"Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição." ( Mahatma Gandhi )
Formada. há mais de 4,6 bilhões de anos, a Terra acumula grandes riquezas, desde a madeira ao gado, passando pelo ouro. Em conjunto, esses recursos construíram nossas grandes civilizações. O planeta terra é um armazém gigante de recursos valiosos. Os oceanos cobrem 70% do planeta Terra. Do total desse volume, 97% aproximadamente, estão nos oceanos (água salgada). O percentual de 3% é de água potável, sendo que 2/3 é de água congelada e o restante, em estado líquido.
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A água é essencial para a própria vida e com um valor impressionante. É um recurso tão essencial que vai além do valor do dinheiro. Não podemos viver sem água. Não podemos passar um dia sequer sem água. Porém, a abundância é uma ilusão, pois a maior parte não é potável. A quantidade de água: 97% são salinas, estão nos oceanos, não estão para uso. Um pouco mais de 2% estão em calotas polares e geleiras. Então sobra cerca de 1% de água potável para ser utilizada.
Onde está a maior parte da água utilizável? As três maiores reservas constituem 62% da oferta mundial de água doce: - Lago Baikol, na Sibéria, com 22,6% de superfície; - Grandes Lagos, na América do Norte, com 21,8% ; -Lago Tanganyika, na África Oriental, com 18,1%; O Brasil conta com cerca de 13% da água potável do mundo.
Entretanto, a maior fonte de água doce está debaixo de nossos pés, subterrâneo, nas nascentes e poços naturais, muitas vezes mais do que em nossos rios e lagos juntos. Tudo somado dá mais de 10 milhões e 600 mil km cúbicos, mas a maior parte da água subterrânea é difícil de alcançar.
Quanto vale toda água doce na Terra? $ 5.618.100.089.501.550 (mais de cinco quatrilhões e 600 trilhões de dólares). OBS: Quatro vezes mais que todos os outros recursos somados do mundo (exemplo: pedras preciosas, madeira, rocha, metal, petróleo, alimentos...) Créditos: Quanto vale a Terra? - History Channel
Dados de relatório do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde (INWEH) da Universidade das Nações Unidas, mostram que, em 2030, a demanda mundial esperada por água doce será 40% superior à oferta. E os países mais deficitários serão os de menos recursos. O relatório também estima que sejam necessários US$ 44 trilhões, investidos ao longo dos próximos 20 anos, para garantir o abastecimento de água em condições seguras para a população mundial. A entidade concluiu que, em dez anos, 2,9 bilhões de pessoas em 48 países sofrerão com falta de água.
Segundo as Nações Unidas, atualmente, 768 milhões de pessoas não têm acesso a água tratada, e 2,5 bilhões vivem em condições sanitárias precárias. O documento da ONU destaca que um dos maiores problemas é a corrupção no desenvolvimento de infraestruturas aquíferas e sanitárias: 30% DO FINANCIAMENTO DESVIADOS. As empresas que controlam a água superfaturam.
Conflitos pela água O mesmo relatório da ONU adverte que a demanda pela água poderá provocar uma espécie de guerra. Para a ONU, é provável que novos conflitos apareçam à medida que se extrai mais água de cada vez mais rios do mundo.
Na constituição de 88, a água não podia ser comercializada e não tinha valor comercial. Em 97, o PSDB de FHC criou a Lei 9433 que flexibilizou a constituição permitindo as concessões e privatizações. Após a criação da lei, avançou-se muito a concessão da nossa água para as multinacionais, como Times Water, Nestlé, Lyonnaise des Eaux, Genelare des Eaux, entre outras. No Brasil, elas se apresentam disfarçadas de: Águas do Brasil, Águas de Jurtunaíba, Águas de Niterói, entre outras. Algumas associadas a empresas nacionais.
Essas empresas quando tomam o controle da água, a primeira coisa que elas fazem é garantir a remessa de lucros para o exterior, através da taxa chamada Ebdita (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização", em português) - representa quanto uma empresa gera de recursos através de suas atividades operacionais, sem contar impostos e outros efeitos financeiros. Em Niterói, a empresa Águas de Niterói compra água tratada da CEDAE a um custo baixíssimo e repassa ao consumidor com ao valor muito maior.
