Conselho Nacional de Justiça PJe - Processo Judicial Eletrônico Consulta Processual 13/06/2014 Número: 0003659-56.2014.2.00.0000 Classe: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS Partes Tipo Nome ADVOGADO REQUERENTE MARCOS EDUARDO MIRANDA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO - ASSOJURIS Id. 14466 70 14489 64 Data da Assinatura Documento Documentos 11/06/2014 21:39 Petição inicial Petição inicial 13/06/2014 14:53 Despacho Despacho Tipo
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ) BRASÍLIA-DF. Distribuição Urgente Pedido de Liminar ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO ASSOJURIS, pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, com sede na Rua Álvares Cabral, 1336, sita na cidade de Ribeirão Preto-SP (doc. 1), neste ato representada pelo seu Presidente, Sr. ANTÔNIO CARLOS CAPELA NOVAS RG. 7.659.645 SSP/SP e CPF/MF. 747.032.428-34, brasileiro, casado, servidor público lotado no Quadro de Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, residente e domiciliado na Rua Aurora, 651 (doc. 2), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, embasada no disposto no artigo 103-B, 4º, II, da Constituição Federal e nos artigos 4º, III, 8º, I, 42, 91 e seguintes, e 98 do Regimento Interno do CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA CNJ, oferecer o presente PEDIDO DE PROVIDÊNCIA para que se dê a abertura de PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO contra o EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas: O prédio do Fórum Estadual de Atibaia, no interior do Estado de São Paulo, sob responsabilidade do E. Tribunal de Justiça, está interditado desde o dia 19.05.2014, conforme veiculado no DJe Caderno Administrativo dos dias 19, 22 e 23 de maio e 02 de junho do corrente ano (Docs. 03/06). Num. 1446670 - Pág. 1
A interdição se deu por falhas estruturais detectadas no edifício, que trazem grandes riscos à vida e à saúde dos usuários, conforme veiculado no site da E. Corte Estadual no último dia 09.06.2014 (Doc. 07). Vale enaltecer, aliás, que as avarias existentes, hoje agravadas ao ponto de inviabilizar o uso do prédio, já são conhecidas da E. Presidência da C. Corte Estadual desde o ano de 2006, como se verifica através do Ofício nº. 078/2014, datado de 30.04.2014, no qual se visualiza a gravidade daquelas (Doc. 08). Não é, portanto, nenhuma novidade que o prédio do Fórum de Atibaia, hoje interditado, já vinha apresentando problemas em sua estrutura física, o que se agravou ao ponto de implicar na interdição do prédio e suspensão da prestação jurisdicional aos usuários. Desde a interdição, todavia, o atendimento das medidas urgentes vem sendo prestado, de forma precária, na sede da 6ª Circunscrição Judiciária, na Comarca de Bragança Paulista, distante, aproximadamente, 30km da Comarca de Atibaia. A emissão de certidões passará a ser realizada nos motorhomes enviados pelo E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo à Comarca de Atibaia especificamente para esse fim, como mencionado na notícia veiculada no próprio site da C. Corte Estadual (Doc. 07). Em suma, somente as medidas urgentes vêm sendo atendidas, de forma precária, desde o dia 22.05.2014 na Comarca de Bragança Paulista e a emissão de certidões deve ser iniciada nesta data. paradas! As demais medidas judiciais estão, desde então, simplesmente Justiça Estadual na Comarca de Atibaia. É inegável, portanto, o prejuízo à sociedade e aos usuários da Num. 1446670 - Pág. 2
Em que pese o atendimento precário das medidas urgentes na Comarca de Bragança Paulista, não é demais falar que a Comarca de Atibaia, hoje, está completamente desprovida de atendimento jurisdicional. Nesse cenário caótico, o Exmo. Presidente do E. Tribunal de Justiça afirma que a C. Corte não possui recursos para as obras de reforma, argumentando que o município tem o dever de colaborar com a Justiça, pois o TRIBUNAL não tem orçamento para construir tudo o que é necessário, como veiculado no vosso Twitter (@renatonalini) no dia 09.06.2014. Na notícia veiculada no site da C. Corte Estadual (Doc. 07), inclusive, há menção expressa de que o prédio foi cedido ao E. Tribunal de Justiça, sendo a sua