MAPEAMENTO DE SÍTIOS DE CURVATURA EM SUBCLONES DA REGIÃO AMPLIFICADA ORIA DO DNA DE HAMSTER CHINÊS



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20 a 24 de outubro de 2008 MAPEAMENTO DE SÍTIOS DE CURVATURA EM SUBCLONES DA REGIÃO AMPLIFICADA ORIA DO DNA DE HAMSTER CHINÊS Cristiane Carlos Cristiano 1 ; Bruna Manueli Teles Moreira 1 ; Ethiene Cristina Tomba 1 ; Karen Izumi Takeda 2 ; Maria Aparecida Fernandez 3 ; Adriana Fiorini 4 RESUMO: Origens de replicação e curvaturas intrínsecas do DNA são detectadas próximas ou colocalizadas, porém a função dessas estruturas na replicação ainda não foi determinada. Em células em cultura de fibroblasto de hamster Chinês induzidas à amplificação, o domínio do gene AMPD2 é amplificado em uma região poligênica. Nessa região é descrita uma origem preferencial para a iniciação da replicação, a orignai3. Quando a eficiência de iniciação da orignai3 é diminuída, outras origens potenciais são ativadas (oria, orib e oric). Com o objetivo de identificar e discutir o possível envolvimento de sítios de DNA curvo com o processo de replicação que ocorre em segmentos amplificados, foi analisada, neste trabalho, a região amplificada de ~6,6 kb, onde se localiza a origem de replicação oria. A seqüência foi analisada in silico para obtenção do gráfico de ENDS ratio e fragmentos de restrição da região foram analisados através do comportamento eletroforético em géis de poliacrilamida. A análise computacional indicou picos de curvatura intrínseca de DNA na região do domínio da oria (com valores de ENDS ratio acima de 1,2). A análise do comportamento eletroforético em géis de poliacrilamida revelou redução na mobilidade de fragmentos pertencentes ao início do fragmento, também na região oria, confirmando a análise computacional. Estes resultados indicam que a região putativa de origem de replicação oria, no domínio amplificado do gene AMPD2 de hamster Chinês, apresenta sítios de curvatura intrínseca, que podem exercer papel regulatório nesta região. PALAVRAS-CHAVE: DNA curvo; oria; região amplificada. 1 INTRODUÇÃO Segmentos curvos de DNA podem ocorrer por flexibilidade da região, onde a dupla hélice é capaz de se curvar quando em contato com uma proteína ou podem ser intrínsecos, ou seja, dependente da seqüência de nucleotídeos e são ocasionados pela repetição periódica de regiões que contêm trechos de 2 ou mais Adeninas/Timinas (da/dt) dispostas a cada ~10 pares de bases, uma volta de hélice de DNA, ou múltiplos de 10 (Anderson, 1986). A descoberta de seqüências de DNA curvo veio da verificação de fragmentos de DNA que exibiam comportamento eletroforético incomum em gel de poliacrilamida, intimamente associado com a curvatura presente no segmento analisado. A análise do comportamento eletroforético de fragmentos de DNA em géis de poliacrilamida permite a determinação do tamanho e da forma dos mesmos, pois estes géis dificultam a passagem de fragmentos com conformações alternativas através de seus poros regulares. Por outro 1 Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Maringá CESUMAR. cris_sol_c@hotmail.com, brunamanueli@yahoo.com.br, ethitomb@gmail.com 2 Mestranda em Genética e Melhoramento. Universidade Estadual de Maringá. Maringá PR. karen.takeda@gmail 3 Prof a. Dr a. da Universidade Estadual de Maringá. Coordenadora da Central de Biologia Molecular, Estrutural e Funcional COMCAP UEM. aparecidafernandez@gmail.com 4 Orientadora e docente do Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Maringá CESUMAR. fiorini@cesumar.br

