UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE ENERGIA NUCLEAR: SEGURANÇA E REJEITOS RADIOATIVOS Por: Claudio Gilberto Monteiro Dau Orientador Prof. Dr. William Rocha Rio de Janeiro 2009

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE ENERGIA NUCLEAR: SEGURANÇA E REJEITOS RADIOATIVOS Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Direito Ambiental Por:. Claudio Gilberto Monteiro Dau

3 AGRADECIMENTOS A Deus sem ele nada seria possível, a meus pais, esposa e filho que sempre me incentivaram....agradeço também ao professor orientador pelo apoio e presteza no auxilio ao andamento e conclusão desta Monografia e aos demais professores da casa pelos conhecimentos transmitidos

4 RESUMO A obtenção de energia através da fissão do núcleo do átomo do urânio todas as etapas deste a mineração até o enriquecimento. As Usinas Nucleares Angra I, Angra II e Angra III centrais de geração de energia elétrica que utilizam a reação nuclear de fissão como fonte para geração desta energia. Seu funcionamento e toda estrutura planejada e controlada para que não haja nenhum vazamento da radiação para o meio. Uma proteção física delimitada por grossas camadas de concreto e sistemas que são acionados ao sinal de qualquer situação anormal. A demarcação de áreas em vários níveis, afim de que de acordo com o grau e extensão do acidente a população daquela região possa ser retirada organizadamente e ser conduzida a um local mais seguro sob a supervisão dos órgão responsáveis A polemica do lixo radioativo sua classificação e o que esta sendo adotado por alguns paises. Pesquisas e projetos são desenvolvidos afim de que todo o material considerado lixo, seja colocado em locais seguro ou então num futuro próximo possa ser convertido em algo menos letal para pessoas e o meio ambiente

5 METODOLOGIA Leitura de livros, jornais, revistas, questionários,internet...com base nas páginas acessadas na internet Eletrobrás, CNEM, INB, Eletronuclear, ABEN.e outras.

6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 08 CAPÍTULO I - ELEMENTOS FUNDAMENTAIS...10 1.1 Conceito...10 1.2 - Geração de Energia...10 1.3 - Fissão Nuclear...10 1.4 - Urânio...11 CAPÍTULO II CICLO DO COMBUSTÍVEL NUCLEAR... 14 2.1 Mineração...... 15 2.2 Conversão..... 16 2.3 - Enriquecimento...... 16 2.4 - Reconversão...17 2.5 - Pastilhas...17 2.6 - Elemento Combustível... 18 CAPÍTULO III USINA NUCLEAR...19 3.1- Conceito...19 3.2- Usina Nuclear no Brasil...20 3. 2.1 - Angra 1... 20 3.2. 2 - Angra 2... 21 3. 2.3 - Angra 3... 21 3.3 Eletronuclear... 22 3.4 - Funcionamento e Segurança... 23 3.5 - Circuito primário, secundário e de água de refrigeração... 26 3.6 - Monitoramento do Meio Ambiente... 28 3.7 - Plano de Emergência Externo... 30 3.8 - Plano de Emergência Local... 33 CAPÍTULO IV - REJEITOS NUCLEARES... 34 4.1 - Meia vida... 34

7 4.2 - Lixo Radioativo... 35 CONCLUSÃO... 44 ANEXOS... 46 BIBLIOGRAFIA......52 FOLHA DE AVALIAÇÃO... 54

8 INTRODUÇÃO A preocupação mundial em buscar novas fontes de energia alem daquela gerada a partir das térmicas convencionais que utilizam petróleo e o carvão, combustíveis não renováveis grandes emissores de (CO x e SO x ), incrementam pesquisas e projetos em diversos segmentos. Segundo Gleyson José Silva: Esta enorme dependência de fontes não renováveis de energia tem acarretado, além da preocupação permanente com o esgotamento destas fontes, a emissão de grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, que em 1996 foi da ordem de 23 bilhões de toneladas, aproximadamente o dobro da quantidade emitida em 1965 (a taxa média de crescimento desta emissão verificada na década de 90 foi de 0,5 % ao ano). Como conseqüência, o teor de dióxido de carbono na atmosfera tem aumentado progressivamente, levando muitos especialistas a acreditar que o aumento da temperatura média da biosfera terrestre, que vem sendo observado há algumas décadas, seja devido a um Efeito Estufa provocado por este acréscimo de CO2 e de outros gases na atmosfera, já denominados genericamente gases de efeito estufa, conhecidos mundialmente pela sigla GHG (Greenhouse Gases). Se por um lado não há ainda entre os especialistas um consenso sobre a real existência deste Efeito Estufa, por outro a preocupação com este crescimento do teor de GHG na atmosfera começou a fazer parte de discussões internacionais (Rio-92, Kioto-97, Bonn-2001 e subseqüentes), a ponto de inúmeros países, notadamente aqueles que mais contribuem com as emissões destes gases, já se comprometerem com algum tipo de controle destas emissões, mesmo que até o momento estes compromissos tenham ficado mais ao nível da retórica do que terem provocado ações efetivas dos governos neste sentido. Com o avanço dos estudos novas fontes vão se consolidando algumas delas já alcançaram grandes avanços como a energia eólica, solar, hidráulica, nuclear etc. No Brasil a maior quantidade de energia elétrica produzida provém de usinas hidrelétricas (cerca de 95%) que convertem a energia potencial e cinética das correntes d'água em energia elétrica. o país dispõe de grandes bacias hidrográficas.

9 As regiões mais afastadas dos grandes centros utilizam também energia produzida em termoelétricas e em pequena escala a energia eólica. O mundo caminha para a obtenção da energia a partir de fontes renováveis e não poluidoras. Considerada por muitos como alternativa as geradoras tradicionais, a energia nuclear, chamada também de energia atômica ou termonuclear, é a energia que fica dentro do núcleo do átomo, que pode acontecer pela ruptura ou pela fissão do átomo. Produção limpa não usa a queima de combustíveis, a energia nuclear gera um vapor, que sob pressão, faz girar turbinas que acionam geradores elétricos, combustível barato (comparado a outras fontes de energia) e com pouca quantidade e capaz de obter enorme emissão de energia. Usinas Nucleares não ocupam grandes áreas e independente de condições ambientais/climáticas (não depende do sol, como usinas solares, ou da vazão de um rio, no caso das hidroelétricas) Benefícios a parte o assunto usinas nucleares ainda leva muita polemica: perigo da radiação emitida na produção desta energia, radioatividade dos materiais utilizados, risco de acidente e o que fazer com os resíduos radioativos, pergunta que coloca muitos ambientalista defensores ferrenhos da não utilização desta forma de geração de energia. Novas tecnologias estão sempre surgindo governos procuram demonstrar que usinas nucleares avançaram em segurança, prédios que contem o reator são envolvidos por grossas camadas de concreto, monitoração de ambiente tudo que a de mais de avançado é aplicado em tecnologia de controle procurando tornar este esquema mais rígido desde a extração do urânio até a geração da energia.

