Gonga. O Quotidiano, 2002 (pormenor) Acrílico sobre tela. 80x57,5 cm Laura Castro Caldas e Paulo Cintra
Alex Fernando Alvim Paulo Capela Tchalê Figueira Gonga Márcia Matonse Miro Estêvão Mucavele Malangatana Valente Ngwenya Miguel Petchkovsky Reinata Sadimba Shikhani Viteix Alex Nasceu em 1974 em Luanda, Angola. Formou-se, com distinção, na Willem de Kooning Academy of Art and Architecture, em Roterdão, em 1999. Entre 1997 e 1998 frequentou aulas em Granada, Espanha, na Alonso Faculdad de Bellas Artes, através do programa de intercâmbio Sócrates. No ano 2000 era já pós-graduado na Minerva Academy, na Holanda. Fernando Alvim Nasceu em 1963, em Luanda, Angola. Tendo vivido até aos 24 anos na sua cidade natal emigrou, em 1987, para Bruxelas onde ainda hoje vive e trabalha. Sobretudo entre 1992 e 1997 desenvolveu igualmente actividade artística em Luanda. Em 1997 dedicou-se ao projecto Memórias Íntimas Marcas e, na sequência desta experiência, desenvolveu o Centro de Arte Africana Contemporânea, operacional desde 1998 em várias áreas. Um ano depois, em 1999, dedicou-se a CAMOUFLAGE, o braço europeu deste Centro em Bruxelas. Nesse mesmo ano tornou-se administrador da Hans Bogatzke Collection of Contemporary African Art e iniciou ainda o projecto SOSO propondo sistemas culturais experimentais para as cidades africanas. Tendo participado em mais de 50 exposições internacionais e produzido mais de 10 filmes, Fernando Alvim detém um papel de destaque na promoção da arte e da cultura africanas, ocupando-se de projectos como Costa Reis Compilação de Arte Africana Actual (2000 em parceria com Rui Costa Reis), Gela Uanga war and art of elsewhere (2001 filme produzido em parceria com Valérie van Nitsen), NEXT FLAG reexistência cultural generalizada (2002 em parceria com Simon Njami) e ainda TACCA Territórios de Arte e Cultura Contemporânea Africana (2003). Presentemente, Fernando Alvim ocupa-se do projecto Mbutu Muande visionary nation iniciado em 2000 e que irá desenvolver, em Luanda, até ao ano 2005.
Fernando Alvim. Disarmed Race, 1985 Técnica mista, termos, 2 slides de texto, 2 projectores de slides. 200x150 cm Laura Castro Caldas e Paulo Cintra Paulo Capela Paulo Capela, nascido em 1947, é um artista singular. Congolês de origem, refugiado em Luanda e naturalizado angolano em 1990, é um exemplo notável de sincretismo artístico. A sua obra autodidacta é composta por instalações, desenhos e aguarelas, expressando na sua fina percepção uma mistura de arte popular com arte moderna, de arte religiosa com política. Tchalê Figueira Nasceu em 1953 em S. Vicente, Cabo Verde. Aos 17 anos, em 1970, fugindo à incorporação militar e em plena ditadura fascista, emigrou para a Holanda onde permaneceu quatro anos, tendo-se depois fixado em Basel, na Suíça. Aí permaneceu onze anos e, entre 1976 e 1979, frequentou a Escola de Belas Artes (Schule für Gestaltung Basel). Em 1985 regressou ao Mindelo onde ainda hoje vive e trabalha. Dinamizador da cultura africana e artista multifacetado, desenvolve ainda actividades nas áreas da Música e da Literatura, sendo a intervenção social, o despertar de consciências, os desfavorecidos da sociedade e a degradação da figura humana vítima dessas preocupações e condicionamentos, os principais temas que aborda. O artista afirma ter influências várias no seio do Expressionismo como as de Oskar Kokoschka e Kirschener e reconhece-se na influência de grandes nomes da Arte Moderna Europeia como Pablo Picasso, Fernand Léger e Francis Bacon. Gonga Nasceu em 1964 em Uíje, Angola. Estudou no Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural, em Luanda, e trabalhou no Atelier de Escultura da Escola Nacional de Artes Plásticas, inserindo-se no meio das Artes Plásticas do Grupo da UNAD. A sua obra polivalente expressa-se nas áreas do Desenho, da Aguarela, da Pintura e da Escultura e foi exposta por diversas
