ANÁLISE DO JOGO: TENDÊNCIAS DO SAQUE E DA RECEPÇÃO NO VOLEIBOL DE ELEVADO RENDIMENTO.



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1 ANÁLISE DO JOGO: TENDÊNCIAS DO SAQUE E DA RECEPÇÃO NO VOLEIBOL DE ELEVADO RENDIMENTO. Autores: Moraes, José Cicero ¹; Mesquita, Isabel ²; Costa, Gustavo ². Instituições: ¹Escola de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/BR. ² Faculdade do Desporto, Universidade do Porto/PT. 1 Introdução A procura de elevados níveis de rendimento competitivo, nos jogos desportivos (JD), tem levado o campo da investigação cientifica ao estudo das modalidades esportivas em diferentes perspectivas e isso tem se manifestado por uma evolução constante no desenvolvimento das competências dos jogadores e das equipes (Santos & Mesquita, 2003). A Análise de Jogo (AJ), no âmbito acadêmico, é uma área de produção de conhecimento que vem caracterizando-se por um progressivo rigor científico. Para analisar é necessário previamente observar (Contreras & Ortega, 2000), sendo que, no contexto acadêmico, o processo investigativo referente à AJ tem priorizado utilizar a observação como método (Anguera et al., 2000), a qual respaldada por pressupostos cientificamente fundamentados, expressa uma significativa evolução no conhecimento no âmbito dos JD. Simultaneamente, a observação é utilizada como técnica (Garay Plaza & Hernadez Mendo, 2002) na AJ aplicada pelas comissões técnicas das equipes, justificada na necessidade dos técnicos obterem informações objetivas e imediatas, a fim de garantir aplicabilidade em curto prazo no campo de jogo. Parece então ser coerente afirmar que os protagonistas (acadêmicos e/ou técnicos) desse processo contribuem de maneira relevante, instituindo a AJ como uma ferramenta essencial na planificação das tarefas pertinentes à preparação de equipes de elevado rendimento. Este procedimento pode ser realizado tanto no contexto de treinamento como no da competição; quando realizada em competições de elite, contribui decisivamente para desvendar tendências atuais do jogo (Garganta, 2001; Hughes & Bartlett, 2002; Santandreu et al., 2004; Yiannis et al., 2004; Häyrinen et al., 2004; Yiannis & Panagiotis, 2004; Mesquita, 2005; Oliveira et al., 2005). No Voleibol atual, uma das ações de jogo em que as equipes têm dado grande importância é o saque. Esta ação tem vindo a adquirir um excepcional status, no jogo de alto nível (Oliveira, 2007), pelas dificuldades acrescidas que coloca à sua recepção pelo adversário e, por conseqüência, à organização do ataque. Em razão disto, sua diversidade, quanto ao tipo de técnica de execução, avançou extraordinariamente durante a década de noventa (Moutinho, 2000). A classificação mais habitual para diferenciar os tipos de saque baseia-se na combinação da descrição da forma de realização do mesmo (em apoio e em suspensão) e das características da trajetória da bola, (flutuante, em rotação e potente) (Zimmermann, 1995; Yiannis & Panagiotis, 2004; Palao et al., 2004b). A recepção, que configura o início do ataque, apresenta por razões de funcionalidade do jogo estreita ligação com o saque. Assume-se que quanto melhor for a recepção do saque, melhores condições serão criadas ao levantamento e maior será a possibilidade de eficácia do ataque (Loesch, 2003; Papadimitriou et al., 2004; Ureña et al., 2004). Pela justificada importância da recepção, e respectiva repercussão na estratégia ofensiva, o seu efeito depende, em grande parte, do esquema organizacional adotado, com o propósito de minimizar os efeitos do saque. No voleibol atual de elevado rendimento, em função de uma grande utilização do saque tipo suspensão potente (Lehnert et al.,

