O processo criativo do designer gráfico na elaboração de estampas para uma coleção de moda



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Transcrição:

O processo criativo do designer gráfico na elaboração de estampas para uma coleção de moda The creative process of graphic designer in the preparation of prints for a fashion collection Calderón, Gracia Casaretto; Bacharel em Design Gráfico; Universidade Federal de Pelotas graciacasaretto@gmail.com Resumo O presente artigo apresenta o resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso, acerca da possibilidade do designer gráfico de conceber estampas conceituais para uma coleção de moda, com a utilização de elementos da cultura local, com os quais as pessoas se identifiquem. Para este fim, são pesquisadas e relacionadas as áreas do Design Gráfico, do Design de Superfície, e da Moda. Também foi desenvolvido um projeto prático com a criação de: tecidos estampados, confecção das peças de roupa, evento (desfile) de lançamento da coleção, identidades visuais da grife e coleção, materiais de divulgação (fotografias, site, vídeo e aplicativos). Palavras Chave: Design Gráfico; Design de Superfície; Moda. Abstract This paper presents the results of a Graduate Work, about the possibility of a graphic designer to design prints for a conceptual fashion collection using elements of local culture, with which people identify themselves. For this purpose, are surveyed and related areas of Graphic Design, Surface Design, and Fashion. We also developed a practical project with the creation of: fabrics, garments of clothing, event (parade) to launch the collection, visual identities and the brand collection, dissemination materials (photographs, site, video and applications). Keywords: Graphic Design; Surface Design; Fashion.

Introdução O tema da pesquisa abrange as áreas que envolvem Design Gráfico, Design de Superfície e a Moda, e apresenta a possibilidade do designer gráfico desenvolver estampas conceituais para uma coleção de moda. Para este fim, a pesquisa vislumbra a parceria entre designer gráfico e estilista na construção de uma coleção conceitual, com essência da cultura brasileira através das peculiaridades regionais, buscando traduzir na estampa da roupa a originalidade e riqueza visual do Brasil. Como metodologia, realiza-se inicialmente uma busca por informações e conhecimento através de pesquisa bibliográfica e eletrônica. Para embasar o projeto prático, na pesquisa teórica são abordados os conhecimentos da área do Design Gráfico e do Design de Superfície, e os fatores que envolvem o universo da Moda e da Estampa. Na primeira parte do trabalho, a Moda é abordada em seus diversos aspectos, tratando dos seguintes assuntos: comunicação da moda e cultura, roupa como símbolo, aparência e grupos de referência, o processo de adoção da moda, tendências, o look releitura e o look autoral, a modelo, o desfile, o stylist, a indústria têxtil no Brasil, a diferença entre o estilista e o criador, as coleções de moda e os desfiles no Brasil, e os tipos de tecidos. Na segunda parte, desenvolve-se um estudo aprofundado acerca do Design Gráfico e do Design de Superfície, suas bases e semelhanças. Também se expõe a relação pretendida entre o profissional do design e o estilista, bem como do design com a sustentabilidade. Na terceira parte, a Estampa é o elemento de estudo, pois o designer deve buscar conhecimentos sobre a evolução da estampa, assim como os métodos de estamparia que surgiram ao longo da história, a fim de desenvolver estampas que estejam de acordo com o seu tempo e necessidades. Dessa forma, a pesquisa busca conceitos de estampa e estamparia, a história da estampa, bem como os métodos existentes de estamparia, padronagens e suas classificações. Então, a quarta parte do trabalho trata sobre Criação, onde se estuda os vários assuntos relacionados aos conhecimentos da formação do designer gráfico e do designer de superfície, tais como: a pesquisa criativa, a criação da estampa, os fundamentos do Design de Superfície, a cor, o desenho e a criatividade, a Identidade Visual, e as Metodologias Projetuais. Nesta última parte, para a então elaboração do projeto, realiza-se pesquisa de campo: uma entrevista estruturada com o designer que desenvolve estampas na área da moda; uma pesquisa de tendências, utilizando-se da técnica de observação; e uma busca pelo elemento da cultura de Pelotas (o ladrilho hidráulico), para utilizá-lo como referência visual para a criação das estampas do projeto prático. Esta, é feita através de fotografias dos pisos dos prédios históricos da cidade, e da visita à empresa de Pelotas que fabrica os ladrilhos hidráulicos. Finalmente, como projeto prático, desenvolve-se estampas para uma coleção contemporânea e atualizada, com a utilização de elementos (referências visuais) característicos da cultura da cidade de Pelotas - os ladrilhos hidráulicos -, com o objetivo de despertar as emoções dos consumidores.