10 CAPÍTULO I ELEMENTOS FUNDAMENTAIS 1.1 - CONCEITO Um núcleo de um átomo qualquer é constituído basicamente por prótons e nêutrons ligados, sendo que, por apresentarem a mesma carga (positiva) os prótons tendem a se repelir, uma vés que os nêutrons não possuem carga, para manter-los ligados então é necessário a existência de alguma força que contrabalance esta repulsão, a esta força que mantém prótons e nêutrons juntos no núcleo é a que chamamos de energia nuclear. 1.2 - GERAÇÃO DE ENERGIA Novas pesquisa foram realizadas afim de usufruir desta contida no núcleo do átomo, Segundo Eliezer de Moura Cardoso: energia Uma vez constatada a existência da energia nuclear, restava descobrir como utilizá-la. A forma imaginada para liberar a energia nuclear baseou-se na possibilidade de parti-se ou dividir-se o núcleo de um átomo pesado, isto é, com muitos prótons e nêutrons, em dois núcleos menores, através do impacto de um nêutron. A energia que mantinha juntos esses núcleos menores, antes constituindo um só núcleo maior, seria liberada, na maior parte, em forma de calor (energia térmica). 1.3 - FISSÃO NUCLEAR A palavra "fissão" significa "divisão". A fissão nuclear acontece quando um átomo é bombardeado com nêutrons, obtendo dois núcleos menores com

11 uma grande liberação de energia. Alberto Ricardo Prass define este processo da seguinte maneira: É uma forma especial de reação atômica em que os núcleos dos elementos pesados, o uránio ou o plutônio por exemplo ao absorverem o neutron passam a um estado de forte excitação. Passado um curto periodo dividem se em dois fragmentos, que são os núcleos dos átomos dos elementos situados a meio da tabela periódica de Mendeleieff, lançando neste caso uma série de particulas em léque: elétrons, fótons, raios gamas e dois ou três neutrons rapidos. Tambem se liberta a energia cinética dos fragmentos que se dispersam e de outras particulas de 200 Mev aproximadamente. Alguns neutrons livres que ficam em excesso para os núcleos dos novos átomos formados, podem em certas condições, começar cada um a sua cadeia de fissões dos núcleos vizinhos dos átomos de uranio ou plutônio, em consequência do que pode surgir na massa destas substâncias uma reação de fissão nuclear em cadeia automultiplicada. (PRASS,XXX,XX) Eliezer de Moura Cardozo procura explicar a fissão nuclear fazendo uma analogia: Seria como jogar uma bolinha de vidro (um nêutron) contra várias outras agrupadas (o núcleo). 1.4 - Urânio Metal de transição interna, de numero atômico 92 (noventa e dois) e massa atômica 238,04. Elemento Químico de símbolo U, Pertence ao grupo dos actinídeos. É o elemento natural de maior numero atômico. Sua massa específica é de 19,04 g/cm³ foi descoberto em 1789 pelo alemão Martin Heinrich Klaproth. Historicamente segundo o site http://pt.wikipedia.org: Pensava-se que a uraninita era um minério de zinco, ferro ou tungsténio. No entanto, Klaphroth, em 1789, comprovou a existência de uma "substância semi-metálica" neste minério. Chamou ao metal "urânio" em honra da descoberta feita por Herschel em 1781 do planeta Urano. Mais tarde, Peligot provou que Klaphroth apenas tinha conseguido isolar o óxido e não o metal, e em 1842 conseguiu isolar o urânio metálico. O urânio foi o primeiro elemento onde se descobriu a propriedade da radioatividade. Esta descoberta foi feita por Becquerel em 1896.Em 1934, Enrico Fermi e os seus colaboradores observaram que o bombardeamento de urânio com nêutrons, produzia emissão de partículas alfa. Esta reação só seria explicada em 1938, por Otto Hahn e Fritz Strassmann. Estes investigadores concluíram que o urânio bombardeado com nêutrons

12 dava origem a isótopos de elementos mais leves, como o kriptônio ou o bário, por fissão do seu núcleo, libertando-se uma grande quantidade de energia. Entretanto, Fermi sugeriu que a fissão produzia novos nêutrons que poderiam originar novas fissões noutros núcleos e assim tornar a reação auto-sustentada. Este fato foi comprovado por F. Joliot, Leo Szilard e H.L. Anderson, em 1939.A primeira reação nuclear de fissão auto-sustentada foi realizada por Fermi, na Universidade de Chicago, em Dezembro de 1942. Para tal, Fermi e os seus colaboradores, utilizaram 400 toneladas de grafite, seis toneladas de urânio e 58 toneladas de óxido de urânio.o primeiro teste de uma arma nuclear baseada na fissão do urânio foi realizado em Alamogordo, Novo México, em Julho de 1945. O urânio presente na natureza apresenta átomos que têm em seu núcleo 92 prótons e 143 nêutrons (92+143= 235), átomos com 92 prótons e 142 nêutrons (92+142=234) e outros ainda, com 92 prótons e 146 nêutrons (92+146=238), Esses átomos considerados quimicamente iguais, são denominados isótopos do urânio uma vez que, no núcleo apenas o numero de nêutrons varia sendo prótons e elétrons constantes (92). Para diferenciá-los, usa-se o símbolo químico do elemento e um número, correspondente ao seu peso atômico: Isótopo U-234, Isótopo U-238 e Isótopo U-235 este ultimo altamente fissionável. O urânio 235 é muito mais radioativo do que o urânio 238, sendo o decaimento deste muito mais longo do que o do U 235. Segundo o site http://ciencia.hsw.uol.com.br/energia-nuclear.htm: O urânio-235 tem uma propriedade interessante que o torna útil tanto para produção de energia nuclear quanto para a produção de uma bomba nuclear. O U-235 decai naturalmente, assim como o U-238, por radiação alfa, e também sofre fissão espontânea por um pequeno percentual do tempo. Contudo, o U-235 é um dos poucos materiais que podem sofrer fissão induzida. Se um nêutron livre atravessar um núcleo de U-235, o núcleo absorverá o nêutron sem hesitação, se tornará instável e se dividirá imediatamente. O urânio encontrado na natureza sob a forma de dióxido de urânio (UO2), é composto de 99,3% do isótopo U-238, e apenas 0,7% de sua massa é composta pelo isótopo U-235 urânio físsil, o mais adequado para produção de energia. Para gerar energia nas usinas, o combustível deve apresentar o urânio-235 na proporção entre 2% e 3%. Como o minério contém apenas

