Historinhas para ler durante a audiência dos pais. Pio Giovani Dresch



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Transcrição:

Historinhas para ler durante a audiência dos pais Pio Giovani Dresch

Historinhas para ler durante a audiência dos pais Pio Giovani Dresch

Ilustrações: Santiago Arte: www.espartadesign.com.br Contatos com o autor e acesso à edição eletrônica podem ser feitos por www.bissexto.com.br É livre a reprodução A ilustração da capa simula a mesa da sala de audiências do 2º Juizado da Vara de Família do Foro Regional do Partenon, Porto Alegre.

ensei numas historinhas para dar ao meu netinho João Pedro no aniversário de um ano, mas ele é muito pequeno, não sabe ler, nem iria entender. Então tive uma ideia: vou escrever as historinhas pras crianças que vão com os pais às audiências lá na Vara de Família do Partenon, onde sou juiz. Pronto: escrevi. Algumas delas aconteceram e outras são inventadas. Mas é como se fossem de verdade. Espero que gostem.

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Vinte reais Bernardo e seu pai moram nos fundos da casa da avó. O pai é cobrador de ônibus e passa o dia fora. Às vezes, não tem tempo nem de levar Bernardo ao colégio, e aí é a avó que leva. Mas, quando tem folga no domingo, o pai sempre o convida para passear. Hoje, Bernardo está feliz: ganhou 20 reais para gastar na Redenção. O pai também está feliz: não é todo dia que pode dar 20 reais para o filho. E lá vão. Bernardo segura uma bola e pensa nas coisas gostosas que vai comprar. Passa um menino ranhento, pés descalços. Ele diz assim pras pessoas: um troquinho pra matar a fome, tio. Bernardo tira os 20 reais do bolso e olha para o pai. O pai balança um não com a cabeça. O dinheiro volta para o bolso. O menino segue seu caminho. Bernardo compra um picolé. De repente, pensa que não está tão gostoso assim.

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O pai de Júlia úlia não quer ver seu pai. O pai e a mãe se separaram e não se dão muito bem. Júlia mora com a mãe e visitava o pai. Um dia ele estava brabo com a mãe e disse que não ia mais devolver a filha. Não era de verdade, era só porque estava brabo, mas Júlia ficou com medo. Agora não quer mais vê-lo. Júlia foi me visitar no Fórum. Sentamos na sala de audiências, eu na cadeira do juiz, ela na cadeira da promotora, a minha amiga Patrícia. Eu falei pra Júlia que muitos pais querem ver os filhos e não podem, e muitos filhos querem ver os pais e não podem, que nós tentamos ajudar, e que às vezes dá certo e às vezes não dá. Não sei se ela gostou da conversa, mas, quando saiu, me deu um beijo. Quando Júlia me visitar de novo, vou pedir pra ela sentar na cadeira do juiz e me explicar o que devo fazer para ajudar os pais e os filhos a se amarem.

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Medos úlia tem medo de cachorros. Eu não tenho medo de cachorros (só dos grandes), mas tenho medo de altura. A Patrícia tem medo de avião. A defensora pública, minha amiga Cassandra, tem medo de assalto. E você? Tem medo de alguma coisa?

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Pedro João filho da Patrícia também é João Pedro. Ele joga futebol. Outro dia João Pedro jogou pela primeira vez num campeonato. Ele estava muito nervoso e nem dormia direito, porque seria chato se jogasse mal. Patrícia perguntou pra ele: se um amigo teu jogasse mal, tu ia ser menos amigo dele por isso? João Pedro pensou, pensou... Depois perguntou: e como seria o nome desse amigo? Pedro João? Patrícia disse que sim. E lá se foi ele bem feliz. Se ele ganhou? Se jogou bem? Pergunte ao Pedro João.

