Metodologia FMEA/FMECA Aplicada a Pilhas de Disposição de Estéril - Um Estudo de Caso



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Transcrição:

Metodologia FMEA/FMECA Aplicada a Pilhas de Disposição de Estéril - Um Estudo de Caso Michelle Rose Petronilho Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil, michellerp_civil@yahoo.com.br Romero César Gomes Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil, romero@em.ufop.br RESUMO: A metodologia FMEA/FMECA (Análise dos Modos e Efeitos de Falha/ Criticidade) é uma técnica utilizada para definir, identificar e eliminar falhas, problemas ou erros potenciais conhecidos de um dado sistema/projeto, antes da ocorrência de problemas e mediante avaliação contínua. A partir da caracterização dos eventos potenciais, são propostas ações de melhoria buscando-se a solução para a falha identificada, denominada FMECA, como uma extensão do método FMEA. Na área da Geotecnia, sua implementação tem sido prioritária no caso de barragens de grande porte, mas se tratando de pilhas de disposição de estéril (PDE), considerando suas dimensões, a escassez de áreas adequadas à disposição e a fiscalização intensa dos órgãos legais reguladores, este mesmo cenário se aplica, justificando, portanto, a necessidade de estudos preventivos face à magnitude dos impactos decorrentes de uma eventual ruptura das mesmas. O presente trabalho teve a finalidade de propor uma estrutura hierárquica que apresenta os principais elementos de uma pilha de estéril e, assim, permite identificar e avaliar as variáveis críticas dos sistemas de disposição de estéreis em pilhas, bem como a relevância das conseqüências na operação ou funcionamento destes sitemas. No estudo, foram analisadas onze pilhas de estéril de minas de minério de ferro, localizadas na região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, sendo estabelecidos índices de criticidade (ocorrência, severidade e detecção) e, conseqüentemente, definidos os graus de relevância dos riscos (hierarquização dos riscos). Por meio destas análises integradas, foram sistematizados os diferentes modos de ruptura das componentes básicas constituintes da estrutura hierárquica, suas causas iniciadoras, as medidas de detecção e de controle propostas para cada mecanismo potencialmente detectado destes modos, sendo os dados compilados em tabelas específicas. As análises comportaram 16 modos de falha, mas deste total, somente 10 foram efetivamente associados às pilhas estudadas, com maior incidência dos mecanismos depressões e abatimentos nos taludes, depressões e abatimentos nas bermas e NA elevado no maciço. A metodologia FMEA/FMECA aplicada aos estudos de casos analisados mostrou-se bastante pertinente, fornecendo subsídios adequados para a adoção de procedimentos para manutenção preventiva e corretiva e, até mesmo, para um sistema de monitoramento de pilhas de estéril, como se constata a partir da aplicabilidade dos requisitos e critérios desta técnica às análises de desempenho das pilhas estudadas. Outra observação importante relacionada à utilização da metodologia está na obtenção de um parâmetro quantitativo formal RPN (Risk Priorit Number) que permite a priorização das ações a serem desenvolvidas. PALAVRAS-CHAVE: Análise de Risco, Gestão de Riscos, Modos de Falha, Pilhas de Estéril, Mineração. 1 INTRODUÇÃO Risco é uma medida da probabilidade e das consequências de um evento inesperado para a vida, para a saúde, para os bens materiais ou para o meio ambiente. Uma análise de risco constitui um processo qualitativo que pode ser definido como um conjunto de informações disponíveis para estimar os riscos devido a ocorrências indesejáveis na estrutura em análise. O objetivo das análises de risco consiste na avaliação das condições de segurança das estruturas envolvidas e a ordem de grandeza das consequências, determinando, portanto, a