construção de responsabilidade da Secretaria da Justiça do Estado e da Prefeitura Municipal de Atibaia. O fato é que nesse jogo de empurra empurra, a Justiça Estadual na Comarca de Atibaia não funciona desde o dia 19.05.2014 e não há previsão de retomada da prestação jurisdicional de forma integral e segura. Para agravar a situação, além de trazer prejuízos imensuráveis aos usuários da Justiça Estadual naquela Comarca, a interdição do prédio tem implicado na paralisação do trabalho de, aproximadamente, 230 (duzentos e trintas) servidores, que estão, segundo informações verbais da Secretaria de Recursos Humanos daquela C. Corte Estadual, na iminência de sofrer descontos dos auxílios, como alimentação e transporte, nos seus vencimentos por culpa única e exclusiva da própria Corte Estadual, afinal, não estão trabalhando por causa da interdição do prédio, e não por vontade própria. Salta aos olhos, portanto, que a interdição do prédio por conta de falhas de estrutura conhecidas há anos pela Corte Estadual tem implicado em prejuízos irreversíveis e de difícil reparação para todos os usuários da Justiça Estadual na Comarca de Atibaia, seja aos cidadãos, aos magistrados, aos servidores, aos promotores, aos advogados e à própria Justiça. Num. 1446670 - Pág. 3
A omissão da C. Corte Estadual na solução efetiva do problema, mediante a retomada imediata da prestação jurisdicional, afastando-se o caráter precário do que testemunhado hoje, é tamanha que no último dia 09.06.2014, uma manifestação foi realizada pelos servidores daquela Comarca, com apoio dos advogados da cidade, como se verifica nas entrevistas disponíveis nos links abaixo: i) http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/jornal-vanguarda/videos/t/edico ii) http://cbn.globoradio.globo.com/sao-paulo/2014/06/09/funcionarios-do-j A caótica situação vivenciada também foi objeto de matéria veiculada no site eletrônico da Folha de São Paulo (Doc. 09), o que demonstra a notoriedade da situação que mancha a dignidade da Justiça. É certo que a situação será solucionada, mas sem qualquer perspectiva de prazo, eis que nenhuma providência foi adotada para sanar a situação até então, e é clarividente que o interesse público não pode esperar, afinal, a Constituição Federal assegura a todo e qualquer cidadão, o acesso à Justiça, o que tem sido impedido pela interdição do prédio do Fórum da Comarca de Atibaia, somada à omissão do Exmo. Des. Presidente, que não adotou qualquer medida efetiva para a retomada dos trabalhos naquele Fórum, e determinou, tão somente, o atendimento precário das medidas urgentes na Comarca de Bragança Paulista. Por isso, mostra-se imprescindível exigir do Exmo. Des. Presidente do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, uma posição formal acerca das medidas a serem adotadas, principalmente, sobre a previsão para retorno das atividades jurisdicionais na Comarca de Atibaia, pois a Justiça não pode esperar. Quem procura pela Justiça, tem pressa! Num. 1446670 - Pág. 4
ANTE O EXPOSTO, é o presente pedido para requerer: i) preliminarmente, a título de medida urgente e acauteladora, como previsto nos artigos 25, XI, e 99 do Regimento Interno deste C. Conselho, sejam requeridos os devidos esclarecimentos ao Exmo. Des. Presidente do E. Tribunal de Justiça de São Paulo, com determinação expressa para que seja retomada a prestação jurisdicional completa e absoluta na Comarca de Atibaia imediatamente em local seguro; A medida liminar e acauteladora se justifica porque sem a retomada imediata da prestação jurisdicional na comarca de Atibaia, os usuários da Justiça Estadual continuarão completamente desamparados, mediante a violação à garantia constitucional de acesso à Justiça. ii) após a imediata retomada da prestação jurisdicional completa na Comarca de Atibaia, seja determinada a adoção de todas as medidas necessárias para restabelecer a segurança no uso e ocupação do prédio do Fórum da Comarca de Atibaia, mediante a realização de todas as obras de reformas necessárias; iii) seja determinado ao Exmo. Des. Presidente que se abstenha de proceder descontos de qualquer natureza, principalmente quanto aos auxílios recebidos, nos vencimentos dos servidores lotados no Fórum da Comarca de Atibaia em razão dos dias parados por culpa única e exclusiva da C. Corte Estadual, pois eles estão à disposição para o trabalho, tendo, inclusive, já procedido à manifestação pública pela retomada dos trabalhos em local digno e seguro. Termos em que, P. deferimento. Ribeirão Preto/SP, 11 de junho de 2014. ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO Num. 1446670 - Pág. 5