lado, géis de agarose, que tem uma malha irregular, permitem apenas a análise do tamanho dos fragmentos. Seqüências de DNA curvo intrínseco têm sido encontradas em promotores procarióticos, promotores eucarióticos, sítios de recombinação, regiões de formação de nucleossomos, regiões de associação à matriz nuclear (MARs) e origens de replicação, exercendo um papel regulatório nestas regiões. Os modelos experimentais intensivamente utilizados para o estudo da seqüência e estrutura de origens de replicação em metazoários são os sistemas onde ocorre a amplificação gênica. Dentre esses sistemas, os regulados no desenvolvimento são os descritos em segmento cromossômico que contém os genes coriônicos de Drosophila (revisão em Claycomb e Orr-Weaver, 2005) e dos segmentos formadores de pufes de DNA em sciarídeos, como em Rhynchosciara americana (Fiorini et al., 2006b) e Sciara coprophila (Bielinsky e Gerbi, 2001). Em sistemas de amplificação induzida in vitro em células de mamíferos em cultura, podem ser citados os do locus gênico do segmento amplificado da enzima Dihidrofolato Redutase, DHFR (Mesner et al., 2006) e da Adenilato Deaminase 2, AMPD2 (Debatisse et al., 2004), descritos, respectivamente, em linhagens de células em cultura de ovário e de pulmão de hamster Chinês. Sendo assim, este trabalho visou o mapeamento de sítios de DNA bent (curvo) intrínsecos na região onde se localiza a origem de replicação oria no segmento poligênico amplificado do gene AMPD2 em hamster Chinês. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 TRANSFORMAÇÃO BACTERIANA O inserto de DNA 6,6 kb, pertencentes à região amplificada onde se localiza a origem de replicação oria, já se encontram subclonado em plasmídeo. Este clone foi gentilmente cedido pela Profa. Dra. Maria Aparecida Fernandez, do COMCAP-UEM. Para se obter uma quantidade suficiente de DNA recombinante (inserto+vetor) para a pesquisa, este clone foi introduzido, por choque térmico, em cepas recombinantes de E. coli DH5α e as colônias selecionadas em meio LB sólido (Luria Bertani na presença de ampicilina). 2.2 EXTRAÇÃO DO DNA RECOMBINANTE As colônias recombinantes foram isoladas e o DNA foi extraído pelo método de preparação de DNA plasmidial, utilizando-se o reagente CTAB, brometo de cetil trimetilamônio (Del Sal et al., 1989). 2.3 ANÁLISE DA CURVATURA POR PROGRAMAS COMPUTACIONAIS A seqüência do fragmento de 6,6 kb foi analisada utilizando o algorítimo de Eckdahl e Anderson (1987) através do programa computacional Map15a, gentilmente cedido por Philippe Pasero (Institute of Molecular Genetics, Montpellier, France) e Monique Marilley (Universite de la Mediterranee, Faculte de Medecine, Marseille, France), para a obtenção do gráfico de curvatura. 2.4 REAÇÕES DE CLIVAGEM COM ENZIMAS DE RESTRIÇÃO

O DNA recombinante foi clivado com enzimas de restrição XbaI; EcoRI; AvaI; SmaI e HindIII, visando centralizar as regiões contendo curvatura intrínseca. As reações foram mantidas a 37ºC por aproximadamente 2 horas, seguido por purificação com fenol e clorofórmio e ressuspensão em tampão TE ph 8,0 (Tris-HCl 10mM + EDTA 1mM). 2.5 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ELETROFORÉTICO Os fragmentos de restrição foram analisados em géis de agarose a 1%; géis de poliacrilamida a 6%, a 4 o C e géis de poliacrilamida a 6%, em temperatura ambiente na presença de 1 µg/ml de brometo de etídio. A migração dos fragmentos foi comparada entre os géis através do cálculo do Valor R (definido pela razão do tamanho aparente em pares de bases dos fragmentos no gel, pelo tamanho real). Valores R entre 0,90 e 1,10 indicam mobilidade normal; 1,11, redução na mobilidade e < 0,90, rápida mobilidade (MILOT et al., 1992). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 1 mostra o gráfico de ENDS ratio (indica picos de curvatura intrínseca) da região de ~6,6 kb do domínio amplificado do gene AMPD2 de hamster Chinês, que contém a oria e o gene GSMT4. Observa-se que a região da oria apresenta picos de curvatura com valores de ENDS ratio acima de 1,2. 1,25 1,2 1,15 oria 1,1 1,05 1 0 2000 4000 6000 Figura 1. Análise in silico da curvatura intrínseca da região de ~6,6 kb do domínio amplificado do gene AMPD2 de hamster Chinês, que contém a oria e o gene GSMT4. A análise do comportamento eletroforético dos fragmentos de restrição indicou fragmentos com mobilidade reduzida em géis de poliacrilamida (PA), indicativo da presença de curvatura intrínseca centralizada (setas), e mobilidade rápida, indicativo da presença de curvatura intrínseca descentralizada. A mobilidade normal na presença de brometo de etídio (PA+EtBr) comprovou que este comportamento eletroforético é devido à existência de sítios intrínsecos de curvatura. Géis de agarose foram utilizados como controle.