intensidade das mesmas e a probabilidade da ocorrência dos eventos indesejados. As análises de risco podem ter um amplo campo de aplicação, perpassando por todas as fases de desenvolvimento de uma determinada obra, desde o planejamento aos estudos de viabilidade, a comparação de diferentes soluções de projeto, a seleção das exigências e sua elaboração, a execução, o controle tecnológico, a operação, incluindo-se ainda a definição das políticas de reabilitação ou de abandono de uma dada estrutura. O objetivo deste trabalho é identificar e avaliar os fatores e as variáveis críticas de sistemas de disposição de estéreis em pilhas, por meio das técnicas de análise de risco FMEA (Análise dos Modos e Efeitos de Falha) e FMECA (análises de criticidade), a partir de uma sistematização hierárquica dos elementos que compõem uma pilha de estéril. As aplicações destas ferramentas visam determinar os índices de falha associados aos potenciais mecanismos de instabilização da pilha e fornecer subsídios para a proposição de soluções técnicas para uma adequada superação dos efeitos dos diferentes modos de falha. O método pode ser utilizado em qualquer área da geotecnia, como escavações de túneis, construção de aterros e estabilidade de taludes, por exemplo. As maiores aplicações, porém, ocorrem na área de barragens, por envolver estruturas de grande porte, à qual estão associados grandes impactos regionais, condicionantes ambientais de magnitude e elevados custos de projeto e construção. Em se tratando de pilhas de estéril, estruturas com dimensões cada vez maiores, este mesmo cenário se aplica, justificando, portanto, a necessidade de estudos preventivos face à magnitude dos impactos decorrentes de uma eventual ruptura das mesmas. 2 FUNDAMENTOS DA METODOLOGIA FMEA/FMECA 2.1 Conceitos básicos e Objetivo A metodologia FMEA/FMECA é uma técnica utilizada para definir, identificar e eliminar falhas, problemas ou erros potenciais conhecidos do sistema, projeto, processo e/ou serviço antes que o problema ocorra. Segundo Palady (1997), é uma das técnicas de baixo risco mais eficientes para prevenção de problemas e identificação das soluções mais eficazes. O problema é enfocado a partir da causa (definida como o evento que pode provocar, gerar ou induzir a falha), passando pelo modo (definido como a maneira como a falha se manifesta) e culminando no efeito (forma como o modo de falha afeta o sistema. O FMEA tem por objetivo gerar um plano de ação que visa evitar falha no projeto/ processo do produto, buscando uma melhoria contínua e a redução dos riscos. Por meio deste, são propostas ações de melhoria buscando a solução para a falha identificada. Essas ações de melhoria pertecem ao método FMECA, sendo este uma extensão do método FMEA, e que pode ser considerado um método quantitativo de confiabilidade, auxiliando na definição das prioridades de falhas. Para obter este objetivo, são utilizados três fatores: ocorrência (estimativa da probabilidade da causa em questão ocorrer e ocasionar o tipo de falha considerado), severidade (avaliação da gravidade do efeito da falha potencial sobre o componente, subsistema, sistema ou cliente) e detecção (avaliar a probabilidade da falha com o intuito de identificar as deficiências do projeto o mais rápido possível). Através destes fatores, é realizada uma hierarquização de acordo com o risco potencial de cada falha, representado no FMEA e calculado através do RPN (Risk Priority Number) (APUD LEAL et al., 2006). É importante destacar que este método deve ser aplicado por uma equipe técnica de caráter multidisciplinar, abrangendo as áreas de geologia, hidrologia, geotecnia e quando cabível área ambiental. 2.1 Desenvolvimento da Metodologia FMEA/FMECA 2.1.1 Critérios associados a Pilhas de Estéril De acordo com Santos (2007), existe um conjunto específico de requisitos iniciais que devem ser garantidos antes de conduzir o

