Estrutura Populacional e Indicadores socioeconômicos

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Transcrição:

POPULAÇÃO BRASILEIRA Estrutura Populacional e Indicadores socioeconômicos Desde a colonização do Brasil o povoamento se concentrou no litoral do país. No início do século XXI, a população brasileira ainda se distribuía irregularmente pelo território. Dados fornecidos pelo senso demográfico de 2010 afirmam que a população total do Brasil estava em torno dos 190.755.799 habitantes. Três anos após a realização desse senso, estima-se que o país já tenha alcançado a marca de aproximadamente 203 milhões de pessoas, um número consideravelmente grande para o nosso país. Com área de 8.514.876 km 2, o Brasil apresenta densidade demográfica de 22,4 hab./km 2. Contudo, por se tratar de uma média, há áreas muito povoadas e áreas pouco povoadas. A concentração das maiores cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Recife, etc.) e das principais atividades econômicas (agricultura e indústria) na porção leste do país são responsáveis por essa distribuição irregular. Página 1

Na maior parte do estado do Rio de Janeiro, a densidade demográfica é superior a 280 hab./km 2 ; em contrapartida, no Norte, em vastas extensões do território dos estados de Roraima, Amazonas e Amapá, a densidade não chega a 1 hab./km 2. No Brasil, de acordo com os dados do IBGE em 2014, o estado menos populoso é Roraima, com 499.158 habitantes, e o mais populoso é São Paulo, com 44.100.19 9 habitantes. A análise de uma população é importante pelas implicações que a predominância de uma ou outra faixa pode trazer: vantagens ou preocupações para o planejamento econômico de um país. Até há alguns anos, podíamos afirmar que os países desenvolvidos possuíam elevada porcentagem de adultos e que os subdesenvolvidos, como o Brasil, eram as nações dos jovens. Hoje, o perfil demográfico do mundo mudou, devido ao aumento da expectativa de vida e à diminuição das taxas de natalidade. Quanto à distribuição da população brasileira por gênero (homens e mulheres), o país se enquadra nos padrões mundiais: nascem cerca de 106 homens para cada 100 mulheres; no entanto a taxa de mortalidade infantil e juvenil masculina é maior e a expectativa de vida, menor. Assim, embora nasçam mais homens que mulheres, é comum as pirâmides apresentarem uma parcela ligeiramente maior de população feminina. As mulheres têm maior expectativa de vida, além disso as mortes violentas vitimam mais homens jovens. Segundo o IBGE, em 2008 o Brasil tinha 92,4milhões de homens (48,6%) e 97,5 milhões de mulheres (51,4%). O aumento da expectativa de vida da população brasileira, acompanhado da queda das taxas de natalidade e mortalidade, vem provocando mudança na pirâmide de idades. Está ocorrendo um significativo estreitamento em sua base. Que corresponde aos jovens, e um alargamento do meio para o topo, por causa do aumento da participação percentual de adultos e idosos. De 1992 para 2010 a participação dos menores de 10 anos na população total caiu de 22% para 15%, enquanto a das pessoas de 60 anos ou mais aumentou de 8% para 11%. Página 2

Ao analisarmos as pirâmides da estrutura etária de 1980, 2010 e 2030, é possível perceber a evolução da população brasileira nas últimas décadas. Houve uma redução do número de jovens e um aumento do número de idosos, indicando uma transição das características demográficas do país. Porém, essa transição não se apresenta de maneira homogênea no território nacional, visto cada estado apresenta características próprias. Página 3

A sociedade brasileira vem passando por grande mudança na taxa de fecundidade (número médiode filhos que uma mulher teria ao final do seu período fértil), o que gera reflexos diretos no crescimento populacional. Segundo projeções feitas em 2009, a taxa de fecundidade será inferior a 2,1 em 2010, índice considerado pela ONU como nível de reposição da população. A redução do número de filhos por mulher foi consequência de uma série de fatores, destacando-se a urbanização, a melhoria nos índices de educação, maior acesso ao planejamento familiar, maior ingresso das mulheres no mercado de trabalho e mudança nos valores culturais. Entre 1950 e 1980, a população brasileira cresceu em média 2,8% ao ano, índice que projetava sua duplicação a cada 25 anos. Em 2008, o crescimento populacional tinha caído para 1,0% ao ano, com a população tendendo a dobrar a cada 64 anos. Paralelamente a essa acentuada redução da natalidade, vem aumentando a esperança de vida ao nascer, como mostra o gráfico. O Brasil, portanto, está passando por uma transição demográfica que se acelerou bastante a partir do início da década de 1980. Como podemos observar no Gráfico, vem se reduzindo a participação da população jovem e aumentando a de adultos e idosos no conjunto total da população, o que é fruto da redução na fecundidade e do aumento da esperança de vida. Características estruturais da desigualdade A linha da pobreza absoluta é um parâmetro utilizado para medir a proporção de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia. Com base nessa medida, observa-se que a incidência de pobreza extrema na população brasileira diminuiu no país entre 1990 e 2005, passando de 9,9% para 5,7%. Página 4