Moda A moda é um dispositivo social que tem o poder de orientar a sociedade e o consumo, refletindo diretamente na cultura e no comportamento humano; ela é o reflexo da sociedade, local e costumes em que está inserida. Desde o homem pré-histórico, o ato de vestir-se é considerado uma necessidade básica do ser humano. Porém, a roupa deixou de ser apenas um tecido que cobre o corpo, para tomar proporções significativas de comunicação e identidade. E as roupas contribuem na construção da identidade. Conforme preferência e gostos, o indivíduo opta por adquirir peças que transmitam suas características e crenças. A roupa desenvolvida a partir de uma prévia elaboração de projeto, funciona como símbolo, carregando significações de expressão e conteúdo. Dessa forma, o consumidor irá adquirir o produto, somente se possuir afinidades e desejos por ele. O aspecto simbólico proporciona aos produtos identidade que vai ser avaliada pelo consumidor como congruente, ou não, com a sua própria. Produtos entendidos como símbolos servem ao indivíduo para construir significados que causem reações desejadas em outras pessoas (GARCIA; MIRANDA, 2007, p.33). As qualidades da roupa, como a forma, a cor, o material, a disposição no corpo (modelagem), dialogam com o indivíduo projetando-o para o mundo, transmitindo sua imagem e características pessoais. A roupa desempenha um papel de comunicadora. Para Garcia e Miranda (2007, p.30), [...] a maneira como cobre o seu corpo, [...] funciona como uma espécie de escrita que vai registrando quem esse indivíduo é e como vive sua vida. O entendimento do vasto campo da moda, que envolve inúmeros fatores e conteúdos, situa o designer e o auxilia no desenvolvimento de trabalhos consistentes. Ao trabalhar com a criação de estampas para moda, o designer tem como cliente o estilista. Este profissional tem a função de transmitir todas as informações sobre a identidade da grife, conceitos envolvidos, história da empresa, pretensão com a coleção, estilo, temática, cores, formas, referências, dados sobre o corte e costura, entre outras noções que irão auxiliar e guiar o processo criativo do designer. A partir daí, cabe ao designer gráfico realizar mais pesquisas, caso não esteja habituado com o tema. O estilista, tanto pode desenvolver sua coleção a partir das tendências do mercado, quanto pode vir a ousar mais, com uma coleção que reflita sua personalidade, subjetividade, e elementos culturais. Com a globalização, as tendências mundiais reinaram e se sobrepuseram sobre as características locais. Para a preservação da identidade do país, e a valorização da moda de determinado local, é importante que os estilistas percebam que os elementos culturais são diferenciadores e capazes de despertar interesse internacional. Em seu livro, Preciosa (2007) discorre sobre o imenso interesse que a moda brasileira vem despertando no mercado externo desde o fim dos anos 1990. E o fato da cultura do Brasil estar em alta se deve a afluência da mídia internacional no país. Sendo assim, é necessário que existam estilistas dispostos a traduzir em suas coleções as peculiaridades da imensa cultura brasileira. Afinal, o estilista de moda é um diagnosticador de seu tempo, de sua cultura, do contemporâneo que o circunscreve. Design O design possibilita a diferenciação dos produtos. Um projeto de design bem elaborado permite que valores sejam agregados a eles e, igualmente, às empresas e serviços. O valor é implantado através de elementos visuais e estéticos, que caracterizam e até mesmo

