Tudo o que a Igreja nos ensina está fundamentado na Palavra de Deus. Ela recebeu de Cristo a autoridade para nos ensinar.



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Transcrição:

Tudo o que a Igreja nos ensina está fundamentado na Palavra de Deus. Ela recebeu de Cristo a autoridade para nos ensinar. ORAÇÃO DO DIZIMISTA (1) Senhor meu Deus, sempre vos peço bênçãos e graças, mas hoje quero me prostrar diante de Vós apenas para agradecer, pois a minha vida já é uma grande benção e uma sucessão de graças recebidas. Em cada dia vivido e em cada noite de descanso, em cada pessoa que existe, em cada encontro, cada amanhecer e anoitecer, em cada refeição e em cada oração, em tudo encontro a oportunidade de me lembrar de todo bem que recebo de Ti e de quanto vos devo agradecer. Muito obrigado meu Deus, por tudo o que tenho e sou! Que o meu Dízimo seja sempre um compromisso fiel em reconhecimento e gratidão por todos os bens que continuamente me concedeis! E que em toda a minha vida eu vos louve sem cessar! Amém! REFLEXÕES SOBRE O DÍZIMO Quanto devo ofertar no dízimo? Efetivamente, dízimo significa a décima parte, como já se o ofertava ao tempo do Antigo Testamento.

Contudo, longos anos afastados da prática do dízimo, poucos são ainda os cristãos católicos que o têm como compromisso. Há, assim, que se reconhecer difícil, de uma hora para outra, separar os dez por cento de Deus de um salário pequeno já comprometido com um orçamento apertado. Devemos contribuir com o máximo que o nosso orçamento possa suportar. Assim, quem pode dar 10% não contribua com menos. Quem pode dar 5% não dê 4, quem pode dar 3% não dê 2. Deus há de entender e perdoar, enquanto sentir o esforço e o propósito de cada um. São Paulo (II Cor 9, 7) orienta: "Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria". Se seu salário representa trinta dias do seu tempo, da sua existência, na verdade ele contém uma parcela da sua vida. Dessa forma você não deve ver o dízimo apenas como dinheiro, mas sim como um pouco de si mesmo que é ofertado a Deus. É muito importante o cristão ter essa compreensão no momento de definir quanto vale o seu dízimo. Note que a igreja recebe uma parcela de sua vida na forma de dízimo e transforma esse dízimo ministrando cada Sacramento, que é vida, prestando assistência aos necessitados, valorizando a vida e anunciando Jesus que é o Caminho, a Verdade e a VIDA. O católico deve banir do pensamento a idéia errada de que seu dízimo não é importante para a comunidade. Esse é um pensamento nocivo que impede a igreja de Cristo de anunciar o evangelho, porque faz o cristão ficar desestimulado, não ter compromisso, inerte... e o mundo está desse jeito não pela ação dos maus... mas pela omissão dos bons! Cada dízimo é muito importante SIM! (não importa o valor). O rico dê o dízimo de sua riqueza, o pobre dê o dízimo de sua pobreza! Deus não aprecia a quantia e sim a generosidade! Lembre-se que bastou um jovem desprendido ofertar cinco pães e dois peixes para que Jesus operasse o milagre da multiplicação (Jo 6,5-13). Assim fará com o dízimo em nossa paróquia. O dízimo é obrigatório? Sim, mas não como algo imposto por uma lei. Assim como você tem a obrigação de amar mas não lhe é imposto, você tem o dever de devolver o dízimo, sem que isto lhe seja imposto por lei. É a sua consciência quem deve lhe obrigar a devolver o dízimo. Onde o dízimo deve ser devolvido? O dízimo deve ser entregue à comunidade onde você recebe serviços e benefícios. Deve ser entregue à comunidade onde você participa da vida da Igreja. Quem colabora com movimentos de Igreja está dispensado de ofertar seu Dízimo à comunidade paroquial? Muitos pensam que pelo fato de trabalharem nas pastorais e movimentos da Igreja estariam dispensados do Dízimo. Outros colaboram até mesmo com uma contribuição mensal com um movimento de Igreja, para formarem um pequeno fundo, para manterem o