ESTADO DE SÃO PAULO ASSOJURIS Antônio Carlos Capela Novas Presidente Num. 1446670 - Pág. 6
Conselho Nacional de Justiça Autos: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS - 0003659-56.2014.2.00.0000 Requerente: ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO - ASSOJURIS Requerido: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - TJSP DESPACHO/OFÍCIO N.º 2014 Cuida-se de Pedido de Providências formulado pela Associação dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo ASSOJURIS, devidamente qualificada na inicial, no qual requer, inclusive em sede de liminar, que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo adote as providências necessárias para que seja retomada a prestação jurisdicional completa e absoluta na Comarca de Atibaia. Aduz que o prédio do Fórum de Atibaia/SP está interditado desde 19.05.2014, em razão das falhas estruturais detectadas no respectivo edifício que podem trazer riscos à vida e à saúde dos usuários. O Requerente relatada que as avarias existentes são conhecidas desde o ano de 2005 (Ofício nº 078/2014), contudo até o presente momento nada foi providenciado. Esclarece, também, que desde a interdição o atendimento das medidas urgentes vem sendo realizado de forma precária na sede da 6ª Circunscrição Judiciária, na Comarca de Bragança Paulista/SP, e que a emissão de certidão será realizada nos motorhomes (unidades móveis) enviados pelo TJSP para atendimento no estacionamento do Fórum de Atibaia/SP. Assim, entende que prestação jurisdicional encontra-se praticamente paralisada desde a interdição do prédio, o que importa em prejuízo aos jurisdicionados e aos próprios funcionários que temem o desconto inesperado nas suas remunerações. Informa que a Presidência do Tribunal tem publicado informação de que não dispõe de recursos financeiros para as obras de reforma, tendo argumentado que o município tem o dever de colaborar com a Justiça, pois o TRIBUNAL não tem orçamento para construir tudo o que é necessário. Por conseguinte, narra que a citada situação importa na paralisação de aproximadamente 230 (duzentos e trinta) servidores que, segundo informações colhidas junto à Secretaria de Recursos Humanos, podem sofrer descontos remuneratórios. Por tais razões, o Requerente pleiteia o deferimento de medida de urgência no sentido de determinar ao Tribunal requerido o imediato retorno da completa prestação jurisdicional na Comarca de Atibaia em local seguro. Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: DEBORAH CIOCCI, DEBORAH CIOCCI https://www.cnj.jus.br/pjecnj/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=14061314530451300000001443999 Número do documento: 14061314530451300000001443999 Num. 1448964 - Pág. 1
Para melhor cognição e considerando as diligências imediatamente empreendidas pelo Tribunal requerido no sentido de garantir tanto a integridade física de todos os frequentadores como também o atendimento mais urgente na Comarca de Atibaia, reservo a análise do pedido liminar para momento posterior às informações, que deverão ser prestadas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no prazo de 05 (cinco) dias, quando então deverá esclarecer as circunstâncias técnicas e operacionais que o ato enseja, inclusive com apresentação do laudo respectivo e cronograma operacional para possível saneamento das irregularidades. Ciência às partes. Cópia do presente servirá como ofício. À Secretaria para as providências. Brasília/DF, 13 de junho de 2014. DEBORAH CIOCCI Conselheira Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: DEBORAH CIOCCI, DEBORAH CIOCCI https://www.cnj.jus.br/pjecnj/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=14061314530451300000001443999 Número do documento: 14061314530451300000001443999 Num. 1448964 - Pág. 2