PANORAMA CONJUNTURAL Dezembro de 2016 Publicado em Fevereiro de 2017

Documentos relacionados
PANORAMA CONJUNTURAL. Indústria: recuperação em marcha lenta. Fevereiro de 2018 Publicado em Abril de 2018

Indicadores de Desempenho

PANORAMA CONJUNTURAL

PANORAMA CONJUNTURAL. O PIB Brasileiro no 4º Trimestre de 2015 PANORAMA CONJUNTURAL FIEA. Janeiro de 2016 Publicado em Março de 2016

O PIB BRASILEIRO EM 2018

O PIB do Brasil no 4º Trimestre de 2016

O PIB do Brasil no 2º Trimestre de 2017

PANORAMA CONJUNTURAL. A Economia Brasileira em Dezembro de 2017 Publicado em Fevereiro de 2018

PANORAMA CONJUNTURAL. O PIB do Brasil no Segundo Trimestre de Julho de 2016 Publicado em Setembro de 2016

Economia brasileira em marcha lenta

PANORAMA CONJUNTURAL Novembro de 2017 Publicado em Janeiro de 2018

Indicadores de Desempenho

O PIB do Brasil no 1º Trimestre de 2017

O PIB do Brasil no 3º Trimestre de 2017

Sinais oscilantes de atividade econômica

PANORAMA CONJUNTURAL. A recuperação da economia deve ser lenta e instável. Setembro de 2016 Publicado em Novembro de 2016

PANORAMA CONJUNTURAL. Indústria mantém fraco dinamismo. Março de 2018 Publicado em Maio de 2018

PANORAMA CONJUNTURAL O PIB NO SEGUNDO TRIMESTRE DE JuLho de 2018 Publicado em Setembro de 2018

O PIB no 1º Trimestre de 2018

PANORAMA CONJUNTURAL Agosto de 2017 Publicado em Outubro de 2017

Indicadores de Desempenho

PANORAMA CONJUNTURAL Maio de 2018 Publicado em Julho de 2018

PANORAMA CONJUNTURAL. A Fragilidade do Crescimento da Economia Global PANORAMA CONJUNTURAL FIEA. Março de 2016 Publicado em Maio de 2016

A INDÚSTRIA BRASILEIRA EM 2018

INDÚSTRIA MANTÉM BAIXO DINAMISMO

PANORAMA CONJUNTURAL Junho de 2018 Publicado em Agosto de 2018

PANORAMA CONJUNTURAL Abril de 2019 Publicado em Junho de 2019

PANORAMA CONJUNTURAL Março de 2019 Publicado em Maio de 2019

PANORAMA CONJUNTURAL Setembro de 2018 Publicado em Novembro de 2018

PANORAMA CONJUNTURAL Outubro de 2018 Publicado em Dezembro de 2018

PANORAMA CONJUNTURAL Agosto de 2018 Publicado em Outubro de 2018

Inflação, nível de atividade e setor externo: o desempenho dos principais indicadores da economia brasileira

Sondagem Industrial. Ano 3 - nº 1-1º trimestre de 2011

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

ATIVIDADE ECONÔMICA. Junho de 2009

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 1º trimestre de 2014

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 2º trimestre de 2013

NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA A evolução dos principais indicadores econômicos do Brasil em 2007

Volume de Vendas do Varejo Ampliado Acumulado em 12 meses em relação aos 12 meses anteriores. dez/14. set/16. mar/14. dez/13.

PIB trimestral tem crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior após 3 anos

O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008

PIB. PIB Trimestral 3,9% 2,6% 2,3% 2,3%

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 1º trimestre de 2013

Nova queda do PIB não surpreende mercado

Sondagem Industrial. Ano 1 - nº 2-1º trimestre de 2009

1. Atividade Econômica

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

Balanço 2016 Perspectivas PIB e Performance do Agronegócio

Apesar de variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior ainda ser negativa, PIB parece esboçar reação

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

Boletim de Serviços. Maio de Economia de Serviços

Produto Interno Bruto - PIB Var. 12 meses contra 12 meses anteriores (%) Atividades selecionadas, 2016