processo de uma FMEA dentro do âmbito da geotecnia, bem com a elaboração de um sistema para estruturas geotécnicas, devendo o método obedecer a uma estrutura básica perfeitamente definida. Assim, no contexto de pilhas de estéril, o sistema FMEA será constituído por três sistemas principais: fundação, maciço de estéril e sistemas de drenagem. A definição do sistema principal e dos subsistemas são aspectos que devem ser decididos pela equipe de análise do objeto em estudo. O objetivo aqui foi à elaboração de um sistema geotécnico generalista para pilhas de estéril capaz de incorporar todos os elementos constituintes desta estrutura. Vale ressaltar também que a definição da estrutura hierárquica resultou de um processo iterativo que se desenvolveu a partir dos conceitos e diretrizes que permeiam o projeto e concepção de uma pilha de estéril, sendo o sistema, portanto, passível de revisões. A Figura 1 apresenta a estrutura hierárquica desenvolvida para pilhas de estéril. Figura 1. Estrutura hierárquica do sistema geotécnico associado a pilhas de estéril A partir da estrutura hierárquica desenvolvida e de análises das pilhas estudadas para o estudo de caso juntamente com conceitos geotécnicos, foram elaboradas 2 Tabelas (Tabelas 1 e 2), sendo estas apresentadas a seguir: IDENTIFICAÇÃO DO COMPONENTE I I.1 II II.1 II.2 II.3 III III.1 III.2 DESCRIÇÃO DA COMPONENTE Terreno da fundação Corpo da Pilha Taludes Bermas Dispositivos de Drenagem Superficial Dispositivos de Drenagem Interna FUNCIONALIDADE FUNDAÇÃO Servir como superfície de apoio para a estrutura da pilha. MACIÇO DE ESTÉRIL Armazenar resíduos não processados de uma mineração. Definir a geometria externa do corpo da pilha. Estabilizar e suavizar a inclinação média de um talude; Definir as áreas de contribuição para sistema de drenagem superficial. SISTEMA DE DRENAGEM Coletar e conduzir as águas superficiais. Evitar erosões, ravinamentos e carreamento de particulados. Coletar e conduzir as águas percoladas pelo maciço. Evitar a geração de poropressões no maciço. Tabela 2. Modos de ruptura das componentes básicas e suas causas iniciadoras DESCRIÇÃO DA COMPONENTE I I.1 Terreno da fundação II II.1 Corpo da Pilha II.2 Taludes MODOS DE FALHA I.1.1 Presença de material com baixa capacidade suporte na fundação I.1.2 Geração de excessos de poropressão CAUSAS FUNDAÇÃO Não execução dos serviços de limpeza (remoção de camada de solos moles, bolsões de argila, materiais de elevada compressibilidade, descontinuidades geológicas etc) Ausência de estruturas ou meios drenantes. MACIÇO DE ESTÉRIL Condições inadequadas de fundação. II.1.1 Recalques e Metodologias de lançamento e / ou /ou deformações disposição dos estéreis. excessivas Compactação Deficiente. II.1.2 Posição elevada do NA no maciço II.1.3 Erosões II.1.4 Geração de excessos de poropressões II.2.1 Erosões e ravinamentos II.2.2 Presença de trincas II.2.3 Depressões e abatimentos Presença de estratos impermeáveis (lençóis suspensos). Zonas de recarga nas encostas de interface. Ausência ou má condição de drenagem. Obstrução / comprometimento da drenagem interna. Ausência ou comprometimento da drenagem superficial Comprometimento da cobertura vegetal. Presença de estratos impermeáveis. Zonas de recarga nas encostas de interface. Ausência ou má condição de drenagem. Obstrução / comprometimento da drenagem interna. Ausência ou comprometimento da drenagem superficial Comprometimento da cobertura vegetal Deformações excessivas. Ausência ou má compactação. Geometria inadequada. Assimetrias de carregamento. Linhas de fluxo direcinadas para face do talude. Detonações de explosivos na periferia da estrutura. Ausência ou má compactação. Geometria inadequada. Tabela 1. Funcionalidades das componentes básicas do sistema considerado Tabela 2. Modos de ruptura das componentes básicas e suas causas iniciadoras (continuação)