fornecem personalidades. Atualmente, o conceito transmitido pelos objetos favorece enormemente na escolha de um produto ou outro, sendo que o design pode colaborar na formação destes conceitos. Dessa forma, o design torna-se um elemento necessário e fundamental no desenvolvimento de novos produtos, seja através da escolha da forma, cor, identidade, entre outros aspectos conceituais, que dialogam com a sociedade e o mundo. O campo do design é fragmentado em diversas áreas, entre elas o Design Gráfico, Design de Produto, Design de Moda, Design Digital, Web Design, Design de Móveis e Design de Superfície. A interdisciplinaridade entre essas áreas é constante, pois de alguma forma uma está contida na outra. O Design Gráfico, uma das categorias do design, refere-se à ordenação projetual estético-formal de elementos visuais, sejam elementos textuais ou não, para compor peças gráficas próprias para a reprodução e comunicação (VILLAS-BOAS, 2007). Já o Design de Superfície é uma categoria recente, apesar do desenvolvimento dos trabalhos na área já ser realizado há bastante tempo. Ele abrange projetos que se configurem no tratamento das superfícies, através de composições que envolvam cores e formas. O Design de Superfície é bastante aplicado no setor Têxtil. E a Estamparia, uma das modalidades deste setor que consiste na impressão de estampas em tecidos, é trabalhada pelo designer, o qual se ocupa pela criação dos desenhos adequados aos processos técnicos de estampagem. Há vários tipos de projetos e possibilidades os quais pode ser pensado o Design Gráfico aplicado às superfícies. O designer gráfico pode trabalhar na área da moda a partir de seu desempenho interdisciplinar com o Design de Superfície. Esse profissional possui conhecimentos sobre identidade visual, composição, cores, formas, e apurada sensibilidade estética, ou seja, ele possui capacidades e habilidades para desenvolver estampas direcionadas à indústria da moda. O designer gráfico é apto a desenvolver inúmeros produtos, pois se utiliza metodologias projetuais, que orientam e organizam as etapas do trabalho. Segundo Villas- Boas (2007), o projeto de Design Gráfico deve apresentar aspectos formais (características estéticas), aspectos funcionais objetivos (funcionalidade), aspectos funcionais subjetivos ou simbólicos (significados a partir de conceitos) e aspectos metodológicos (planejamento). Mas somente o conhecimento de Design Gráfico não é suficiente para a elaboração de estampas conceituais. O profissional deve conhecer todos os fatores que envolvem o Design de Superfície, a moda, o mercado, a sociedade, os processos produtivos, as matérias-primas, os sistemas de composição de estampas, as cores, as características do consumidor, entre outros. Além disso, o designer gráfico deve estar constantemente informado sobre novas tecnologias, tendências, e novidades da área, para conceber trabalhos interessantes e inovadores. Estampa Procurar conhecer os tipos de padronagens existentes e suas respectivas classificações, também contribui no processo criativo do designer gráfico e o auxilia na concepção de novas estampas criativas e únicas, ou que se utilizem de recursos tradicionais, resgatados do passado. A estamparia, que é a impressão no tecido, ou o ato de estampar no lado direito do tecido, pode ser modular, com a repetição do módulo ao longo da superfície do tecido, ou representar um desenho único (estampa localizada), como uma cena. A palavra estamparia é proveniente da língua inglesa printwork (trabalho pintado) (CHATAIGNIER, 2006).

