Carlos Alberto Dias Pinto Enfermeiro Sanitarista Mestre em Saúde Pública ENSP/FIOCRUZ Especialista em Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde ENSP/FIOCRUZ STO/DVFS/SUVISA/SVS/SESDEC-RJ cadias.pinto2572@gmail.com Vitória, 2014
Qualificação do Fornecedor Peculiaridades sobre o doador de sangue: Não remunerado Motivação duvidosa Risco residual para transmissão de doenças pelo sangue desconhecido Etapas da qualificação do fornecedor seleção do candidato à doação: Captação de Doadores Cadastro de Doadores Triagem Hematológica, Clínica e Sorológica
Classificação das Doações Tipo de Doação Espontânea Independe de Alguém Pedir Reposição Geralmente Associado a Alguma Solicitação Autóloga Doador/Receptor são o mesmo Tipo de Doador Primeira Vez Repetição Uma doação a cada 12 meses Esporádico Uma doação a cada 18 meses ou mais Fonte: Resolução RDC 149/01 Espontâneo + Repetição
Por que falta sangue? Cálculo de demanda: 7 bolsas de sangue/leito/ano Número ideal de doações: 3% a 5% do total da população Fonte: Gestión de Servicios de Transfusion de Sangre, OMS, 1991 Doação voluntária no Brasil: 1% da população (n=201.015) Fonte: Fidelização de Doadores Voluntários de Sangue, OPAS, 2003 Perfil de Doação: Situação das doações no Brasil: Espontânea: 49% Reposição: 51% Apenas 36% dos hemocentros investem recursos em projetos de treinamento de captadores Fonte: Programa Nacional de Doação Voluntária de Sangue
Qualificação do Fornecedor Captação Avaliar a existência de um Programa de Captação de Doadores Verificar qual a ênfase do Programa de Captação de Doadores Avaliar o percentual mensal de doadores por tipo de doação e por tipo de doador Desejado Doadores Espontâneos e de Repetição Identificar quais estratégias são empregadas Verificar em que locais são realizadas as atividades de sensibilização Verificar quais os mecanismos empregados Identificar os responsáveis pela realização da atividade Familiares ou profissionais de saúde Participação das unidades assistenciais de saúde solicitantes
Qualificação do Fornecedor Recepção Recepção: Avaliar a adequação entre o número de cadeiras e o de candidatos à doação Comparar o número de cadeiras com a média horária de candidatos à doação Número de cadeiras = 1 (resultados maiores indicam ínadequação) Média doador/hora Verificar a existência de sanitários destinados exclusivamente a doadores (ambos os sexos) Verificar a disponibilidade de folheto informativo Conferir se o conteúdo contempla informações sobre as condições básicas para doação Conferir se o conteúdo informa sobre as doenças de transmissão sanguinea a o período de janela imunológica
Qualificação do Fornecedor Cadastro Identificação do doador Avaliar como os funcionários abordam os candidatos à doação, verificando se são solicitados documentos oficiais de identificação com foto Dados de Seleção do Doador Verificar se existem registros de data de última doação comparar se o intervalo entre as datas esta de acordo com o preconizado pelas normas técnicas vigentes Verificar se existem mecanismos que bloqueiam doadores inaptos Identifique doadores com resultado de sorologia positiva em anos anteriores e confira a existência de novas doações Identifique doadores inaptos clinicamente e avalie se houve doações posteriores comparando a adequação entre o intervalo de tempo para as doações
Qualificação do Fornecedor Cadastro Coleta de dados de identificação e localização Selecionar amostragem aleatória e ímpar de candidatos à doação da semana anterior Verificar se todos os campos estão preenchidos Avaliar se o preenchimento dos dados de esclarecimento de homônimos Nome da mãe Data de Nascimento Conferir registros de dados de localização (Endereço, telefone, email)
Qualificação do Fornecedor Triagem Clínica Verificação de sinais Solicitar amostragem aleatória de fichas de triagem clinica de doadores da semana anterior Conferir a existência de registros de aferição de dosagem de hemoglobina/hematócrito Verificar a disponibilidade dos equipamentos necessários Validação da técnica empregada uso de padrões comerciais ou técnicas paralelas de padrão-ouro Conferir a existência de registros de aferição de sinais vitais Verificar a disponibilidade dos equipamentos necessários Conferir a existência de registros de aferição de dados antropométricos Verificar a disponibilidade dos equipamentos necessários Avaliar registros de calibração periódico das balanças
Triagem Clínica: Observar Privacidade Ficha de Triagem Clínica Aferição de Sinais Vitais Dados Antropométricos Consentimento Livre e Esclarecidos Voto de Auto-exclusão Parâmetros Ambiente fechado Atendimento Individual Preenchimento a cada nova doação Completude das informações Rasuras Equipamentos Registros Equipamentos Registros Existência do Formulário Individual Registro de Assinatura do Candidato à Doação Texto em conformidade com a norma Garantia de Privacidade Indiscriminatório
Janela Imunológica por Agravo e Método Agravo Método Janela (dias) Doença de Chagas EIA 57 a 100 Sífilis EIA - Treponêmico 30 a 45 HBV EIA - HBsAg 59 EIA Anti-HBc 80 a 90 HCV EIA-Ac Anti-HCV 70 HTLV-I EIA 51 HIV EIA-Ac (IgM) 22 Fonte: Manual técnico para investigação de transmissão de doenças pelo sangue. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