Viteix. Sem título, s.d. Tinta da China sobre papel. 32x23,7 cm Laura Castro Caldas e Paulo Cintra vezes em Angola e em países estrangeiros. Está representado em colecções na Alemanha, em Portugal, no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil. Márcia Matonse Nasceu em 1967, em Moçambique. Desde 1996 que podemos ver a sua obra em exposições colectivas. Entre 1998 e 1999, participou em exposições no Núcleo de Arte, no Maputo e, em 1999, esteve presente na Bienal TDM, também no Maputo. Miro Nasceu em 1965, no Maputo. Concluiu o curso de Artes Gráficas da Escola de Artes-Visuais. É membro da Cooperativa Arte Feliz, do Núcleo de Arte e da Gate Foundation. A sua obra foi, em várias ocasiões, premiada, nomeadamente, pela Bienal TDM com o 1º prémio para Pintura - pela Anual MNA com o 1º prémio para Pintura e pela Anual Musart-TDM 97 com o 1º prémio para Desenho. Está representado em várias colecções particulares, nacionais e estrangeiras. Faleceu em 2002, aos 37 anos. Estêvão Mucavele Nasceu em 1941, em Manjacaze, Maússe (Moçambique), no seio de uma família de camponeses. Estudou numa escola de missionários católicos, mas não foi além do 3º ano da instrução primária. Aos 16 anos, contratado pela Wenella, trabalhou nas minas da África do Sul, local de eleição dos Moçambicanos em busca de melhores condições económicas. Aí permaneceu até 1958, data em que aceitou o emprego de encarregado de limpezas de uma galeria de arte em Joanesburgo, onde se manteve até 1966. Aos 25 anos, em 1966, na Cidade do Cabo começou a desenhar, a pintar e a frequentar exposições e galerias de arte. Em 1968 realizou a sua primeira exposição individual e, três anos mais tarde, passou a dedicar-se a tempo inteiro à arte. Em 1975, por ocasião da Independência, regressou a Moçambique onde continuou a pintar, sobretudo em parceria com outros pintores. Enfrentou dificuldades na obtenção de tintas e telas dedicando-se, consequentemente, em exclusivo ao desenho.
Tchalê Figueira. Sem título (T. 9), 1990 Grafite sobre papel. 38x27 cm Laura Castro Caldas e Paulo Cintra A sua obra, bem recebida pela crítica e caracterizada por paisagens encantadas e repetições seriais e monocromáticas, está representada no Museu Nacional de Arte do Maputo e ainda em colecções privadas e públicas em Moçambique e também em Portugal, África do Sul e Itália. Malangatana Valente Ngwenya Nasceu em 1936, em Matalana, Marracuene (Moçambique). Filho de um mineiro, estudou nas escolas da Missão Suíça, em Matalana, e da Missão Católica de Ntsindya, em Bulaze. Mudou-se para Maputo cidade onde, para além de continuar os estudos, trabalhou como criado doméstico e empregado do bar do Núcleo de Arte. Foi nesta altura que começou a realizar os seus primeiros desenhos, utilizando pedras e areia. Em 1958, no Núcleo de Arte, conheceu o pintor português Zé Júlio que o levou a participar, no ano seguinte, numa exposição colectiva. Três anos depois expôs, pela primeira vez, individualmente e, em 1971, depois de uma segunda exposição, obteve uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, nas áreas da gravura e da cerâmica. Entre 1980 e 1985, foi director do Departamento de Artesanato de Moçambique. Ainda em 1981 fundou, juntamente com Ivone Maomane, a escola Vamos Brincar, com o intuito de promover as artes visuais junto das crianças. Entre vários outros prémios que lhe foram atribuídos destaca-se o Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA), em 1990. A sua obra caracteriza-se pelo realismo fantástico dos temas, das formas e da cor, pela invocação do caos e da emoção. As suas telas figuram por inúmeros museus e colecções particulares de todo o mundo. Para além da pintura, da escultura e da cerâmica, o artista dedica-se ainda à música, à dança, ao teatro e à poesia.