2 2003; Agelonidis, 2004; Lirola Callijón, 2006) em que a trajetória da bola é muito veloz, tem-se adotado como dispositivo de recepção, a utilização de três jogadores (dois prioritários -P1/P2- e o líbero) para a recepção de saque (Méier, 1998; Moutinho, 2000; Millán et al., 2001; João et al., 2006; Barros, 2005; Kosugi & Deprá, 2007). Deste modo, o presente estudo teve por objetivo verificar as tendências atuais das ações de saque e recepção, bem como constatar a existência de associações entre a zona de saque com tipo de saque; tipo de saque com zona de recepção e tipo de saque com o efeito da recepção. 2 Metodologia 2.1 Amostra A amostra intencional do estudo constou de 1698 ações, representadas pela seqüência de saque e recepção, extraídas dos jogos do Campeonato Mundial de Seleções de Voleibol Masculino, realizado no Japão em novembro de 2006. As ações foram retiradas de quatro jogos, jogando entre si, de cada uma das dez equipes melhores classificadas na competição. 2.2 Identificação das Variáveis Neste estudo foram consideradas as seguintes variáveis: zona de saque; tipo de saque; zona de recepção e efeito da recepção. 2.2.1 Definição das Variáveis de Saque Zona de Saque: Corresponde a área que o jogador realiza o saque/serviço. Adotou-se o Modelo sugerido por Gerbrands & Murphy (1995). A zona de saque/serviço é dividida em 3 zonas de 3m (ZS1, ZS6 e ZS5), correspondentes às posições 1,6 e 5 (figura 1). Tipo de saque: Para a definição dos tipos de saque analisados recorreu-se à consulta da literatura (Ureña et al., 2000; Ejem, 2001; Palao, 2004; Yannis et al., 2004; Lirola Callijón, 2006) e a validação por peritagem (21 profissionais, constituídos entre técnicos pertencentes ao alto rendimento e investigadores da área de análise de jogo do voleibol). Conceituação do tipo de saque: SP suspensão potente, com deslocamento, semelhante à cortada/remate; SC suspensão colocado, com deslocamento, semelhante à cortada/remate e colocado ou tático; SF suspensão flutuante e sem deslocamento; FCA flutuante com apoio. 2.2.2 Definição das Variáveis de Recepção Zona de Recepção: Foi construído um modelo zonal para a avaliação da área/zona da quadra em que o jogador receptor faz a intervenção. Na validação de construção, recorreu-se à consulta da literatura (Selinger, 1986; Fraser, 1988; Neville, 1994; Moutinho, 2000; Sousa, 2000) referente à análise dos instrumentos de observação existentes, relativamente à zona de recuperação da bola. A validação de conteúdo foi realizada pelo método de peritagem (idem tipo de saque). A partir da análise das respostas destes profissionais, constatou-se que os mesmos reconheciam áreas distintas de direcionamento do saque (graus de dificuldades distintos), associadas ao tipo de serviço, bem como o efeito tático almejado na execução dessa habilidade técnica. Deste modo, tendo como referência as respostas dos peritos, e verificando que os instrumentos consultados na literatura parecem descontextualizados do atual processo evolutivo da

3 modalidade, elaborou-se um modelo que procura atender as tendências evolutivas do voleibol. A quadra de jogo é dividida em 4 zonas (figura 2). Simbologia: Z1 (zona 1); Z2 (zona 2); Z3 (zona 3); Z4 (zona 4). ZS1 ZS6 ZS5 Zona de saque (fig. 1) Zona de recepção (fig.2) Medidas da Figura 2. Zona 1: a partir da zona extrema próxima da rede com 3m de profundidade e limitada lateralmente pelas zonas extremas laterais; Zona 2: a partir da zona 1, com 3m de profundidade e limitada pela zona extrema lateral, zona extrema fundo e a zona 3; Zona 3: a partir da zona 1, com 3m de profundidade e limitada pela zona extrema lateral, zona extrema fundo e zona 2. Zona 4: corresponde às extremidades laterais, afastadas 1m das linhas laterais; extremidades dianteira e fundo da quadra, afastadas, respectivamente, 1,5m da linha central e da linha final. Efeito da recepção: Categoria e escalas de avaliação da recepção do saque/serviço. Os modelos existentes, entre estes, o de Sawula (1981); Coleman (1985); Moutinho (1993), categorizam em função da zona de levantamento tradicional (zona 