A estampa torna os tecidos mais atraentes e originais, sendo um dos grandes recursos utilizados no Design de Superfície. Na moda, é um diferencial que chama a atenção dos consumidores, podendo carregar a subjetividade do designer e do estilista, além de sofrer grande influência sociocultural (características locais e tradições) nos motivos e cores de suas padronagens. O conhecimento de design é essencial para a elaboração de produtos que formem conceitos. Estampas criadas desprovidas de projeto de design formam peças de roupa vazias e insignificantes, pois a estampa acaba desempenhando função meramente decorativa. Sendo assim, usuários que buscam uma identificação pessoal com a moda optam por peças mais conceituadas. Com a atual busca constante por estar na moda ou possuir uma identidade marcante perante os demais, o consumidor deseja adquirir produtos que proporcionem estilos de vida. A estampa diferencia a roupa além de caracterizar a temática da coleção, concedendo exclusividade e originalidade às peças. Desperta desejo de consumo em quem se identifica com o conceito e símbolo traduzidos pelas suas composições gráficas. A configuração da Superfície tornou-se [...] muito relevante. Já que a aparência é percebida por meio das características diretamente observáveis pelos sentidos e interpretáveis a nível pessoal, é crucial enfatizarmos tanto os aspectos sensitivos inerentes quanto os cognitivos possíveis além dos psicológicos e antropológicos existentes na interação do sujeito com o objeto através da sua Superfície. Tais aspectos podem condicionar a percepção do sujeito sobre um produto bem como as questões emocionais inerentes, influindo na mais valia e na aquisição ou não do mesmo [...], pois os elementos percebidos pelos sentidos, além de agregarem valor estético, definem e qualificam um artefato [...] (SCHWARTZ, 2008, p. 36). No passado, na história da moda, quem criava as estampas para os tecidos eram os artistas pintores. Eles trabalhavam diretamente com o tecido, ou então alguma de suas obras tornavam-se referência para a criação de estampas. Os desenhos dos padrões de superfícies vêm atuando como um diagnosticador do tempo, como uma prática que expressa a cultura e a evolução humana. Cada superfície expõe peculiaridades e características do local onde é desenvolvida, e suas finalidades de uso. Desde suas primeiras aparições, com técnicas artesanais antigas, até a evolução da tecnologia com novos materiais e processos contemporâneos, a estampa permanece como um recurso diferenciador, podendo ser aplicada em diversos produtos. Porém, a estampa possuía somente função ornamental e decorativa na superfície do tecido. Atualmente, com o desempenho do projeto do designer, a estampa passou de ornamental para conceitual. Ela está ligada a todo um processo de identidade com o entorno e com a coleção pertencente. Na moda, a estampa pode ser utilizada em roupas e acessórios, como: sapatos, brincos, colares, lenços, meias, blusas, calças, vestidos, casacos, bolsas. Para o desenvolvimento dos padrões que irão compor a superfície dos tecidos, deve haver um processo criativo elaborado e planejado que envolva diversas etapas, como a pesquisa de cores, formas, tema, conceito, materiais, tendências, público consumidor, processos produtivos e mercadológicos, entre outros. A partir de então, o designer atua identificando, analisando e aplicando as ferramentas necessárias para a produção das estampas, para colaborar na composição de uma coleção que atue na sociedade por meio de fatores estéticos, socioculturais, conceituais e ergonômicos.