13 0,7%, o urânio deve passar por um processamento de elevação do teor desse isótopo no qual chamamos enriquecimento ou seja, a separação do urânio físsil do urânio não físsil. Existem alguns métodos de separação de isótopos que já vêm sendo utilizados: Difusão Gasosa,Ultracentrifugação, Jato Centrifugo e um processo a Laser.. (em fase de pesquisa). Segundo Craig C. Freudenrich no site http://ciencia.hsw.uol.com.br/ bomba-nuclear.htm: [...] O urânio-235 possui uma propriedade extra que o habilita tanto para geração de energia nuclear como para a geração de uma bomba nuclear. O U-235 é um dos poucos materiais que suportam a fissão induzida. Caso um nêutron livre adentre um núcleo de U-235, ele será absorvido imediatamente, tornando o núcleo instável e levando-o a fissurar [...] Uma concentração de urânio235 muito elevada (acima de 90%), pode ocasionar uma reação em cadeia sem controle da fissão nuclear passando a constituir-se em uma explosão: é a bomba atômica. Assim sendo, o domínio da tecnologia de enriquecimento é vista como um grande passo para a fabricação de armas nucleares, o que leva a um controle rígido de organismo internacionais em relação a tecnologia e seu uso.

14 CAPÍTULO II CICLO DO COMBUSTÍVEL NUCLEAR Trata de um conjunto de etapas, especialmente do urânio, desde a mineração até sua utilização como combustível, no interior de uma central nuclear. O monopólio da mineração, da produção e do comércio de materiais nucleares pertence a União, expresso na Constituição: [...] Art. 21. Compete à União: XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;[...] b)... Sobre a matéria a Lei nº 4.118, alterada pela Lei nº 6.189, de 16 de dezembro de 1974 cria a Comissão Nacional de Energia Nuclear 1, e dá outras providências A União, através da CNEN, passa a exercer exercer as funções de orientação, planejamento, supervisão, fiscalização e pesquisa científica em matéria nuclear. 1 A CNEN é uma autarquia federal criada em 10 de outubro de 1956 e vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Como órgão superior de planejamento, orientação, supervisão e fiscalização, estabelece normas e regulamentos em radioproteção e licencia, fiscaliza e controla a atividade nuclear no Brasil. A CNEN desenvolve ainda pesquisas na utilização de técnicas nucleares em benefício da sociedade. - http://www.cnen.gov.br/acnen/atividades.asp

15 2.1 - Mineração Encontram-se vestígios de urânio em quase todas as rochas sedimentares da crosta terrestre, segundo o site das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) o minério de urânio é: [...] toda concentração natural de mineral ou minerais na qual o urânio ocorre em proporções e condições tais que permitam sua exploração econômica. O urânio se distribui sobre toda a crosta terrestre, como constituinte da maioria das rochas. Não tem uma cor característica, pode ser amarelo, marrom, ocre branco, cinza... as muitas cores da terra. O que o diferencia de outros minerais é a sua propriedade física de emitir partículas radioativas, a radioatividade, que é aproveitada para produzir calor e gerar energia. O Brasil possui uma das maiores reservas 1 de urânio do mundo. De acordo com a INB: O País registra a sétima maior reserva geológica de urânio do mundo. Com cerca de 309.000t de U 3 O 8 nos Estados da Bahia, Ceará, Paraná e Minas Gerais, entre outras ocorrências. As reservas geológicas brasileiras evoluíram de 9.400 toneladas, conhecidas em 1975, para a atual quantidade, podendo certamente serem ampliadas com novos trabalhos de prospecção e pesquisa mineral já que esses foram realizados em apenas 25% do território nacional. Primeira etapa do ciclo do combustível. Descoberta a jazida e feita sua avaliação econômica (prospecção e pesquisa) inicia-se o processo de mineração e o beneficiamento. O Beneficiamento é descrito com muita propriedade pelo site http://www.inb.gov.br/ciclo/ciclomineracao.asp# Na usina de beneficiamento o urânio é extraído do minério, purificado e concentrado sob a forma de um sal de cor amarela, conhecido como "yellowcake", matéria prima para produção da energia gerada em um reator nuclear. 2.2 - Conversão Processo que consiste na conversão do yellowcake (óxido de urânio - U3O8) em hexafluoreto de urânio (UF6). Segundo o INB

16 Na usina de conversão, o urânio sob a forma de yellowcake, é dissolvido e purificado, obtendo-se então o urânio nuclearmente puro. A seguir, é convertido para o estado gasoso, o hexafluoreto de urânio (UF 6 ), para permitir a transformação. 2.3 - Enriquecimento A operação de enriquecimento do urânio tem por objetivo aumentar a concentração do urânio 235 acima da natural - o urânio natural contém apenas 0,7% de urânio 235. De acordo com o INB Vários processos de enriquecimento foram desenvolvidos em laboratórios, mas somente dois deles operam em larga escala industrial: a difusão gasosa e a ultracentrifugação. [...] Este processo físico de separar os isótopos do urânio 235 e 238 denominado ultracentrifugação é definido pela INB como: A ultracentrífuga a gás (no caso UF 6 ) é um cilindro vertical fino que gira a uma velocidade extremamente alta dentro de uma carcaça com vácuo. Um campo de força ultracentrífuga gerado dentro do cilindro em rotação (rotor) separa os diferentes isótopos ao longo da direção radial. Um fluxo axial de contracorrente é estabelecido para aumentar a separação dos isótopos.[...] 2.4- Reconversão Reconversão é o retorno do gás hexafluoreto de urânio (UF 6 )ao estado sólido, sob a forma de pó de dióxido de urânio (UO 2 ). O site http://www.inb.gov.br/ciclo/cicloreconversao.asp define reconversão como Reconverter gás em pó é concentrar o urânio de maneira apropriada para sua utilização como combustível. No Brasil esta etapa é realizada em Rezende desde 1999 A este pó é misturado outro composto de urânio U308 processo denominado (homogeneização). O processo é descrito pela INB: 1 Figura 1 do Anexo 1

