SECRETARIA PARA ASSUNTOS FISCAIS - SF nº 25 Março 2001 O AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO NA FOLHA DE SALÁRIOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS ATIVOS



Documentos relacionados
Nº 56 Março Desequilíbrios Regionais no Brasil e a Distribuição Desigual de Recursos Entre os Estados

Levantamento Nacional do Transporte Escolar Dados por Região: NORTE

ÁREA PARA ASSUNTOS FISCAIS E DE EMPREGO - AFE nº 45 julho 2002 POUPANÇA PÚBLICA VALE EM AÇÃO : PERFIL DOS COMPRADORES COM RECURSOS DO FGTS

Como está a desigualdade de gênero entre os estados brasileiros?

A MULHER TRABALHADORA NO SETOR DA HOTELARIA E GASTRONOMIA EM SÃO PAULO E NO BRASIL

Entre 1998 e 2001, a freqüência escolar aumentou bastante no Brasil. Em 1998, 97% das

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO (SEPLAN) Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE)

A NECESSIDADE DE AUDITORES-FISCAIS DO TRABALHO NO BRASIL: UMA ANÁLISE CONTEMPLANDO O GRAU DE DESCUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

ECONOMIA DA CULTURA - EQUIPAMENTOS AUDIOVISUAIS NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Acidentes de Trabalho com Consequência óbitos

ALTERAÇÕES NA SISTEMÁTICA DE COBRANÇA DO ICMS

Cursos Técnicos Profissionalizantes de Nível Médio para a Área de Informática

Dimensão social. Habitação

IMPACTOS DAS DISTORÇÕES DO ICMS NOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL

Nº 23 Março Perfil da Raça da População Cearense

Panorama da Educação em Enfermagem no Brasil

Redução de Homicídios no Brasil

Pronatec Senac Online

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDEB. Inep/MEC Reynaldo Fernandes. Presidente do Inep/MEC e Professor da FEA-RP/USP

Mapa do Encarceramento: os jovens do Brasil

Departamento de Pesquisas Judiciárias RELATÓRIO DE DADOS ESTATÍSTICOS. SEMANA PELA CONCILIAÇÃO META 2 Período: 14 a 18 de setembro de 2009

LOCALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO NA ESCALA SUBNACIONAL: ÁGUA E ESGOTO

A Ampliação do Acesso à Comunicação, à Informação e ao Entretenimento nos Domicílios Cearenses

Contas Regionais do Brasil 2010

GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS

3 O Panorama Social Brasileiro

FLUXO ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA 2009

Nos últimos 20 anos, o País vem se redemocratizando e

Salário Mínimo e Mercado de Trabalho no Brasil no Passado Recente

DIFERENCIAIS SOCIODEMOGRÁFICOS ENTRE OS IDOSOS NO BRASIL

A educação no Rio de Janeiro

GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS

FLUXO MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA 2009

FLUXO TELECOMINICAÇÕES COM FIO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA

Agência Nacional de Telecomunicações. Entidade Aferidora da Qualidade

Avaliação Econômica. Relação entre Desempenho Escolar e os Salários no Brasil

DIAGNÓSTICO DOS INVESTIMENTOS

Grandes Regiões e Unidades da Federação: Esperança de vida ao nascer segundo projeção populacional: 1980, Ambos os sexos

Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira NOVO RATEIO DOS RECURSOS DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos RORAIMA OUTUBRO DE 2015

ESCRITÓRIO TÉCNICO DE ESTUDOS ECONÔMICOS DO NORDESTE ETENE INFORME RURAL ETENE PRODUÇÃO E ÁREA COLHIDA DE CANA DE AÇÚCAR NO NORDESTE.

Hábitos de Consumo Dia dos Namorados 2015

Sondagem Festas Juninas 2015

Dimensão institucional. Quadro institucional

1. O Novo Plano Nacional de Educação ( ) O antigo Plano Nacional de Educação terminou sua vigência em 2010 e o Novo Plano encontra-se em

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Outubro de 2015

Analfabetismo no Brasil

FLUXO FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA

MINAS, IDEB E PROVA BRASIL

Sublimites estaduais de enquadramento para. Nacional 2012/2013. Vamos acabar com essa ideia

OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DA RMBH EM 2007

Espírito Santo Governador Renato Casagrande

SUFICIÊNCIA DE REDE: Ligia Bahia Ronir Raggio Luiz Maria Lucia Werneck Vianna. Edital 005/2014 ANS/OPAS

Manual Identidade Visual CFC - CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE

PESQUISA DE SATISFAÇÃO PARTICIPANTES

Aglomerações Industriais Especializadas no Brasil

VERSÃO PRELIMINAR. Notas sobre Redes de Proteção Social e Desigualdade

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Nota Técnica Número 03 fevereiro 2013

PED-RMPA INFORME ESPECIAL IDOSOS

FLUXO ATIVIDADES DOS SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA 2009

erradicar a pobreza extrema e a fome

DISTRIBUIÇÃO DA RENDA NO BRASIL EM Palavras-chaves: desigualdade, pobreza, equações de rendimento, distribuição de renda.

