LIVROS DIDÁTICOS: ELEMENTOS DA CULTURA ESCOLAR, PRODUTOS CULTURAIS E MERCADORIAS Resumo MARTINS, Alisson Antonio 1 - UFPR GARCIA, Nilson Marcos Dias 2 - UTFPR/UFPR Grupo de Trabalho Cultura, Currículo e Saberes Agência Financiadora: 1 MEC/Reuni e 2 Apoio parcial CNPq Apresenta resultados de pesquisa teórica cujo objetivo foi estudar os livros didáticos a partir da pressuposição de que, além de elementos da cultura escolar, eles são produtos culturais e mercadorias. Apoia-se em estudos avaliativos que identificaram as tendências de pesquisa sobre os livros didáticos, desenvolvendo uma compreensão de que estas investigações se concentram em duas grandes áreas principais, uma que guarda relação com os processos de escolarização e outra que considera as relações entre os livros e o contexto social mais amplo. Considera-se também que o processo de produção, a escolha e o consumo dos livros didáticos deve ser compreendido em termos das posições e disposições dos agentes que dele participam, sendo responsáveis pela atribuição de distintos sentidos e significados através da mobilização de determinados recursos. Apresentam-se algumas considerações sobre as relações entre a produção cultural e a produção de mercadorias, a partir de um diálogo entre teorias explicativas que, embora distintas, apresentam pontos de contato. Aponta-se que a teoria sociológica de Bourdieu e a teoria econômica de Marx e suas derivações permitem compreender aspectos relativos ao processo de produção, circulação e consumo dos livros didáticos. Buscou-se integrar estas distintas contribuições com o objetivo de compreender a manifestação de mercadorias notadamente culturais, de modo a se estabelecer um contraponto a estudos que desconsideram a ação dos agentes no processo de produção de sentidos e significados, tal como se revela, por exemplo, na teoria social crítica. Conclui com a necessidade de aprofundar estudos com este enfoque, para compreender a natureza complexa dos livros didáticos. Palavras-chave: Livros didáticos. Cultura escolar. Produtos culturais. Mercadorias. 1 Aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR. Bolsista Capes/Reuni. E-mail: alimartins@gmail.com. 2 Professor do Departamento Acadêmico de Física e do Programa de Pós-graduação em Tecnologia da UTFPR e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná. E-mail: nilson@utfpr.edu.br. Com apoio parcial do CNPq.
7203 Introdução Nos últimos anos, os livros didáticos têm ocupado um espaço cada vez mais relevante nas pesquisas educacionais. Este fato se verifica através da análise de estudos que realizaram distintos mapeamentos da produção acadêmica sobre os livros didáticos, indicando as principais tendências ou linhas de investigação em que estes objetos de pesquisa têm sido abordados. Os trabalhos de Leite, Garcia e Rocha (2011) e Souza e Garcia (2013) referentes à revisão de literatura das pesquisas sobre os livros didáticos de Física concluem, em linhas gerais, que os recentes programas governamentais de compra e de distribuição de livros didáticos contribuíram decisivamente para que pesquisas acadêmicas sobre estes artefatos da cultura escolar tenham aumentado nos últimos anos. Estes estudos, a partir da identificação das tendências temáticas privilegiadas ou silenciadas nas pesquisas sobre os livros didáticos de Física, contribuem para refinar as análises realizadas por Choppin (2004), Reiris (2005) e Garcia (2009), cujos trabalhos indicam haver pelo menos quatro linhas de investigação principais sobre este objeto. A primeira linha está relacionada a estudos críticos, históricos e ideológicos sobre o conteúdo dos livros didáticos. A segunda se refere a estudos formais, linguísticos e psicopedagógicos sobre a legibilidade e a compreensibilidade dos livros didáticos, além de abordar a sua apresentação e adequação geral. A terceira linha agrupa estudos sobre as políticas culturais, editoriais e a economia política do livro, nos níveis da produção, da circulação e do consumo. Por fim, a última linha se refere a pesquisas sobre os usos do livro didático no espaço escolar que, embora não tenha sido amplamente explorada, representa uma abordagem diferente das demais. Em linhas gerais, percebe-se uma importante distinção entre estas linhas de investigação, sendo possível indicar que uma parte das pesquisas concentra-se nas relações estabelecidas entre os livros didáticos e os processos de escolarização enquanto que outras se dedicam a compreender as relações entre os livros didáticos e a estrutura social mais ampla. Embora estas dimensões sejam complementares, considera-se pertinente estabelecer esta distinção com a finalidade de compreender determinados aspectos relativos aos livros didáticos, em função da especificidade do objeto de pesquisa. Em função destas caracterizações sobre as pesquisas, apresentam-se, neste trabalho, análises sobre alguns aspectos da relação entre os livros didáticos e a estrutura social mais