Criação O designer que trabalha com superfícies atua como um agente transformador da realidade, consciente de sua função de pensar, criar, projetar e avaliar os fatores que envolvem o universo do seu trabalho. Ele é um profissional criativo, que interpreta sensivelmente as necessidades e exigências do mercado consumidor, sendo capaz de solucionar em vários estilos, criando ou transformando as superfícies. É um intérprete e um solucionador, apto a atingir alta qualidade estética nas estampas dos tecidos de uma coleção de moda. Ao trabalhar com o desenvolvimento de padronagens, o designer deve possuir uma atitude diferenciada, procurando estar sempre informado sobre últimos lançamentos disponíveis para a produção. Ele deve efetuar constantes pesquisas criativas, artísticas, tecnológicas, mercadológicas, a fim de um desenvolvimento próprio do potencial criativo, para se mostrar flexível, inovador e pronto para os desafios do mercado. [...] a inovação é a base da competitividade e as empresas constantemente têm de buscá-la. [...] O processo de design, como parte da inovação, necessita de um estado mental que combine criatividade, espírito empreendedor, capacidade para assumir riscos, flexibilidade para aceitar a mobilidade social, profissional ou geográfica. No campo da comunicação visual gráfica, na área de estamparia e design de superfície, a inovação é crucial, tendo em vista ser um diferenciador eficaz do produto em um mercado saturado (MINUZZI, 2007, p.5). A pesquisa criativa é a base para a geração de novas ideias, que irão somar no conhecimento dos processos manuais e digitais para o desenvolvimento de trabalhos originais. Em conjunto com as propostas do estilista, e dependendo das finalidades e conceitos da coleção, os fatores locais podem ser resgatados, como o clima, as tradições, a cultura, os mitos, os materiais, as cores e formas, a natureza (fauna e flora), assim como as subjetividades e histórias de vida do estilista e do designer. [...] o profissional recorre ao processo criativo individual a fim de buscar alternativas capazes de acompanhar tendências do segmento em que atua. Sob esse foco, a formação acadêmica ganha importância, apresentando momentos específicos, de modo a conduzir o estudante à descoberta e à consolidação de seu processo criativo pelas vivências no campo artístico (MINUZZI, 2007, p.1). Sendo assim, a formação qualificada e o aprendizado constante são fatores cruciais para o bom desempenho do designer. Também o domínio de várias técnicas manuais e digitais, e a experimentação de linguagens artísticas (desenho, pintura, colagem), possibilitam a diferenciação dos profissionais inovadores e de suas criações. No mercado, há um excesso de profissionais altamente hábeis em informática e poucos que sabem lidar com ferramentas manuais e criativas. Dessa forma, diversas empresas já perceberam que o desenvolvimento da criatividade e o conhecimento básico de diferentes meios manuais, que incluem o desenho, são elementos que diferenciam os designers criativos, daqueles que somente dominam meios digitais. Ao tomar conhecimento de todo o conteúdo acerca das questões que envolvem a elaboração de estampas para uma coleção de moda, o designer já dispõe das ferramentas necessárias para iniciar sua atividade na área. Porém, buscar informações, através de pesquisas de campo, com profissionais que trabalham no setor da moda, e que já possuam experiência no assunto, é interessante para compartilhar idéias e obter noções de quem domina a prática.

Desenvolvimento da coleção As referências visuais, utilizadas para a criação das estampas do projeto prático, foram os ladrilhos hidráulicos (fig.1) e a linguagem artística das obras desta pesquisadora (fig.2), enfatizando, assim, a característica da coleção autoral com a subjetividade do estilista. Figura 1: Modelos de ladrilhos hidráulicos. Figura 2: Obras da série de Gracia Casaretto, 2009. O ladrilho hidráulico é um revestimento de piso e parede, proveniente dos antigos mosaicos bizantinos, que foi importando para o Brasil, vindo de Portugal, França e Bélgica. Ele foi o elemento escolhido como referência, pois está presente em grande quantidade e destaque nas construções arquitetônicas da cidade de Pelotas, sendo encontrado nos pisos e passeios de prédios históricos. Trata-se de um material nobre e distinto, introduzido na arquitetura da cidade por arquiteto e artistas vindos da Europa. Estes, foram trazidos por ricos charqueadores, contribuíram para a construção urbana diferenciada e sofisticada de Pelotas. A empresa visitada foi fundada em 1914. Na época dividia mercado com outras 16 fábricas de ladrilhos hidráulicos. Atualmente, é uma das últimas fábricas de ladrilhos hidráulicos do Brasil. Na visita, acompanhou-se o processo de fabricação do ladrilho, que é totalmente artesanal (fig.3).