17 Em recipientes cilíndricos, o urânio enriquecido na forma de gás é levado para aquecimento na autoclave. Em um tanque contendo água desmineralizada a 100ºC, o gás UF 6 é misturado com dois outros gases: o gás carbônico (CO 2 ) e o gás amoníaco (NH 3 ). A reação química entre eles produz tricarbonato de amônio e uranila (TCAU), componente sólido amarelo insolúvel em água. Após o processo de secagem do TCAU, ele é transportado para um forno, a 600º C. Depois de passar pelo forno, o produto gerado é o pó dióxido de urânio (UO 2 ). Depois de estabilizado, o UO 2 é transportado para homogenizadores, onde a ele é adicionado outros compostos de urânio, estando pronto para a fabricação de pastilhas de urânio. No mundo existem em operação comercial oito fábricas de conversão para UO 2, localizadas em sete países País Quant. Usinas Reino Unido 2 França 1 Canadá 1 Argentina 1 Brasil 1 Índia 1 Paquistão 1 Fonte NFCIS,IAEA, 2006 2.5- Pastilhas Após o processo de mistura com U 3 O 8, o pó de UO 2 passará por uma prensa, resultando em pastilhas de cerca de 1 centímetro de diâmetro por 1 centímetro de comprimento, este processo é descrito pela INB: Após o processo de homogenização, o pó de UO 2 é transportado para uma prensa rotativa automática, onde são produzidas as chamadas pastilhas verdes, que recebem este nome por ainda não terem sido sinterizadas. Para ganhar rigidez, as pastilhas são encaminhadas para

18 um forno de sinterização e aquecidas a 1750ºC para adquirir a resistência necessária às condições de operação a que serão submetidas dentro do reator de uma usina nuclear. Antes de seguirem para a montagem dos elementos combustíveis, as pastilhas passam por uma retificação para ajuste de suas dimensões e pela verificação de medição a laser, este último que rejeita as de circunferência fora do padrão. As pastilhas aprovadas são acondicionadas em caixas e levadas para a montagem dos elementos combustíveis. 2.6 - Elemento Combustível As pastilhas dióxido de urânio serão acondicionadas em tubos de uma liga metálica especial, o zircaloy, formando o elemento combustível, um conjunto de 235 varetas, cuja estrutura é mantida rígida por reticulados chamados de grades espaçadoras. O elemento combustível é a fonte geradora do calor resultante da fissão de núcleos de átomos de urânio e, conseqüentemente, o vapor que moverá turbinas produzindo energia elétrica. Segundo a INB, uma única vareta pode suprir 42 mil residências com energia elétrica por um mês.

19 CAPÍTULO III USINA NUCLEAR 3.1- Conceito Usina Nuclear também conhecida como Central Nuclear ou ainda Centrais Termonucleares utiliza da fissão do átomo de urânio para gerar energia (calor), que movimentará um alternador e produzira eletricidade. São usinas geradoras de energia elétrica comercialmente consumível A energia resultante não difere da energia elétrica produzida por uma fonte convencional a diferença esta na enorme quantidade de energia que pode ser obtida utilizando pouco material combustível. 3.2- Usina Nuclear no Brasil A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é formada pelo conjunto das usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3 Recebeu este nome em homenagem ao pesquisador pioneiro da tecnologia nuclear no Brasil e primeiro presidente do CNPq, então Conselho Nacional de Pesquisas, o Almirante Álvaro Alberto 1. A Central Nuclear está localizada às margens da rodovia Rio-Santos, na praia de Itaorna, aproximadamente a meio caminho entre os municípios de Angra dos Reis e Paraty, no Estado do Rio de Janeiro. Um dos motivos pela escolha do município de Angra dos Reis foi sua localização junto ao mar, a água movimenta e refrigera a Usina,e proximidade com grandes centros consumidores de energia do pais: São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, evitando perdas de energia em longas linha de transmissão.: 1 Primeiro presidente do CNPq também foi representante brasileiro na Comissão de Energia Atômica (CEA) DAS Nações Unidas e presidiu a Academia Brasileira de Ciências (ABC)

20 Segundo sitehttp://www.eletronuclear.gov.br/tecnologia/index.php?idsec ao=2&idcategoria=21 : Atualmente estão em operação as usinas Angra 1, com capacidade para geração de 657 megawatts elétricos, e Angra 2, de 1350 megawatts elétricos. Angra 3, que será praticamente uma réplica de Angra 2 (incorporando os avanços tecnológicos ocorridos desde a construção desta usina), também está prevista para gerar 1350 megawatts. A Central abriga ainda subestações elétricas operadas por Furnas Centrais Elétricas S.A., os depósitos de armazenamento de rejeitos de baixa e média atividade, e diversas instalações auxiliares. Além das instalações das usinas de Angra 1 e 2, e da obra da futura Usina de Angra 3, o Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) (...) considera 1 segundo a Eletronuclear: (...) em seus diversos cenários, um mínimo de quatro e um máximo de oito novas usinas nucleares até 2030, além de Angra 3, que já havia sido incluída no Plano Decenal (2006-2015).(...) 3.2.1- Angra 1 Ocupa uma área que de acordo com a eletronuclear é de 33.646,51 m2. está situada na Praia de Itaorna, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Sua construção iniciou em 1972 começando a operar comercialmente apenas em 01 janeiro de 1985. com uma potência de 657MW. Após um início caracterizado por uma série de problemas recebendo inclusive o o apelido de vaga-lume opera hoje, depois de todos problemas solucionados efetivamente ao longo de vários anos, desempenho compatíveis com a prática internacional. O Site da eletronuclear define Angra 1 como: em padrões de A primeira usina nuclear brasileira opera com um reator do tipo PWR (água pressurizada), que é o mais utilizado no mundo. Desde 1985, quando entrou em operação comercial, Angra 1 gera energia suficiente para suprir uma capital como Vitória ou Florianópolis, com 1milhão de habitantes.esta primeira usina nuclear foi adquirida sob a forma de turn key, como um pacote fechado, que não previa transferência de tecnologia por parte dos fornecedores. No entanto, a experiência acumulada pela Eletronuclear em todos esses anos de operação comercial, com indicadores de eficiência que 1 Anexo 01 tabela 01