DESCRIÇÃO DA COMPONENTE II.3 Bermas III III.1 Drenagem Superficial MODOS DE FALHA II.3.1 Erosões II.3.2 Presença de Trincas II.3.3 Depressões e abatimentos III.1.1 Comprometimento do Fluxo Contínuo III.1.2 Assoreamento / subsidências CAUSAS Baixa declividade ou declividade invertida Ausência ou comprometimento da drenagem superficial Comprometimento da cobertura vegetal Ausência ou má compactação Deformações excessivas Tráfego de veículos Ausência ou má compactação Tráfego de veículos SISTEMA DE DRENAGEM Deformações excessivas Capacidade inadequada das vazões Danos Físicos Carreamento de particulados dos taludes e bermas Deformações excessivas Como a interpretação dos resultados da metodologia FMEA é dificultada pelo fato da análise ser meramente descritiva e qualitativa, limitando assim, a avaliação do comportamento da estrutura analisada, impõe-se complementar a análise FMEA, para se obter um padrão de análise menos subjetivo e, portanto, mais inserido no contexto da formulação e na solução de problemas de engenharia. Assim, a metodologia FMECA é utilizada como uma fase de extensão da análise FMEA, avaliando qual o risco este representa, apresentando soluções para se obter o adequado controle e superação. A Tabela 3 mostra um exemplo, para a componente terreno da fundação, as medidas de detecção mais usuais para certos potenciais de ruptura. Tabela 3. Medidas de detecção e controle dos modos potenciais de ruptura DESCRIÇÃO DA COMPONEN TE I I.1 Terreno da fundação MODOS DE FALHA I.1.1 Presença de material com baixa capacidade suporte na fundação I.1.2 Geração de excessos de poropressão MEDIDAS DE DETECÇÃO Prospecção Relatório As Built Instrumentação (Piezômetro) FUNDAÇÃO MEDIDAS DE CONTROLE Avaliação dos recalques da fundação e do comportamento global da estrutura (através de instrumentação) Execução de berma de equilíbrio Limpeza da camada de solo de baixa resistência Limpeza da camada de solo Execução de tapete drenante Elaboração do plano de disposição de estéril concomitante com a dissipação da poropressão gerada Instalação e monitoramento de instrumentos Ressalta-se que a expressão modo de falha ou modo de ruptura não quer dizer que a estrutura encontra-se sob colapso total. A rigor, tal condição implica que uma dada componente básica e seus subsistemas não apresentam adequado desempenho; contudo, entende-se que os modos de falha podem levar a estrutura ao colapso total no futuro, se os problemas detectados não forem tratados em tempo hábil. Para cada falha identificada ao longo do processo são atribuídos índices de ocorrência, severidade e detecção (índices de criticidade). Esses índices podem variar de 1 a 5 (escala de Likert 1 ), ou mesmo entre 1 e 10, por exemplo. Através da multiplicação dos três índices obtémse o chamado índice de risco e, consequentemente, a falha que tem prioridade para ser detalhada (Stamatis, 1995). Percebe-se que a escala de 1 a 10 é a mais amplamente utilizada, no que se refere às ciências exatas. No que abrange a geotecnia, mesmo sendo um ramo da engenharia (ciência exata), é uma área em que o empirismo ainda é muito recorrente, de forma que se mostra mais viável aplicar uma escala menor (fatores de 1 a 5) para se obter uma interpretação mais fácil dos pontos em análise. As Tabelas 4, 5 e 6 apresentam estes índices, elaboradas a partir de estudos já concretizados e ajustados de acordo com as necessidades encontradas para o desenvolvimento deste trabalho, bem como um brainstorming realizado para atribuição dos pontos. Tabela 4. Índices de Severidade Tabela 5. Índices de Ocorrência Tabela 6. Índices de Detecção 1 Tipo de escala de resposta psicométrica usada comumente em questionários, onde cerca de metade dos enunciados deve ser positiva e outra metade, negativa.

