Educação. Auditoria e Indicadores Financeiros Resultado da Pesquisa 2006 AUDIT



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Transcrição:

Educação Auditoria e Indicadores Financeiros Resultado da Pesquisa 2006 AUDIT 1

Introdução A KPMG Auditores Independentes, por meio de sua equipe de profissionais experientes, vem atuando de forma expressiva no atendimento ao setor de educação, prestando serviços de auditoria externa e outros serviços associados a este setor. Baseado nesse conhecimento e na crescente evolução das entidades de ensino superior no Brasil, desenvolveu uma pesquisa para avaliar as tendências do setor de educação traçando o panorama nacional e regional desse setor. A pesquisa foi desenvolvida nos meses de março e abril de 2006 e baseou-se em dados oficiais do Ministério da Educação. Além disso, foi realizado um levantamento, baseado em demonstrações financeiras auditadas, de 8 entidades de ensino de São Paulo, na data base 31 de dezembro de 2005, e apurados os principais indicadores financeiros e operacionais dessas entidades. 2

Objetivo das pesquisas As pesquisas foram desenvolvidas com 2 objetivos: 1) Apresentar o cenário atual da educação no Brasil e as conclusões que estabelecemos frente à esse cenário baseado em dados estatísticos e no nosso conhecimento na atuação junto ao setor de educação, possibilitando a cada entidade comparar as previsões e as perspectivas que foram criadas e redirecionar seus planos estratégicos, se necessário. 2) O segundo objetivo, e esse está ligado a segunda parte dessa pesquisa, é apresentar dados operacionais e financeiros que também possam servir de base para comparação, ou seja, saber como a entidade está posicionada frente aos seus concorrentes diretos e indiretos. Acreditamos que com os 2 materiais, informações relevantes chegarão aos gestores de outras entidades de educação possibilitando, com base no cenário geral, o redirecionamento estratégico e com base nos dados operacionais de outras entidades, a busca pela melhoria continua e processo de atingimento de melhores índices de desempenho. Apresentação dos Resultados das Pesquisas Apresentamos, a seguir, por meio de gráficos e quadros, os resultados das pesquisas segregadas, inicialmente, pela pesquisa do cenário geral da educação e, posteriormente, os dados do levantamento financeiro das 8 entidades pesquisadas. Evolução da quantidade de instituições de ensino no Brasil e em São Paulo Brasil São Paulo 510 881 1391 114 297 411 592 1045 1637 123 346 450 666 1194 1859 129 346 475 719 1294 2013 138 366 504 Brasil Capital Interior São Paulo Capital Interior Pelos gráficos acima nota-se que o aumento no número de instituições de ensino, no período entre e, foi de 44,7% no Brasil (sendo 41% nas capitais e 47% no interior) e de 22,6% em São Paulo (sendo 23% na capital e 21% no interior). 3

Isso demonstra que a estratégia adotada pelas entidades de ensino tem sido a busca de novas opções no interior e que o crescimento na quantidade de instituições tem superado a demanda de alunos (veja dados adicionais a seguir). Quantidade de cursos presenciais (Brasil e São Paulo) 3036 3425 12155 14399 Brasil São Paulo 3972 16453 4562 18644 Pelo gráfico anterior nota-se que o aumento na quantidade de cursos presenciais no período entre e, foi de 53,4% no Brasil e 50,3% em São Paulo. O aumento de cursos em volume superior a quantidade de entidades que foram abertas no mesmo período representa que entidades já constituídas vêm buscando novas opções de cursos como forma de atender as novas demandas de mercado. Quantidade de alunos matriculados 4.613.733 3.887.022 3.479.913 3.030.754 898.643 988.696 1.050.054 1.109.693 Brasil São Paulo No gráfico anterior temos 2 cenários distintos que precisam ser analisados separadamente sendo, o primeiro um pouco mais otimista e o segundo, menos otimista. O crescimento na quantidade de alunos matriculados no Brasil apresentou crescimento de 52,2%. Esse crescimento é superior em 7,5% a quantidade de entidades que foram criadas que foi de 44,7%. Isso significa que, pelo menos, o número de alunos matriculados apresentou um crescimento pouco superior ao crescimento no número de entidades de ensino. O cenário de São Paulo é um pouco mais pessimista pois o crescimento no número de matriculados foi de 23,5%, ou seja, apenas 0,9% superior ao número de entidades de ensino que foram abertas, no mesmo período que foi de 22,6% 4 O complemento a essas análises está sendo efetuado, a seguir, quando comparamos o crescimento no número de matriculados em relação ao número de vagas oferecidas.