Estêvão Mucavele. Montanhas de Moçambique, 2001 Óleo sobre madeira. 63x76 cm (díptico) Laura Castro Caldas e Paulo Cintra Miguel Petchkovsky Nasceu em 1956, em Andrade, Angola. Estudou em Portugal entre 1971 e 1977 e, entre 1987 e 1992, na Gerrit Rietveld Academie, em Amsterdão, cidade onde ainda hoje vive e trabalha. Desde 1991 é presidente da MONDO, African Filmmakers Foundation, tendo participado, como director e assistente de direcção, em vários documentários sobre Angola. A sua obra multifacetada conta com intervenções nas áreas do Cinema, do Vídeo, do Documentário, da Fotografia e da Pintura, tendo exposto em Lisboa, Amesterdão, Haia, Roterdão, Hanover, Varsóvia, Copenhaga, Maputo e São Paulo. Reinata Sadimba Nasceu em 1945, na aldeia de Nemu, distrito de Mueda, em Cabo Delgado (Moçambique). Recebeu a educação tradicional da etnia Maconde no seio da qual contacta pela primeira vez com o fabrico de objectos utilitários em barro, passando depois a utilizá-los apenas como suporte de elementos estéticos e desenvolvendo uma escultura em cerâmica. Em 1972, como consequência da luta armada, ingressou na FRELIMO. Entre 1980 e 1992 fixou-se na Tanzânia, para onde emigrou devido à guerra. Participou activamente em vários workshops de cerâmica, nomeadamente na cidade do Maputo em 1993, 1995 e 1998 e ainda em Londres, em 1995. Shikhani Nasceu em 1934, na região de Muvesha, distrito de Marracuene (Moçambique), no seio de uma família de camponeses. Pastor até aos 16 anos, começou a dedicar-se à escultura no Núcleo de Arte, tendo tido como mestre o escultor português Lobo Fernandes. Aos 29 anos, em 1963, tornou-se assistente do Professor Silva Pinto, escultor na Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque e, em 1970, começou também a dedicar-se à Pintura. Três anos mais tarde, veio para Lisboa como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, onde expôs individualmente.
Alex. Just another self-created mirror, 2001 Acrílico sobre tela. 170x280 cm Laura Castro Caldas e Paulo Cintra Entre 1976 e 2002 radicou-se na Beira onde executou vários murais em baixo-relevo e foi professor de Desenho, entre 1976 e 1979. Em 1982 foi bolseiro na União Soviética. Fixou-se a partir de 2002 no Maputo. A sua obra, próxima da tradição figurativa africana e densa em mensagem social e política, encontra-se patente em várias colecções particulares nacionais e internacionais. à Associação Internacional de Críticos de Arte e à Direcção da Sociedade dos Direitos dos Autores Angolanos. Desenvolveu a sua obra nos campos do Desenho, da Aguarela e da Pintura recorrendo à escrita, a sinais e formas abstractas e a impressões por manchas estampadas. Esta expressão plástica altamente comunicativa e onde os caminhos de leitura nunca se esgotam vê o seu autor morrer aos 53 anos, a 10 de Maio de 1993, em Luanda. Viteix Nasceu em 1940, em Luanda, Angola. Estudou Artes Plásticas em Angola, Portugal e França, tendo concluído, em Paris, a Licence e a Maitrise em Artes Plásticas. Em 1983, defendeu a sua tese de Doutoramento de 3º Ciclo em Estética sobre Artes Plásticas de Angola. Ao nível do seu dinamismo e acção de promotor cultural destaca-se o facto de ter sido membro fundador da União Nacional de Artistas Plásticos de Angola, da qual, entre 1987 e 1989, foi Secretário-Geral. Enquanto membro pertenceu ainda
Mais a Sul Artistas de África na Colecção da Caixa Geral de Depósitos 17 Jan 30 Mar 04 Culturgest Porto 9 Galeria aberta das 10h00 às 18h00 Encerrada aos domingos. Edifício Caixa Geral de Depósitos, Avenida dos Aliados nº 104, 4000-065 Porto Informações 22 2098116 culturgest@cgd.pt www.cgd.pt/culturgest/index.html Coordenação Culturgest Investigação biográfica Raquel Ribeiro dos Santos Layout da exposição António Sequeira Lopes e Susana Sameiro Culturgest, uma casa do mundo.