Desempenho negativo da Construção e das Indústrias de Transformação prejudicam o setor industrial

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

CONJUNTURA. Maio FONTE: CREDIT SUISSE, CNI, IBGE e BC

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 4º trimestre de 2013

Indicadores de Desempenho Junho de 2014

PIB se mantém em queda pelo décimo primeiro trimestre consecutivo

Workshop IBBA : Classe C

Boletim de Serviços. Setembro de 2017

Indicadores da Semana

Concessões de Crédito - Recursos Livres Variação acumulada em 12 meses. fev/15. nov/14. mai/14. mai/15. ago/14 TOTAL PF PJ

Indicadores de Desempenho Julho de 2014

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

SUMÁRIO. Empresas no Simples 14. Inadimplência 09. Síntese 03. Inflação 05 PIB 04. Crédito 10. Empreendedorismo. Juros 06. Expediente.

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 3º trimestre de 2013

Superintendência de Planejamento, Orçamento e Custos

MAIO/2019 VAMOS DE DADOS? UMA VOLTA PELO BRASIL E SEUS PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS FERNANDA CONSORTE

Gráfico 1: Taxa de variação acumulada em 12 meses do PIB (comparado aos mesmos períodos dos anos anteriores, %) Fonte e elaboração: IBRE/FGV

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

4,81 5,15 5,21 5,19 3,45 3,39 10,25 11,53 50,67 0,50 1,00-26,00 46,00 70,00 5,50

COLETIVA DE IMPRENSA Resultados de 2018 Perspectivas para 2019

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

DEPECON Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos. Cenário Econômico e Desempenho Mensal da Indústria

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

INDICADORES DA ECONOMIA BRASILEIRA JUNHO OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS ECONÔMICAS 2017

Indicadores de Desempenho Publicado em Agosto de 2017

Boletim de Serviços. Junho de Economia de Serviços

INDICADOR DE CUSTOS INDUSTRIAIS

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Ilan Goldfajn. Economista-chefe e Sócio Itaú Unibanco. Novembro,

Cenário econômico ( )

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

Brasília (DF), 15 de agosto de Apontamentos do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Jantar Poder360 - ideias

Indicadores de Desempenho Publicado em Outubro de 2015

Investimentos apresentam sinais de recuperação

S U M Á R I O. Após longo e intenso período de retração, a economia brasileira consolida o processo de recuperação gradual

Revisão do Cenário Econômico Doméstico: Navegando em Águas Turbulentas. Jun/2018

Carteira do SFN recua 3,5% em 2016

O cenário econômico ainda repleto de incertezas

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

BOLETIM DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA Novembro 2016 DEZEMBRO BOLETIM DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA

JUNHO/2019 VAMOS DE DADOS? UMA VOLTA PELO BRASIL E SEUS PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS FERNANDA CONSORTE

NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA Uma avaliação dos indicadores da economia brasileira em 2007

Retração do PIB apresenta tímida melhora

Indicadores de Desempenho Publicado em Novembro de 2018

Taxa Básica Real de Juro: Evolução e Perspectivas. Nelson Barbosa 14o Fórum de Economia da FGV 12 de setembro de 2017

Transcrição:

PANORAMA CONJUNTURAL Dezembro de 2016 Publicado em Fevereiro de 2017 Forte ajuste da Balança Comercial da Indústria de Transformação do Brasil em 2016 O ajuste na balança comercial da indústria de transformação do Brasil a partir de 2015 foi expressivo, como pode ser constatado nos dados apresentados no gráfico nº 1. Alguns fatores contribuiram para que houvesse a inflexão da curva que vinha se deteriorando desde 2010 atingindo em 2014 um déficit que era quase o dobro do obtido naquele ano. O primeiro fator está associado a expressiva desvalorização cambial ocorrida em 2015 da ordem de 47%, que contribuiu para corrigir parte da defasagem cambial existente com reflexos positivos sobre a competitividade das exportações, principalmente em 2016 quando a variação das exportações sai de uma retração de -10,0% em 2015 para crescimento de 1,4% no ano passado. Outro fator preponderante para o ajuste do balanço comercial da indústria de transformação brasileira foi o expressivo tombo das importações em 2015 e 2016, em função da desvalorização cambial e da própria recessão que se agrava neste período, com queda de -23,4% e -17,6% respectivamente. Como mostrado no gráfico nº 2, dada a magnitude das variações tanto das exportações como das importações não há dúvida que a recessão pesou mais para obtenção da melhoria do balanço comercial da indústria. Os dados das exportações e importações da industria de transformação nacional por intensidade tecnológica reforçam a importância da retração destas últimas no ajuste, como pode ser visto no gráfico nº 3. Nos quatro segmentos tecnológicos, ou seja, alta tecnologia, média alta tecnologia, média baixa tecnologia e baixa tecnologia, em 2015 as importações apresentaram quedas maiores que as exportações e em 2016 quando ouve crescimento das exportações, com exceção dos setores de média baixa tecnologia, as importações registraram expressivas variações negativas para os quatro segmentos. O lado positivo deste ajuste, além do número de ramos de bens da indústria de transformação cujas exportações cresceram frente ao ano anterior ter se ampliado em 2016, é que abre espaço para a indústria nacional, desde que o câmbio se mantenha competitivo, para substituir importações em um processo de retomada do crescimento. O problema é que a taxa de câmbio voltou a se apreciar em 22,0% no ano passado e, caso esta tendência persista, a sustentabilidade destas melhorias podem estar ameaçadas. Informativo da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas 1

Ano 3 - nº 31 - Dezembro de 2016 2

Mercado aposta em queda forte da taxa Selic em 2017 A partir da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), quando o Banco Central do Brasil surpreendeu o mercado e realizou um corte de 0,75% na selic, acima da mediana das expectativas que estimava uma redução de 0,5%aa, as estimativas para selic e inflação para o final de 2017 sofreram redução considerável. Até a reunião de janeiro a mediana das expectativas para inflação nos próximos doze meses estava em 5,2%aa, enquanto que no Boletim Focus de 13/02/2017 havia caído para 4,56%aa, ou seja, praticamente no centro da meta de 4,5%aa. A Selic neste mesmo período teve suas estimativas revisadas para baixo: de 10,25%aa para 9,5%aa. Como pode ser observado no gráfico nº 4 abaixo, as revisões para baixo tanto da Selic como do IPCA provocaram queda considerável da taxa real de juros esperada para o final de 2017 para o patamar de aproximadamente 4,57%aa. Como observado no Panorama FIEA anterior, alguns fatores estão primordialmente por trás das expectativas de ajuste para baixo da selic, que hoje se encontra em 13,0%aa. O primeiro é que o BCB avalia que as expectativas de inflação estão bem ancoradas e que sua trajetória é benigna aumentando a probabilidade da inflação ficar abaixo do centro da meta ao final de 2017. O segundo fator, que nos parece o mais importante para explicar as expectativas do mercando tanto para inflação como taxa de juros, é a significativa recessão por que passa a economia brasileira e seus efeitos sobre os níveis de gastos das famílias, empresas e governos. Ou seja, níveis de desemprego elevados, famílias e empresas endividadas e governo com pouco espaço fiscal tem pressionado o nível geral de preços para baixo, mesmo que estes apresentem alguma resistência em função do ainda elevado grau de indexação da economia brasileira. Outro aspecto que tem reforçado a expectativa de queda da inflação é a revisão para baixo das expectativas do mercado para a taxa de câmbio no final de 2017, ou seja, a mediana encontra-se em R$/US$ 3,40, mas o Bradesco já trabalha com R$/US$ 3,30. O ajuste para baixo feito pelo mercado em relação a taxa selic, que poderá cair para o patamar de 9,5%aa ao final de 2017, se traduzirá, caso este cenário se confirme, em significativa redução da taxa real esperada de juros que passará dos atuais 8,17%aa, segundo pesquisa realizada pela pesquisa da MoneYou e da InfinityAsset Management, para 4,5%aa. Este cenário benigno de juros representará uma redução importante nos serviços das dívidas pública e privada, contribuído para a redução do déficit público nominal assim como para a desalavancagem financeira dos consumidores e empresas. Apesar de necessária para o processo de retomada da economia, a queda nas taxas de juros, principalmente as de mercado que são bem mais salgadas do que a taxa básica, não é condição suficiente se não houver melhora nas expectativas das famílias e empresas quanto ao comportamento futuro da economia. Para tanto a economia tem que dar sinais claros de retomada e as perspectivas são de um ritmo ainda bastante tímido de crescimento para 2017, como mostram as estimativas do FMI, Bradesco e mediana do mercado: 0,2; 0,3 e 0,47, respectivamente. Ano 3 - nº 31- Dezembro de 2016 3