2/3) e das alternativas de tempo de ataque. Entretanto, no atual voleibol de elevado rendimento, tem-se vindo a constatar que o efeito da recepção sobre as condições de levantamento não são mais restritas à zona de levantamento tradicional nem sequer se confinam ao tempo de ataque (Lima, 2007; Esteves & Mesquita, 2007). Em razão disto, tendo por base o sistema proposto pelo Data Volley 2 (Data Project, s/d) e o de Esteves (2007), constituiu-se uma escala de avaliação que considera as possibilidades que a recepção gera à organização do ataque e na sua existência as opções possíveis, analisada pelo número de atacantes disponíveis para a finalização ofensiva. 0 Erro: a bola não é tocada, é cometido um erro ou a equipe não consegue manter a bola em jogo RER; 1 - A recepção (bola) vai para cima da rede e permite o CA adversário (RCA) 2 - A recepção não permite um ataque organizado (RNO) 3 - A recepção permite a organização do ataque, embora sem todas as opções (RAO) 4 - A recepção do saque permite todas as opções de ataque - recepção perfeita (RP)

4 2.3 Procedimentos de coleta de dados Os dados foram coletados por meio da filmagem dos jogos, com a câmera posicionada no fundo da quadra, centralizada e a uma altura aproximada de 5m do solo.com a finalidade de garantir maior precisão e fiabilidade das observações, os vídeos foram digitalizados, programa Pinnacle Studio, desenhando-se os modelos avaliativos da zona de saque e recepção. 2.4 Fiabilidade da observação Os critérios utilizados para medição da fiabilidade foram a percentagem de acordos (Van der Mars, 1989). As ações foram avaliadas por dois avaliadores diferentes e, posteriormente, foram reavaliadas 18% das ações totais, garantindo fiabilidade intraobservador e inter-observador. Os valores variaram de 98,1% a 100% (intra-observador) e de 98% a 99,1% (inter-observador). 2.5 Procedimentos estatísticos Para a estatística descritiva, foram utilizados valores em freqüências e percentuais. Para verificar as possíveis associações significativas entre as variáveis, foi utilizado o teste do Qui-quadrado (x 2 ). Em virtude de verificar-se, em mais de 20% das células, valores inferiores a 5%, recorreu-se ao teste de Monte Carlo, que fornece a probabilidade exata. O nível de significância adotado foi de 5%. Para todas as análises, foi utilizado o pacote de estatística SPSS for Windows 15.0. 3 Resultados e Discussão 3.1 Análise descritiva 3.1.1 Zona e tipo de saque. Neste estudo a zona de saque mais utilizada foi a Z1 com 59,9%, seguindo-se a Z5 com 24,8% e após a Z6 com 15,3%. Tais resultados se assemelham com outros estudos realizados com equipes masculinas de elevado nível (Rocha, 2001; Molina, 2003; Lirola Callejõn, 2006; Moreno et al., 2007). As razões que determinam a escolha da zona de saque parecem ter relação com as opções estratégicas da equipe sacadora. Com as devidas ressalvas, este fato pode ser explicado pelas maiores dificuldades impostas à recepção através do aproveitamento angular das respectivas zonas, imprimindo trajetórias com intenção de dificultar esta ação de defesa do saque, minimizando ou anulando as diferentes opções ofensivas do adversário. Constatou-se que o saque do tipo suspensão potente apresentou a incidência de 61,0%, enquanto que o tipo suspensão flutuante mostrou um índice de 27,1%, sendo os serviços que mais se destacaram nesse estudo. Logo a seguir, com índices pouco representativos, surgem os saques do tipo suspensão colocado (7,7%) e do tipo flutuante com apoio (4,2%). Estes resultados sugerem que no voleibol masculino de elevado rendimento, apesar do risco de erro ser maior com o saque em suspensão (Ejem, 2001; Palao et al, 2001), este apresenta uma elevada freqüência de acontecimento em razão das dificuldades impostas à recepção e respectiva organização ofensiva do adversário. A forte prevalência do saque em suspensão potente nesta investigação coincide com outros estudos (Zimmermann, 1995; Ureña, 1998; Ejem, 2001; Rocha; 2001; Millan et al., 2001; Agelonidis, 2004; Yannis et al., 2004; Lirolla Callejon, 2006; Ribeiro, 2006; Costa et al., 2007), realizados também no voleibol masculino de elevado rendimento em