movimento, para retiros, confraternizações, passeios. Nenhuma destas pessoas está dispensada da contribuição bíblica do Dízimo. Ao contrário, esses fiéis deveriam ser os primeiros a dar testemunho de sua vida cristã. É preciso considerar que não existiriam movimentos e grupos de Igreja, se não existisse a Igreja. A Igreja é que foi instituída por Cristo, como sinal e instrumento de seu Reino. Como membros desta Igreja e cristãos conscientes, ativos, todos têm a obrigação e o direito de oferecerem a ela, em sua comunidade paroquial, com convicção, o seu Dízimo. Se a Igreja Católica é tão rica, por que o vaticano não se desfaz de alguns bens para resolver o problema da fome no mundo? A Igreja Católica só é rica da graça de Deus. Hoje não há paróquia que disponha de recursos suficientes para arcar com seus compromissos sacramentais, de evangelização, missionários e de atendimento aos pobres e necessitados. Mesmo que nossa santa igreja vendesse todos os seus bens e relíquias sagradas (algumas com mais de 2.000 anos), todo o dinheiro apurado não seria suficiente para acabar com a fome no mundo. A solução para a desnutrição, desigualdades sociais, guerras e outras mazelas do mundo passa menos pelo bolso e mais pelo coração do homem. A Igreja deve atuar como missionária da Boa Nova e do Amor de Deus, para que o homem reconheça Jesus no irmão e seja um promotor da justiça, da paz, da igualdade social e do amor. Hoje, a primeira coisa que se lê, na porta de uma igreja, é o cartaz do dízimo. Pelo jeito que clamam esses cartazes, as Igrejas estão recebendo cada vez menos esmolas do povo... Se contribuo com o dízimo, como ficam as ofertas nas missas e em outras ocasiões? Elas devem continuar, pois demonstram a gratidão das pessoas por aquilo que receberam de Deus durante a semana ou a graça da missa celebrada, ou os sacramentos recebidos. Como é bonito um gesto espontâneo de gratidão, sem a preocupação de quanto se dá! Isso vale também para as coletas especiais, determinadas pela CNBB e pelo Vaticano II, para coletas emergenciais, em favor de pessoas necessitadas. As ofertas feitas nas coletas são de caráter espontâneo e esporádico. O Dízimo é de caráter obrigatório e regular. Qual a diferença entre dízimo, oferta, donativo e caridade? Entre dízimo, oferta, donativo e caridade... Somente o dízimo necessita de Fé! dízimo só tem sentido se o cristão compreender que trata-se de uma devolução a Deus, através de nossa comunidade, de uma pequena parcela de todos os nossos rendimentos, em forma de ação de graças pelo muito que d Ele recebemos gratuitamente, sem nenhum mérito de nossa parte.

A oferta é um valor variável, que nem precisa ser dinheiro, pode ser, por exemplo alimentos, oferecidos na igreja por ocasião de uma celebração. A oferta mais típica é a feita no ofertório da Missa. A oferta não é obrigatória e não segue nenhuma norma. O donativo é algo doado não diretamente à igreja mas a uma entidade de ajuda a pessoas portadoras de alguma necessidade. É por exemplo o caso dos alimentos doados aos Vicentinos. A ajuda a qualquer congregação religiosa ou ONG é um donativo. Quando falamos em caridade estamos falando de uma doação feita diretamente a uma pessoa necessitada. É o caso da esmola dada a um pobre. Posso devolver o dízimo numa paróquia mais pobre do que a minha? O dízimo deve ser devolvido na paróquia onde você mais participa. Cabe à diocese, que recebe parte dos recursos de seu dízimo, ajudar as paróquias mais pobres. Como dizimista eu tenho direito de ter acesso ao balancete da paróquia? Sim. Mais ainda, você deve fiscalizar a paróquia para ver se ela está utilizando bem os recursos do dízimo. Cada paroquiano tem assegurado por Deus o direito de ser dizimista. Ninguém pode negar-lhe a alegria de participar da vida da Igreja e de cooperar no plano de Deus. Faz-se saber que o dízimo é a forma mais digna de a Igreja e a comunidade se manterem e cumprirem suas obrigações. Que outros recursos sejam apenas emergenciais. Qual a palavra certa Pagar ou oferecer o Dízimo? Cobrar ou receber o Dízimo? Embora a Palavra de Deus na Bíblia o apresente como mandamento e obrigação, e até mesmo use o verbo pagar, é importante lembrar que Deus nunca obriga ninguém. De fato, o Dízimo é uma obrigação, mas uma obrigação que brota do coração agradecido. Se ele não é nem taxa nem imposto, ele não deve ser nem pago nem cobrado. Se o Dízimo é uma oferta agradecida, a devolução de uma parte recebida, um ato livre de fé, esperança e caridade, então ele é oferecido pelo fiel e recebido pela comunidade. É muito importante que a Equipe de Pastoral do Dízimo comece a mudar o jeito de falar do Dízimo. Dízimo não se paga, se oferece. Dízimo não se cobra, se recebe. Dízimo não é taxa, nem imposto, nem esmola. Dízimo é devolução, é gratidão, é ato de amor a Deus, à Igreja e aos irmãos e irmãs. Os bispos do Brasil recomendam que a palavra dízimo não seja substituída por nenhuma outra, ela tem uma forte ressonância bíblica. Não basta dar o que sobra? Não. Dízimo é partilha do que se tem, não das sobras. Partilhar não é o que sobra. Partilhar é dar o que o outro precisa.