Risco Intolerável Indiretamente, esta pontuação leva em consideração diversas áreas de interesse (Saúde e segurança de pessoas, Ambiente, Economia/Destruição, etc.), mas que serão julgadas no momento da discussão, relacionados ao tema maciço de estéril, visto que estas áreas não necessariamente devam estar atreladas ou fixadas a cada índice, devido às condições ou localização destas estruturas. Com base nestes três índices, é obtido o RPN, que simboliza o risco potencial de cada falha que será calculado pela equipe elaboradora do FMEA/FMECA, com o objetivo de priorizar as ações de trabalho aos itens de maior risco calculado. A fórmula utilizada é composta por: RPN = O x S x D, que indicam as iniciais dos fatores ocorrência, severidade e detecção, respectivamente. Os valores do RPN, neste trabalho, variam entre 1 a 125 pontos, sendo que, quanto maiores estes valores, maior o esforço da equipe para reduzir o risco calculado, buscando-se assim ações corretivas. Se o valor do RPN ocorrer na faixa de 0 a 16 pontos, pode-se considerar o risco aceitável, não necessitando, portanto, de recomendação; na faixa de 17 a 25 pontos, o risco se encaixa na faixa de tolerável, sendo importante a indicação de uma solução para o problema encontrado; caso o valor de RPN encontrar-se acima de 25 pontos, impõe-se à equipe indicar uma solução para o problema, visto que o risco se torna intolerável. Uma possível forma de correlação entre estes diversos riscos é expressa pela matriz de criticidade, dada na Figura 2. Risco Aceitável Risco Tolerável Figura 2. Matriz de Risco (Robertson & Shaw, 2003) A matriz permite estabelecer, desta forma, a hierarquização dos problemas que, por sua vez, define a cronologia do plano de ações a ser estabelecido para resolução dos mesmos. A partir do momento que uma determinada estrutura é caracterizada por um risco tolerável, a possibilidade de serem adotadas medidas mitigatórias deve ser avaliada, dependendo das características físicas da estrutura, bem como do risco potencialmente previsto. Na faixa de risco intolerável, devem ser, necessariamente, implementadas medidas corretivas para que o risco seja eliminado ou, pelo menos, minimizado. O mosaico de cores utilizadas na matriz de criticidade ilustra, de forma rápida e segura, os mecanismos de falha que demandam ações emergenciais e as que devem ser executadas de forma prioritária. 3 ESTUDO DE CASO: PILHAS DE ESTÉRIL DO COMPLEXO ITABIRA Foram analisadas onze pilhas de disposição de estéril integrantes do Complexo Minerador Itabira, todas localizadas na região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, mediante exposição geral das principais características de cada pilha, condições de manejo operacional, formulação dos principais modos de ruptura e hierarquização dos riscos associados a cada uma delas. Neste propósito, pretende-se adequar os índices de criticidade gerais das análises de risco

à realidade dos maciços de pilhas de estéril, de forma a propor uma ferramenta de utilidade e aplicabilidade prática, de natureza preventiva e de monitoramento sistemático, às fases de planejamento, implantação e operação de sistemas de disposição de estéril de minas a céu aberto. Entende-se este como um processo de retroanálise, no qual as características das pilhas de estéril estudadas subsidiaram a definição dos fatores de desempenho com base na estrutura hierárquica proposta. De maneira geral, pode-se dizer que o completo entendimento e avaliação dos riscos potenciais incluem conhecimento quantitativo e qualitativo do risco e de seus fatores físicos, de forma que as informações inerentes ao recente histórico destas pilhas possibilitam determinar a probabilidade de ocorrência de certos eventos, bem como a magnitude de suas possíveis consequências. Como premissas norteadoras desta avaliação, podem ser definidas as seguintes etapas: (i) Identificação da natureza, localização, intensidade e probabilidade de uma ameaça ou perigo; (ii) Determinação do grau de vulnerabilidade e de exposição aos perigos, identificando concomitantemente a capacidade de tratamento destes perigos; (iii) Determinação do nível de risco aceitável. Inicialmente, procedeu-se a um diagnóstico geral crítico de todas as informações coletadas em relação às PDE s, incluindo projeto, histórico de formação e procedimentos de operação, consultados nos relatórios da SBC Consultoria, realizados em 2005. Em seguida, de posse do formulário FMEA/FMECA, da estrutura hierárquica do sistema associado à pilha de estéril e das Tabelas 2 (modos de ruptura das componentes básicas e suas causas iniciadoras) e 3 (medidas de detecção e de controle dos modos potenciais de ruptura), teve início o processo de identificação de todos os modos de falha. Foram sistematizados os problemas relativos ao Sistema Principal, constituído por Fundação (I), Maciço de Estéril (II) e Sistemas de Drenagem (III), assim como sub-sistemas já apresentados. 