7204 ampla, considerando que, além de elementos da cultura escolar, os livros didáticos podem ser compreendidos como produtos culturais e como mercadorias. Para esta análise, foram tomados como aportes teóricos os trabalhos relativos à produção cultural (ADORNO e HORKHEIMER, 1991; WILLIANS, 2000; BOURDIEU, 2009), além de estudos que contribuem para compreender a dimensão mercadológica dos livros didáticos (APPLE, 1995; MARX, 2010; MUNAKATA, 2012). Livros didáticos: um elemento da cultura escolar De acordo com Choppin (2004), são quatro as funções atribuídas aos livros didáticos no contexto da educação escolar: referencial, instrumental, ideológica e cultural e documental. Cada uma destas funções se refere aos modos pelos quais os sujeitos se relacionam com estes elementos da cultura escolar em função dos sentidos e significados que lhes atribuem. Para o autor, a função referencial expressa a noção de que os livros didáticos são suportes privilegiados dos conteúdos, de conhecimentos, de técnicas ou habilidades, estando relacionados àquilo que é considerado importante de se transmitir no interior de um determinado grupo social. A função instrumental pode ser compreendia pelo fato de que o livro didático põe em prática métodos de aprendizagem, propõe exercícios ou atividades (CHOPPIN, 2004, p. 553), contribuindo para processos de memorização de conhecimentos, aquisição de competências, apropriação de habilidades, entre outras relações. A terceira função, ideológica e cultural, apontada por Choppin (2004) como sendo a mais antiga de todas, está relacionada ao fato do livro didático se constituir num importante elemento para a configuração e confirmação da língua, da cultura e dos valores das classes dirigentes (p. 553). Neste sentido, os livros didáticos possuem um importante valor simbólico no processo de aculturação, explícito ou implícito, das novas gerações. Por fim, a função documental está circunscrita aos ambientes em que se privilegia a iniciativa e a autonomia dos alunos, demandando sua participação ativa, além de uma adequada capacitação docente centrada neste foco. Nesta função, que para Choppin é a mais recente de todas, os livros didáticos possibilitam o fornecimento de um conjunto de documentos, textuais ou icônicos, cuja observação ou confrontação podem vir a desenvolver o espírito crítico do aluno (CHOPPIN, 2004, p. 553).
7205 Estas funções identificadas por Choppin (2004) permitem estabelecer relações entre os livros didáticos e o contexto educacional. Concretamente, estas relações ocorrem em função da existência das disciplinas escolares que, de acordo com Chervel (1990), não se constituem em uma simples vulgarização dos conhecimentos das ciências de referência, sendo antes de tudo, constituídas com uma lógica própria, vinculada à existência da instituição escolar. Partilhando desta noção, Lopes (1999) aponta que, a partir de saberes sociais mais amplos, assim como os conhecimentos científicos e os conhecimentos cotidianos, ocorre um processo de (re)construção de conhecimentos, que culmina na produção de conhecimentos escolares, que se distinguem dos anteriores pela apropriação e combinação original que faz de ambos. As noções de disciplina escolar e de conhecimento escolar são complementares, estando vinculadas ao conceito de cultura escolar que, para Forquin (1993), se refere ao conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos que, selecionados, organizados, normatizados, rotinizados, sob o efeito dos imperativos de didatização, constituem habitualmente o objeto de uma transmissão deliberada no contexto das escolas (p.167). Ou seja, dentre as distintas propriedades materiais inerentes ao livro didático, estão aquelas que se referem à seleção e à organização curricular dos conhecimentos de uma determinada disciplina escolar. Neste sentido, os livros didáticos contribuem para os processos de seleção e organização de conhecimentos escolares, com vistas a atender às necessidades educacionais sendo, portanto, elementos da cultura escolar. Livros didáticos: produtos culturais e mercadorias Além dos livros didáticos serem elementos da cultura escolar, partindo-se do pressuposto de que o contexto educacional se insere em um contexto social mais amplo, é possível estabelecer outras relações entre esses contextos, havendo, de certo modo, uma dupla-determinação entre eles. Desta forma, levando em consideração a interdependência entre estes aspectos, é possível compreender que os livros didáticos guardam relação com a estrutura social em duas dimensões específicas. Por um lado, os livros didáticos são produtos culturais (BITTENCOURT, 2004), sendo produzidos e consumidos de determinados modos, por grupos sociais também determinados. Por outro lado, os livros didáticos são mercadorias (APPLE, 1995,