Mesmo com essa quantidade privilegiada a nossa água corre muito risco, pois as grandes multinacionais da água começaram a tomá-la, privatizando o seu uso, através dos municípios e regiões, acarretando a perda do nosso controle para outras nações. Uma consequência imediata da privatização é a discriminação social, pois a população de menor poder aquisitivo fica sem acesso à água, devido ao aumento das tarifas.
Veja a discrepância entre o preço da água pública para o valor pago no setor privado e que muitas vezes nem nos damos conta: - Valor de mercado: quando você compra uma garrafa de água de 1 Litro no comércio o valor é, em média, R$ 2,00. - A água pública que chega para o consumidor custa R$ 2,30 / por mil litros. Esse é o preço da água que você adquire da Cedae Pública (preço de março de 2015).
A privatização de serviços essenciais (água, telefonia, transporte e energia) foi apresentada, nos anos 90, como solução para os problemas na prestação de tais serviços. O que o neoliberalismo apregoava era a incapacidade do Estado em gerilos. Mas entregues à gestão privada, os serviços não melhoraram, seus preços subiram acentuadamente.
Onde o saneamento é para todos elimina-se doenças crônicas como: diarréia, cólera, leptospirose, hepatite, esquistossomose, malária, disenteria, tifo entre outras. Por isso, é fundamental que o Estado tenha controle do saneamento para garantir esse direito pra todos. Em um país como nosso, onde a maior parte da população tem menor poder aquisitivo, teremos um grande número de pessoas excluídas deste serviço essencial para a vida.
As empresas privadas estão ofertando para os cidadãos hidrômetros com cartão pré-pago. Dessa forma, a pessoa compra um cartão que ao final dos créditos o consumo é cortado. Se a pessoa quiser adquirir mais um cartão para manter seu consumo é preciso pagar mais.
O fato do saneamento no Rio de Janeiro ser público (em sua maioria) garante que mais de dois milhões de pessoas recebam água tratada em suas casas, por conta do chamado ganho social, ou seja, mesmo sem estar regularizados, todos tem água, evitando as graves doenças geradas pela falta de água e saneamento.
As campanhas de economia de água focam no consumo doméstico que representa apenas 8%. A agricultura representa 70% do consumo, sendo que retorna para rios poluída com os agrotóxicos.
O Brasil se tornou, em 2008, o maior consumidor mundial de veneno, consumindo um bilhão de litros de veneno por ano. Seis litro de veneno por habitante/ano, que fica na atmosfera e depois volta com a chuva.
A vazão do Paraíba do Sul já sofre com a redução do volume de água, causados pelo desvio do rio Jaguari e a seca. Por conta do baixo nível do Paraíba do Sul, o mar tem avançado sobre a areia e as casas da orla em São João da Barra, no Norte Fluminense, e outros municípios da região. Isso acontece porque a mar não encontra oponente para estancar sua força, que era feita pelas águas
A redução da vazão do Paraíba do Sul também já gera impacto no rio Guandu. A água chega mais fraca, aumentando a entrada dos poluentes, esses poluentes são causados pelas grandes indústrias que se instalaram à margem do Paraíba do Sul e do rio Guandu, que polui descaradamente a água que abastece milhões de fluminenses.
O Rio Guandu leva água para cerca de 10 milhões de pessoas no Estado do Rio de Janeiro Municípios abastecidos pela ETA Guandu: Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Itaguaí, Queimados e Rio de Janeiro.
Produção: Sintsama Pesquisa: João Xavier Texto: Marcos Pereira Arte: Rodrigo Gabriel CRÉDITOS: Fontes: -Documento da ONU, chamado Water in the World We Want ( Água no Mundo que Queremos ) 2015 -Seca agrava avanço do mar em São João da Barra (Jornal O Dia 08/03/15) -Quanto vale a Terra? (History Channel) - Filme: O Veneno está na Mesa Silvio Tendler -Água a Luta do Século (Rui Nogueira) -OBS: Recomendamos que todos assistam as fontes indicadas.