4 RESULTADOS Após todas as etapas acima realizadas, o formulário FMEA/FMECA foi preenchido para todas as pilhas analisadas, sendo a Figura 3 apresentando como exemplo o formulário da PDE Mangueira. PLANILHA FMEA/FMECA Identificação da Obra: PDE Mangueira Fase da Obra: Concluída Objetivo da Análise: Análise de Desempenho Identificação e designação da componente II.1 Modos Potenciais de Falha Posição elevada do NA no maciço Erosões superficiais Ocorrência (O) 4 2 Métodos de Detecção Surgências nos taludes; Saturação do pé da pilha. Movimentos de massa localizadas; Assoreamento das áreas a jusante. Inspeção Visual 1 Inspeção Visual 1 Ação Recomendada Desosbstrução da saída da drenagem interna; Continuidade da leitura dos INAs. Reconstituição da área afetada através de aterro controlado. Efeitos Potenciais de Falha x x Causas Potencias de Falha Obstrução da saída da drenagem interna Comprometimento da cobertura vegetal Detecção (D) Responsável pela Execução Figura 3. Modelo de planilha da Metodologia FMEA/FMECA aplicada à PDE Mangueira Severidade (S) 3 3 RPN 12 6 Resultados da Ação O S D RPN Após análise de cada modo de falha e determinação da adoção dos pontos relativos a cada índice de criticidade, estes são inseridos na matriz de criticidade para determinação da hierarquização dos riscos, definindo assim quais ações devem ser priorizadas, conforme exemplificado na Figura 4 abaixo. Figura 4. Matriz de criticidade da PDE Mangueira

No contexto de pilhas de estéril, tal estruturação impõe a concepção de três sistemas distintos: fundação, maciço de estéril e sistemas de drenagem. Não sendo possível a compartimentação proposta, a análise deixa de ter sentido, uma vez que a própria viabilização destes sistemas físicos básicos constitui o elemento precursor de qualquer mecanismo de risco associado aos demais sistemas existentes (maciço e fundação). Na concepção metodológica adotada, sistemas de drenagem constituem sistemas inerentes às estruturas analisadas e, desta forma, há um incontestável comprometimento da aplicação da técnica a estruturas com tais especificidades. Três das onze pilhas analisadas recaem nesta condição de incompatibilidade, assim, a avaliação seria por princípio, substancialmente crítica nestes três casos. Embora ratificando que a metodologia proposta pode e deve ser aplicada como técnica de avaliação de desempenho geotécnico de qualquer pilha de estéril, a hierarquização dos sistemas e dos seus respectivos modos de falha deve ser condicionada por um estudo prévio baseado em uma criteriosa estruturação do sistema geotécnico analisado. Com base nos resultados sistematizados das oito pilhas de estéril integrantes do Complexo Minerador Itabira, torna-se possível identificar e ordenar os principais problemas e modos de falha potencialmente críticos neste tipo de estrutura local. As Figuras 5 e 6 sistematizam graficamente os resultados obtidos nas análises realizadas. Figura 5. Correlação número de eventos x modos de falha no domínio amostral das oito pilhas de estéril analisadas pela metodologia FMEA/FMECA Figura 6. Distribuição percentual dos modos de falha no domínio amostral das oito pilhas de estéril analisadas pela metodologia FMEA/FMECA Em um contexto geral, pode-se admitir que os modos de falha observados nesta avaliação são representativos das estruturas de disposição de estéril no âmbito do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, uma vez que o início das atividades mineradoras na região ocorreu quase que simultaneamente em diversas frentes de lavra regionais. Outro aspecto relevante a ser considerado na tentativa de generalizar os resultados obtidos neste trabalho é o fato de que os critérios formais de padronização na construção de uma pilha são recentes, e quaisquer pilhas construídas em época anterior, refletem experiências e premissas que eram correntes apenas naqueles períodos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através das análises realizadas pode-se concluir que metodologia FMEA fornece subsídios adequados para a adoção de procedimentos para manutenção preventiva e corretiva e, até mesmo, para um sistema de monitoramento de pilhas de estéril. Os valores obtidos para os índices de criticidade, relacionados ao FMECA, mostraram-se pertinentes, sendo estes determinados a realidade dos maciços de pilha de estéril, chegando a um RPN satisfatório com a situação presente, levando em consideração elementos indiretamente associados às diversas áreas de interesse (Saúde e segurança de pessoas, Ambiente, Economia/Destruição, etc). Apesar da subjetividade durante este processo, o