5 competições de caráter Nacional, World League, Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos. 3.1.2 Zona e efeito da recepção A área espacial de maior incidência na recepção do saque foi a Z2 (42,3%), em seguida a Z3 (34,3%). A Z1 com 17,2% obteve o terceiro índice de acontecimento e a Z4 (extremidades) apresentou o menor percentual de ocorrência (6,2%). Estudos realizados em competições masculinas de elevado nível e desenvolvidos por Ureña Espá et al. (2002); Maia & Mesquita (2007); Moreno et al. (2007); Lima (2007), embora com modelos avaliativos distintos, mostraram também uma tendência por essa área espacial da quadra de jogo como a preferencial no direcionamento do saque. A incidência destacada da recepção nestas zonas pode ser justificada, com as devidas ressalvas, pela necessidade de gestão do erro, já que o saque mais utilizado foi o suspensão potente, propiciador de ocorrência mais freqüente de falha neste procedimento de jogo (Martin & Moro, 2004). Quanto ao efeito da recepção, pode-se observar no estudo, que um índice de 69,9% das recepções se inseriu no critério de maior valorização atribuída a este fundamento, ou seja, recepção de saque que permite todas as opções de ataque (RP), que é a ação buscada exaustivamente pelas equipes, pois é a que possuí maior expressão no indicador qualitativo desse fundamento de jogo. Os valores encontrados nesta investigação possuem semelhança com outros estudos realizados com equipes de elevado rendimento e desenvolvidos por Santos (2004); Ureña et al. (2004); Lirola Callijón (2006); Guerra (2007). A recepção que permite a organização do ataque, embora sem todas as opções, foi o segundo melhor critério com um percentual de 13,7%. Logo a seguir, recepção que não permite um ataque organizado (7,1%); erro de recepção (5,2%) e recepção em que a bola vai para cima da rede e permite contra ataque do adversário com 4,1%, complementam os resultados obtidos com o uso do modelo de avaliação do efeito da recepção. 3.2 Análise inferencial 3.2.1 Associação entre a zona de saque e o tipo de saque O aspecto espacial e a variante técnica utilizada para a execução desta ação de jogo, podem interferir na sua eficácia, nomeadamente ao nível estratégico. Deste modo, o tipo de saque a ser realizado em função do momento do jogo, bem como o direcionamento adequado, permite anular ou no mínimo condicionar as opções táticas do adversário. Neste estudo, verificou-se uma associação estatisticamente significativa entre a zona de saque e o tipo de saque realizado (X²= 234,942; V Cramer= 0,263 e p= 0,000). Conforme se observa no Quadro 1, ocorreu mais do que esperado na Z1 o saque suspensão potente, enquanto que o saque suspensão flutuante ocorreu menos que o esperado. Na Z6 observou-se que o saque flutuante com apoio ocorreu mais do que esperado, sendo que o saque suspensão potente ocorreu menos do que o esperado. Esses valores são corroborados pelo estudo de Lirola Callijón (2006) em equipes de alto nível masculinas e de Lozano et al. (2003) com equipes femininas. Relativamente a Z5, constatou-se que o saque suspensão flutuante ocorreu mais do que o esperado, contrariamente ao saque suspensão potente que ocorreu menos do que o esperado. Estes resultados parecem demonstrar uma tendência de utilização das zonas de saque em acordo com a especialização funcional e o respectivo posicionamento defensivo após realização do saque. Ou seja, sacadores de potência sacam pela Z1 em razão da