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Um dia na vida de Paulinha Sete horas. Toma café. O pai reclama da demora e diz que assim ele vai se atrasar pro serviço. Sete e meia. Chega ao colégio. Quase dorme na primeira aula. Também, ficou jogando videogame até tarde! Nove e meia. Recreio. Três guris do 5º ano ficam zoando dela: dizem que é gorda. Paulinha chora. Onze horas. A professora explica o que é bullying. (Tua professora já explicou isso? Se não explicou, pergunta pra ela.) Meio-dia. Fim da aula. Vai almoçar na casa da avó, porque os pais só voltam do trabalho à noite. Duas horas. Faz o tema com o primo Cauã. Cauã não sabe escrever. Paulinha ensina. Quatro horas. Depois do lanche, brinca no pátio com Cauã. Seis horas. A mãe busca Paulinha. No caminho, ela vê um cachorrinho perdido. A mãe deixa levar pra casa. Ela dá banho e comida. Chama de Pulguinha. Ele abana o rabo. Oito horas. Jantar. Paulinha não tem fome. Só quer saber de Pulguinha. Dez horas. Hoje ela não joga videogame. Adivinha por quê. Dez e meia. Toma banho, escova os dentes e vai dormir. Boa noite, Paulinha. Até amanhã.

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O amigo do pai Os pais de Luísa e Lucas se separaram: a mãe ficou morando com os filhos; o pai saiu de casa e foi morar com um amigo. Faz seis meses que Luísa e Lucas vão à casa do pai nos finais de semana. Lá é muito divertido: o amigo é engraçado e os quatro fazem muitas brincadeiras. Mas os pais de Luísa e Lucas estão preocupados: não sabem como dizer aos filhos que o pai agora ama o amigo. Você acha que Luísa e Lucas vão entender se eles contarem?

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Historinha triste icole mora no morro. Bem no finzinho, na última casa, lá onde tem uma pedreira. Você já subiu o morro até onde terminam as casas? Nicole sobe todos os dias. Numa cadeira de rodas. Faz dois anos que ela levou um tiro. Não tinha nada a ver com a história: era guerra de gangues lá na vila. Mas sobrou um tiro pra ela, e ela ficou paraplégica. Agora sobe o morro de cadeira de rodas. O morro inteiro não: perto de casa é um perau, e ela vai no colo da mãe. As irmãs carregam a cadeira. A casa foi a que deu pra comprar com 4 mil, todo o dinheiro que a avó tinha guardado. Nicole mora com a mãe e as duas irmãs. A mãe tem 29 anos, faz faxinas e quer uma casa melhor. Nicole tem doze, estuda e quer ser médica. Boa sorte, Nicole.

20 Final Feliz ocê já deve ter percebido bem que a vida é assim: às vezes acontecem coisas boas, às vezes acontecem coisas ruins; às vezes a gente é feliz, às vezes é infeliz. A história de Nicole é triste, mas ainda está acontecendo. Será que você consegue terminar essa história de um jeito que Nicole fique feliz? Vou deixar essas linhas em branco aí embaixo pra você tentar. E a página ao lado eu deixei vazia, pra você desenhar a felicidade.

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A historinha de Miguel ocê sabe o que é itálico? Itálico é a letra assim caidinha. (E negrito é a letra assim grossinha.) Esta historinha vai ser contada em itálico. Sabe por quê? Porque quem conta não sou eu, é o Miguel. Então, onde começa o itálico é ele que começa a falar. Aqui: O que eu gosto de fazer com meu pai. Dormir na casa dele, jogar futebol, ganhar brinquedos, jogar videogame, brincar com minha irmãzinha que se chama Sara, ir na avó comer bolo, passear no carro dele. O que eu gosto de fazer com minha mãe. Receber carinho, comer a melhor comida do mundo, ela me ajudar no tema, ela me contar histórias, caminhar de mãos dadas na rua. O que eu não gosto do meu pai e minha mãe. Eu não gosto quando meu pai diz que minha mãe é louca, que ela bate em mim, que eu tenho que morar com ele porque ela não cuida bem de mim. Eu não gosto quando minha mãe reclama que eu volto sujo da casa do meu pai, quando ela me diz que meu pai não me ama e só quer me comprar com os brinquedos que dá. Eu gosto do meu pai e da minha mãe e quero ficar com os dois. Não gosto quando eles brigam por minha causa. Meu desejo é que eles sejam amigos.