conceito de risco não é perdido. A interação de diferentes profissionais, com formações distintas e complementares, tende a consubstanciar melhor as informações e os critérios adotados nas análises, proporcionando resultados e abordagens mais criteriosas pelas técnicas de análises de risco. A matriz de criticidade contribui muito na visualização da hierarquização das falhas mais danosas ao sistema, explicitando claramente quais intervenções devem ser feitas prioritariamente e quais as possíveis interrelações entre diferentes alternativas de solução; As análises permitiram constatar que, de dezesseis mecanismos potenciais de falha avaliados, somente 10 foram efetivamente associados às pilhas estudadas, com maior incidência dos mecanismos depressões e abatimentos nos taludes (II.2.3), depressões e abatimentos nas bermas (II.3.3) e NA elevado no maciço (II.1.2). Ressalta-se que as análises devem ser estabelecidas integralmente a cada estrutura em particular, sem generalização dos seus princípios e/ou resultados a outras pilhas de estéril, em função dos condicionantes específicos impostos pelas litologias presentes, pelas condições geomorfológicas e hidrogeológicas localmente predominantes e pelas características construtivas adotadas em cada caso; A técnica FMEA/FMECA pode ser adaptada, reavaliada, incrementada ou alterada em qualquer uma das suas fases, visando representar de forma mais criteriosa e efetiva uma dada estrutura analisada, permitindo ainda a correlação das análises com resultados de outras abordagens, tais como valores de FS obtidos por meio de análises de estabilidade da pilha de estéril, feitas previamente ou após a adoção das intervenções definidas pelos critérios das análises de risco; A aplicação continuada das análises de riscos otimiza os procedimentos de operação, manutenção, inspeções, monitoramento e revisão periódica da segurança das pilhas de estéril, além de promover um ganho na sensibilidade das equipes técnicas para identificar qualquer mudança no comportamento da estrutura. Como todos os métodos, existem vantagens e desvantagens na aplicação da metodologia FMEA/FMECA a análises de riscos. Assim, sua aplicação é muito relevante em termos da identificação dos pontos de mudança necessários a um projeto ou processo, reduzindo os custos de projeto e da produção, devido à redução dos erros, retrabalhos e os desperdícios em processos. Por outro lado, a técnica proporciona uma forma sistemática de catalogar informações sobre as falhas do sistema e obter um conhecimento documentado dos problemas já ocorridos na estrutura. A atitude de prevenção de falhas, de cooperação e trabalho em equipe são pontos importantes que devem ser destacados. Ressalta-se que as informações analisadas se referem ao período de 2004, não havendo nenhuma ligação com a situação atual destas estruturas. AGRADECIMENTOS Os autores deste artigo agradecem a empresa VALE pela liberação das informações a respeito das pilhas de estéril avaliadas, bem como a empresa BVP Engenharia LTDA pelo fornecimento dos dados básicos das pilhas para a realização das análises FMEA/FMECA. REFERÊNCIAS Leal, F.; Pinho, A.F.de e Almeida, D.A. (2006). Análise de Falhas Através da Aplicação do FMEA e da Teoria Grey. Congresso Brasileiro de Energia, 10. Revista Gestão Industrial, v.02, n. 01. Palady, P. FMEA (1997). Análise dos modos de Falhas e Efeitos: prevendo e prevenindo problemas antes que ocorram. São Paulo: Imam, 270 p. Robertson, A. MacG. & Shaw, S. (2003). Risk Management for Major Geotechnical Structures on Mines. In proceedings of Computer Applications in the Mineral Industries (CAMI), Calgary, Alberta, Canada, p. 8 10. Santos R.C. (2007). Enquadramento das Análises de Riscos em Geotecnia. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Lisboa: Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, 257p. SBC (2005). Relatórios de Consultoria. Stamatis, D. H. (1995) Failure mode and effect analysis: FMEA from theory to execution.wisconsin, ASQC, 494 p.