O dízimo salva a gente? Não. Não salva. Não é o dinheiro que salva. Nem nossas obras: quem nos salva é o amor de Deus. Mas o dízimo nos leva mais perto de Deus, porque nos leva para a comunidade. Dízimo é um meio. como os santos e Nossa Senhora. E não devemos abandonar os meios que nos fazem mais irmãos e nos conduzem mais a Deus. E se a pessoa é bem pobre? Uma das finalidades do dízimo é a promoção social, e neste caso a comunidade deve ajudar ao bem pobre. Quem deve devolver o dízimo, o pai de família ou todos da família? É melhor que cada um que possua alguma renda seja dizimista. Até as crianças podem ser dizimistas. É questão de serem educadas para fazerem alguma economia e devolver o dízimo com o que conseguirem economizar. Se todos derem o dízimo, será que não vai sobrar dinheiro na igreja? Vai sobrar se a paróquia não cumprir seu dever de evangelizar, catequizar e atender os pobres. A Igreja nunca terá o dinheiro de que necessita para atender todas as suas necessidades. A oferta dizimal que o fiel faz mensalmente à sua comunidade forma a base de sustentação financeira da vida comunitária e da expansão do Evangelho. Podemos supor que, se nossos fiéis católicos fizessem a oferta do Dízimo real à sua comunidade, se as comunidades dessem o Dízimo de suas receitas às paróquias, se as paróquias contribuíssem com o Dízimo de suas entradas para a diocese que é, desde o Novo Testamento, conforme a teologia do Concílio Vaticano II, a porção do Povo de Deus em que se realiza toda a Igreja de Jesus Cristo podemos supor, então, que nossas dioceses teriam condições de investir em muitos projetos modernos e ousados de evangelização: compra de rádios e canais de televisão, aquisição de terrenos e construção de templos em áreas de população crescente, envio de missionários para regiões carentes de recursos humanos e financeiros, cursos de formação de lideranças, etc. Quando, porém, o Dízimo é retido no bolso do fiel ou no caixa da comunidade ou da paróquia, e não passa adiante, fecha-se o canal de comunicação entre Deus providente e a obra da evangelização, e a Palavra de Deus deixa de ser anunciada.

O que é feito com o dinheiro do dízimo? O dinheiro do dízimo, que nós levamos à igreja vai para as seguintes finalidades: a) Religiosa Manutenção da igreja, água, luz, telefone, funcionários, folhetos de missa, livros, toalhas, velas, material de escritório e secretaria, hóstias, vinho, ajuda às pastorais, etc b) Social Auxilio aos pobres e aos doentes, promoção humana, apoio à pastoral da criança, pastoral do menor, etc. O bem que é feito com o dinheiro do dízimo é como se fora feito ao próprio Jesus. Tive fome e me destes de comer. (Mt 25, 35a). c) Missionária Formação de lideranças, formação de catequistas, ajuda ao seminário, missões populares, etc. Assim devolver o dízimo é também contribuir com a evangelização na paróquia. Pode-se dizer que todo dizimista é evangelizador? Sim. Pelo Dízimo, os fiéis ajudam a Igreja a cumprir sua missão de evangelizar. Por isso, quem contribui com o Dízimo é também evangelizador. Mesmo que não possa ou não saiba anunciar a Palavra de Deus, mesmo que não possa sair de sua casa e de sua terra para ir pelo bairro e pelo mundo a anunciar o Evangelho, o dizimista é um evangelizador, porque estará sustentando a obra evangelizadora dos agentes de pastoral, dos catequistas, dos ministros, dos animadores de grupos de reflexão. Quem ajuda a pregação tem merecimentos de pregador. Quem contribui para que a paróquia possa desenvolver um bom trabalho de evangelização e catequese, tem merecimentos de missionário. "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura" (Mc 16,15). Evangelizar é a primeira e _self missão da Igreja. Ordenados ou não, se somos parte dessa Igreja, membros do corpo místico cuja cabeça é Cristo, então essa missão é de todos nós, herdada no batismo e individualmente assumida no crisma. Mas Jesus torna-nos também responsáveis por nossos irmãos. "Amai-vos uns aos outros", diz Ele. "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos", completa (Jo 15, 12-13). E ainda nos coloca em xeque em relação às atitudes que tivermos perante os mais desvalidos, com fome, com sede, com frio, doentes, aprisionados: "...todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes" (Mt 25, 31-40). "...A toda a criatura" - quer dizer, uma missão sem fronteiras, para além dos limites, uma Igreja verdadeiramente missionária. Como Paulo e os outros apóstolos, e muitos missionários, religiosos e religiosas, todos, como membros desse corpo, devemos contribuir para que a obra de evangelização prospere e se irradie.