Comparativo vagas oferecidas, candidatos inscritos e ingressos (média Brasil) 1.408.492 1.036.690 1.773.087 1.205.140 2.002.733 1.262.954 4.260.261 4.984.409 4.900.023 1.303.110 2.320.421 5.053.992 Vagas Candidatos Ingressos No quadro acima apura-se que entre o perídio de a vem ocorrendo um distanciamento entre o volume de vagas oferecidas e o número de ingressos. O crescimento dos ingressos nesse período foi de 26% frente a um crescimento de vagas de 65%. Isso demonstra que a taxa de ocupação vem diminuindo gradativamente. Outro aspecto que chama atenção é a quantidade de candidatos que apresentou um crescimento de 17% entre e, e depois manteve-se praticamente estável, com crescimento de para de apenas 1%. Apesar de haver uma quantidade de candidatos 118% superior ao número de vagas oferecidas o ingresso tem sido muito inferior. Para cada 3,8 candidatos apenas 1 ingressa no ensino superior. Os fatores que podem explicar o ingresso inferior podem ser, basicamente: a) candidatos que se inscrevem em diversos processos seletivos e depois optam por apenas um deles b) candidatos que se inscrevem em busca de universidades públicas e por não conseguirem entrar, deixam de cursar em universidades privadas. Comparativo vagas oferecidas, candidatos inscritos e ingressos (média São Paulo) 462.336 300.393 555.152 325.795 633.660 350.783 1.074.623 1.283.439 1.225.064 366.490 780.708 1.328.237 Vagas Candidatos Ingressos No cenário de São Paulo a situação não é diferente. O crescimento do número de ingressos nesse período foi de 22% frente a um crescimento de vagas de 69%. Outro aspecto é a quantidade de candidatos que apresentou um crescimento de apenas 24% entre a fazendo com que a relação candidatos x vagas, desde nunca ficasse tão baixa, ou seja, saindo de 2,3 candidatos em para 1,7 em representando um decréscimo de 26%. 5

Com base nos estudos acima, apuramos as taxas de ocupação no Brasil e em São Paulo. Nota-se que em ambos cenários a taxa de ocupação vem caindo nos últimos anos saindo de 74% em e chegando a 56% em em nível Brasil. Em São Paulo, a queda foi de 65% em para 47% em. (taxa de ocupação, média Brasil) 74% 68% 63% 56% (taxa de ocupação, média São Paulo) 65% 59% 55% 47% Comparativos ingressos x concluintes Brasil São Paulo 352.305 1.036.690 127.521 300.393 466.528 1.205.140 160.051 325.795 528.223 1.262.954 172.817 350.783 626.617 1.303.110 193.250 366.490 Ingressos Concluintes Ingressos Concluintes Dentre os cenários apresentados, a relação ingressos x concluintes é, sem dúvida, o mais alarmente. Logicamente existe a questão temporal no qual o candidato que ingressa em um ano irá concluir seu curso, em via de regra, daqui a 4 ou 5 anos. Dessa forma, espera-se um volume maior de ingressos do que de concluintes quando comparamos cada um dos anos. Mas o que se vê acima é uma total falta de sincronismo. A melhor relação apresentada no cenário nacional foi de 48% em (a pior foi 34% em ). Em São Paulo, mais uma vez, a situação não é diferente. A melhor relação foi 53% em (a pior foi 42% em ). Dessa forma, conclui-se que a evasão, considerando a questão temporal acima mencionada, está em torno de 50%, índice extremamente preocupante. 6