FACULDADE BOA VIAGEM (FBV) Gestão de Marketing

2014 JUNHO. Caderno de Informação da Saúde Suplementar. Beneficiários, Operadoras e Planos

Meto t d o o d l o og o i g a II. Segm g e m nt n a t ção o do d o me m rcado III. C racte t rização o do d s o ent n r t evi v sta t do d s

TEMA: A importância da Micro e Pequena Empresa para Goiás

ANÁLISE COMPARATIVA SALARIAL 11/1/2010

PROJETO DE ALTERAÇÃO DA LEI 7.854/2004 PLANO DE CARREIRAS E VENCIMENTOS DOS SERVIDORES EFETIVOS DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

PERFIL DOS RADIOLOGISTAS NO BRASIL: análise dos dados INTRODUÇÃO

Pesquisa de Orçamentos Familiares

SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO CIVIL S I N A P I RESULTADOS DE MAIO/2013

PORTO ALEGRE E DEMAIS CAPITAIS BRASILEIRAS

REQUERIMENTO Nº / CDR

FLUXO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA

Pesquisa da 10ª Semana. Coordenação de Estudos Sócioeconômicos CESES Departamento de Difusão Fomento e Economia de Museus DDFEM Ibram, 2012

O TRABALHO POR CONTA PRÓPRIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

LEVANTAMENTO FISCAL SITE KADOX

FLUXO ATIVIDADES DE SEDES DE EMPRESAS E DE CONSULTORIA EM GESTÃO EMPRESARIAL POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA 2009

SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO CIVIL S I N A P I RESULTADOS DE AGOSTO/2014

RANKING NACIONAL DO TRABALHO INFANTIL (5 a 17 ANOS) QUADRO COMPARATIVO DOS DADOS DA PNAD (2008 e 2009)

RESULTADOS DO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL DO PARANÁ *

Inventar com a diferenca,

FLUXO DE ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA 2009

UMA BREVE DESCRIÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL, DESTACANDO O EMPREGO FORMAL E OS ESTABELECIMENTOS NO NORDESTE

CENSO ESCOLAR ESTADO DE SÃO PAULO INFORME 2014

Tabela 1 - Conta de produção por operações e saldos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação

ICMS - Tabela - Aplicação da Alíquota nas Operações e Prestações Interestaduais

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

Saldo de Empregos Celetistas Cearense - Fevereiro de 2014

Amapá Amazonas Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo

ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

PED ABC Novembro 2015

SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO CIVIL S I N A P I RESULTADOS DE JUNHO/2014

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA: PROBLEMAS E PRIORIDADES DO BRASIL PARA 2014 FEVEREIRO/2014

INTEGRAÇÃO

O Financiamento das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) no Brasil. Julho de 2009

Estudo Estratégico n o 4. Como anda o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro? Valéria Pero Adriana Fontes Luisa de Azevedo Samuel Franco

FLUXO ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE SEGUROS E SERVIÇOS RELACIONADOS POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA 2009

Transcrição:

INFORME-SFE SECRETARIA PARA ASSUNTOS FISCAIS - SF nº 25 Março 2001 EMPREGO PÚBLICO: O AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO NA FOLHA DE SALÁRIOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS ATIVOS O eventual aumento do salário mínimo para R$ 180, segundo simulação baseada na RAIS 1998 não terá maiores reflexos sobre a folha de salários dos servidores públicos ativos da maioria dos governos do País. O gasto com pessoal ativo do conjunto dos estados e dos municípios deve crescer menos de 1%. Individualizados os resultados, verifica-se um impacto maior em regiões e localidades mais pobres. Mais que isso, é um fenômeno bem localizado nas prefeituras do interior do Nordeste, onde 80% dos servidores municipais recebem salários inferiores a 1,2 mínimos aliás, um traço marcante também do setor privado dessa região. Nesse contexto, o aumento do valor do salário mínimo pode constituir um poderoso instrumento de uma política nacional de redistribuição de renda. 1. Introdução O impacto da proposta de aumento do salário mínimo sobre as finanças municipais e estaduais é mencionado com freqüência nos debates nacionais em torno do tema. No entanto, raramente tal impacto é devidamente quantificado. Para subsidiar tais discussões, este Informe realiza um exercício para quantificar o impacto nas folhas salariais do pessoal ativo nos governos brasileiros em decorrência de um aumento no valor do salário mínimo, na hipótese de vir a subir de R$151 para R$180. A fonte de dados utilizada é a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 1998, contendo informações fornecidas pelos empregadores, por determinação legal, para o Ministério do Trabalho e Emprego. Por isso, restringe-se aos trabalhadores e servidores na ativa do mercado de trabalho formal. Assim, esta avaliação do impacto do mínimo não contempla o impacto dos gastos públicos com os inativos. 2. Aspectos metodológicos Para se quantificar este impacto, fez-se necessário adotar algum tipo de critério sobre o que ocorreria com os salários. Calculou-se, então, qual seria o impacto mínimo para as finanças das entidades subnacionais. Dessa forma, assumiu-se que: todos os servidores que já recebem mais de R$ 180,00 não terão nenhum aumento. servidores com remuneração não superior a R$ 180,00 terão, em média, o menor aumento possível para que atinjam o novo salário. Como na RAIS os dados são de remuneração média do ano, optou-se por trabalhar os dados em salários mínimos (SM). Por isso, os servidores com salário igual ou superior a 1,2 SM não teriam aumento, já que, dado o salário atual de R$ 151, um aumento de 20% implicaria em um novo salário mínimo de cerca de R$181. Para reduzir as distorções em termos relativos entre as faixas de salários, foram construídas as seguintes hipóteses de aumento percentual: Faixa de remuneração * Aumento (%) Até 1 SM (R$ 151) 19,2% De 1 a 1,1 SM (de R$ 151 até 13,2% R$166) De 1,1 a 1,2 SM (de R$ 166 até 3,4% R$181) Mais de 1,2SM 0% * SM : Salário Mínimo Considerou-se que os trabalhadores que recebiam uma quantia inferior ao salário mínimo, segundo Não reflete necessariamente as opiniões do BNDES. Informativo apenas para subsidiar análises da SF. Elaborado por José Roberto Afonso, Marcelo Ikeda e Sheila Najberg. Maiores informações e esclarecimentos, consultar site do Banco Federativo na Internet (http://www.federativo.bndes.gov.br); e-mail: sfiscal@bndes.gov.br ; ou fax. 21.533-1588.

os registros administrativos do MTE, continuariam ganhando um valor inferior mesmo com o aumento do mínimo. Utilizou-se, nesses casos, o mesmo percentual de aumento dos trabalhadores que ganhavam R$ 151 e passariam a receber R$ 180 (19,2% de aumento). Já os percentuais de 13,2% e 3,4% foram obtidos através da média de salários de cada faixa de remuneração, obtida pela RAIS. 3. Principais Resultados A Tabela 1 mostra que o impacto total do aumento do salário mínimo no mercado formal, segundo a RAIS, cobrindo 24,7 milhões de trabalhadores, é de R$ 54,9 milhões por mês. O maior impacto ocorrerá nos trabalhadores privados: R$ 41,8 milhões por mês. Quanto aos servidores públicos, o impacto mensal nos estaduais é bastante reduzido em relação aos municipais (R$ 1,9 milhões contra R$ 11,1 milhões). Além de o impacto nos servidores municipais ser quase 6 vezes maior que nos estaduais, o número de servidores municipais é até inferior ao de estaduais, o que comprova que grande parte daqueles servidores recebem salários não superiores a R$ 180. Tabela 1 - Impacto mensal de aumento do salário mínimo de R$ 151 para R$ 180 : Resultados Gerais 2 Tipo de Vínculo Núm. Trab. (em milhões) Folha de Pgto. (em R$ bilhões) Impacto (em R$ milhões) %impacto / folha Serv. Púb. Municipais 2,6 1,6 11,1 0,71 Serv. Púb. Estaduais 2,7 2,8 1,9 0,07 Trab. Privados 19,4 14,0 41,8 0,30 T o t a l 24,7 121,3 54,9 0,30 Expresso como percentual da folha de pagamento, infere-se que o impacto do SM de R$ 180 é bastante reduzido. Em termos agregados, em nenhum caso, a folha de pagamento dos funcionários ativos será aumentada em mais de 1% com o aumento do salário mínimo. O efeito maior se dará nos servidores públicos municipais, com um aumento de 0,71%. Uma análise desagregada por estado/município, no entanto, revela que determinadas unidades subnacionais sentirão um maior impacto. Nas seções 3.1, 3.2 e 3.3 será feita uma investigação dos servidores públicos estaduais, municipais e privados tomando como referência o estado onde eles trabalham. A seção 3.4 explora a ótica municipal. 3.1 - Servidores Públicos Estaduais O efeito nos servidores públicos estaduais (R$ 1,9 milhões por mês) é bastante pequeno dada a sua folha de pagamento: são 2,7 milhões de trabalhadores que recebem ao todo uma média de 18,4 milhões SM por mês (cerca de R$ 2,78 bilhões, usando como base o SM de R$ 151). O aumento, portanto, equivaleria a apenas 0,07% da folha de pagamento. Tabela 2 - Servidores Públicos Estaduais : Resultados por UF UF % impacto/folha Núm. Trab. Paraíba 0,31 191.212 Rio Grande do Norte 0,31 163.886 Piauí 0,27 177.727 Pará 0,13 270.097 Ceará 0,12 59.333 Goiás 0,08 227.236 Alagoas 0,08 101.426 Maranhão 0,03 188.558 Sergipe 0,03 122.826 Bahia 0,02 554.291 Pernambuco 0,02 326.224 Mato Grosso 0,01 111.923 São Paulo 0,01 2.107.601 Amazonas 0,01 138.462 Mato Grosso do Sul 0,01 124.418 Minas Gerais 0,01 880.147 Tocantins 0,01 103.526 Paraná 0,01 418.302 Rio de Janeiro 0,00 638.396 Rondônia 0,00 24.798 Santa Catarina 0,00 176.254 Espírito Santo 0,00 126.175 Amapá 0,00 53.968 Rio Grande do Sul 0,00 489.914 Roraima 0,00 12.577 Acre 0,00 86.863