Nosso dízimo, aquele pedacinho de vida de cada um de nós, ofertado a Deus, vai permitir que Ele se manifeste através da Igreja, pela proclamação de Sua palavra, pela sagrada Eucaristia, pelos sacramentos, pelo socorro aos carentes, pelo trabalho missionário, comprará remédios para os doentes que procuram a comunidade, cestas básicas para as famílias carentes, auxiliará em situações de penúria o paroquiano, sustentará cursos profissionalizantes que permitam aumentar as possibilidades de ganho para os mais humildes, na manutenção de seminários, enfim... na construção do Reino de Deus. Todo dizimista, pelo simples fato de sua oferta mensal, já é um evangelizador, um liturgista, um catequista e um agente da pastoral social da Igreja. É claro, porém, que não basta oferecer o Dízimo. Quando se abre o bolso para repartir o dinheiro, é porque o coração já foi aberto para repartir o tempo, as qualidades e os talentos, a fim de se engajar na vida da Igreja e na obra da evangelização. Negar o dízimo não enriquecerá ninguém (At 5,1-11; Mt 6,19-23) Como lembra Paulo: "Não se trata de aliviar os outros fazendo-vos sofrer penúria, mas, sim, que haja igualdade entre vós" (II Cor 8, 13). A assembléia dos Bispos do Brasil em Itaici (SP), em 1974, determinou que o dízimo fosse implantado em todas as Igrejas do Brasil. Dinheiro e dízimo não são a mesma coisa. Para dar dinheiro basta tê-lo; para oferecer o dízimo é preciso ter fé e amor a Deus e aos irmãos.

REFLEXÕES SOBRE A PASTORAL DO DÍZIMO (Em forma de pergunta e resposta) O que é DÍZIMO? É uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos auferidos, que todo batizado deve assumir como sua obrigação - mas também seu direito - em relação à manutenção da vida da Igreja local onde participa. Então a Pastoral do Dízimo deve ser constituída para arrecadar dinheiro para a Paróquia? Embora a consequência natural da implantação do Dízimo seja um crescimento na arrecadação paroquial o objetivo da organização da Pastoral do Dízimo nunca deveria ter essa conotação de resolver o problema de caixa da paróquia, mas conscientizar o paroquiano da sua responsabilidade com a comunidade da qual faz parte. Nesse caso, o que justifica a organização da Pastoral do Dízimo na paróquia? Sabemos que a Diocese tem um Plano de Pastoral e que em, certa medida, tudo o que acontece ao nível da Diocese deveria acontecer na paróquia. Logo, todas as pastorais que existem na Diocese, ou ao menos aquelas possíveis em cada paróquia, deviam ali existir. O bom desempenho pastoral na Igreja depende do harmônico funcionamento das diversas pastorais e a Pastoral do Dízimo tem o seu papel importantíssimo na Pastoral de Conjunto.

