SAÚDE, SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO ESCOLAR: CONCEPÇÕES DE PAIS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO Edenilse Batista Lima i (SEED/SE) João Rogério de Menezes ii RESUMO Uma medida promissora para a promoção da saúde do adolescente é o conhecimento da própria sexualidade e dos potenciais riscos que se corre quando não a vivencia de maneira consciente, a partir das negociações pela liberdade a saudável concretização desse direito se dá a partir das práticas sócio-educativas, principalmente na família e na escola. Neste trabalho objetivou-se compreender concepções acerca da relação saúde, sexualidade e educação escolar manifestadas por pais de alunos do Ensino Médio de uma escola pública da cidade de São Cristóvão/SE. Um questionário foi aplicado a 90 pais de alunos de três turmas do Ensino Médio Regular, sendo que a maioria era do sexo feminino, com idades compreendidas entre 41 a 72 anos, com maioria entre 41 a 50. Os resultados apontam que os pais associam sexualidade a sexo, não se sentem à vontade para falar sobre sexualidade com seus filhos e acreditam que sexo antes do casamento é irresponsabilidade, pecado e desvaloriza as jovens. Avaliando os resultados percebemos que as concepções dos pais consultados se relacionam, principalmente, com a idéia de uma sexualidade ligada à essencialidade do corpo, desprovida de fatores psicológicos e culturais; e que a conversa com seus filhos sobre sexualidade ainda é um tabu. Palavras-chave: Educação sexual; Saúde; Sexualidade. INTRODUÇÃO É na adolescência que os jovens começam a sofrer transformações físicas e de mentalidade, a fazer novas descobertas, a firmar personalidades, formar novas relações sociais, familiares e escolares e construir identidades próprias a partir da influência, principalmente da família. Nesta construção e busca de si mesmos, os jovens tornam-se vulneráveis a diversas situações e entram constantemente em conflitos com seus pais. Estes, por sua vez, muitas vezes, no tocante a sexualidade, encontram-se despreparados para atender as exigências dos filhos. Esse despreparo dos pais deve-se, muitas vezes, a educação familiar 1
anti-sexual e opressora que eles receberam e a sua formação escolar inicial onde a discussão com relação a essa temática é quase inexistente. A família deveria conscientizar-se de que as práticas sócio-educativas em seu seio favorecem a promoção da saúde do adolescente. Uma vez que a promoção da saúde se dá, principalmente, quando há o conhecimento da própria sexualidade e dos potenciais riscos que se corre quando não a vivencia de maneira consciente, a partir das negociações pela liberdade. É Louro (2008) que nos descreve como se dá a construção da sexualidade: se dá ao longo de toda a vida, dá-se através de diversas aprendizagens e práticas, insinua-se nas mais diferentes situações, é empreendida de maneira explícita ou disseminada por um conjunto inesgotável de instâncias sociais e culturais, é um processo sutil, minucioso sempre inacabado. Nesse processo de construção participam de forma relevante a família, a escola, a igreja, instituições legais e médicas. Hoje, essa construção sofre influência da mídia, das novelas, dos filmes, da publicidade, das revistas, da internet, dos sites de relacionamentos e blogs, das músicas e suas coreografias. As muitas formas de experimentar prazeres e desejos, de dar e de receber afeto, de amar e de ser amada/o são ensaiadas e ensinadas na cultura, são diferentes de uma cultura para outra, de uma época ou de uma geração para outra. (LOURO, 2008, p. 22) A metodologia utilizada foi a realização de um levantamento bibliográfico no site da scielo buscando dados usando como palavras-chaves sexualidade e família, educação escolar e família, saúde e família. Foram encontrados 28 artigos os quais apontaram o papel relevante dos pais no desenvolvimento da sexualidade dos seus filhos. Em seguida foi realizado um estudo de caso em uma escola pública de Ensino Médio na cidade de São Cristóvão/SE, através da metodologia de abordagem qualitativa que visa a interpretação exploratória, baseada na análise de dados obtidos através de questionários. 2