A Tabela 2 agrega os resultados segundo o percentual de impacto na folha de salários dos servidores estaduais de cada um dos estados. Percebe-se claramente o reduzido impacto que o aumento no salário mínimo traria para os gastos dos estados, dadas as hipóteses acima. Dos 26 estados 1, em 15 deles, o impacto é inferior a 0,01% da folha de pagamento. Por outro lado, em apenas 3 estados, o impacto supera 0,2% da folha, são eles: Paraíba e Rio Grande do Norte (0,31%), seguidos do Piauí (0,27%). Tabela 3 - Resumo do Impacto nos Estados 3 Intervalo de %impacto sobre a folha de pagto. Núm. Estados mais de 0,2% 3 de 0,1% a 0,2% 2 de 0,05% a 0,1% 2 entre 0,01% e 0,05% 4 entre 0,00% e 0,01% 15 3.2 - Servidores Públicos Municipais Conforme apresentado na Tabela 1, o impacto em valor sobre os servidores municipais é maior que sobre os estaduais apesar de o número de trabalhadores contratados pelos municípios ser ligeiramente menor do que os servidores estaduais. A Tabela 6, ao final do texto, mostra os estados cujos municípios serão mais impactados com o aumento do salário mínimo. O único estado cujo gasto superaria os 5% da folha é o Maranhão (6,28%). Em 13 estados o gasto não supera 1% da folha. Esta proporção está diretamente relacionada com o percentual de trabalhadores com remuneração até 1,2 SM. No Maranhão, por exemplo, 68,3% dos servidores públicos municipais não recebem mais que R$ 181 (ver Tabela 3). Já em São Paulo e no Rio Grande do Sul, estados com impactos bastante reduzidos, esse percentual é de 0,7% e 1,8% respectivamente. 1 1 No site do Banco Federativo, no bloco Informes-SF, está disponível para download planilha eletrônica com o impacto para todos os municípios brasileiros, elaborados com base na RAIS 1998. 1 Excluiu-se da contagem o Distrito Federal. No entanto, o impacto no DF é praticamente desprezível (0,00% da folha). Tabela 4 - Perfil dos Trabalhadores : Servidores Municipais e Trabalhadores Privados UF municipais privados municipais privados Rondônia 20,60 4,05 20.324 82.965 Acre 25,03 9,58 8.722 30.415 Amazonas 36,86 0,87 10.899 156.489 Roraima 2,85 5,69 421 11.461 Pará 33,61 5,44 58.351 284.973 Amapá 13,50 3,69 3.992 21.433 Tocantins 45,87 7,63 16.426 43.948 Maranhão 68,26 9,77 67.676 172.461 Piauí 59,45 11,81 39.676 175.603 Ceará 54,23 10,64 109.665 480.666 Rio Grande do Norte 59,74 9,72 60.559 206.403 Paraíba 58,99 8,02 75.580 195.296 Pernambuco 45,79 5,08 130.367 630.583 Alagoas 59,26 9,92 49.809 196.219 Sergipe 55,24 10,29 31.053 126.127 Bahia 55,09 8,64 170.209 817.914 Minas Gerais 12,43 5,18 316.702 2.115.191 Espírito Santo 8,96 2,86 49.948 353.426 Rio de Janeiro 6,33 1,20 223.084 2.191.309 São Paulo 0,67 0,49 548.105 6.405.986 Paraná 7,09 2,19 180.070 1.304.779 Santa Catarina 2,88 1,55 83.021 813.483 Rio Grande do Sul 1,76 1,47 175.400 1.463.426 Mato Grosso do Sul 10,76 2,59 31.181 194.185 Mato Grosso 10,61 4,15 28.770 214.323 Goiás 25,39 6,21 84.641 433.562 Total 21,59 2,29 % trab. até 1,2SM Núm. Trabalhadores Isso explica o fato de estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que possuem o maior número de servidores públicos municipais, serem um dos menos impactados com o aumento do salário mínimo, assumindo que o reajuste se dará apenas naqueles que ganhem até 1,2 SM. Nesses estados, o percentual de trabalhadores com salário inferior a 1,2 SM é bastante reduzido. Por outro lado, os municípios da região Nordeste estão entre os mais impactados com o aumento do salário mínimo. Na Tabela 6, percebe-se que todos os nove estados da região estão entre os dez estados com maior impacto percentual sobre a folha de pagamento. Isso se justifica pela precária remuneração no interior desses estados, onde, na sua grande maioria, mais de 80% dos trabalhadores recebem não mais que R$ 180. 3.3 - Trabalhadores Privados Esta seção tem como objetivo comparar o resultado dos servidores públicos municipais com o dos trabalhadores privados, a fim de fornecer uma