7206 MUNAKATA, 2012), pois a sua produção e o seu consumo se dão em uma sociedade em que as trocas realizadas no mercado se constituem como a condição material de sua existência. Embora estas dimensões não sejam excludentes entre si, considera-se que esta distinção cumpre uma função analítica importante, pois contribui para a demarcação das questões envolvidas. Ou seja, ao se considerar os livros didáticos como produtos culturais é possível operar uma abstração dos elementos de ordem econômica. Por outro lado, ao considerá-los como mercadorias, os aspectos culturais podem ser abstraídos sem que a análise econômica seja prejudicada. As preocupações sobre as especificidades da produção cultural tiveram início com estudos realizados no âmbito da Escola de Frankfurt, cujas reflexões lançaram as bases para a construção da Teoria Crítica da Sociedade. Especificamente, Adorno e Horkheimer (1991) são os pioneiros desta discussão, através do estudo que realizaram em seu livro Dialética do esclarecimento, cujos objetivos se circunscreviam à realização de uma análise da sociedade na passagem do domínio da razão, em seu sentido iluminista, ao domínio da razão técnica", no contexto da produção capitalista industrial. De modo geral, as posições defendidas no contexto da teoria social crítica apontam a existência de uma Indústria Cultural que planeja os produtos culturais imprimindo-lhes uma determinada forma de consumo, em que o peso se concentra sobre o seu aspecto coercitivo. Dentro desta perspectiva, poder-se-ia apontar que os livros didáticos buscam imprimir sobre seu público usuário um determinado modo de consumir, contrariamente àquilo que se supõe que ocorra no contexto escolar, em função das diferenças entre o que Lopes (1999) aponta como sendo conhecimentos científicos, cotidianos e escolares. Em contraponto, é importante reconhecer que os livros didáticos cumprem funções sociais mais amplas, devido às suas relações com a produção cultural. Neste sentido, a sua destinação social específica para a educação escolar deve ser compreendida como um pressuposto, sendo necessário, entretanto, identificar que eles podem ser compreendidos de modos diferenciados, a partir das características de sua apropriação em contextos sociais distintos. De acordo com Bourdieu (2009), o modo de apropriação dos mais variados produtos culturais está relacionado às posições, situações e disposições manifestadas pelos agentes na estrutura social. Este modo de apropriação confere aos produtos culturais distintos sentidos e significados dependendo da localização dos agentes, ou seja, é possível que os livros didáticos
7207 sejam compreendidos em função de sua identificação com outras publicações impressas e, neste sentido, estes objetos podem ser considerados apenas como livros, conferindo-lhes um valor simbólico, representado por sua posse. Ao analisar as relações entre cultura e sociedade, Williams (2000) identificou quatro fases da produção cultural, localizando-as em função das relações estabelecidas pelos sujeitos envolvidos nos processos de produção e circulação, não se referindo especificamente aos modos de consumo. As fases identificadas pelo autor são artesanal, pós-artesanal, de profissionais de mercado e de profissionais de empresa, sendo que cada uma se configura a partir das relações de mercado dominantes em cada período histórico. Estas fases indicam os modos pelos quais se relacionam os produtores culturais e os intermediários produtivos, sendo possível perceber que a tendência é que estas relações se tornem cada vez mais complexas, fazendo com que os produtores reconhecidos como artesãos passem a produzir sobre os pressupostos e necessidades de relações comerciais vinculadas à empresa. Neste sentido, verifica-se que, atualmente, a produção de livros didáticos encontrase subordinada às relações mercantis nas quais as empresas editoras guardam suas expectativas. Os sentidos e significados atribuídos aos livros por alunos e professores vão depender, porém, dos recursos por eles mobilizados. Deste modo, estes aspectos contribuem para se compreender as complexidades que emergem do estudo sobre os livros didáticos, dada a sua inserção no contexto de uma sociedade produtora de mercadorias. Deste modo, Apple (1995) e Munakata (2012) apontam que os livros didáticos podem ser compreendidos como mercadorias que, de acordo com a teoria do valor-trabalho de Marx (2010), torna possível identificar sua dupla natureza, isto é, por um lado, os livros didáticos se constituem em um valor de uso, e, por outro, em um valor de troca que, em determinadas situações, se sobrepõe ao seu valor de uso específico. A análise do valor de uso dos livros didáticos permite compreender que os agentes que guardam alguma relação com o contexto educacional criam diferentes expectativas em relação a estes objetos. Deste modo, estes agentes mobilizam distintos recursos no sentido de efetuarem uma determinada apropriação dos livros didáticos, reconhecendo-se que, entretanto, estes livros são portadores de um significado social que supera sua vinculação ao espaço escolar. De acordo com Bourdieu (2009), estes recursos não se restringem a uma questão puramente econômica, embora ela seja fundamental no caso da aquisição de livros. Os