Assim, 90 questionários foram aplicados a pais e mães de estudantes de três turmas de Ensino Médio Regular do turno vespertino, com faixa etária entre 41 e 72 anos, com a maior parcela entre 41 a 50. Primeiramente, foram aplicados questionários aos alunos dos 2ºs anos e do 3º ano do turno vespertino, no 1º semestre de 2010. Após, foram entregues aos alunos os questionários para que eles pudessem aplicar a seus pais e os devolvessem no dia seguinte. Os questionários foram aplicados sem identificação buscando caracterizar os sujeitos, envolvendo aspectos pessoais, questionamentos amplos e restritos aos conhecimentos dos pais na área em discussão, abrangendo suas atitudes preventivas e possíveis preconceitos. RESULTADOS E DISCUSSÕES 1- Perfil censitário dos sujeitos A maioria dos entrevistados é do sexo feminino (gráfico 1) e está na faixa etária de 41 a 50 anos (gráfico 2). O fato de a maioria ser do sexo feminino nos leva a perceber que muitos jovens moram em lares constituídos apenas pelas mães e pelos irmãos. Gráfico 1: Pesquisados quanto ao sexo Gráfico 2: Pesquisados quanto a idade A maioria dos pesquisados é casado e exerce atividade laboral. Vejamos os gráficos: 3
Gráfico 3: Pesquisados quanto estado civil Gráfico 4: Pesquisados quanto ao labor Uma boa parcela dos entrevistados é negra e possui apenas o Ensino Fundamental incompleto, conforme se pode observar pelos gráficos 5 e 6 respectivamente. Gráfico 5: Pesquisados quanto etnia Gráfico 6: Pesquisados quanto à escolaridade No gráfico a seguir (gráfico 7) seus dados apresentam percentuais quanto à religião. Neste observa-se que a maioria dos pais pesquisados são de religião católica. Gráfico 7: Pesquisados quanto à religião 4
2- CONCEPÇÕES DOS SUJEITOS Diálogo Uma boa parcela dos pais relaciona sexualidade somente a sexo. Porém, a maioria possui uma percepção diferenciada. O gráfico 8 representa os valores percentuais sobre a sexualidade dos entrevistados. Gráfico 9: Sexualidade A maioria dos pais afirmou não conversa com seus filhos sobre sexualidade. Porém, na questão seguinte foi pedido que pontuassem assuntos que conversam com seus filhos e muitos deles pontuaram mais de um assunto. Interessante notar que todos os assuntos disponíveis na questão são temas relacionados à sexualidade. No entanto, os pais não possuem essa percepção. Os gráficos 9 e 10 nos dá a percepção dos percentuais dos pais que conversam com os seus filhos sobre sexualidade e quais temas são abordados nos diálogos. 5
Gráfico 9: Diálogo entre pais e filhos Gráfico 10: Temas dialogados entre pais e filhos Os pais que não conversam sobre sexualidade com seus filhos é por, muitas vezes, não se sentirem bem. Fato comprovado pelos dados do gráfico 11. Segundo Tonatto e Sapiro (2002), para lidar com a sexualidade dos filhos, os pais necessitam se defrontar com a própria sexualidade e esta situação pode gerar, muitas vezes, angústia. A sexualidade dos filhos traz à tona para muitos pais aspectos reprimidos da própria sexualidade. A conversa sobre sexualidade com os filhos para alguns autores seria um tabu na cultura brasileira, principalmente no que diz respeito à educação das moças. (PARKER, 2000) Segundo Görgen (1994, p 3) Em várias culturas, os pais não têm o costume de falar com os seus filhos a respeito de relacionamentos sexuais, reprodução e anticoncepção. Antigamente talvez outros membros da família, p. ex. os tios ou tias, assumiam esta tarefa. Hoje, tanto os pais como também outros membros da família, não se sentem informados o suficiente nem aceitos pelos adolescentes para aconselhá-los a este respeito. Em várias pesquisas realizadas, os pais expressaram a sua necessidade de saber mais sobre educação sexual, contracepção e prevenção à AIDS para poderem falar a respeito com os seus filhos. 6
Gráfico 11: Fatores de não diálogo entre pais e filhos INFLUÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR Os pais acreditam que a escola deve discutir sobre sexualidade. Sendo que essa discussão deve ser feita através de palestras. Interessante lembrar que as palestras quase sempre são pontuais e feitas por pessoas externas à escola e relacionadas à área da saúde (enfermeiros, médicos). Os gráficos abaixo ratificam as informações. Ao se entender a escola como uma instância envolvida na produção de identidades sexuais e de gênero e com a validação de determinadas formas de viver a masculinidade, a feminilidade e as sexualidades, [...] torna-se importante focalizarmos os processo escolares envolvidos com a naturalização de diferenças e desigualdades sociais, nesses domínios...a compreensão de natural, muitas vezes compartilhada na escola, exclui o caráter de construção das identidades sociais, da multiplicidade, da provisoriedade e da contigência do humano, bem como dos aspectos históricos, sociais, culturais e políticos que envolvem a produção dos discursos em educação. (MEYER et all, 2007, p. 229) 7