previsão do impacto da folha de salários dos servidores públicos em relação ao dos funcionários privados. Por isso, foram considerados os mesmos 5027 municípios que continham dados de servidores públicos municipais segundo a RAIS de 1998. Com isso, considerou-se o total de 19,4 milhões de trabalhadores privados 2. O impacto do aumento de salário mínimo de R$ 151 para R$ 180 é de R$ 41,8 milhões por mês para os trabalhadores privados. Em termos percentuais, no entanto, representaria apenas 0,30% adicionais à folha de pagamento. Comparando-se os estados, com o aumento do mínimo, o Piauí sentiria o maior impacto sobre a folha dos trabalhadores privados (1,69%). O estado com menor aumento percentual seria São Paulo (0,07%). Como se vê, o impacto é mais reduzido que em termos de servidores públicos municipais. A Tabela 4 mostra que os servidores privados possuem um menor percentual de trabalhadores com remuneração inferior a 1,2 SM em relação aos servidores municipais. No total do Brasil, enquanto 21,6% dos servidores municipais recebem não mais que 1,2 SM, apenas 2,3% dos trabalhadores privados estão na mesma condição. Também no caso dos trabalhadores privados, assim como nos servidores municipais, os municípios do Nordeste são os mais impactados com o aumento do mínimo como percentual da folha de pagamento. Apenas Pernambuco não está entre os dez primeiros, sendo substituído pelo Acre, que passa a ocupar a sexta posição. 3.4 - Ótica Municipal Nas seções anteriores, analisou-se o impacto dos servidores municipais agregados por estados. Em geral, o impacto foi pequeno: 0,71%. Entretanto, inegavelmente, quando se consideram os números dos 5027 municípios com informações na Rais de 1998 3, as variações são bem mais significativas. Em alguns municípios, o impacto sobre a folha de salários municipal com o aumento do mínimo quase chega a 20%, como se pode observar na Tabela 7, ao final do texto, que apresenta as 50 prefeituras mais impactadas com o aumento do 2 Além dos celetistas, também foram incorporados informações dos trabalhadores avulsos e temporários. 3 Foram excluídos da contagem os municípios com zero servidores públicos municipais segundo a Rais 1998. 4 mínimo. No entanto, em 54,3% dos municípios (isto é, em 2731 municípios), o impacto do aumento do salário mínimo não atinge 1% da folha de pagamento dos servidores públicos municipais. Por outro lado, em 13,2% dos municípios (ou em 659 casos) o impacto supera os 10% da folha. Tabela 5 - Número de Municípios por intervalo de gasto percentual sobre a folha de pagamento : Servidores Municipais e Privados. Intervalo % impacto / folha Núm. Municípios municipais privados municipais privados entre 15 e 20% 204 59 4,06 1,17 entre 10 e 15% 455 237 9,05 4,71 entre 5 e 10% 727 774 14,46 15,40 entre 1 e 5% 910 2072 18,10 41,22 entre 0 e 1% 1695 1728 33,72 34,37 igual a 0% 1036 157 20,61 3,12 T o t a l 5027 5027 100,00 100,00 Quando se comparam os trabalhadores privados, é bem menor o número de municípios em que o impacto percentual sobre a folha de pagamento é igual a zero (157 municípios). No entanto, em 75,6% dos municípios, o aumento do mínimo não impactaria a folha de pagamento em mais de 5%. Além disso, em apenas 59 municípios (ou 1,2% dos casos) o impacto supera 15%, enquanto nos servidores públicos municipais, ocorria em 204 municípios (4,1%). Em suma, se, por um lado, há um maior número de municípios cujo impacto na folha dos servidores municipais é inferior a 1% em relação ao mesmo percentual na folha dos trabalhadores privados, por outro lado, há um menor número de municípios cujo impacto na folha dos trabalhadores privados é superior a 10% em relação aos servidores municipais. 3.5 - ICV Foi realizado um simples exercício em que se explorou a correlação entre o impacto do aumento do salário mínimo como percentual da folha de pagamento com o ICV - Índice de Condições de Vida de cada Município, que avalia segundo cinco dimensões: renda, habitação, infância, longevidade e educação 4. O índice varia entre zero e um, sendo 4 Para maiores detalhes sobre a composição do ICV, ver Informe-SF nº 19. %

