CAPÍTULO 2: HISTÓRICO DA ATIVIDADE DE DRAGAGEM NO PORTO DE SANTOS Capítulo II l
CAPÍTULO 2: HISTÓRICO DA ATIVIDADE DE DRAGAGEM NO PORTO DE SANTOS No presente capítulo são apresentadas as informações mais significativas relacionadas as operações de dragagem realizadas no Porto de Santos com o registro histórico da evolução do Porto desde sua criação até o presente ano. Especial destaque está dado a recente operação de dragagem de manutenção do Porto de Santos até as cotas de projeto autorizada pelo órgão estadual de licenciamento ambiental de São Paulo SMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente através da Licença de Operação nº 00195 emitida em 14 de fevereiro do presente ano. O Porto de Santos encontra-se localizado no estuário da Baía de Santos; no litoral de São Paulo; região sudeste do Brasil e foi instituído em 1892 através da criação da Companhia Docas de Santos - CDS. Com a configuração do primeiro porto organizado do Brasil, a atracação do vapor Nasmith neste mesmo ano registrava um grande momento histórico no sistema portuário nacional. Apesar de inúmeras obras portuárias somente em 1928 a CDS dava início ao desafio de alterar, com maior intensidade as colunas d água da região estuarina e baia de Santos. Assim, por volta de 1950 a CDS receberia as dragas de alcatruzes Vera Cruz e Santa Cruz para incrementar ainda mais as profundidades ao longo do estuário. A seguir são descritos sucintamente os processos de evolução da dragagem no Porto de Santos: 1. Fins do sec. XIX - estabelecimento do cais do Valongo com 7 m de profundidade 2. 1928/1929 dragagem no cais da Ilha Barnabé para 10 m de profundidade. 3. 1945/l952 - dragagem de estabelecimento no cais do Macuco para 10 m. 4. 1964 Início de aprofundamento na barra, logo interrompida pelo DNPVN. 5. 1966 Reinício de aprofundamento na barra. 6. 1966/1967 Dragagem de estabelecimento do canal de acesso a COSIPA. 7. 1969/1973 Dragagem de aprofundamento na barra e Conceiçãozinha para 14 m de profundidade. Capítulo II l 1
Cabe aqui ressaltar que até Novembro de 1975 o descarte de material dragado era feito na Ponta de Itaipu e a partir desta data foi transferido para a ponta do Munduba. Ainda nas imediações da ponta do Munduba, em 1996 a área de descarte foi novamente transferida para a área atual, ou seja, com as coordenadas do quadrilátero conhecidas de 46 18 00 W, 46 19 00 W e 24 04 00 S e 24 05 00 S. A titulo de informação acrescentamos os volumes disponíveis ano a ano: - Volumes dragados medidos em cisterna no período entre 1977 e 2001 controle interno DSI/SIM - Volumes dragados medidos em cisterna no período entre 2002 e 2004 controle interno DSA/SAS - Volumes dragados medidos IN SITU no período entre 2005 e 2007 controle interno DSA/SAS Tabela 2.1. Volumes de Dragagem Porto de Santos período 1932 2007 VOLUMES DRAGADOS (m³) x 1000 DATA VOLUME DATA VOLUME DATA VOLUME DATA VOLUME 1932 875 1952 1.120 1972 12.545 1992 2.504 1933 1.030 1953 1.045 1973 19.950 1993 3.203 1934 1.015 1954 1.030 1974 9.390 1994 1.642 1935 1.025 1955 1.105 1975 8.655 1995 5.995 1936 1.030 1956 1.000 1976 1.740 1996 626 1937 1.020 1957 1.015 1977-1997 1.224 1938 1.025 1958 1.040 1978 3.007 1998 2.687 1939 975 1959 695 1979 602 1999 2.383 1940 1.010 1960 1.060 1980 942 2000 6.861 1941 1.115 1961 1.180 1981 857 2001 2.718 1942 895 1962 1.040 1982 6.719 2002 6.527 1943 885 1963 1.025 1983 3.830 2003 1.284 1944 940 1964 1.485 1984 772 2004 1.024 1945 805 1965-1985 1.338 2005 2.512 1946 950 1966 11.155 1986 5.786 2006 2.470 1947 1.065 1967-1987 1.940 2007 1.376 1948 690 1968 3.535 1988 6.157 1949 820 1969 4.150 1989 3.840 1950 425 1970 2.810 1990 4.305 1951 1.075 1971 4.885 1991 4.256 Fonte: CODESP Quanto à estimativa de assoreamento anual a DAS/SAS/CODESP trabalha com os valores aproximados e publicados pela GH Engenharia, ou seja, 1.150.000 m³ na barra, 1.011.000m³ no canal interno e 640.000m³ nos berços que totalizam o assoreamento médio anual de 2.700.000 m³ IN SITU. Capítulo II l 2