Qualificação do Fornecedor Triagem Clínica Entrevista Identificação de sintomas e comportamentos de risco Solicitar autorização ao candidato à doação para acompanhar o procedimento Somente acompanhe caso o candidato autorize Acompanhar uma amostragem aleatória e ímpar de candidatos entrevistados Observar a realização de todos os procedimento de verificação de sinais Avaliar o questionamento de aspectos relacionados a comportamento de risco para transmissão de doenças por transfusão Avaliar a abordagem empregada Verificar a conformidade de realização da atividade com o POP Verificar os registros dos candidatos inaptos Solicitar as fichas de doadores inaptos na triagem clínica na semana anterior Verificar registro do motivo da inaptidão Verificar registro de encaminhamento do doador
Dentes Staphylococcus sp. Serratia liquefaciens Streptococcus viridans Intestinos Yersinia enterocolitica Campylobacter sp. Osteomielite Streptococus cholerasuis Salmonella sp. Staphylococcus sp. Difícil comprovação científica concentração < 10 CFU/ml
Qualificação do Fornecedor Triagem Clínica Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Solicitar amostragem aleatória dos termos referente a doadores da semana anterior Verificar a conformidade do conteúdo escrito com os princípios estabelecidos nas normas técnicas vigentes Esclarecimento sobre os riscos do procedimento Informações sobre as formas de utilização do sangue doador Produção de Hemocomponentes Uso Terapêutico Produção de Hemoderivados Uso Industrial Produção de painéis diagnósticos Uso Comercial
Obtenção da Matéria-Prima Coleta de Sangue Total Limpeza do braço do doador Avaliar a execução da técnica de limpeza Compatível com o estabelecido no POP Coerente com as normas técnicas vigentes Produtos antissépticos utilizados Verificar a data de validade Verificar o número de registros no MS Número deve iniciar com 1 produto medicamentoso Condições para a coleta de sangue Verificar se o tempo de coleta é registrado Hora de ínicio e término duração da coleta Temperatura de armazenamento pré-processamento Verificar a presença de termômetro e mapa de controle de temperatura Condicionada à produção de concentrado de plaquetas Caso positivo, deve ser entre 20 o C a 22 o C
Microbiota Transitória Staphilococus aureus Enterococus Escherichia colii Microbiota Residente Staphilococus aureus Enterococus Micrococcus sp. Staphilococus epidermidis Streptococus viridans Breveibacterium Acinetobacter Pityrosporum sp. Peptococus Corynebacterium sp. Propionibacterium sp. Escherichia colii
Obtenção da Matéria-Prima Coleta de Sangue Total Procedimento de Coleta de Sangue Total Avaliar a disponibilidade de homogeneizadores Avaliar a compatibilidade com o número de cadeiras de coleta Verificar método de bloqueio Pressão por placas Balança Volume do sangue total coletado Verificar se o volume coletado está de acordo com as normas técnicas vigentes e com o determinado na triagem clínica Homens 9ml/kg Mulheres 8ml/kg Volume total não pode ultrapassar 500ml (incluindo aliquota para amostras) Selecionar amostragem aleatória e ímpar de bolsas de sangue total não processadas Verificar o peso da bolsa de sangue total coletada Calcular o volume estimado e comparar com o volume informado
Cálculo do Volume de Sangue Coletado 550mg _ 134mg 1,053 = 423ml
Obtenção da Matéria-Prima Coleta de Sangue Total Rastreabilidade do sangue total coletado Verificar a realização do procedimento de identificação das bolsas do sistema de coleta, dos tubos de coleta de amostras de sangue e do doador Conferência com documento de identificação Solicitação de informação do nome completo ao doador Rotulagem dos tubos e sistema de coleta (bolsas de sangue) corretos sistema de conferência Verificar se a rotulagem é realizada na presença do doador, no momento da coleta Conferir todas as informações contidas nas etiquetas de identificação de todos os componentes
Obtenção da Matéria-Prima Atendimento ao Doador Manutenção do doador para observação Avaliar a existência de sala de lanche do doador Analisar as condições de limpeza e conservação do local Analisar as condições de conforto térmico Verificar a oferta de hidratação e lanche aos doadores Identificar o tipo de lanche ofertado Verificar prazo de validade de alimentos perecíveis Verificar condições de armazenamento dos alimentos oferecidos
Obtenção da Matéria-Prima Atendimento a intercorrências Local para Atendimento Sala exclusiva dimensões adequadas à norma técnica vigente Facilidade de deslocamento do doador Entrada e saída do serviço de hemoterapia Insumos e Materiais Medicamentos disponíveis conforme previsto nas normas técnicas vigentes Material para manobras de ressuscitação Laringoscópio avaliar o funcionamento Ambú Tábua para massagem cardíaca Equipe capacitada Verificar registros de treinamento anual da equipe Protocolos Especiais Verificar disponibilidade e acessibilidade de veículo de transporte