mais alto o índice quanto melhores as condições de vida do município. O último dado disponível, no entanto, é de 1991, e está disponível para 3.851 municípios. Já o cálculo do impacto do salário mínimo foi realizado com dados de 1998 para 5.027 municípios. A correlação, dessa forma, foi realizada considerando-se os 3.851 municípios com informações tanto do ICV quanto da RAIS. A correlação entre o impacto percentual do aumento do SM na folha de pagamento dos servidores municipais e o ICV de cada município foi de -0,774, utilizando-se o coeficiente de Spearman 5. O sinal negativo significa que serão mais impactados exatamente os estados que possuem menores ICVs. Com isso, deve-se destacar que o aumento do salário mínimo em municípios com piores condições de vida é um importante instrumento para reduzir a desigualdade desses municípios. 4 Principais Conclusões Metodologia Este texto calculou o impacto de um aumento do salário mínimo de R$ 151 para R$ 180 nas finanças dos estados e municípios considerando apenas os servidores ativos. Calculou-se o impacto mínimo, dado que, por hipótese, os trabalhadores com salários superiores a R$ 180 não receberiam aumento de salário. Assim, os resultados aqui apresentados estão diretamente relacionados com a proporção de trabalhadores com salários inferiores a 1,2 SM. Resultados Agregados Feitas as hipóteses de aumento segundo a faixa salarial, verificou-se que o impacto é bastante diferenciado e relativamente pequeno. Nas finanças dos estados, o impacto mensal foi de R$ 1,9 milhões, cerca de 0,07% sobre a folha de pagamentos relativa aos 2,7 milhões de servidores estaduais. O impacto mensal sobre os municípios foi de R$ 11,1 milhões, o que representa um acréscimo de 0,71% na folha de pagamentos dos 2,6 milhões de servidores municipais. O impacto mensal sobre o setor privado foi mais significativo em termos de valor (cerca de R$ 41,8 milhões), mas ainda assim o impacto na folha de salários desses trabalhadores foi pequeno (0,30%). Resultados estaduais Agregando os municípios por estado, os números em alguns casos são mais expressivos. Os estados da região Nordeste são os mais impactados, chegando a 6,28% no Maranhão, considerando apenas os servidores públicos municipais. A Região Nordeste é bastante afetada devido ao peso dos municípios do interior do estado, onde pelo menos 80% dos servidores municipais recebem salários inferiores a 1,2 SM. Mesmo tendo o Norte e o Centro-Oeste também indicadores semelhantes, pode-se dizer que é um fenômeno tipicamente nordestino o elevado peso de quem ganha apenas o mínimo na folha salarial de servidores e mesmo no caso dos trabalhadores privados. Por outro lado, devido à baixa concentração de trabalhadores na faixa de até R$ 1,2 SM, estados como Rio de Janeiro e São Paulo, que possuem o maior número de servidores, apresentam um impacto, em termos percentuais, bastante reduzido (0,13% no RJ e 0,01% em SP). No Rio de Janeiro, apenas 6,3% dos servidores municipais recebem até 1,2 SM. Em São Paulo, apenas 0,7%. Resultados por cidades Desagregando os resultados por municípios percebe-se um impacto ainda mais heterogêneo. Em 204 municípios o aumento na folha de salário municipal ultrapassou 15%, e em 455 ficou entre 10% e 15%. Em compensação, em 2.731 municípios (54,3% dos casos) o impacto do aumento do SM como percentual da folha é inferior a 1%. Mais uma vez, verifica-se que é bem localizado o impacto do mínimo. Listados os municípios pela proporção do impacto do aumento do mínimo em sua folha de servidores, nota-se que apenas 1 entre os 30 mais afetados pela medida em termos nacionais não é do Nordeste. Ou ainda, só 4 entre as 100, ou 6 entre as 200 prefeituras mais impactadas, não são daquela região. 5 O Coeficiente de Spearman é o ideal quando se consideram distribuições não-paramétricas ou quando se comparam variáveis com grandezas diferentes. 5