21 superam o de muitas usinas similares, permite que a empresa tenha, hoje, a capacidade de realizar um programa contínuo de melhoria tecnológica e incorporar os mais recentes avanços da indústria nuclear. Como, por exemplo, realizar a troca de dois dos principais equipamentos de Angra 1, os geradores de vapor. Com esses novos equipamentos, a vida útil de Angra 1 se prolongará e a usina estará apta a gerar mais energia para o Brasil. 3..2.2 - ANGRA 2 É a segunda das usinas nuclerares que deram origem a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Ocupa uma área que de acordo com a eletronuclear é de 93.802,74 m2., com uma potência de 1.350 megawatts. Começou a operar comercialmente no dia 01 de fevereiro de 2001 depois de ter sua construção ameaçada devido sobretudo a problemas financeiros, que atrasaram todo um cronograma previamente definido. Angra 2 define o site da eletronuclear: Fruto de um acordo nuclear Brasil-Alemanha, a construção e a operação de Angra 2 ocorreram conjuntamente à transferência de tecnologia para o país, o que levou também o Brasil a um desenvolvimento tecnológico próprio, do qual resultou o domínio sobre praticamente todas as etapas de fabricação do combustível nuclear. Desse modo, a Eletronuclear e a indústria nuclear nacional reúnem, hoje, profissionais qualificados e sintonizados com o estado da arte do setor. Angra 2 opera com um reator tipo PWR (Pressurizer Water Reactor, i.e., reator à água pressurizada) e sua potência nominal é de 1350 MW. Angra 2, sozinha, poderia atender ao consumo de uma região metropolitana do tamanho de Curitiba, com dois milhões de habitantes. Como tem o maior gerador elétrico do hemisfério Sul, Angra 2 contribui decisivamente com sua energia para que os reservatórios de água que abastecem as hidrelétricas sejam mantidos em níveis que não comprometam o fornecimento de eletricidade da região economicamente mais importante do país, o Sudeste.

22 3.2.3 - Angra 3 Considerada um dos mais importante investimento do setor elétrico brasileiro. Quase idêntica a Angra 2 terá como diferença marcante de acordo com o site http://www.eletronuclear.gov.br/perguntas_respostas /GUIA_2008.pdf: A principal diferença entre Angra 2 e Angra 3 é que esta terá um sistema de instrumentação e sala de controle digitais, em substituição à analógica do contrato existênte. Além disso, será erguida sobre rochas, enquanto sua irmã gêmea foi construida sobre estacas Começou ser construída em 1984, e após um longo tempo de paralisação o Governo através do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou no dia 25 de junho de 2007, resolução, retomando a obra. A eletronuclear site em seu site argumentos técnicos baseados no qual o CNPE usou para justificar o conclusão de Angra 3: O consumo de energia elétrica no Brasil continua apresentado elevada taxa anual de crescimento, em geral superior ao crescimento do PIB, caracterizando elevada elasticidade. Tal fato se intensifica à medida que se melhora a renda das populações mais pobre e o país alcança maturidade no seu desenvolvimento econômico e social. A análise do horizonte de 2006/2015, conforme os estudos Plano Decenal, indica que a opção nuclear será necessária para o atendimento do mercado de energia elétrica nacional, a partir do ano 2014. Isto devido ao seu porte, sua geração de base, com toda a sua disponibilidade, quando do inicio de sua operação. A sua retirada do programa, no horizonte decenal, exigiria a inclusão de usinas térmicas a gás natural, que não seria uma solução adequada, devido as dificuldades de garantia do suprimento do combustível, a perspectiva de elevação do seu custo e a dependência energética do país da importação do gás natural. Para o atendimento do mercado do Sistema Interligado Nacional (SIN), uma das vantagens da Usina Nuclear Angra 3 é o fato de esta gerar toda a sua disponibilidade desde o ínicio de sua operação, ao contrario das usinas hidrelétricas que levam um longo tempo na fase de motorização quando o numero de unidades geradoras é elevado, O estudo mencionado considera crescimento do PIB de 4%, enquanto que o atual esforço do Governo, com o PAC, prevê um PIB

23 crescendo a taxa media de 5 % ao ano, o que acarretará um acrescimento adicional do mercado de energia e, em consequência, maior oferta de geração para fazer façe a esta demanda. 3.3 - Eletronuclear A operação e construção 1 destas usinas no país ficam a cargo da Eletrobrás Termonuclear ( Eletronuclear), subsidiária da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. ( Eletrobrás) uma sociedade anômima de economia mista criada em 1997 a partir da fusão entre a antiga Diretoria Nuclear de Furnas e Nuclebrás Engenharia (Nuclen). Atualmente opera as duas usinas nucleares da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), Angra 1 e Angra 2, no município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro com a capacidade instalada total de 2.007 MW. 3.4 - Funcionamento e Segurança GUIA_2008.pdf Segundo o site ttp://www.eletronuclear.gov.br/perguntas_respostas/ Uma usina nuclear funciona como uma usina térmica convencional; só que, para gerar o calor, não usa combustão de carvão, óleo ou gás. A matéria- prima da úsina é o urânio, que é extraido no Brasil, em sua maioria da mina de Caetité, na Bahia. Os elementos combustíveis das usinas são compostos por varetas cheias de pequenas pastilhas cerâmicas de diôxido de urânio. A geração de energia começa com a fissão dos átomos de urânio dentro do núcleo do reator. Essa fissão gera calor e aquece a água do sistema primário. No Gerador de Vapor, essa água aquece a água do sistema secundário, transformando-a em vapor. Após movimentar a turbina, esse vapor passa pelo condensador, onde é resfriado pela água do mar (sistema terciário) e retorna ao Gerador de Vapor. O Gerador elétrico acoplado ao eixo da turbina produz a eletricidade que abastece a rede de energia elétrica. É importante salientar que todos os sistemas de circulação de água são independentes, não havendo contato direto entre eles Reator Nuclear é uma câmara blindada de resfriamento hermética, onde ocorre uma reação de fissão nuclear para obtenção de energia. 1 De acordo com a Constituição Federal, art. 225, paragrafo 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

