Sistema de reconhecimento facial em transporte público urbano



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Transcrição:

Sistema de reconhecimento facial em transporte público urbano Alexandre Diniz Assis 1, Augusto Cesar da Silva Bezerra 1, Rubens Martins Campos 1 * 1 Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Departamento de Engenharia de Transportes - Av. Amazonas, 5253, Belo Horizonte, MG, CEP: 30426-169 Tel.: (31) 3319 7107 augustobezerra@des.cefetmg.br *Coordenador RESUMO A partir da necessidade dos prestadores de serviço de transporte público em inspecionar e identificar o uso indevido de benefícios tarifários surgiu a necessidade de serem criadas ferramentas de controle. O sistema de reconhecimento facial em transporte público urbano surgiu para atender essa necessidade de maneira rápida e segura, facilitando assim a fiscalização dentro do meio de locomoção. A identificação é feita automaticamente por um software próprio que compara as informações biométricas faciais registradas no sistema com o usuário portador do cartão. Este trabalho descreve o sistema com suas particularidades e peculiaridades. Após uma análise da funcionalidade deste sistema pode se concluir a real necessidade e benefício do seu uso. Palavras-chave: Sistema de reconhecimento facial, Transporte público urbano, Melhoria continua 1. INTRODUÇÃO Milhares de pessoas utilizam o transporte público de ônibus diariamente. Uma grande parte desses usuários recebe benefício tarifário para se deslocar. Em algumas cidades são concedidos cartões de benefício tarifário às pessoas que tem esse direito assegurado por lei. Estes beneficiados são os idosos, estudantes e funcionários públicos, basicamente. Para os idosos e funcionários públicos o benefício pode ser integral, sendo que para os estudantes o benefício pode chegar a reduções de até 50% (cinquenta por cento) do valor da passagem. Porém existe, em quantidade significativa, a utilização indevida dos cartões fornecidos aos usuários com benefícios. É considerado uso indevido quando o portador do benefício permite que outra pessoa utilize seu cartão. Isto resulta na perda de faturamento por parte das empresas do setor. A consequência desta evasão tarifária causada pelo mal uso dos cartões de benefício é o custo maior da tarifa no sistema. Visando evitar essa perda foram desenvolvidos sistemas de reconhecimento facial projetados para identificar automaticamente quando os cartões de benefício tarifário forem usados de maneira fraudulenta. O caso mais recente é de Caruaru. A cidade pernambucana será uma das primeiras do nordeste brasileiro a ter a nova tecnologia de reconhecimento facial em seus ônibus urbanos. Os 130 ônibus que atendem o município contarão ainda com outro benefício: uma tecnologia de comunicação em tempo real, via 3G, entre o veículo e a Central de Controle Operacional, permitindo o monitoramento da frota via GPS (Terra, 2012). Ainda segundo o autor (Terra, 2012), em Paragominas, no Pará, por exemplo, apenas no primeiro mês de implantação da bilhetagem eletrônica, a receita nos ônibus cresceu quase 40% e praticamente dobrou nos postos de vendas de cartões eletrônicos, segundo a Transdata. Já registramos casos em que o uso de cartões de idosos ou estudantes caiu pela metade depois da implantação de sistemas de controle como a bilhetagem eletrônica, reconhecimento facial ou biometria digital. Ou seja, sem um sistema de controle eletrônico, as fraudes em cartões podem desviar boa parte das receitas das empresas, e quem perde mais com isso também é a população, pois empresas saudáveis financeiramente podem investir mais na qualidade do transporte e no conforto.