7208 recursos financeiros, em específico, são denominados por Bourdieu (2009) de capital financeiro ou econômico, como um tipo dentre outros capitais possíveis. Além deste capital, Bourdieu (2009) apresenta, por exemplo, os capitais culturais, sociais e simbólicos, referentes às apropriações de distintos aspectos que se manifestam por meio dos mais distintos produtos culturais, entre eles, os livros didáticos. Deste modo, considerando a teoria sociológica de Bourdieu (2009), verifica-se que os sentidos e significados atribuídos aos livros didáticos dependerão diretamente da distribuição dos distintos capitais no interior da estrutura social e, ao mesmo tempo, da posição, da situação e da disposição dos agentes nesta mesma estrutura. Nesse particular, tomando como referência apenas dois atores envolvidos na produção e uso dos livros didáticos, temos, por um lado, os autores, que sistematizam o que os professores, os outros atores, irão desenvolver em suas salas de aula. Dicotomizando essas funções, por um lado temos os que pesquisam e produzem conhecimento e do outro, os que vão ensinar, colocando, conforme apontado por Garcia (2012, p. 253) em margens opostas os professores pesquisadores e os professores não pesquisadores - estes últimos aqueles que são preparados apenas para ensinar Ou seja, uma desigual distribuição de capitais tenderá a levar os agentes, que ocupam posições determinadas na estrutura social, com disposições incorporadas também determinadas, a uma apropriação desigual dos mais distintos elementos desta estrutura. Considerações Finais A consideração de que os livros didáticos podem ser compreendidos como elementos da cultura escolar, produtos culturais e mercadorias, possibilita lançar luzes sobre este objeto de natureza complexa. Deste modo, não obstante à percepção de que os livros didáticos são produzidos com a finalidade do atendimento de necessidades criadas no espaço escolar, é necessário reconhecer que os sentidos e significados a eles atribuídos são mais amplos e relacionados à localização dos agentes. Levando em consideração a interdependência entre estes aspectos, é possível compreender que os livros didáticos guardam uma relação com a estrutura social em duas dimensões específicas. Por um lado, os livros didáticos são produtos culturais, sendo produzidos e consumidos de determinados modos, por grupos sociais também determinados. Por outro, os livros são mercadorias, pois a sua produção e o seu consumo se dão em uma
7209 sociedade em que as trocas realizadas no mercado se constituem como a condição material de sua existência. Entretanto, estas noções não impedem que se apresentem questões relativas aos modos de consumo previamente estabelecidas pelos produtores culturais, no sentido da Indústria Cultural. Porém, considera-se que, como contraponto, esta questão pode ser melhor compreendida em termos dos distintos capitais mobilizados pelos agentes, que conferem aos livros didáticos distintos sentidos e significados dependendo das posições, situações e disposições manifestadas na estrutura social. Estas noções precisam ser aprofundadas e desenvolvidas através de outros estudos que, partindo do pressuposto de que os livros didáticos se destinam à educação escolar, busquem integrar outras dimensões da experiência social, tais como as relações estabelecidas entre cultura e mercado. REFERÊNCIAS ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991. APPLE, Michael. Trabalho docente e textos: Economia Política das Relações de Classe e de Gênero em Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Autores e editores de compêndios e livros de leitura (1810-1910). Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n.3, p. 475-491, set/dez, 2004. BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2009. CHERVEL, Andre. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria e Educação. n. 2, p. 177-229, 1990. CHOPPIN, Alain. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n.3, p. 549-566, set./dez. 2004. FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. GARCIA, Tânia Maria Figueiredo Braga. Relações de professores e alunos com os livros didáticos de Física. In: Simpósio Nacional de Ensino de Física, 18, 2009, Vitória. Anais... Vitória: SBF, 2009, p. 1-10.
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