24 Para gerar uma grande potencia basta uma quantidade não muito grande de material (urânio). Eliezer de Moura Cardoso explicita com muita propriedade que: Um Reator Nuclear para gerar energia elétrica é, na verdade, uma Central Térmica, onde a fonte de calor é o urânio-235, em vez de óleo combustível ou de carvão. É, portanto, uma Central Térmica Nuclear. O Reator de Angra 1 e Angra 2 é conhecido como PWR (Pressurized Water Reactor = Reator a Água Pressurizada) apresentando água sobre alta pressão. Este reator segundo a eletronuclear: [...] é projetado para ter caracteristicas de auto regulação, isto é, com o aumento de temperatura há uma diminuição de potência, exatamente para funcionar como freio automático contra aumentos repentinos de potência. Explicando o processo da colocação do mecanismo de geração de energia no interior do reator, Eliezer de Moura Cardoso começa explicando que O urânio enriquecido a cerca de 3,2% em urânio-235, é colocado, em forma de pastilhas de 1cm de diâmetro, dentro de tubos ( varetas ) de 4m de comprimento, feitas de uma liga especial de zircônio, denominada zircalloy Segundo Eliezer de Moura Cardoso: As varetas são fechadas, com objetivo de não deixar escapar o material nelas contido (o urânio e os elementos resultantes da fissão) e podem suportar altas temperaturas. Os elementos resultantes da fissão nuclear (produtos de fissão ou fragmentos da fissão ) são radioativos, isto é, emitem radiações e, por isso, devem ficar retidos no interior do reator. Conclui Eliezer de Moura Cardoso: A Vareta de Combustível é a primeira barreira que serve para impedir a saída de material radioativo para o meio ambiente.

25 Segundo o site da eletronuclear [...] Na eventualidade de microfissuras em algumas varetas do elemento combustível, existem sistemas de purificação e desgaseificação dimensionados para o reator continuar operando com segurança. O sistema de refrigeração do reator funciona como uma barreira estanque, evitando a liberação de substâncias radioatívas [...]. Os tubos (varetas de combustível) contendo as pastilhas de dióxido de urânio são agrupados em conjunto numa estrutura rígida denominada elemento combustível. De acordo com o site das Industrias Nucleares Brasileiras ( INB): Os vários elementos combustíveis, inseridos no núcleo do reator, produzem calor que será transformado em energia. Cada elemento combustível, supre de energia elétrica 42.000 residências de porte médio, durante um mês. Elemento Combustível Angra 1 Angra 2 quantidade 121 193 varetas 28.435 45.548 pastilhas 10,5 milhões 17,5 milhões comprimento 4,00m 5,00m peso - urânio 411 kg 543 kg peso - total 600 kg 840 kg Fonte INB ( http://www.inb.gov.br/elemento.asp ) O neutron é o elemento causador da fissão controlar a reação em cadeia, é, eliminar o nêutron, não havendo nêutrons disponíveis não haverá reação de fissão. No Núcleo do Reator, são inseridas as Barras de Controle geralmente de boro ou cádmio com a finalidade de absorver os nêutrons, elas são introduzidas e retiradas de acordo com a necessidade de se estabilizar a reação, explica Eliezer de Moura Cardoso: Na estrutura do Elemento Combustível existem tubos guias, por onde podem passar as Barras de Controle, geralmente feitas de cádmio, material que absorve neutrons, com o objetivo de controlar a reação

26 de fissão nuclear em cadeia.quando as barras de controle estão totalmente para fora, o Reator esta trabalhando no máximo de sua capacidade de gerar energia térmica. Quando elas estão totalmente dentro da estrutura do Elemento Combustivel, o Reator esta parado (não há reação de fissão em cadeia). O núcleo do reator com os elementos combustíveis estão dentro de um forte recipiente de aço denominado Vaso de Pressão do Reator (VPR) é a onde se da reação nuclear de energia. Segundo Eliezer de Moura Cardoso: O Vaso de Pressão do Reator é a segunda barreira física que serve para impedir a saída de material radioativo para o meio ambiente. 3.5 - Circuito primário, secundário e de água de refrigeração Fig 2 - Fonte Nuctec (http://www.nuctec.com.br/) Uma Usina Nuclear possui três circuitos de água: primário, secundário e de água de refrigeração (terciário), este ultimo consiste da água do mar que entra e sai do sistema esfriando o vapor do condensador. O circuito é fechado isto é funcionam independente.

27 Segundo Eliezer de Moura Cardoso: A independência entre o Circuito Primário e o Circuito Secundário tem o objetivo de evitar que danificando-se uma ou mais varetas, o material radioativo (urânio e produtos de fissão) passe para o Circuito Secundário, ele ainda conclui com uma observação: É interessante mencionar que a própria água do Circuito Primário é radioativa. O funcionamento destes circuitos de água e descrito pelo site http://www.nuctec.com.br/educacional/funcionam.html: Uma Usina Nuclear possui três circuitos de água: primário, secundário e de água de refrigeração. Esses circuitos são independentes um do outro; ou seja, a água de cada um deles não entra em contato direto com a do outro. No interior do vaso do reator, que faz parte do circuito primário, a água é aquecida pela energia térmica liberada pela fissão dos átomos de urânio. O calor dessa água é transferido para a água contida no gerador de vapor, que faz parte do circuito secundário. O vapor então produzido é utilizado para movimentar a turbina, a cujo eixo está acoplado o gerador elétrico, resultando então em energia elétrica. A água do circuito primário é aquecida até cerca de 305 o C; sua pressão é mantida em torno de 157 kgf/cm 2 (1kgf/cm 2 = 1 atmosfera), para que permaneça no estado líquido. Para se ter uma idéia deste valor de pressão, vale lembar que 1 kgf/cm 2 é uma pressão equivalente a uma coluna de 10 m de água, logo 157 Kgf/cm 2 é equivalente a uma coluna de aproximadamente 1,5 km. O vapor é condensado através de troca de calor com a água de refrigeração. A água condensada é bombeada de volta ao gerador de vapor, para um novo ciclo. Destinado a conter os gases ou vapores que possivelmente venham a ser liberados, os componentes do sistema do reator a água pressurizada estão envolvidos por uma grande estrutura de aço denominado Contenção. Segundo o site da eletronuclear [...] Tal barreira é projetada para evitar qualquer liberação de radioatividade no caso do mais sério acidente de falha da refrigeração do núcleo do reator, em que se assume a ruptura total da tubulação do sistema de refrigeração do reator, com toda a água de refrigeração sendo descarregada e contida dentro do prédio de contenção. Eliezer de Moura Cardoso destaca que No caso de Angra 1, a Contenção tem a forma de um tubo (cilindro). Em Angra 2 é esférico observa

