradas, programadas ou não. 3.2 - Os procedimentos operacionais devem ser revisados periodicamente, de modo que representem as práticas operacionais atualizadas, incluindo as mudanças de processo, tecnologia e instalações. 4. Treinamento Elaborar Plano de Treinamento, que deverá contemplar: 4.1 - os riscos de processo; 4.2 - treinamentos periódicos com avaliação do conteúdo apresentado. 23

5. Contratados Elaborar Programa de Segurança para contratados. 6. Integridade e Manutenção Mecânica 6.1 - Deverão estar incluídos neste item: 6.1.1 - procedimentos de manutenção; 6.1.2 - programas de inspeção; 6.1.3 - arquivo dos dados de equipamentos. 6.2 Os procedimentos e programas de manutenção e inspeção apresentados neste item deverão ser elaborados por profissional de nível técnico ou nível superior ou com qualificação formal comprovada. O profissional deverá apresentar documentação que comprove sua experiência em integridade e manutenção mecânica. 7. Gerenciamento de Mudanças Os responsáveis pelo empreendimento ou atividade regulamentada deverão estabelecer e implementar procedimentos escritos para o gerenciamento de mudanças, de forma a garantir que as seguintes considerações sejam feitas antes que qualquer modificação seja realizada: 7.1 - Base técnica para a mudança proposta; 7.2 - Análise do impacto da mudança sobre a segurança de processo e sobre a segurança ocupacional (a realização de uma APP pode ser suficiente); 7.3 - Modificações correspondentes nos procedimentos operacionais; 7.4 - Período de tempo necessário para a realização da mudança; 7.5 - Autorizações requeridas para a realização da mudança; 7.6 - Divulgação das mudanças para os empregados (próprios e de contratadas) cujas tarefas venham a ser afetadas por elas, principalmente os envolvidos na operação e na manutenção; 7.7 - Treinamentos, quando necessário, para os envolvidos e afetados pela mudança. 8. Investigação de Incidentes e Acidentes 8.1 - As empresas deverão elaborar um Procedimento de Investigação de Incidentes e Acidentes contemplando: 8.1.1 - Quais os tipos de eventos a serem investigados; 8.1.2 - Formação da equipe de investigação; 8.1.3 - Metodologia de análise; 8.1.4 - Avaliação dos eventos e de seus potenciais. Exemplo: a) Evento: Vazamento de substância inflamável, b) Consequência: Não houve fogo, apenas perda da massa vazada, c) Potencial: Alto potencial de incêndio em função de pontos quentes na vizinhança; 8.1.5 - Gerenciamento das recomendações. 8.2 Os procedimentos de investigação de incidentes e acidentes apresentado neste item, bem como os relatórios das investigações realizadas, deverão ser elaborados por profissional qualificado como técnico de segurança do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. 24

9. Procedimentos de Emergência / Planos de Evacuação e Resposta a Emergências 9.1 - A empresa deverá elaborar um plano integrado de planos e procedimentos de emergências considerando, dentre outros pontos, os cenários abordados nas análises de risco de processo. 9.2 Os planos e procedimentos apresentados neste item deverão ser elaborados por profissional qualificado como técnico de segurança do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. 10. Auditoria Elaboração de um Plano de Auditorias de Segurança do Processo, incluindo aspectos relacionados a segurança, meio-ambiente e saúde, prevendo-se a periodicidade de acordo com a periculosidade e complexidade das instalações e dos riscos delas decorrentes, não devendo no entanto, ser superior a três anos. TERMO DE REFERÊNCIA II - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO SIMPLIFICADO O Programa de Gerenciamento de Risco Simplificado deverá contemplar, no mínimo, os 5 elementos listados a seguir: 6. Gestão de Informações; 7. Procedimentos Operacionais; 8. Treinamento; 9. Integridade e Manutenção; 10. Procedimentos de Emergência /Plano de Evasão / Respostas a Emergência. Para cada um desses itens, as atividades mínimas a serem realizadas são: 1. Gestão de Informações 1.1 - Deverá ser apresentado neste item: 1.1.1 - a relação das substâncias perigosas identificadas para o empreendimento ou atividades em questão e suas quantidades; 1.1.2 - o memorial de cálculo do Índice de Risco, que definiu a elaboração deste tipo de PGR. 1.2 Deverão ser incluídas informações relativas ao processo, às substâncias e aos equipamentos: 1.2.1 - Processo: informações da descrição do processo, diagrama de blocos, fluxogramas de processo, balanços de materiais e de energia, contendo inventários máximos, limites superiores e inferiores das variáveis operacionais, parâmetros críticos (pressão, temperatura, nível, composição, etc.) e a conseqüência em caso de desvio dos limites; 1.2.2 - Substâncias: informações relativas aos perigos impostos pelas substâncias, devem ser consideradas as características de inflamabilidade, reatividade, toxicidade e corrosividade, entre outros riscos; assim, é de fundamental importância a disponibilidade de fichas de informação e orientações específicas sobre tais risco; 25