Críticas e mitos nas finanças municipais Um argumento crítico ao aumento do valor do salário mínimo normalmente citado pela ótica dos impactos sobre as prefeituras diz respeito ao eventual desenquadramento que provocaria nas folhas locais em relação aos limites máximos para despesa com pessoal, fixados na chamada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF. É preciso qualificar com mais cautela tais aspectos. Antes de mais nada, não se deve confundir o percentual do aumento medido em relação à folha salarial com a proporção que representa da receita corrente líquida. No agregado dos Poderes, o limite máximo de gasto com pessoal das prefeituras é de 60% da receita corrente. Logo, na hipótese extrema e absurda que toda a folha local fosse composta apenas por servidores e autoridades que ganhassem um salário-mínimo, um acréscimo de 20% equivaleria a mais 12% da receita. À parte o tamanho do impacto, se a folha salarial de uma certa prefeitura ficar desenquadrada daquele limite máximo da LRF devido ao aumento do mínimo, a primeira providência será cortar (em até 20%) os gastos com funções gratificadas, cujos ocupantes, provavelmente, não ganham um salário mínimo. Não é demais lembrar que, nessa situação, a sequência de providências para diminuir os gastos com pessoal está determinada pela Constituição, por força da emenda da reforma administrativa promulgada em 1998. O maior impacto financeiro, porém, é das prefeituras do interior e das regiões mais pobres, justamente as mais beneficiadas (especialmente se a receita for medida em valores per capita) pelos repasses do Fundo de Participação dos Municípios FPM. Se tais transferências tiveram um bom desempenho nos próximos anos o impacto do aumento do mínimo fica mais diluído. Redistribuição de Renda Por fim, menciona-se que o aumento do mínimo pode constituir a medida que mais explicita o vínculo entre responsabilidades fiscal e social. Políticas de distribuição de renda são hoje entendidas tanto como políticas sociais quanto eficientes alavancas do desenvolvimento. O aumento do salário mínimo se insere dentro do marco do combate à pobreza como forma de aumentar o consumo e acelerar o crescimento. O fato de os municípios com mais baixos indicadores de condições de vida ICV serem, em média, aqueles que mais se beneficiarão com o aumento do mínimo, mostra como o salário mínimo pode ser um importante instrumento de melhoria das municípios mais pobres, especialmente no interior do país. Outra crítica ao aumento do mínimo corresponde à compensação financeira do aumento permanente do gasto com pessoal exigido pela LRF. 6

Tabela 6 - Resultados Finais por UF : Valor gasto e Percentual sobre a folha de salários UF Núm. Munic. Valor impacto (R$ mil) % impacto/folha municipais privados municipais privados Maranhão 130 1.029,88 1.147,97 6,28 1,35 Alagoas 91 627,83 1.113,14 4,74 1,30 Paraíba 208 863,17 882,44 4,65 1,08 Piauí 179 526,92 1.275,72 4,55 1,69 Rio Grande do Norte 158 754,53 1.116,51 4,42 1,21 Bahia 364 2.063,72 5.170,14 4,06 1,17 Sergipe 69 353,92 828,29 3,82 1,36 Ceará 180 1.096,56 2.792,64 3,24 1,32 Tocantins 95 156,82 194,40 3,08 0,95 Pernambuco 178 1.195,12 1.959,87 2,85 0,59 Amazonas 42 81,71 140,90 2,19 0,11 Pará 110 389,20 1.147,18 1,73 0,71 Goiás 233 394,07 1.780,60 1,12 0,81 Rondônia 49 76,89 216,88 1,01 0,53 Acre 21 41,35 192,50 0,94 1,25 Amapá 15 8,07 59,13 0,44 0,51 Minas Gerais 810 695,36 8.025,58 0,38 0,69 Mato Grosso 117 54,98 598,38 0,33 0,56 Mato Grosso do Sul 72 50,39 361,06 0,29 0,35 Espírito Santo 77 78,53 737,90 0,26 0,35 Paraná 392 196,63 2.429,05 0,19 0,29 Rio de Janeiro 90 212,70 2.540,29 0,13 0,14 Santa Catarina 287 36,02 1.081,84 0,06 0,21 Roraima 2 0,24 42,16 0,06 0,66 Rio Grande do Sul 424 47,34 1.959,74 0,04 0,19 São Paulo 634 59,96 4.045,87 0,01 0,07 7