28 ele ainda: A Contenção é a terceira barreira que serve para impedir a saída de material radioativo para o meio ambiente. Fig 3 - Fonte Apostila CNEN http://www.cnen.gov.br/ensino/apostilas/energia.pdf Abrigando a Contenção um ultimo envoltório construído em concreto o chamado Edifício do Reator. Projetado para resistir a eventuais terremotos e ondas de pressão de explosões. É considerado segundo Eliezer de Moura Cardoso: [...] a quarta barreira física que serve para impedir a saída de material radioativo para o meio ambiente [...] Este Edifício apresenta em seu interior uma pressão abaixo da pressão atmosférica externa afim de impedir que os produtos radioativos possam escapar de dentro da usina para o meio ambiente Alem das barreiras de concreto e aço que protegem a Usina, define o site http://www.eletronuclear.gov.br/perguntas_respostas/guia_2008.pdf As Usinas Nucleares possuem sistemas de segurança redundantes, independentes e fisicamente separados, em condição de prevenir acidentes e, também, de resfriar o núcleo do Reator e os Geradores de Vapor em situações normais ou de emergência. Na situação improvável de perda de controle do reator em operação normal, esses sistemas independêntes de segurança entram automaticamente em ação para impedir condições operacionais inadmissíveis

29 3.6 - Monitoramento do Meio Ambiente A Eletrononuclear, por meio do Laboratório de Monitoração Ambiental, analisa sistematicamente as possíveis influências da usina na fauna e na flora da região. O acompanhamento dos níveis de radiação e de possíveis interferências no meio ambiente é feito por meio de análises de amostras marinhas, terrestres e do ar. De acordo com a Eletronuclear Os resultados obtidos ao longo desses anos confirmam as doses preconizadas pelas normas da CNEN, [...] Em 29 de julho de 1980 foi assinado o Decreto 84793 que determinou que as usinas nucleares deverão ser localizadas em áreas delimitadas como estações ecológicas. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição, e CONSIDERANDO a necessidade de conservação do meio ambiente e uso racional dos recursos naturais; CONSIDERANDO o imperativo de continuidade do Programa Nuclear Brasileiro; CONSIDERANDO que os estudos necessários para a localização e funcionamento de instalações nucleares incluem avaliações pormenorizadas que fazem parte das atividades desenvolvidas em uma Estação Ecológica; CONSIDERANDO que a co-localização de uma Central Nuclear e de uma Estação Ecológica permitirá estabelecer um excelente mecanismo para acompanhamento preciso das características do meio ambiente, Decreta: Art. 1º As Usinas Nucleares deverão ser localizadas em áreas delimitadas como estações ecológicas. Art. 2º O Ministério das Minas e Energia e o Ministério do Interior ficam autorizados a promover as medidas indispensáveis ao cumprimento do disposto no artigo anterior. Art. 3º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Brasília, em 29 de julho de 1980; 159º da Independência e 92º da República. JOÃO FIGUEIREDO Cesar Cals Filho

30 Mário David Andreazza Danilo Venturini Segundo Paulo Afonso Leme Machado: O Governo Brasileiro usou como fundamento do decreto as seguintes razões: 1) necessidade de conservação do meio ambiente e uso racional dos recursos naturais; 2) imperativo da continuidade do programa nuclear brasileiro; 3) necessidade de que as instalações nucleares incluam avaliações pormenorixadas que fazem parte das atividades desenvolvidas em uma estação ecologica; 4) a co-localização da central nuclear com a estação ecológica estabelecerá excelente mecanismo para acompanhamento preciso das caracteristicas dso meio ambiente.. 3.7 - Plano de Emergência Externo O Plano de Emergência é pré-condição para a operação de Centrais Nucleares. Em todo mundo o planejamento da evacuação tem sido o um dos temas mais debatido das instalações nucleares. No Brasil elaborado em 1978 a fim de atender requisitos para licenciamento de Angra 1 o Plano de Emergência desde então sofreu diversas modificações ate que em 1994 com o nome Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro (PEE/RJ) foi acordado, inclusive com uma participação efetiva de órgãos sediados na região de Angra dos Reis, principalmente sua Defesa Civil.De acordo com a Eletronuclear: [...] As Ações especificadas nesse plano, coordenadas pela Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, sob a supervisão geral do órgão Central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON) e a supervisão técnica da CNEN, envolvem, também, a participação das seguintes organizações: Exército, Marinha, Aeronáutica, Agência Brasileira de Inteligência (ABIn), Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (DNIT), Policia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Defesa Civil de Angra dos Reis, Defesa Civil de Paraty, empresa de eletricidade e empresa de transporte urbana da região alem de outras secretarias estaduais e municipais.

31 Periodicamente são feitas simulações afim de aperfeiçoar as medidas e entrosar os diversos órgãos envolvidos no exercício. Especifica a eletronuclear [...], são realizados, anualmente, nos anos pares os Exercícios de Emergência Parcial, quando são testadas, entre outras ações previstas no PEE/RJ, a eficácia da cadeia de comunicações e a eficiência da ativação dos Centros de Emergência, e nos anos ímpares os Exercícios de Emergência Geral, quando são colocados em prática e testadas todas as ações revistas no plano, inclusive a capacidade de mobilização de meios em pessoal e material, a disseminação de informações ao público e à imprensa ; a ativação de alguns abrigos e até mesmo a evacuação de voluntários residentes nas proximidades da CNAAA, embora, na reallidade, a possibilidade de a população ter que ser removida seja uma hipótese muitíssimo remota. Neste plano existe as chamadas Zonas de Planejamento de Emergência (ZPEs) compreendidas dentro dos limites de um círculo de raio de 3 Km, 5 Km,10 Km e 15 Km denominadas, ZPE-3, ZPE-5, ZPE-10 e ZPE-15 respectivamente, com centro na Unidade I da CNAAA, estas áreas determinam ações especificas a serem adotadas no caso de uma emergência Figura 4 Fonte Eletronuclear http://www.eletronuclear.gov.br/perguntas_respostas/guia_2008.pdf Segundo o PEE/RJ