6 angulação e pela proximidade com sua área de responsabilidade no sistema de defesa, que via de regra, é a posição defensiva direita. Da mesma forma, os sacadores que utilizam saques caracterizados como flutuantes, assumem posições defensivas predominantemente à esquerda de sua zona defensiva. Quadro 1 Tabela de contingência relativa a zona de saque e ao tipo de saque. Z ona d e saque Tipo saque Total SP SC SF FCA Z saque Z1 Freqüência 725 91 163 38 1017 Freqüência esperada 619,9 77,9 276,1 43,1 1017,0 % zona.de.saque. 71,3% 8,9% 16,0% 3,7% 100,0% % tipo saque 70,0% 70,0% 35,4% 52,8% 59,9% Resíduo ajustado 10,7 2,4-12,6-1,3 Z6 Freqüência 144 16 74 26 260 Freqüência esperada 158,5 19,9 70,6 11,0 260,0 % zona.de.saque. 55,4% 6,2% 28,5% 10,0% 100,0% % tipo saque 13,9% 12,3% 16,1% 36,1% 15,3% Resíduo ajustado -2,0-1,0,5 5,0 Z5 Freqüência 166 23 224 8 421 Freqüência esperada 256,6 32,2 114,3 17,9 421,0 % zona.de.saque. 39,4% 5,5% 53,2% 1,9% 100,0% % tipo saque 16,0% 17,7% 48,6% 11,1% 24,8% Resíduo ajustado -10,4-2,0 13,9-2,7 Total Freqüência 1035 130 461 72 1698 Freqüência esperada 1035,0 130,0 461,0 72,0 1698,0 % zona.de.saque. 61,0% 7,7% 27,1% 4,2% 100,0% % tipo saque 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 3.2.2 Associação entre o tipo de saque e zona de recepção Percebe-se ao longo de sua evolução que o saque, além de primeira ação de jogo, em razão de recursos técnicos e táticos, destaca-se como o primeiro ataque da equipe, repercutindo decisivamente no resultado do jogo (Selinger, 1996; Mesquita et al., 2002; Espá et al., 2003; Velasco & Beal, 2003; Yiannis & Panagiotis, 2005). E é em função de sua qualidade que o adversário e a própria equipe sacadora dependem para a realização das ações subseqüentes. Deste modo, reveste-se de fundamental importância verificar o efeito que o saque produz na ação de recepção, nomeadamente na continuidade ou não da seqüencialidade do jogo. Nesta investigação observou-se uma associação estatisticamente significativa entre o tipo de saque e a zona de recepção (X²= 340,868; V Cramer= 0,277 e p= 0,000). Observando-se o Quadro 2, constata-se que o saque suspensão potente direcionado para as Z1 e Z4 ocorreu menos do que o esperado, enquanto mais do que o esperado nas Z2 e Z3. O saque suspensão colocado ocorreu menos do que o esperado na Z2 e mais do que o esperado na Z1. Contudo o saque suspensão flutuante ocorreu menos do que o esperado nas Z2 e Z3 e mais do que o esperado nas Z1 e Z4. Já o saque flutuante com apoio ocorreu menos do que o esperado nas Z2 e Z3 e mais do que o esperado na Z1. O resultado observado no direcionamento do saque flutuante com apoio parece ter relação com a intenção de dificultar as ações ofensivas de tempos rápidos (Mesquita et al, 2002). Percebe-se que a Z2 foi a que mostrou maior incidência de saque se comparada a Z3. Este fato pode advir de opções táticas do sacador, porquanto, naquela área a responsabilidade na maioria das ações de recepção é do recebedor (P1 ou P2) que está posicionado (rotação) na zona ofensiva. Desta forma, utilizando este recurso, o sacador busca dificultar a participação desse jogador como finalizador da jogada. Outra razão,

7 apoiando-se em Rocha (2001), pode estar relacionada com o posicionamento do líbero, que tendencialmente recepciona com menor freqüência no lado esquerdo da quadra. Com isto, o sacador além de afastar a participação deste especialista na recepção, dificulta também a presença ofensiva do atacante/recebedor (Mesquita et al., 2002). Quadro 2 Tabela de contingência relativa ao tipo de saque e a zona de recepção. Zona recepção Tipo de saque Z1 Z2 Z3 Z4 Saque SP Freqüência 22 445 351 41 859 Freqüência esperada 148,0 363,0 294,8 53,2 859,0 % tipo saque 2,6% 51,8% 40,9% 4,8% 100,0% % zona recepção 8,6% 70,9% 68,8% 44,6% 57,8% Resíduo ajustado -17,5 8,7 6,2-2,7 SC Freqüência 47 31 33 7 118 Freqüência esperada 20,3 49,9 40,5 7,3 118,0 % tipo saque 39,8% 26,3% 28,0% 5,9% 100,0% % zona recepção 18,4% 4,9% 6,5% 7,6% 7,9% Resíduo