Gráfico 12: A escola cenário das discussões Gráfico 13: metodologias de abordagem A participação dos pais na vida escolar dos filhos se dá principalmente através de reuniões escolares e observações nos cadernos. Porém, uma boa parcela dos pais não participa da vida escolar dos filhos ou só participa quando são chamados à escola para resolver problemas relacionados a eles. O gráfico 14, a seguir, classifica segundo a fala dos entrevistados, a participação dos pais na vida escolar de seus filhos. Nestes dados os percentuais são maiores quanto à participação em reuniões de caráter regulador e ou no apoio a resolução dos deveres elaborados pelos professores e professoras. Com tais dados, os temas que se relacionam com a sexualidade ficam em planos secundários. 8
Gráfico 14: Os pais e sua participação na vida escolar dos filhos INFLUÊNCIA DA MÍDIA Os pais possuem a percepção de que a mídia influencia o desenvolvimento da sexualidade de seus filhos. Porém, não se sabe se essa percepção é seguida de alguma medida preventiva para que não haja uma vulgarização e/ou banalização da sexualidade por parte desses jovens ao seguir a moda ditada pelos meios midiáticos. Ver gráfico 15 abaixo. Gráfico 15: influência da mídia PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS DST Grande parcela dos pais acredita que sexo antes do casamento é irresponsabilidade, seguido de ser pecado e desvalorizante para as jovens. Porém, cerca de metade deles afirma que é algo normal ver os filhos com preservativo. Nas duas questões nota-se a forte 9
influência da religião uma vez que foram pontuadas questões como ser pecado, desvaloriza a moça, ser vergonhoso e vai de encontro a lei de Deus. Sabe que a religião prega que a mulher deve manter-se pura, virgem, casta até o casamento e não deve utilizar nenhum método anticonceptivo. A sexualidade dentro da concepção religiosa é carregada de tabus que afetam a maneira de se encarar a sexualidade, e o primeiro deles refere-se ao "pecado" de Adão e Eva, a partir do qual, tudo o que diz respeito ao relacionamento sexual está ligado a um sentimento "de vergonha". Outros tabus são os de que os anjos são assexuados e, portanto puros, e o diabo representa a sexualidade vivida em promiscuidade; todos eles atestam uma atitude desfavorável da igreja com relação ao sexo e ao prazer. (COSTA, 1986) Segundo CABRAL (1995) a doutrina cristã no ocidente perpassa uma idéia da dualidade entre corpo e alma, na qual a alma é mais importante que o corpo, pois a mesma recebeu de Deus a existência e a imortalidade. Essa idéia favoreceu uma educação sexual que nega o corpo ou o coloca em segundo plano. Ao longo da história ocidental, esta tem sido uma forma de os homens viverem a sexualidade de maneira reprimida. A fala de Cabral é confirma pelos dados dos gráficos 16 e 17. Gráfico 16: sexo e casamento Gráfico 17: concepções sobre o preservativo 10
Os pais sabem o que são DST e Aids. Interessante notar a diferença percentual entre as duas questões: enquanto 22% não sabem o que DST, apenas 3% não sabem o que é Aids. Nota-se que eles não conseguem associar a Aids como uma DST. Gráfico 18: concepçòes sobre DST Gráfico 19: concepções sobre aids A maioria os pais possui discernimento quanto à forma de prevenção contra DST/Aids. No entanto, alguns deles ainda possuem uma percepção errônea e preconceituosa com relação à sua forma de contágio. Essa percepção foi demonstrada através de repostas como evitando: ter relações sexuais com profissionais do sexo e se sentar em assentos de banheiro. Conforme gráfico 20. Gráfico 20: métodos preventivos HOMOSSEXUALIDADE Nos últimos 30 anos vem ocorrendo uma desmedicalização de determinadas práticas sexuais como a felação (sexo oral) e a sodomia (sex o anal) que estão sendo bastante 11
debatidas, apresentadas e recomendadas por sexólogos como formas integrantes do exercício prazeroso da sexualidade normal (ainda significada como heterossexualidade). Vale ressaltar que até 1980 a homossexualidade era classificada como doença no Código Internacional de Doenças (CID). Mesmo tendo-se avançado nas questões homoafetivas uma boa parcela dos pais concebe a homossexualidade como doença, safadeza e algo vergonhoso. Porém uma boa parcela ultrapassa os limites ditados por organismos institucionais conforme mostra o gráfico 21. Gráfico 21: concepções sobre a homossexualidade CONSIDERAÇÕES FINAIS Avaliando os resultados percebemos que as concepções dos pais consultados se relacionam, principalmente, com a idéia de uma sexualidade ligada à essencialidade do corpo, desprovida de fatores psicológicos e culturais. A conversa com os filhos sobre sexualidade ainda é um tabu. Os pais precisam abrir um espaço de diálogo constante com seus filhos sobre sexualidade para que estes não busquem as informações em fontes questionáveis. Pois, sabe-se que na adolescência os jovens estão vulneráveis a diversas situações devido a sua busca de identidade. Caso não tenham o 12