32 [...] A evacuação preventiva da população é uma medida de proteção eficaz até um raio de 5 km em torno da Usina. A partir desta distância não sera obtido qualquer beneficio adicional com a evacuação preventiva, Desta forma, para as ZPE-10 e ZPE-15 é preferivel recomendar, a curto prazo, que a população se mantenha abrigada [...]. Completando ao exposto a Eletronuclear define: O Plano de Emergência Externo preve as ações preventivas e urgentes de remoção da população num raio de 3 kme, em caso de agravamento do acidente,também num raio de 5 km, Nessas zonas é que estão instaladas as sirenes 1 para notificação da população. As ZPE-10 e 15 são consideradas zonas de controle ambiental, onde não são previstas medidas de proteção urgentes e preventivas e sim medidas baseadas numa monitoração do meio ambiente. 3.8 - Plano de Emergência Local Dotadas de barreiras físicas e sofisticados sistemas de proteção que as coloca em condições de suportar os mais variados tipos de problemas sem que sejam liberados material radioativo para o meio externo, o ambiente próximo as usinas foi contemplado ainda com medidas de segurança adicional denominado Plano de Emergência Local (PEL), elaborado pala Eletrobrás consiste em: [...] estabelecer medidas para, em qualquer situação de emergência radiológica em Angra 1 e /ou Angra 2, proteger a saúde e garantir a segurança dos trabalhadores das Usinas e do público em geral presente na área de Propriedade da Eletronuclear, isto é, a Vila Residêncial de Praia Brava, Itaorna, onde se encontra a CNAAA, e Piraquara de Fora. Esse Plano da Eletronuclear que visa a prepará-la para enfrentar uma situação de emergência radiológia na CNAAA e que contêm ações a serem aplicadas na sua Área de Propriedade contempla, ainda, o apoio a ser prestado à Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro e à CNEN nas ZPE-3 e ZPE-5. [...} A evacuação de funcionários e de habitantes da região obedeceria a procedimento já predeterminado e exercitados a cada dois anos com todos os órgão envolvidos numa possível situação de emergência Segundo a eletronuclear 1 Figura 3 e 4 anexo 1

33 [...]Existe um modelo internacional de classificação de emêrgências para as Usinas Nucleares que prevê ações sempre preventivas e antecipatórias. A primeira, denominada ENU, é uma condição anormal na usina sem nenhuama possibilidade de liberação de material radioativo para o meio ambiente. Na segunda, intitulada Alerta, serão ativados os Centros de Emergência internos das usinas, e os externos, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro e Brasilia sem a necessidade de ações de evacuação dos trabalhadores nem da população. Na Emergência de Área os trabalhadores não envolvidos com a Emergência são retirados das usinas, conforme estabelece o PEL. No caso de Emergência Geral, a população da ZEP-3 sera evacuada para a ZEP-5 e, no caso de um agravamento, a população da ZP-5 será evacuada para ZPE -10.[...]

34 CAPÍTULO IV REJEITOS NUCLEARES Rejeitos usualmente resultante de reações nucleares de fissão. Também pode ser gerado durante o processamento de combustível para reatores, armas nucleares ou laboratórios médicos ou de pesquisas. Alguns podem emitir radiações nocivas por centenas de anos. Segundo Paulo Afonso Leme Machado 1 : Conceitua-se como rejeito radioativo qualquer material, independente de sua forma fisica, remanescente de prática ou intervenção, para o qual não esteja previsto uso a curto ou a longo prazo e que contenha substâncias radioativas ou por elas esteja contaminado, tendo uma atividade ou concentração de atividade maior do que o nível de isenção estabelecido em norma específica da Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN. 4.1 - Meia vida Nos processos radioativos meia-vida é o tempo necessário para que a sua atividade seja reduzida à metade da atividade inicial, este processo pode levar alguns segundos ou bilhões de anos. Segundo Eliezer de Moura Cardozo: [...]. Isso significa que, para cada meia vida que passa, a atividade vai sendo reduzida à metade da anterior, até atingir um valor insignificante, que não permiti mais distinguir suas radiações das do meio ambiente. Dependendo do valor inicial, em muitas fontes radioativas utilizadas em laboratórios de análise e pesquisa, após 10 (dez) meias - vidas atinge-se esse nível. Entretanto, não se pode confiar totalmente nessa receita e sim numa medida com detector apropriado, pois, nas fontes usadas nas indústrias e na medicina, mesmo após 10 meias-vidas,a atividade da fonte ainda é geralmente muito alta.[...] 1 colaboração do Dr. Anselmo Paschoa, professor de fisica nuclear da PUC/RJ

35 O site o site http://pt.wikipedia.org/wiki/meia-vida Ilustra alguns exemplos: [...] Alguns elementos possuem meia-vida muito baixa, mesmo para os seus isótopos menos instáveis. Alguns elementos transurânicos (elementos com número atômico acima de 92) apresentam meiasvida de 1 segundo enquanto o urânio-238 apresenta meia-vida de aproximadamente 5.000.000.000 anos que é a idade calculada da Terra. [...] 4.2 - Lixo Radioativo O lixo atômico é produzido em todos os estágios do ciclo do combustível nuclear, os resíduos de mineração, os resíduos da preparação dessas substâncias químicas radioativas o encanamento por onde elas passaram as vestimentas moderadamente impregnadas de radioatividade usadas pelos trabalhadores. as sobras de materiais radioativos que não mais serão utilizados e tudo o que estiver contaminado por eles: O combustivel Nuclear percorre vários estágios, segundo o site mundo do quimico:são diversos ciclos que podem representar perigo a saude : [...] O ciclo inicia-se pela exploração do minério. Depois de extraído das rochas, ele é moído, purificado e submetido a reações químicas para que a seja preparado o hexafluoreto de urânio. Esse composto é enriquecido, ou seja, é aumentada a concentração do isótopo urânio- 235 no hexafluoreto de urânio, para só então ser reduzido a urânio metálico que é o combustível usado no reator. O combustível nuclear é usado no reator por aproximadamente dois anos. Então, o lixo produzido é estocado até que sua radioatividade decresça um pouco. Aí ele é enviado para ser reprocessado. Após o reprocessamento, obtem-se urânio, plutônio e lixo de alto nível, esse último composto de uma infinidade de radionuclídeos extremamente radioativos e de meia vida longa [...] Assim que o combustível usado for retirado do reator ele pode ser armazenado temporariamente na usina, enviado a um outro local de guarda temporário ou enviado para usinas de reprocessamento. Os Produtos de fissão, resultantes do combustível nos reatores nucleares, sofrem tratamento especial em Usinas de Reprocessamento. O tratamento químico denominado reprocessamento foi desenvolvido tanto para