Esses são os valores estimados que indicam a necessidade de dragagens periódicas de manutenção das atuais cotas de projeto do Porto de Santos e que, em função de anos sem realização de operações sistemáticas resultaram na emissão de uma Licença de Operação para dragagem de manutenção pela SMA, conforme citado anteriormente. Licença de Operação 00195 dragagem de manutenção do Porto de Santos A SMA, através do seu Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental DAIA conduziu de maneira coordenada com as diversas áreas técnicas da CETESB Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento Ambiental a avaliação técnica do Pedido de Renovação da Licença de Operação 195, encaminhado pela CODESP para a realização da dragagem de manutenção do Porto de Santos até os níveis de profundidade de projeto do Canal de Navegação e Bacias de Evolução. A avaliação conduzida resultou na renovação da citada Licença de Operação respaldada pela emissão do Parecer Técnico CPRN / DAIA / 034/2008, conforme Processo SMA 13.704/2004 e de Pareceres Técnicos específicos de áreas da CETESB. Os principais eventos recentes com relação ao licenciamento das operações de dragagem de manutenção do Porto de Santos e que resultaram na atual Licença de Operação emitida podem ser resumidamente apresentados como: a. 11/2004 foi concedida a Licença Ambiental de Operação LO nº 00160,, para a regularização da dragagem de manutenção do canal de acesso, bacias de evolução e berços de atracação do Porto de Santos e do descarte do material dragado em bota-fora oceânico pelo prazo de 1 (hum) ano - conforme Parecer Técnico CPRN /DAIA 481/2004. b. 12/2005 foi concedia nova Licença de Operação nº 00195 com prazo de validade de 1 (hum) ano, apenas para a realização da dragagem da etapa 3 do plano de dragagem de 2.005-2006, e condicionada ao cumprimento das exigências relativas ao monitoramento do descarte. c. 01/06 o DAIA por meio do oficio CPRN/DAIA/025/06, com base em Pareceres Técnicos da CETESB autorizou, no âmbito da mesma licença emitida, as demais etapas da dragagem de manutenção, limitando o volume de descarte no bota-fora em 300.000 m³ por mês. d. Em função do inicio dos trabalhos de dragagem do Canal Piaçagüera utilizado pela COSIPA 1 e considerando a mesma área de deposição oceânica, o DAIA após consulta a CETESB reduziu o volume de dragagem do Porto de Santos para 150.000 m 3 /mês; totalizando assim o volume anteriormente autorizado com as operações da COSIPA. 1 A dragagem do Canal de Piaçagüera foi devidamente licenciada pela SMA através da apresentação de EIA/RIMA e com a emissão da Licença de Operação nº 237 em 30/11/06, processo SMA nº 13.781/02, autorizando o lançamento de 150.000 m³/ mês durante 6 (seis) meses. Capítulo II l 3
e. 08/06 a CODESP solicitou a renovação da Licença Ambiental de Operação LO nº 00195, por meio do oficio DCQ-ED 170.2006, tendo assim atendido as condicionantes do DAIA. Considerando a ocorrência de um evento excepcional de assoreamento que estava associado às condições meteorológicas e hidrodinâmicas provocadas por sistemas frontais na região, a CODESP, em continuidade ao processo de renovação da LO 195 encaminhou correspondência ao DAIA (DC 641.2006, de 06/09/06) solicitando autorização para dragar volumes aproximados da ordem de 900.000 m³, pelo período de 02 (dois) meses na região da a Barra, entre seções 1 e 2. f. Na seqüência da analise da citada renovação o DAIA solicitou a CODESP a apresentação da caracterização do material a ser dragado nessas seções (1 e 2) visando subsidiar a decisão técnica. g. Janeiro de 2007 a CODESP apresentou a caracterização e ainda, em função do tempo decorrido e de novos estudos sobre as condições de sedimentação no canal do Porto de Santos, apresentou também ao DAIA uma reelaboração da solicitação, envolvendo nesse novo pedido de renovação da LO uma concessão de autorização para o descarte de agora 700.00 m³/mês de sedimentos da região da Barra, entre seções 1 e 8 com duração estimada de 03 (três) meses consecutivos e demais trechos do canal ao longo de dois anos. h. a Licença de Operação 195, renovada em 14 de fevereiro do presente ano estabelece os volumes a serem dragados para a manutenção das cotas de projeto do Porto de Santos, em função das peculiaridades do empreendimento e das condições atuais do Canal do Porto de Santos; prevendo o lançamento no bota-fora oceânico de 700.000 m 3 /mês durante 3 meses, de 200.000 m 3 /mês durante 4 meses; 400.000 m 3 /mês durante dois meses e de 200.000 m 3 /mês durante 3 meses, perfazendo assim o total de 4.300.000 m 3 /ano com validade para dois anos de dragagem de manutenção; ou seja volume máximo de 8.600.000 m 3 no período. Capítulo II l 4