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Entrevista com Gabriela televisão ia fazer uma reportagem sobre guarda compartilhada e entrevistou a Gabriela. Repórter: Oi, Gabriela, soubemos que você tem duas casas. Pode explicar como é? Gabriela: Bem, tudo começou quando meus pais se separaram. Cada um queria que eu morasse na sua casa, e eu não sabia com quem ficar, porque amo os dois. Aí a gente decidiu que eu ia morar um pouquinho em cada casa. Repórter: Você gosta de morar em dois lugares? Gabriela: Gosto, porque não fico com saudade de ninguém. E agora eu tenho um irmão em cada casa: o Vítor, que é filho do meu pai, e o Tiago, que é filho da minha mãe. Repórter: Que dias você fica com o pai e que dias fica com a mãe? Gabriela: Fico uma semana com meu pai e uma semana com minha mãe, mas às vezes a gente combina umas trocas, quando ela vai viajar. Repórter: Isso não dá problema? Gabriela: Às vezes reclamam, dizem que a combinação foi diferente, mas no fim dá certo. Repórter: E você é feliz? Gabriela: Sou, porque tenho duas casas e em cada uma eu tenho uma mãe, um pai e um maninho. Repórter: Obrigado, Gabriela.

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Justo e injusto ebeca quer brincar. A mãe diz não, tu ainda não fez o tema. Rebeca diz isso não é justo. A mãe aponta pra mim e fala ele é juiz, pergunta pra ele o que é justo. E agora? Essa me pegou de surpresa! Eu digo justo é o que a gente quer fazer, injusto é a mãe não deixar. Brincadeirinha, né, Rebeca? Pensando bem, o que é mesmo justo? Acho que não sei. Você sabe? Vamos combinar uma coisa: deixei uma página em branco pra você dizer de verdade o que é justo e o que é injusto. Você vira esta página e escreve. Se quiser, me mostra depois, pra ver se eu aprendo. Certo?

28 Você ste espaço é pra você escrever o que é justo e o que é injusto (mas, se quiser escrever sobre outro assunto, não tem problema). Me mostra quando terminar? Ah, não esquece de fazer a ilustração na página ao lado.

30 jogo dos sete erros inha filha Flora leu as historinhas e me perguntou se eu ia deixar os erros de concordância. Fui olhar e vi: a mãe de Rebeca disse tu ainda não fez o tema. A Flora tem razão: o verbo fazer no pretérito perfeito do indicativo se conjuga eu fiz, tu fizeste, ele fez. Mas eu escrevi tu fez porque foi assim que ela falou. E eu também falaria, porque acho meio estranho dizer tu fizeste. Será que é errado falar desse jeito, se todo mundo fala igual? Bem, só sei de uma coisa: se cair na prova, é melhor escrever tu fizeste. E não vá me dizer depois que eu não avisei. Mas fiquei preocupado: será que têm muitos erros nas historinhas que contei? Se você achar algum mais, me avise, tá? Mas tem um lugar onde eu sei que tem sete erros: é nas figuras ao lado. Será que você acha?

Eu não teria escrito estas historinhas se não fossem o Bernardo, o Vítor, a Flora e o João Pedro, também as suas mães, a Fátima, a Márcia e a Liciane, a Patrícia e a Cassandra, a Karen, a Deisi e a Paula (e a Letícia e a Natasha), as pessoas que trabalham comigo na Vara de Família do Partenon, as crianças que acompanham os pais às audiências, os pais das crianças, os tios, avós, parentes e amigos das crianças.

Pirateie sem culpa!

Algumas das histórias aconteceram e outras são inventadas. Mas é como se fossem de verdade.