Figura 3: Processo de fabricação do ladrilho hidráulico. Fonte: Site da Fábrica de Mosaicos (www.fabricademosaicos.com.br) A primeira etapa do desenvolvimento da coleção foi a elaboração do briefing, consistindo em um conjunto de informações passadas através de uma reunião do designer com o seu cliente (estilista). O briefing é a tarefa inicial, na qual o designer cria um roteiro em busca de soluções que o auxiliarão no desenvolvimento do trabalho. O briefing elaborado disponibilizou conceitos e informações relativos às estampas que foram desenvolvidas no projeto prático. Dentre alguns aspectos considerados, estão: - Atividade-fim da empresa: grife de moda. - Percurso histórico: forte relação com arte. A nova série de trabalhos da pesquisadora é composta por telas com tema de figura humana, desenhos de padronagens e cores fluorescentes. Apesar de sua forte relação com a moda, ela nunca desenvolveu uma coleção. - Situação financeira: poucos recursos financeiros. - Imagem que a grife pretende comunicar: roupa exclusiva, que valoriza a cultura e a satisfação pessoal do indivíduo. Oferece conforto e originalidade ao usuário. - A importância dada à identidade visual: é primordial para que haja um reconhecimento da grife por parte dos consumidores, assim como a identificação destes com as roupas. Solidifica a marca, auxilia na formação de sua imagem e conceitos das peças e da marca. - Sobre o público-alvo (perfis sociais, econômicos, culturais, sexo e faixa-etária): classe média; pessoas que possuam elevado grau de cultura; sexo feminino e masculino; 20 aos 35 anos. - Imagem que a empresa tem do seu público (perfil do consumidor): pessoas interessantes, que possuam cultura, livres de conceitos pré-estabelecidos pela sociedade (seja de idéias ou roupas); usuários com estilo alternativo. - Tema da coleção e referência visuais (iconográficas) para criação das estampas: ladrilhos hidráulicos característicos da cidade de Pelotas. - Conteúdo conceitual da coleção: peças de roupa com estilo neo-hippie; estampas que ofereçam sentimentos de conforto, originalidade e estilo. Estampas com formas clássicas, porém combinadas com cores contemporâneas, transportando, assim, elementos culturais tradicionais diretamente para o usuário da moda urbana.

O stencil foi o método manual escolhido para a aplicação das estampas, também devido a fatores que se relacionavam com o processo de fabricação dos ladrilhos (meio artesanal). Como proposta de valorização da cultura local e nacional, escolheu-se trabalhar com alguns tecidos que apresentassem significativa porcentagem de algodão em suas composições. Considerou-se que a unidade do ladrilho hidráulico corresponderia ao módulo da estampa. Dependendo do local de aplicação e a finalidade do uso do tecido (modelagem da peça de roupa), um mesmo módulo foi utilizado com diferentes encaixes, resultando em padronagens distintas. Ao todo foram criadas 32 estampas, sendo 10 para camisetas femininas, 10 para camisetas masculinas e 12 para vestidos, saias e blusas femininas. Em função da cor do tecido e do tipo de modelagem da roupa, desenvolveu-se a estampa de forma modular (estampa corrida) (fig.5) ou localizada (fig.4). Para cada local de aplicação, foram estipuladas as cores e a forma como o módulo se repetiria, para que houvesse o destaque da estampa no corpo. Figura 4: Vestido da coleção desenvolvida, com estampa localizada.

Figura 5: Saias da coleção desenvolvida, com estampa corrida. A coleção de moda desenvolvida, com as estampas baseadas nos ladrilhos hidráulicos, foi designada estampahidráulica, referindo-se tanto ao tema da coleção, quanto enfocando os elementos principais das peças: as estampas. As roupas da coleção caracterizam-se por looks autorais, na qual o estilista criador utiliza referências da sua vida e subjetividade, juntamente com elementos culturais e estudos de tendências. As estampas criadas para a coleção seguem a definição de projeto, segundo Villas- Boas (2007), com todos os aspectos descritos pelo autor e abordados ao longo da pesquisa. Como aspectos formais, têm-se as formas geométricas das estampas. Como aspectos funcionais objetivos, tem-se a diferenciação e originalidade da roupa proporcionada pela padronagem. Os aspectos funcionais subjetivos ou simbólicos estão nos significados transmitidos pela estampa, seguindo conceitos da coleção. E por fim, como aspectos metodológicos, o planejamento do desenvolvimento das estampas. Estas, segundo Pezzolo (2007) e Chataignier (2006), podem ser classificadas na categoria geométrica (de acordo com suas formas e conteúdos). A coleção manteve um foco na sustentabilidade através de seu conceito e estilo neo-hippie, direcionando-se assim a um consumidor com consciência sustentável.