A produção Industrial Brasileira em dezembro de 2016 O desempenho da indústria brasileira em dezembro de 2016 apresentou, no levantamento com ajuste sazonal, aumento na margem de 2,3%. Na comparação com o mesmo mês em 2015 a indústria registrou retração de 0,1%. De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (IEDI), para a indústria, 2016 foi mais um ano a ser esquecido. O declínio de -6,6% da produção só não foi pior do que em 2015, quando chegou a -8,3%, isso depois de 2014 também ter fechado no negativo (-3,0%). A consequência desse desempenho nos últimos três anos foram perdas acumuladas que chegaram a -17%. Alguns macrossetores, entretanto, viveram uma situação muito pior, como no caso de bens de capital e bens de consumo duráveis, cujo declínio no período chegou à marca devastadora de -40% e de -37%, respectivamente. Entretanto, graças ao desempenho de dezembro, o ano de 2016 não terminou tão mal. Para 2017, é possível que a indústria volte a crescer, mas, por enquanto, não se antevê uma intensa recuperação. Isso porque os motores do crescimento na economia brasileira ainda patinam o desemprego persiste em evolução, os sinais de recuperação do investimento são tênues e as exportações de manufaturados vêm perdendo dinamismo (de +10,6% no primeiro semestre de 2016 para +7,9% no ano como um todo, em quantum). A exceção a este quadro é a taxa de juros, cuja redução deve ser mais pronunciada. Juros menores podem baratear o crédito, ajudando na desalavancagem dos agentes econômicos, e impulsionar o ânimo dos investidores. É preciso, entretanto, que expectativas favoráveis de longo prazo se recomponham mais amplamente. Ainda, segundo o IEDI, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação, de acordo com a série da FGV com ajustes sazonais, foi de 72,9% em dezembro de 2016, 0,8 p.p. inferior ao patamar registrado em novembro. Esse grau de utilização, entretanto, continua inferior à média histórica do próprio indicador (80%).O indicador da CNI, a seu turno, também aponta para um nível historicamente baixo da utilização da capacidade: 76,0%, em dezembro de 2016, contra 80,6% na média dos últimos 60 meses. Em relação a novembro (76,4%), na série com ajuste sazonal, houve redução de 0,4 p.p. do indicador. Ano 3 - nº 31 - Dezembro de 2016 4

Ano 3 - nº 31- Dezembro de 2016 5

Indicadores Conjunturais da Economia Brasileira Ano 3 - nº 31 - Dezembro de 2016 6

Ano 3 - nº 31- Dezembro de 2016 7

Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Publicação mensal da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Presidente José Carlos Lyra de Andrade 1º Vice-presidente José da Silva Nogueira Filho Unidade Técnica UNITEC/FIEA Coordenador Helvio Vilas Boas Elaboração Núcleo de Pesquisas do IEL/AL Coordenadora Eliana Sá Informações Técnicas Reynaldo Rubem Ferreira Júnior - 82 2121.3085 l 2121.3079 Luciana Santa Rita - 82 2121.3085 l 2121.3079 Diagramação Núcleo de Inovação e Pesquisa Endereço: Av. Fernandes Lima, 385 - Farol Ed. Casa da Indústria Napoleão Barbosa 6º andar - CEP: 57.055-902