Quadro comparativo da ocupação por período (dia / noite) Brasil Dia Noite Total Dia Noite 1.295.818 1.734.936 3.030.754 43% 57% 1.476.158 2.003.755 3.479.913 42% 58% 1.616.556 2.270.466 3.887.022 42% 58% 1.709.385 2.454.348 4.163.733 41% 59% São Paulo Dia Noite Total Dia Noite 300.613 599.030 899.643 33% 67% 321.839 666.857 988.696 33% 67% 328.037 722.017 1.050.054 31% 69% 344.251 765.442 1.109.693 31% 69% Os percentuais de estudantes no período noturno vêm mantendo-se em níveis superiores aos estudantes em período diurno nos últimos com maior presença em São Paulo - 69% do que na média Brasil - 59%. Quadro comparativo da ocupação por período (dia / noite) Brasil Homem Mulher Total Homem Mulher 1.324.759 1.705.995 3.030.754 44% 56% 1.513.630 1.966.283 3.479.913 43% 57% 1.693.776 2.193.246 3.887.022 44% 56% 1.817.217 2.346.516 4.163.733 44% 56% São Paulo Homem Mulher Total Homem Mulher 408.893 489.750 898.643 46% 54% 450.934 537.762 988.696 46% 54% 482.832 567.222 1.050.054 46% 54% 508.175 601.518 1.109.693 46% 54% O percentual de mulheres no ensino superior se mantém superior aos homens e de forma constante, tanto a nível Brasil como em São Paulo. Distribuição da quantidade de alunos no ensino superior (por curso) Cursos Administração 356.156 454.438 530.753 583.672 Direito 414.060 463.135 508.406 533.317 Pedagogia 220.906 240.368 282.841 278.026 Comunicação social 99.328 129.124 152.361 164.296 Ciências contábeis 133.866 147.475 154.869 161.661 Formação de professores de letras 115.494 124.293 136.456 140.032 Enfermagem 51.905 69.955 90.739 119.920 Fisioterapia 65.484 78.099 87.085 95.749 Psicologia 77.748 81.920 89.848 94.283 Sistema de informação 17.171 35.212 51.722 71.730 Turismo 48.495 63.474 69.909 69.777 Formação de professores - normal superior 9.249 15.875 47.297 69.212 Formação de professores de educação física 48.876 55.256 61.559 68.514 Educação física 30.423 41.126 53.936 67.066 Medicina 57.930 59.755 60.912 64.695 Ciência da computação 60.371 64.819 66.043 63.938 Farmácia 42.365 48.755 54.297 61.277 Economia 64.018 63.375 61.584 59.020 Formação de professores de história 39.170 44.410 49.304 49.334 Formação de professores de matemática 40.997 45.154 48.352 48.717 Ciências biológicas 34.106 39.806 41.325 48.126 Arquitetura 40.685 44.506 44.833 46.635 Odontologia 46.834 47.753 46.915 46.039 Engenharia civil 41.051 41.102 40.515 39.880 Outros cursos 874.066 980.728 1.055.161 1.118.817 3.030.754 3.479.913 3.887.022 4.163.733 7

O quadro acima demonstra os alunos matriculados, nos respectivos anos, de acordo com os cursos selecionados pelos alunos, apresentando um crescimento global de 37% de frente a. É possível identificar a aderência a cursos tradicionais como administração e direito que representam 14% e 13% do total das matriculas em, respectivamente. Outros cursos apresentaram grandes variações entre a sinalizando um aumento de procura, tais como: comunicação social 65%; enfermagem 131%; sistemas de informação 318%; formação de professores - normal superior 648% e educação física -120%. Apesar do crescimento de 37% no volume de matrículas entre a alguns cursos mantiveram-se estáveis e outros chegaram a apresentar redução, tais como: Economia queda de 8%; odontologia queda de 2% e engenharia civil, queda de 3%. Conclusão Pelos dados estatísticos apresentados conclui-se que o setor de educação vem em continuo processo de crescimento por meio de abertura de novas instituições e novos cursos porém em velocidade e volume muito maior que o número de candidatos. Isso tem feito com que a ocupação nas entidades venha apresentando constantes decréscimos. Outro dado alarmante é a relação ingressos e concluintes, que podemos avaliar como a evasão escolar (sempre lembrando a questão temporal, conforme comentado acima). Os índices são preocupantes e indicam que quase a metade dos alunos que iniciam um curso, não o terminam. Frente a esse cenário, é fundamental que as estratégias das entidades de ensino sejam muito sólidas e embasadas em estudos e outras avaliações que minimizem a maior parte dos riscos associados. Por exemplo, não faz sentido a construção de novos campus e/ou abertura de novos cursos se não houver alunos suficientes para contrapor os investimentos necessários. As tendências indicam retração na quantidade de alunos e diminuição nas taxas de ocupação e esse panorama somente poderá ser mudado por meio de algumas medidas e com a adoção de alguns cuidados: 1) Crescimento - Avaliação cuidadosa da viabilidade de abertura de novos campus e cursos. Nesse estudo deverá ser considerado quanto será investido, quantos alunos serão captados, qual a margem de rentabilidade que será adotada aos novos cursos e em quanto tempo o investimento será recuperado; 2) Marca - A marca de uma entidade de ensino é muito importante para o seu negócio. Investir no fortalecimento constante da marca junto ao seu público interno e externo é fundamental no processo de retenção e captação de alunos. 3) Associação da marca - A associação da marca da entidade à causas humanitárias ou projetos sociais tem se mostrado um mecanismo muito eficaz de comunicação com o público externo, fidelizando não só os envolvidos como familiares, comunidade, etc; 8 4) Performance - Avaliação recorrente da performance dos cursos atentando para os cursos que apresentam margens negativas. É sabido que alguns cursos apresentam, efetivamente, margens negativas mas esses devem ser conhecidos e limitados pela Administração da entidade e, principalmente, suportados por cursos que apresentam margens positivas;