No desenvolvimento da estampas, primeiramente selecionou-se a referência visual e o módulo (forma simplificada) (fig.6). Figura 6: Ladrilho hidráulico e Módulo. Após, especificou-se o tipo e a cor dos tecidos. Realizaram-se estudos de rapport, encaixe e cores, para a aplicação da estampa direcionada à modelagem da peça de roupa (fig.7 e 8). Figura 7: estudo de padronagem e aplicação da estampa com o método de stencil.

Figura 8: estudos para estampas do tipo localizadas. Após, o método de stencil foi aplicado no tecido (fig.7) e as roupas foram confeccionadas (fig.9 e 10). Figura 9: estampa aplicada em vestido.

Figura 3: estampas aplicadas em camisetas masculinas.

Considerações Finais Na pesquisa desenvolvida fez-se a relação entre o trabalho do profissional do design gráfico e do design de superfície, podendo-se identificar seus pontos em comum e suas possibilidades de atuação em conjunto. Ao aprofundar a pesquisa acerca dos conhecimentos inerentes à formação do designer gráfico, constatou-se que este profissional é capaz de desenvolver projetos de estampas por meio de estudos prévios e conhecimentos sobre os demais fatores ligados à moda, à estampa e ao design de superfície. Através da pesquisa acerca da moda, design, estampa e criação, e todo o aparato teórico investigado, considera-se que o designer gráfico é capaz de elaborar estampas conceituais, e correspondentes à coleção desejada, através de um processo criativo planejado e orientado (com a utilização de metodologias projetuais), atuando na área do Design de Superfície. Como resultado do projeto prático, conclui-se possível o designer gráfico desenvolver estampas a partir de elementos característicos culturais locais, com as quais as pessoas se identifiquem, também sendo capaz de influenciar consumidores através de conceitos transmitidos por coleções e grifes. Ao valorizar a cultura local e evidenciar um elemento que merece destaque o ladrilho hidráulico -, por meio de suas formas estampadas nas superfícies dos tecidos, a coleção desenvolvida no projeto incentiva a conservação dos prédios históricos de Pelotas assim como a restauração dos ladrilhos, sensibilizando o consumidor e levando-o a refletir sobre a questão do patrimônio histórico. Tanto a pesquisa teórica quanto a execução do projeto prático apresentaram uma das tantas possibilidades de atuação do designer gráfico no mercado de trabalho. O elo com o Design de Superfície, roupas e estampas, constitui-se em uma interessante carreira de trabalho para designers gráficos que possuam contato e afinidades com o campo da moda. A inserção de designers gráficos, habilitados a trabalharem com a criação de estampas dentro do mercado da moda, representa uma enorme vantagem para os estilistas, suas grifes e coleções, por esse se tratar de um profissional com conhecimentos relacionados à identidade visual, metodologias de projeto, e questões mercadológicas.

Referências CALDERÓN, Gracia Casaretto. ESTAMPARIA: O processo criativo do designer gráfico a elaboração de estampas para uma coleção de moda. 2010. Monografia (Curso de Artes Visuais Bacharelado em Design Gráfico) Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. CHATAIGNIER, Gilda. Fio a fio: tecidos, moda e linguagem. São Paulo: Estação das Letras, 2006. GARCIA, Carol; MIRANDA, Ana Paula de. Moda é Comunicação experiências, memórias, vínculos. 2.ed. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2007. MINUZZI, Reinilda de Fátima Berguenmayer. Estampando diferenciais: pesquisa criativa no design de superfície. In: Congresso Internacional de Pesquisa em Design Gráfico, 4., Rio de Janeiro. UFSM, 2007. PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos: história, tramas, tipos e usos. São Paulo: Editora Senac, 2007. PRECIOSA, Rosane. Produção Estética: notas sobre roupas, sujeitos e modos de vida. 2.ed. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2007. SCHWARTZ, Ada Raquel Doederllein. Design de Superfície: por uma visão projetual geométrica e tridimensional. 2008. Dissertação (Pós Graduação em Desenho Industrial) Universidade Estadual Paulista, São Paulo. VILLAS-BOAS, André. O que é [e o que nunca foi] design gráfico. Rio de Janeiro: 2AB, 2007.