1.2.3 - Equipamentos: informações sobre os materiais de construção, diagramas de tubulações e instrumentação (P&ID), classificação de áreas, projetos de sistemas de alívio e ventilação, sistemas de segurança, shut-down e intertravamentos, analisadores, códigos e normas de projeto. As informações apresentadas neste item deverão ser mantidas sempre atualizadas, de modo a refletir a real situação do empreendimento ou atividade ao longo do tempo, o que demandará a implementação de um sistema de controle específico para este elemento. 2. Procedimentos Operacionais 2.1 - Os procedimentos operacionais devem contemplar aspectos como: procedimentos operacionais de partida ( start-up ), operação normal, operações temporárias, paradas de emergência, paradas normais e partidas após paradas, programadas ou não. 2.2 - Os procedimentos operacionais devem ser revisados periodicamente, de modo que representem as práticas operacionais atualizadas, incluindo as mudanças de processo, tecnologia e instalações. 3. Treinamento Elaborar Plano de Treinamento, que deverá contemplar: 3.1 - os riscos de processo; 3.2 - treinamentos periódicos com avaliação do conteúdo apresentado. 4. Integridade e Manutenção Mecânica 4.1 - Deverão estar incluídos neste item: 4.1.1 - procedimentos de manutenção; 4.1.2 - programas de inspeção; 4.1.3 - arquivo dos dados de equipamentos. 4.2 Os procedimentos e programas de manutenção e inspeção apresentados neste item deverão ser elaborados por profissional de nível técnico ou nível superior ou com qualificação formal comprovada. O profissional deverá apresentar documentação que comprove sua experiência em integridade e manutenção mecânica. 5. Procedimentos de Emergência / Planos de Evacuação e Resposta a Emergências 5.1 - A empresa deverá elaborar um plano integrado de planos e procedimentos de emergências considerando, dentre outros pontos, os cenários abordados nas análises de risco de processo. 5.2 Os planos e procedimentos apresentados neste item deverão ser elaborados por profissional qualificado como técnico de segurança do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. 26

ANEXO IV ANÁLISE QUALITATIVA DE RISCO Para a identificação dos riscos poderão ser utilizadas as técnicas qualitativas APP ou HAZOP, conforme Termos de Referência abaixo, ou outra técnica que deverá ser aprovada pelo órgão ambiental. As categorias de freqüência, de severidade e dos riscos deverão ser estabelecidas de acordo com a Matriz de Aceitabilidade, Anexo V, independente da técnica utilizada. TERMO DE REFERÊNCIA I ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO - APP A APP - Análise Preliminar de Perigos, também conhecida como APR Análise Preliminar de Risco, é uma técnica que teve origem no programa de segurança militar do Departamento de Defesa dos EUA. Trata-se de uma técnica estruturada que tem por objetivo identificar os perigos presentes numa instalação, que podem ocasionar efeitos indesejáveis. Esta técnica pode ser utilizada em instalações na fase inicial de desenvolvimento, nas etapas de projeto ou mesmo em unidades já em operação, permitindo, nesse caso, a realização de uma revisão dos aspectos de segurança existentes. A realização da Análise Preliminar de Perigo é composta das seguintes etapas: Subdivisão da instalação em diversos módulos de análise; Definição das fronteiras do sistema; Determinação dos produtos perigosos existentes no sistema e suas condições de processo e / ou estocagem; Preenchimento das planilhas de APP em reuniões do grupo de análise; Análise dos resultados e preparação do relatório conclusivo. No desenvolvimento da análise deverá ser utilizada a planilha apresentada na Tabela 1: Tabela 1 Planilha para APP Empreendimento: Análise Preliminar de Perigos APP Área: Elaborado por: Referências: Data: Perigo Causa Salvaguardas Existentes Efeito Categoria Frequência Categoria Severidade Categoria Risco Recomendações e Sugestões Nº do Cenário (1 a Coluna) Perigo - Identificar todos os perigos para o sistema em estudo. De uma forma geral, os perigos são eventos acidentais que têm potencial para causar danos às instalações, aos operadores, ao público ou ao meio ambiente. 27