Qual é a importância da Pastoral do Dízimo para a Paróquia? Para que aconteça uma Pastoral de Conjunto dinâmica e atuante é necessário que todos contribuam. A participação não é meramente financeira mas implica também na doação pessoal à comunidade de tempo e talentos. A Equipe Paroquial da Pastoral do Dízimo tem preponderantemente o papel de conscientizar cada participante da comunidade de sua responsabilidade em contribuir em todos os sentidos para com essa mesma comunidade e toda a Igreja. Quais as tarefas próprias da Equipe Paroquial da Pastoral do Dízimo? O seu papel preponderante é o de ser conscientizadora. Mas há tarefas a serem executadas. Tarefas de cadastro de dizimistas, arrecadação do dízimo ao final das missas, redação e remessa de correspondências diversas aos dizimistas, confecções de cartazes, visitas, participações eventuais nas celebrações comemorativas do Dízimo e muitas outras circunstâncias que podem surgir, sem esquecer de um fator muito importante que é a prestação de contas regulares e periódicas à comunidade das arrecadações e gastos ocorridos. Pelo tipo de tarefas mencionadas parece que somente deveriam membros desta Pastoral os executivos, advogados, contadores, secretárias e profissionais administrativos? Se considerarmos apenas as tarefas de organização, cadastro e organização é provável que a resposta seja sim, mas lembremo-nos que a principal função da Equipe Paroquial da Pastoral do Dízimo é o de ser conscientizadora da necessidade de todos serem dizimistas.

Se alguém participa regularmente da comunidade pode ser membro da Equipe Paroquial da Pastoral do Dízimo? A condição essencial para ser membro da Equipe Paroquial é a de ser um dizimista consciente, o que implica em frequência e participação assíduas, independente de status social, intelectual ou profissional. Após todas as perguntas e respostas anteriores não fica ainda a impressão de que a Pastoral do Dízimo seja na verdade uma forma de resolver o problema da falta crônica de dinheiro nas Paróquias? Não. A falta crônica de dinheiro nas paróquias é uma consequência. A causa é a falta de conscientização da responsabilidade de todo batizado em participar e cooperar para sustentar a vida de sua comunidade de fé. Onde devo levar o Dízimo? "Então, ao lugar que o Senhor, vosso Deus, escolheu para estabelecer nele o seu nome, ali levareis todas as coisas que vos ordeno: vossos holocaustos, vossos sacrifícios, vossos dízimos, vossas primícias e todas as ofertas escolhidas que tiverdes prometido por voto ao Senhor". (Dt 12,11s). O Dízimo pertence a Deus e é no Templo que deve ser entregue, ou seja, na nossa Paróquia onde participamos regularmente. Levar um auxílio a um pobre, fazer um donativo a uma instituição beneficente são obras muito boas e agradáveis a Deus mas não são Dízimos e não nos isentam de contribuir com o Dízimo. Quando devo contribuir com o meu Dízimo?

O Dízimo, sendo uma contribuição regular e periódica e proporcional ao ganho de cada dizimista, deve ser entregue na comunidade com a mesma regularidade que acontecem o recebimento desses ganhos. Normalmente costuma ser mensal. Qual deve ser a porcentagem utilizada para o dizimista para definir a sua contribuição? Embora a palavra Dízimo tenha o significado de décima parte, ou dez por cento, cada pessoa deve livremente definir, segundo os impulsos de seu coração, sem tristeza e nem constrangimento, qual seja o percentual de seus ganhos que deve destinar ao dízimo a ser entregue para a sua comunidade. No entanto, a experiência tem comprovado que aqueles que, num passo de fé e repondendo à promessa de Deus em Malaquias 3,10 - optaram pelo dízimo integral dos 10 por cento - não se arrependeram de te-lo feito e nem sentiram falta em seus orçamentos, ao contrário sentem-se mais abençoados que antes, quando suas contribuições eram proporcionalmente menores. De qualquer modo, cada dizimista deve sentir-se livre diante de Deus para fixar o percentual de sua contribuição. Todos os domingos participo da missa e faço a minha oferta no momento próprio do ofertório. Mesmo assim devo contribuir com o Dízimo? De fato, a liturgia prevê um momento em que somos convidados a oferecer os nossos dons diante do altar do Senhor e nesse momento ninguém deve comparecer de mãos vazias (cf Dt 16,10.15-17). Oferecemos o que trazemos em nosso íntimo e também fazemos a nossa oferenda material. Não participar desse momento especial da liturgia é não participar da Missa plenamente. Mas quando fazemos a nossa oferta na Missa não estamos isentos de contribuirmos com o nosso Dízimo e nem mesmo de darmos esmolas e praticar outras obras de caridade