5) Evasão e inadimplência Controle rigoroso da evasão escolar e inadimplência. Adoção imediata de políticas de cobrança de alunos inadimplentes e políticas contábeis para reconhecer as perdas potenciais; 6) Bolsas de estudos - Análise rigorosa dos critérios de concessão de bolsas de estudos. Os percentuais devem atender as exigências legais - PROUNI não devendo exceder demasiadamente a tais percentuais, a menos que haja volume suficiente de receita para absorver esse investimento; 7) Novos mercados - Abertura de novos campus e/ou cursos deve estar associado a locais carentes de educação. Algumas regiões estão sobrecarregadas de entidades de ensino fazendo com que a concorrência seja predatória. A busca de regiões no interior do estado é o caminho, atualmente, vantajoso; 8) Preço - A receita de uma entidade de ensino é influenciada por 2 fatores: a) quantidade de alunos e b) preço da mensalidade. A diferenciação pelo preço não é o caminho mais sustentável. Isso pode servir a curto prazo mas não possui sustentação a médio e longo prazo. Dessa forma, as entidades devem primar pela qualidade de seus cursos e a busca de preços compatíveis frente ao ensino que será oferecido; 9) Qualificação do corpo docente - Buscar, constantemente, a qualificação do corpo docente. Os professores representam o elo entre a entidade e os alunos e devem possuir a missão de educar os alunos não só em suas respectivas disciplinas mas sim em valorizar o nome e conceito da universidade. Apesar de muito discutido, é recomendável que o corpo docente seja avaliado formalmente e periodicamente pelos alunos; e 10) Busca de parcerias - As entidades de ensino devem buscar parcerias com empresas privadas alinhando os cursos que estão sendo oferecidos com as expectativas das empresas privadas. Os currículos devem ser atualizados e revisados fazendo com que os alunos saiam das universidades com o conhecimento técnico que o mercado espera. Tais alunos terão, com certeza, esse diferencial, frente aos alunos de outras entidades. Comparação entre dados operacionais de 8 entidades de ensino de São Paulo Elaboramos pesquisa com 8 entidades de ensino superior em São Paulo para analisarmos alguns dados operacionais e, com base nessas informações, apuramos os índices médios e/ou os dados financeiros desse grupo de entidades. Logicamente, esse estudo não representa a média global de mercado em função de ter sido utilizado somente 8 entidades de ensino porém, serve de referencial para as demais entidades de ensino compararem seus principais dados operacionais. Juntamente com cada índice apresentamos uma breve descrição dos dados apurados e um breve comentário como forma de facilitar o entendimento. Liquidez corrente = 1,43% (quanto maior, melhor) Representa o ativo circulante dividido pelo passivo circulante e representa a sobra de recursos disponíveis (se positivo) e faltante (se negativo) para fazer frente as obrigações de curto prazo. Na média das entidades pesquisadas o índice é positivo em 1,43% demonstrando, numa análise isolada, boa saúde financeira. 9