Apesar dessa queda significativa, as características estruturais da pobreza no Brasil permaneceram. O número de pessoas que ainda vivem em condição de miséria ainda é muito alto. Calcula-se que esse contingente represente cerca de 10 milhões de pessoas. A incidência de pobreza é mais acentuada nas áreas rurais do que nas urbanas: cerca de 39% da população rural é considerada pobre no Brasil, enquanto a pobreza atinge quase 28% dos habitantes das áreas urbanas. A pobreza no Brasil também tem forte componente regional. Enquanto no Nordeste mais da metade da população é pobre, na região Sul cerca de 18% está abaixo da linha de pobreza. Índice de Desenvolvimento Humano Há duas maneiras básicas de avaliar o desenvolvimento da população de uma nação. Uma delas mede a renda per capita, dividindo o Produto Interno Bruto (PIB) pelo número de habitantes do país. Mas esse método - empregado predominantemente até o fim dos anos 1980 - pode gerar distorções, pois em alguns países a riqueza está concentrada nas mãos de poucos e, em outros, a distribuição é mais equilibrada. Para evitar esse tipo de problema, o Programa das Nações unidas para o Desenvolvimento (Pnud) criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é publicado anualmente, desde 1990. O IDH varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 melhor será a qualidade de vida de uma população. Em 2013, apenas o Distrito Federal apresentava IDH superior a 0,8. Enquanto Alagoas apresentava índice de 0,471. Página 5

TESTES 1. (ENEM) A interpretação e a correlação das figuras sobre a dinâmica demográfica brasileira demonstram um(a) a) menor proporção de fecundidade na área urbana. b) menor proporção de homens na área rural. c) aumento da proporção de fecundidade na área rural. d) queda da longevidade na área rural. e) queda do número de idosos na área urbana. 2. (ENEM) O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 minutos de casa para o trabalho, todos os dias. Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do trânsito de São Paulo: a cada minuto sobre a bicicleta, seus pulmões são envenenados com 3,3 microgramas de poluição particulada poeira, fumaça, fuligem, partículas de metal em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono, compostos orgânicos e outras substâncias nocivas. ESCOBAR, H. Sem Ar. O Estado de São Paulo. Ago. 2008. Página 6

A população de uma metrópole brasileira que vive nas mesmas condições socioambientais das do professor citado no texto apresentará uma tendência de a) ampliação da taxa de fecundidade. b) diminuição da expectativa de vida. c) elevação do crescimento vegetativo. d) aumento na participação relativa de idosos. e) redução na proporção de jovens na sociedade. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: A(s) questão(ões) está(ão) relacionada(s) às pirâmides populacionais abaixo, referentes à população indígena em duas regiões brasileiras, em 2010. Página 7

3. (UFRGS) Assinale a alternativa correta, de acordo com os dados constantes nas duas pirâmides. a) As informações das pirâmides demonstram que a população indígena tem um crescimento populacional inverso ao da população brasileira em geral, quanto aos fatores ruralidade e urbanidade. b) A projeção do crescimento da população indígena na pirâmide 1 aponta maior expectativa de vida. c) A comparação entre as duas bases das pirâmides permite concluir que o crescimento vegetativo da população indígena é maior na pirâmide 2. d) A pirâmide 1 reflete um grande crescimento da população indígena adulta. e) O formato da pirâmide 2 indica que as populações indígenas residentes em áreas urbanizadas são mais longevas, porém com taxa de natalidade menor. 4. (UFRGS) Com base nos dados apresentados pelas duas pirâmides populacionais, considere as afirmações abaixo. I. A análise das formas das pirâmides permite concluir que a pirâmide 1 representa uma região com a população indígena predominantemente rural. II. A pirâmide 2 aponta uma diminuição do número de idosos, isto é, indica uma menor expectativa de vida. III. A base da pirâmide 1 é característica de uma região com baixo índice de urbanização. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 5. (UFPB) A inserção da mulher no mercado de trabalho é um fenômeno mundial, sendo que a tendência é que essa participação aumente cada vez mais. Essa realidade permite garantir e consolidar a independência da condição feminina junto ao conjunto total da sociedade. No Brasil, observa-se que, de forma geral, essa dinâmica se repete. No entanto, verifica-se que a participação da mulher no mercado de trabalho nacional e desigual, quando comparada às diferentes unidades da federação, conforme mapa a seguir. Página 8

Com base no exposto e na literatura sobre o tema, é correto afirmar: a) São Paulo é o mais rico, industrializado, e mais importante estado da Federação, o que lhe favorece apresentar as mais baixas taxas de participação feminina no mercado de trabalho. b) O Amapá apresenta elevada participação feminina no mercado de trabalho, por possuir um território muito populoso e bastante urbanizado. c) O Rio de Janeiro apresenta altas taxas de industrialização e de urbanização, o que determina baixa participação de mulheres em seu mercado de trabalho. d) O Rio Grande do Sul apresenta alto índice de participação de mulheres no conjunto do mercado de trabalho, pelo fato de esse estado ser o mais industrializado e urbanizado do Brasil. e) O Distrito Federal apresenta território de dimensão limitada, porém denso e fortemente urbanizado, onde a elevada taxa de mão de obra feminina, no conjunto da população economicamente ativa, é absorvida especialmente no ramo dos serviços. Gabarito: 1.a / 2.b / 3.e / 4.c / 5.e Página 9