ajustado 6,8-3,7-1,5 -,1 SF Freqüência 154 134 111 41 440 Freqüência esperada 75,8 185,9 151,0 27,2 440,0 % tipo saque 35,0% 30,5% 25,2% 9,3% 100,0% % zona recepção 60,2% 21,3% 21,8% 44,6% 29,6% Resíduo ajustado 11,8-6,0-4,8 3,2 FCA Freqüência 33 18 15 3 69 Freqüência esperada 11,9 29,2 23,7 4,3 69,0 % tipo saque 47,8% 26,1% 21,7% 4,3% 100,0% % zona recepção 12,9% 2,9% 2,9% 3,3% 4,6% Resíduo ajustado 6,9-2,8-2,3 -,7 Total Freqüência 256 628 510 92 1486 Freqüência esperada 256,0 628,0 510,0 92,0 1486,0 % tipo saque 17,2% 42,3% 34,3% 6,2% 100,0% % zona recepção 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Total 3.2.3 Associação entre o tipo de saque e o efeito da recepção Estudos que abordam o efeito da recepção têm demonstrado a importância desta ação de jogo não só na especificidade da jogada como também no resultado do jogo (Eom & Schultz, 1992; Santos & Mesquita, 2003; João et al., 2006). Neste estudo pode-se constatar (Quadro 3) uma associação estatisticamente significativa entre o tipo de saque e o efeito da recepção (X²= 48,780; V Cramer= 0,105 e p= 0,000). Verificou-se que após o saque suspensão potente ocorreu menos do que o esperado a realização de recepções perfeitas. O mesmo tipo de saque determinou uma ocorrência maior do que o esperado para o erro da recepção, para uma recepção que não permite um ataque organizado e ataque organizado, embora sem todas as opções. Estes dados demonstram o alto poder de agressividade do saque suspensão potente, diminuindo sensivelmente as condições de sucesso da recepção (Maia, 2005). Da mesma forma, mostrou sua estreita ligação com o aumento do índice de erro, quando comparado aos outros tipos de saque. Este resultado é corroborado pelos estudos de Ureña Espá et al. (2000); Yiannis & Panagiotis (2005); Lirola Callejón (2006). O saque suspensão flutuante e o flutuante com apoio permitiram mais do que o esperado a ocorrência de recepção perfeita. Isto sugere que estes tipos de saque favoreçam a qualidade da recepção adversária, embora, em razão do direcionamento, possam

8 restringir ou minimizar determinadas opções estratégicas ofensivas do adversário (Ureña Espá et al., 2001; Papadimitriou et al., 2004; Lirola Callejón, 2006). Quadro 3 Tabela de contingência relativa ao tipo de saque e efeito da recepção. Tipo de saque Efeito.da.recepção. Total RER RCA RNO RAO RP Saque SP Freqüência 64 39 71 135 549 858 Freqüência esperada 44,5 35,2 60,7 117,9 599,7 858,0 % tipo saque 7,5% 4,5% 8,3% 15,7% 64,0% 100,0% % efeito recepção 83,1% 63,9% 67,6% 66,2% 52,9% 57,8% Resíduo ajustado 4,6 1,0 2,1 2,6-5,8 SC Freqüência 6 5 6 15 86 118 Freqüência esperada 6,1 4,8 8,3 16,2 82,5 118,0 % tipo saque 5,1% 4,2% 5,1% 12,7% 72,9% 100,0% % efeito recepção 7,8% 8,2% 5,7% 7,4% 8,3% 7,9% Resíduo ajustado -,1,1 -,9 -,3,7 SF Freqüência 7 15 25 51 342 440 Freqüência esperada 22,8 18,1 31,1 60,4 307,6 440,0 % tipo saque 1,6% 3,4% 5,7% 11,6% 77,7% 100,0% % efeito recepção 9,1% 24,6% 23,8% 25,0% 32,9% 29,6% Resíduo ajustado -4,1 -,9-1,4-1,6 4,3 FCA Freqüência 0 2 3 3 61 69 Freqüência esperada 3,6 2,8 4,9 9,5 48,2 69,0 % tipo saque,0% 2,9% 4,3% 4,3% 88,4% 100,0% % efeito recepção,0% 3,3% 2,9% 1,5% 5,9% 4,6% Resíduo ajustado -2,0 -,5 -,9-2,3 3,4 Total Freqüência 77 61 105 204 1038 1485 Freqüência esperada 77,0 61,0 105,0 204,0 1038,0 1485,0 % tipo saque 5,2% 4,1% 7,1% 13,7% 69,9% 100,0% % efeito recepção 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 4 Conclusão O presente estudo demonstrou a preferência pela Z1 para a realização do fundamento saque. Sendo que a utilização predominante do saque suspensão potente nesta zona reforçou a forte tendência de utilização deste tipo no atual voleibol de elevado rendimento. Outra constatação foi o elevado percentual de saques dirigidos à área central da quadra adversária, sendo a Z2 a mais influente. Quanto ao efeito da recepção, o estudo apresentou