Disponibilidades + aplicações financeiras / Ativo total = 25% (quanto maior, melhor) Representa o percentual de recursos financeiros disponíveis das entidades. O percentual de 25% de disponibilidades frente ao ativo total pode ser considerado um índice que demonstra boa saúde financeira das entidades pesquisadas. Imobilizado líquido / ativo total = 58% Representa o percentual de imobilizado, líquido de depreciação, frente ao ativo total da entidade. Não é possível fazer a análise isolada desse índice. Isso porque dependerá do perfil do ativo imobilizado (terrenos, edifícios, obras em andamento, computadores, etc) e, principalmente, a taxa de ocupação das entidades pesquisadas. Grandes investimentos em imobilizado sem a correspondente captação de alunos resultará numa situação desfavorável. Dessa forma, estamos apenas apresentando o percentual isolado apurado na pesquisa sem expressar qualquer tipo de opinião sobre o índice apurado. Total gasto com imobilização - acumulado em /2005 = R$ 25.422 mil Representa o total de gastos com imobilização das entidades nos exercícios de e. Como comentado no item anterior, as análises em investimentos em imobilização dependem de fatores operacionais e estratégicos, não abordados nessa pesquisa. Contas a receber total / faturamento de mensalidades = 13% (quanto maior, pior) Representa o saldo em aberto no ativo circulante das entidades dos valores faturados de mensalidades, porém ainda não recebidos (inadimplência global). Contas a receber líquido de PDD / faturamento de mensalidade = 8% Representa o saldo em aberto no ativo circulante das entidades dos valores faturados de mensalidades, porém ainda não recebidos, deduzidos das respectivas provisões para perdas. Na análise, apura-se que dos 13% de inadimplência global, apontados no comentário acima, 5% serão recuperados e 8% serão efetivamente perdidos de acordo com as expectativas médias das entidades. Endividamento bancário + impostos parcelados / Passivo total = 8% (quanto maior, pior) Representa parte do passivo das entidades pesquisadas com terceiros. O percentual médio de 8% pode ser considerado muito baixo quando comparado com o percentual de 25% de disponibilidades (recursos financeiros) que as mesmas entidades possuem. Dessa forma e, numa análise mais detalhada, apura-se que o percentual foi influenciado por casos isolados pois a maior parte das entidades pesquisadas não possui passivo com o Governo (impostos parcelados) e poucas possuem endividamento bancário. Patrimônio liquido ou social/ Passivo total = 72% (quanto maior, melhor) Representa o percentual de recursos que estão no patrimônio da entidade ou, analisando pelo outro lado, significa que do total do passivo, apenas 28% representam, efetivamente, dívidas das entidades com terceiros. Novamente, quando apuramos que as entidades possuem 25% de disponibilidades, pode-se afirmar que, em médias, as entidades pesquisadas possuem, praticamente, condições de liquidar a totalidade de suas dívidas com os recursos que encontram-se em caixa. Despesa com pessoal / receita liquida = (51)% Representa o percentual das despesas com pessoal (administrativos e docentes) incluindo encargos e benefícios, frente à receita liquida. 10

Despesas Gerais (despesas gerais / receita líquida) = (22)% Refere-se ao percentual das despesas gerais frente à receita liquida. Nesse grupo, para fins de tabulação, inclui-se as despesas e receitas financeiras, resultado não operacional e despesas com devedores duvidosos. Bolsas de estudos / receita líquida = (22)% Refere-se ao percentual das bolsas concedidas frente a receita líquida. Como parte das entidades pesquisadas são filantrópicas e precisam conceder bolsas em montante superior a 20% da sua receita bruta e outras possuem outras naturezas jurídicas e não possuem regras específicas de atendimento de bolsas, o percentual apurado representa a média entre todos os tipos de entidades (com fins lucrativos, sem fins lucrativos e filantrópicas). Ressalta-se que o percentual de bolsas já se encontram afetados pelo adesão das entidades ao PROUNI. Retorno sobre faturamento (resultado do exercício / receita líquida ) = 6% A memória de cálculo para apuração do retorno sobre o faturamento decorre da aplicação dos custos e despesas conforme apurado nos itens anteriores, a saber: Receita líquida 100% Custos e despesas com pessoal (51%) Despesas gerais e administrativas (22%) Bolsas concedidas (22%) Retorno sobre faturamento 6% Como o faturamento médio das entidades pesquisadas foi de R$ 135 milhões, temos um retorno sobre faturamento médio de cerca de 8 milhões. Considerações gerais Pelos índices apresentados acima conclui-se que a saúde financeira das entidades pesquisadas é, em geral, muito positiva. Isso não representa que seja a média de mercado, muito pelo contrário, é sabido que muitas entidades de ensino apresentam problemas financeiros associados à inadimplência, altos custos operacionais e administrativos e má gestão. O intuito foi mostrar, realmente, um cenário satisfatório como forma de alertar o mercado sobre a possibilidade de se apresentar índices positivos mesmo frente a um cenário de retração no ensino superior conforme apresentado no inicio desse material. O diferencial de sucesso dessas entidades tem sido a busca constante por gestão profissional, diferenciação na prestação de serviços, austeridade na administração de custos e a busca de parceiros estratégicos com conhecimento em seu ramo de atuação que possam ajudar com idéias e soluções na condução dos negócios. Nesse cenário, a auditoria externa independente exerce grande papel pois traz, não somente as melhores práticas contábeis aplicáveis ao setor, mas sim todo conhecimento adquirido ao longo de vários anos atuando no segmento de educação no Brasil. 11

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