Tendo em vista que é de amplo interesse para o setor de transporte público de passageiros, o reconhecimento facial é uma solução real para a questão. Este trabalho apresenta um dos sistemas disponíveis no mercado. 2. SISTEMA DE RECONHECIMENTO FACIAL O ato de realizar a identificação facial é um dos processos mais praticados pelo ser humano. Ele identifica de maneira rápida a interação com um outro ser facilmente, o que permite adequar o tipo de comportamento adequado com tal pessoa. Isto é algo tão natural para o ser humano que parece uma tarefa simples. Porém fazer com que este processo seja realizado por meio de máquinas é extremamente complexo. Torna-se difícil porque não se sabe ao certo como o cérebro humano desempenha este processo. Mesmo que um rosto sofra as mais diversas variações, o cérebro o consegue identificar corretamente. Para realizar este mesmo procedimento em uma máquina, são usados algoritmos e cálculos que aproximam o maior possível de um raciocínio humano. Pinto e Torriti (2009) apresentaram uma abordagem para determinar se o motorista está se tornando sonolento ou distraído, analisando os piscar de olhos, sobrancelhas e bocejar através de reconhecimento facial. Nakanishi e Western (2005) estudaram o reconhecimento facial para controle de passageiros de transporte terrestes em regiões de fronteira. Algumas iniciativas estão sendo implementadas com o uso de reconhecimento facial para o controle de passageiros no transporte público coletivo por ônibus no Brasil. 2.1 COMO FUNCIONA Todo indivíduo possui um rosto, aqui chamado de face, bem característico e distinto de outras pessoas. A face funciona como uma espécie de impressão digital. Uma curiosidade é que no Brasil essa distinção facial é ainda mais acentuada devido à miscigenação de várias culturas e diferentes povos ao longo dos anos. Dentre as características da face, destacamse a distância entre os olhos, comprimento do nariz, cavidade orbital, ossos laterais da face, linha da mandíbula e queixo, entre outras. A isto é dado o nome de informação biométrica identificada. Para um indivíduo receber o cartão de benefício tarifário, deve-se primeiramente fazer o registro na base de dados. Neste momento, o usuário fornece as informações necessárias e seus respectivos comprovantes, para logo em seguida ser tirada a foto para o cadastro no sistema. A cada cinco anos é necessário que se faça um recadastramento, pois há uma evolução facial com o tempo nos seres humanos. A foto do usuário deve ser com face frontal e atendendo seguintes premissas: Expressão neutra Iluminação adequada Fundo claro Enquadramento do rosto Após estar devidamente registrado e com o cartão em posse, o usuário torna-se apto a utilizar o benefício tarifário. No momento em que se utiliza o cartão para poder girar a catraca durante as viagens, são capturadas imagens no formato JPEG e armazenadas na memória dos equipamentos embarcados. Portanto, fica registrado quando que o específico cartão de benefício utilizou o transporte público juntamente com as imagens do seu utilizador. Todos estes dados ficam gravadas na memória do equipamento formando um pacote de dados. Eventualmente, quando o veículo se dirigir para a garagem da empresa, este pacote de dados é transmitido para um servidor de coleta de dados que fica posicionado dentro da garagem. A transmissão do pacote é feita automaticamente via sinal de Wireless, mas se por algum motivo a transmissão não ocorrer automaticamente, existe a possibilidade de fazer a coleta manualmente dos arquivos através de uma Memória USB Flash Drive. O servidor de coleta é conectado a uma outra máquina via cabo de rede e todos os dados que são recebidos por ele são repassadas instantaneamente para a outra máquina. Esta