um elevado percentual de recepções perfeitas, demonstrando compatibilidade com o nível qualitativo das equipes pertencentes à amostra. Isto confirma a tendência de excelência do processo organizacional do Complexo I em equipes de elevado rendimento, mesmo com o adversário utilizando predominantemente saques em suspensão, como foi o caso evidenciado neste estudo. A associação demonstrada entre a zona e tipo de saque, parece referir que existe uma relação entre a característica dos sacadores (que realizam saque potente e flutuante) e o respectivo posicionamento defensivo após execução do saque. Enquanto que a associação entre o tipo de saque e a zona de recepção sugere que o saque suspensão potente é dirigidos às zonas centrais em função da gestão de erro e os saques flutuantes (SF e FCA) dirigem a bola para a Z1 com o propósito de efeito tático. A associação entre o tipo de saque e o efeito da recepção parece confirmar as tendências descritas anteriormente sobre a característica e o efeito destes dois fundamentos no atual voleibol de elevado rendimento. Neste estudo o saque suspensão potente confirmou seus

9 efeitos à restrição qualitativa da recepção da equipe adversária, pois é ele que proporcionou o maior percentual de erro da recepção e também aquele que mais ocasionou a diminuição da ocorrência de recepção perfeita. Um aspecto relevante demonstrado neste estudo foi a resposta evidenciada pelo modelo de avaliação da zona de recepção. O modelo construído parece ter confirmado adaptação e coerência às características do atual voleibol de elevado rendimento. 5 Referências ANGUERA, M.T.; BLANCO, A.; LOSADA, J. (2000).La Metodología Observacional en Deporte: Conceptos Básicos. Lecturas: Educacion Fisica y Deportes. Año 5. nº 24. Revista Digital. Buenos Aires. Agosto. www.efdeportes.com. AGENOLIDIS,Y.(2004). The Jump Serve In Volleyball: From Oblivion To Dominance. Journal of Movement Studies,47:205-213. BARROS, J. (2007). Recepção de saque Estratégias / Táticas. <http://www.justvolleyball.com.br> COLEMAN, J. (1985). Volleyball Statistics. In FIVB International Coaches Symposium: 1-7. Federation International Volleyball. CONTRERAS, M.I.M.; Ortega, J.P. (2000). La observación en los deportes de equipo. www.efdeportes.com- Revista Digital Año 5 (18). COSTA, G.; QUEIROGA, M.; FERREIRA, N.; MESQUITA, I. (2007). Analysis between the type of serve, its efficience and the player s function. III Congresso Nacional de Ciencias del Deporte-Nutrición, Medicina y Rendimiento an el Joven Deportista. DATA PROJECT SPORT SOFTWARE (s/d). Data Volley 2, User Manual, atualizado até à versão 2.0.4. http://www.cvf.cz/soubory/1513/e-datavolley-2_manual.pdf. Itália. EJEM, M. (2001). Brief Technical Evaluation of the 27 th Olympiad in Sidney. The Coach,nº 1, 6-12. ESTEVES, M.F. (2006). Caracterização das acções do distribuidor e zonas de distribuição no Voleibol masculino de elite Comparação entre dois modelos de observação. Monografia. Faculdade de Desporto da Universidade do porto. Porto. ESTEVES, M.F. & MESQUITA, I. Estudo da Zona de Distribuição no Voleibol de Elite Masculino em Função do Jogador Distribuidor e do Tipo de Passe. 1º Congresso Internacional de Jogos Desportivos: Olhares e Contextos da Performance da Iniciação ao Rendimento. Revista portuguesa de Ciências do Desporto. Vol 7 Supl. 1, julho 2007. EOM, H.J.; SCHULTZ, R.W. (1992). Statiscal análisis of volleyball team performance. Research Quarterly for Exercise and Sport, v. 63, nº1:11-18. ESPÁ, A; CAMPO, J.; SICILIA, A. (2003). Incidencia de La Funcion Ofensiva Sobre el Rendimento de la Recepción del Saque en Voleibol. In I. Mesquita, C. Moutinho e R. Farias (eds), Investigação em Voleibol. Estudos Ibéricos: 130-141. FCDEF-UP. FRASER, S. (1988). Strategies for Competitive Volleyball. Champaign, Illinois. Leisure Press.

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