apoio e a orientação da família, acabam assimilando informações, que muitas vezes vão de encontro à moral, como sendo verdades absolutas. Os pais acreditam que a escola deve conversar com seus filhos sobre sexualidade através de palestras. Sabe-se que essas palestras são, na sua maioria, pontuais e feitas por pessoas externas à escola. Uma pergunta fica no consciente: será que os pais temem que os professores estimulem seus filhos a entrarem na vida sexual mais cedo? Os pais percebem a influência da mídia sobre os seus filhos. Porém, não se sabe se essa percepção é seguida de alguma medida preventiva para que não haja uma vulgarização e/ou banalização da sexualidade por parte desses jovens ao seguir a moda ditada pelos meios midiáticos. Os pais ainda vêem o sexo antes do casamento como um tabu, algo pecaminoso, irresponsável e desvalorizante para as jovens. Essa concepção tem influência da religião e provém desde o primeiro tabu o pecado de Eva e Adão onde a sexualidade está ligada à vergonha e persiste até hoje. No entanto, essa concepção é defendida com relação à mulher. É ela que tem que se manter casta, pura, virgem enquanto o homem tem que adquirir experiências sexuais para se tornar um homem. Os pais conhecem as formas de se evitar uma DST. Porém, nota-se que há uma idéia errônea e um tanto preconceituosa por parte de alguns deles visto que associaram como forma de prevenção evitar manter relações sexuais com profissionais de sexo. Para uma boa parcela dos pais concebe a homossexualidade como algo normal. Porém, ainda há uma grande parcela que vincula esta forma de vivenciar a sexualidade como safadeza, doença ou algo vergonhoso. 13
Enquanto os pais mantiverem essa postura não-dialógica com seus filhos sobre sexualidade continuaremos a perceber o crescimento de casos de adolescentes grávidas cada vez mais cedo e de jovens soropositivos para a Aids. A família deveria conscientizar-se de que as práticas sócio-educativas em seu seio favorecem a promoção da saúde do adolescente. Uma vez que a promoção da saúde se dá, principalmente, quando há o conhecimento da própria sexualidade e dos potenciais riscos que se corre quando não a vivencia de maneira consciente, a partir das negociações pela liberdade. REFERÊNCIAS GÖRGEN, R.. Trad. RÖHR, G. S. Sexualidade na adolescência - enriquecimento ou ameaça? Grupo Adolescer. Terceira Conferência Mundial sobre a População, set/ 1994. Disponível em: http://elogica.br.inter.net/lumigun/texgund1.htm. Acesso em 19 de julho de 2009. LOURO, G. L. Gênero, Sexualidade e Educação: Uma perspectiva Pós-estruturalista. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. LOURO, G. L. O Corpo Educado: Pedagogias da Sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. LOURO, G. L. Gênero, História e Educação: Construção e Desconstrução. Revista Educação & Realidade, v. 20, n. 2, 1995. LOURO, G. L. Currículo, Gênero e Sexualidade O normal, o diferente e o excêntrico. In: LOURO, G. L. Corpo, Gênero e Sexualidade: Um Debate Contemporâneo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. LOURO, G. L. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Prosições, Campinas, v. 19, n. 2, ago. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script =sci_arttext&pid=s0103-73072008000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 19 jul. 2009. MEIRA, L. B. Sexo: Aquilo que os pais não falaram para os filhos. 7ª ed. João Pessoa: Autor Associado, 2002. MEYER, D. E. E.; KLEIN, C.; ANDRADE, S. dos S. Sexualidade, prazeres e vulnerabilidade: implicações educativas. Educ. rev., Belo Horizonte, n. 46, dez. 2007. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-46982007 000200009&lng=pt&nrm =iso>. Acesso em 19 jul. 2009. 14
PARKER, R. G. Corpos, prazeres e paixões: a cultura sexual no Brasil contemporâneo. São Paulo: Best Seller, 2000. TONATTO, S.; SAPIRO, C. M. Os novos parâmetros curriculares das escolas brasileiras e educação sexual: uma proposta de intervenção em ciências. Psicol. Soc., Belo Horizonte, v. 14, n. 2, dez. 2002. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=s0102-71822002000200009 &lng=pt&nrm =iso>. acesso em19 jul. 2009. i Licenciada em Ciências Biológicas UFS, Especialista em Ensino de Biologia UFS, Membro do EDUCON/UFS e do GPEMEC/UFS. ii Prof. Colaborador do Depart. de Educação do Campus Itabaiana-UFS, Licenciado em Pedagogia, Especialista em Metodologia de Ensino para a Educação Básica (UFS), Membro do Grupo de Pesquisa GEPIADDE/UFS e do EDUCON/UFS (Santana.menezes@hotmail.com) 15