outra máquina é o terminal vision, onde o software de reconhecimento, após recebimento dos arquivos, realiza a comparação entre as fotos coletadas durantes as viagens de ônibus com as fotos registrada no cadastro. O software realiza de maneira automatizada o processo de comparação e reconhecimento. É nesse momento também que é realizada a triagem dos casos onde não foi identificada similaridade entre a foto cadastrada e o usuário dentro do ônibus. Estes casos a parte são posteriormente analisados por uma pessoa autorizada responsável pelo mesmo. Os cartões onde foram detectados uso indevido são bloqueados, impossibilitando assim que ele seja utilizado novamente. Periodicamente a pessoa responsável por verificar e confirmar as evasões tarifárias analisa todos os relatórios de inconsistências gerados pela sistema. Com um treinamento básico e bem específico, o indivíduo realiza esta tarefa sem grandes problemas, uma vez que os registros são claros e eficientes, na maioria dos casos. É importante ressaltar que, por ser um processo de reconhecimento através de algoritmos em um banco de dados que os reconhecem através de cálculos, há uma certa taxa de erro. Vários fatores podem influenciar quando se gera relatório de inconsistência erroneamente. Dentre eles se destacam a iluminação do local, a claridade, acessórios utilizados pelo usuário e posição da câmera. 3. RESULTADOS O sistema de reconhecimento facial foi implantado na cidade de Ilhéus no mês de abril de 2011. Porém, antes de o sistema começar a ser usado efetivamente, foi necessária uma campanha para conscientizar a população que os cartões de benefício deveriam ser usados de maneira correta, alertando a população sobre benefícios do reconhecimento facial e o que acarretaria com o seu uso indevido. Foram feitas orientações também para os usuários e treinamento para os indivíduos responsáveis pela manutenção e operação do sistema. Publicou-se antecipadamente o decreto de lei com as regras de bloqueios de cartão. Foram instalados equipamentos nas duas prestadoras de serviço de transporte público de ônibus, totalizando 139 veículos em abril de 2011. O total de cartões benefício caiu de 33% em abril de 2011 para 26% em abril de 2012. Na figura 1 é possível observar a distribuição de passageiros por tipo de contribuição tarifaria em 2011. Pode-se observar que a proporção de usuários que utilizavam do transporte coletivo em ônibus no ano de 2011 apresenta um certo equilíbrio, destacando a maior participação de passageiros pagantes e usuários com vale transporte comum, ou seja, sem benefício tarifário. Porém, o foco é na quantidade de cartões gratuidade e passe escolar, que representam respectivamente 14% e 27% do total de passageiros do sistema. Em resumo, há uma participação de 41% de passageiros utilizando cartão de benefício tarifário em 2011. Figura 1: Distribuição de passageiros por tipo de contribuição tarifaria em 2011

Na figura 2 é possível observar a distribuição de passageiros por tipo de contribuição tarifaria em 2012. Pode-se notar um equilíbrio também visto em 2011. Destacando a mudança de números de 27% dos passageiros com passe escolar em 2011 para 24% em 2012. Acredita-se que esse fato pode ser devido a implantação do sistema de reconhecimento facial, que inibiu usuários fraudulentos nesta modalidade. Figura 2: Distribuição de passageiros por tipo de contribuição tarifaria em 2011 A figura 3 ilustra a porcentagem de usuários no total do sistema que utilizaram cartão de benefício tarifário tipo escolar. Por mostrar a porcentagem mês a mês, pode se acompanhar a evolução do uso do benefício. Para tanto, compara os meses em 2011 com os meses em 2012. Nota-se uma leve queda da quantidade de usuários com o cartão escolar. Figura 3: Comparação do uso de cartão escolar 2011/2012 4. CONCLUSÃO O sistema proporciona que sejam identificados de forma automática as fraudes em cartão de benefício tarifário. Por isso, reduz significativamente o volume de análises de imagens, tendo como consequência uma menor necessidade de pessoal para fazer tal tarefa, tendo a vantagem de gerar prova material para efetuar o bloqueio do cartão, caso seja contestado o ato do bloqueio. E com a população ciente que o uso indevido acarreta no bloqueio, nota-se que pode haver a diminuição do número de casos de fraude. Analisando o funcionamento e aplicação do sistema de reconhecimento facial, pode-se apurar melhor a sua eficácia. Os números indicam que houve queda significativa da quantidade de uso de cartões com benefício tarifário. Acredita que com a implantação do sistema de reconhecimento facial a evasão tarifária é evitada ao mesmo tempo em que há uma reeducação da população em relação ao uso dos seus benefícios.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Nakanishi, Yuko J. and Western, Jeffrey. Evaluation of biometric technologies for access control at transportation facilities and border crossings. Transportation Research Record, n 1938, p 1-8, 2005. PINTO, JAVIER JIMÉNEZ and TORRITI, MIGUEL TORRES. Driver Alert State and Fatigue Detection by Salient Points Analysis. Proceedings of the 2009 IEEE International Conference on Systems, Man, and Cybernetics. San Antonio, TX, USA - October 2009. TERRA (2012), Reconhecimento facial de passageiros evita fraudes no transporte urbano. http://transporteelogistica.terra.com.br/noticias/integra/226/reconhecimento-facial-depassageiros-evita-fraudes-no-transporte-urbano, acessado em junho de 2013.