Agarose PA PA + EtBr M 1 2-3 4 5 6 M M 1 2-3 4 5 6 M 1 2-3 4 5 6 M 4072 3054 3054 3054 1018 1018 1018 517; 506 517 506 398 344 517 506 398 344 1. XbaI+EcoRI 2. AvaI - Amostra não incluída na análise 3. SmaI+HindIII 4. SmaI 5. HindIII+EcoRI 6. SmaI+EcoRI M. Marcador de tamanho molecular 1 Kb ladder (Invitrogen) Figura 2. Análise do comportamento eletroforético dos fragmentos de restrição pertencentes à região contendo a oria de hamster Chinês. As setas indicam fragmentos com mobilidade reduzida. Após a corrida eletroforética, para cada fragmento foram obtidos os Valores R (VR) e um mapa de restrição foi construído (Figura 3). Foi possível observar que apenas dois fragmentos, pertencentes à região de origem de replicação putativa (oria), apresentaram Valores R maiores que 1,10, indicando a existência de sítios intrínsecos de curvatura centralizados nestes fragmentos. Os demais fragmentos, no domínio do gene GMST4, apresentaram Valores R abaixo de 0,90, o que indica a existência de sítios curvos nas extremidades destes fragmentos. oria GMST4 VR 0,60 5.057 1.653 6,6 (XbaI+EcoRI) VR 1,15 VR 0,73 VR 0,81 VR 0,76 401 995 410 407 2.000 775 1.388 6,6 (AvaI) VR 1,10 VR 0,88 VR 0,86 VR 0,53 403 887 621 1.474 2.840 6,6 (SmaI+HindIII) 403 Figura 3. Mapa de restrição da região de ~6,6 kb mostrando a localização dos fragmentos de restrição, com seus respectivos tamanhos e Valores R. A oria e o gene GMST4 estão indicados no topo da figura. 4 CONCLUSÃO VR 0,53 5.975 6,6 (SmaI)

Com este trabalho foi possível concluir que a região do domínio amplificado do gene AMPD2 de hamster Chinês apresenta sítios de curvatura intrínseca. Vários autores relatam tanto a existência de sítios curvos de DNA em origens de replicação, quanto a importância funcional destas estruturas nestas regiões regulatórias. A próxima etapa deste trabalho será a construção de modelagens 2D e a análise detalhada das seqüências contendo estes locais de curvatura, como objetivo de identificar motivos de seqüência responsáveis por esta característica. REFERÊNCIAS BIELINSKY, AK., et. al. Origin recognition complex binding to a metazoan replication origin. Current Biology, v. 11, n.18, p.1427-31, 2001. CLAYCOMB, JM., ORR-WEAVER, TL. Developmental gene amplification: insights into DNA replication and gene expression. Trends is Genetics, v. 21, n. 3, p.149-62, 2005. DEBATISSE M, TOLEDO, F., ANGLANA, M. Replication initiation in mammalian cells: changing preferences. Cell Cycle, v. 3, n. 1, p. 19-21, 2004. Del Sal G, Manfioletti G, Schneider C.. The CTAB-DNA precipitation method: a common mini-scale preparation of template DNA from phagemids, phages or plasmids suitable for sequencing. Biotechniques v. 7, n. 5, p. 514-520. 1989 ECKDAHL, TT., ANDERSON, JN. Computer modelling of DNA structures involved in chromosome maintenance. Nucleic Acids Research, v. 15, p. 8531-8545, 1987. FIORINI, A., et. al. DNA bending in the replication zone of the C3 DNA puff amplicon of Rhynchosciara americana (Diptera: Sciaridae). Molecular Biology Reports, v. 33, p. 71-82, 2006b. MESNER, LD., CRAWFORD, EL., HAMLIN, JL. Isolating apparently pure libraries of replication origins from complex genomes. Molecular Cell, v. 21, n. 5, p. 719-726. Erratum in: Molecular Cell, 2006, v. 21, n. 6, p. 881, 2006. MILOT, E., et. al. Chromosomal illegitimate recombination in mammalian cells is associated with intrinsically bent DNA elements. EMBO Journal, v. 11, p. 5063-5070, 1992.