Tabela 7 As 30 prefeituras mais impactadas com o aumento do mínimo* Ordem UF Município Servidores Municipais Impacto (mensal - em R$) % impacto/ folha pgto. Trabalhadores Privados Impacto (mensal - em R$) % impacto/ folha pgto. 1 MA Acailandia 27.499,78 16,20 67.448,24 3,86 2 SE Porto da Folha 21.040,76 16,20 2.593,85 3,12 3 MA Paraibano 19.964,26 16,20 20.632,96 15,55 4 PE Alagoinha 16.734,74 16,20 972,45 4,77 5 AL Palmeira dos Indios 13.986,67 18,38 11.781,92 1,56 6 AL Mata Grande 13.848,37 19,14 14.049,47 11,47 7 PB Queimadas 13.725,42 17,86 17.274,22 5,37 8 RN Poco Branco 13.700,96 16,20 13.792,94 15,93 9 PI Piracuruca 13.211,64 16,20 18.438,58 9,52 10 MA Sao Benedito do Rio Preto 13.075,73 18,56 208,48 3,20 11 CE Uruburetama 8.013,86 18,10 15.753,00 9,30 12 PB Uirauna 7.683,48 18,84 9.813,62 10,67 13 RN Jacana 7.564,53 16,21 7.515,60 14,46 14 RN Jandaira 6.830,26 16,21 6.780,34 15,73 15 SE Maruim 6.599,87 16,62 6.126,79 2,89 16 RN Sao Bento do Trairi 6.049,08 16,41 6.070,81 15,64 17 CE Parambu 5.154,14 17,14 5.508,41 4,57 18 SE Frei Paulo 4.913,84 18,34 2.058,56 2,95 19 PB Nova Olinda 4.732,61 17,73 4.574,85 17,33 20 RN Campo Redondo 4.631,18 16,47 4.822,83 13,73 21 PI Nazare do Piaui 4.040,55 16,22 4.109,58 14,08 22 RN Ipanguacu 3.967,92 16,24 14.117,63 3,72 23 PB Caraubas 3.932,74 16,54 3.932,74 16,16 24 SE Cedro de Sao Joao 3.930,08 19,21 3.509,33 12,50 25 RN Riacho de Santana 3.615,38 17,10 3.615,38 16,27 26 SE Sao Francisco 3.446,94 18,63 201,89 3,36 27 RN Coronel Ezequiel 3.336,44 16,25 3.385,38 15,36 28 RN Cerro Cora 3.198,05 17,76 4.618,80 5,19 29 CE Baixio 3.131,42 17,70 3.365,37 15,55 30 PB Santarem 2.981,29 16,65 0,00 0,00 31 PB Livramento 2.821,82 19,14 2.809,35 14,61 32 AL Feira Grande 2.656,69 19,21 170,92 0,83 33 AL Belem 2.615,00 18,56 3.606,13 3,03 34 PB Santana dos Garrotes 2.558,86 16,44 222,70 10,87 35 PB Poco Dantas 2.344,77 18,91 0,00 0,00 36 PB Boqueirao dos Cochos 2.305,72 16,94 2.556,92 13,42 37 RN Parau 2.192,99 18,71 0,00 0,00 38 BA Aramari 2.064,63 16,42 1.315,23 7,22 39 PB Serra Grande 1.833,86 16,51 1.833,86 15,34 40 PI Luzilandia 1.752,59 17,06 3.065,77 4,91 41 PB Pedra Branca 1.392,57 18,36 1.456,37 17,26 42 PB Caldas Brandao 1.357,20 18,43 187,57 1,11 43 PB Monte Horebe 1.017,87 16,43 259,16 7,32 44 PB Lastro 676,86 19,21 48,93 5,67 45 MA Santa Helena 284,78 19,21 305,11 1,30 46 MG Araponga 63,72 16,81 1.302,14 9,81 47 CE Redencao 59,19 16,61 6.456,27 3,07 48 CE Uruoca 41,47 19,21 292,25 14,34 49 PB Cachoeira dos Indios 27,26 19,21 434,38 6,48 50 PB Cruz do Espirito Santo 27,26 19,21 319,10 0,38 * com base nas informações fornecidas pelas próprias prefeituras e empresários ao Ministério do Trabalho. 8