ORDEM DOS ADVOGADOS CNEF / CNA PROVADEAFERIÇÃO (RNE) MANHÃ DeontologiaProfissional (10Valores) GRELHADECORRECÇÃO 10deAbrilde2013
QUESTÕES 1. Podia Álvaro assumir o patrocínio dos autores? Justifique, pormenorizadamente, a resposta. (4 V) 1. Critérios de correcção: - A resposta à questão é negativa: Álvaro não podia patrocinar uma qualquer acção contra o Estado. - Na justificação, o AE deve: a) referir-se ao princípio geral estabelecido no art. 76.º/2 do EOA; b) referir-se à regra geral do art. 77.º/1-a) do EOA; c) referir-se à norma excepcional do art. 77.º/2-a) do EOA; d) identificar o impedimento previsto no art. 78.º/3 do EOA; e) identificar o ilícito disciplinar praticado por Álvaro (arts. 109.º e 110.º do EOA); e) tratar a distinção entre as figuras da incompatibilidade e do impedimento. 2. Podia Álvaro revelar e juntar aos autos a impressão do e-mail que recebera do Gabinete do Ministro? Justifique pormenorizadamente a resposta. (3,5V) 2. Critérios de correcção: - A resposta à questão é negativa: Álvaro devia guardar reserva quanto ao documento. - Na justificação, o AE deve: a) enunciar o dever de sigilo estabelecido no art. 87.º/1 do EOA, referindo-se ao seu âmbito de aplicação; b) reconduzir o caso às hipóteses específicas das alíneas d) e e) do n.º1 do art. 87.º do EOA; c) identificar e caracterizar o mecanismo de dispensa do dever de sigilo previsto no n.º 4 do art. 87.º/4, incluindo a referência ao Regulamento de Dispensa do Segredo Profissional; 2
e 110.º do EOA). d) identificar o ilícito disciplinar praticado por Álvaro (arts. 109.º 3. Podia o Tribunal, na decisão da matéria de facto, considerar o meio de prova consistente no documento junto por Álvaro? Justifique a resposta. (2,5) 3. Critérios de correcção: - A resposta à questão é negativa: o Tribunal não podia atribuir qualquer efeito probatório ao documento junto por Álvaro. - Na justificação, o AE deve referir-se à proibição de prova estatuída no n.º 5 do art. 87.º do EOA 3
ORDEM DOS ADVOGADOS CNEF / CNA PROVADEAFERIÇÃO (RNE) TARDE InformáticaJurídica (10Valores) GRELHA DE CORRECÇÃO 10deAbrilde2013
QUESTÕES 1. Escreva o endereço a utilizar para acesso ao sistema informático instalado nos Tribunais de Família e Menores. (0,25V) Indicação do endereço correto: http://citius.tribunaisnet.mj.pt; indicação do artigo 4.º n.º 1 da Portaria 114/2008 de 6de Fevereiro; 2. Para efeito de apresentação em juízo de uma peça que determine o pagamento de Taxa de Justiça, tenho que juntar o comprovativo do pagamento do DUC? Em que formato? (0,75 V) Resposta afirmativa; indicação do artigo 8.º n.º 1 da Portaria 114/2008 de 6 de Fevereiro; o documento é anexo à peça; indicação da remissão para o artigo 5.º n.º 1 b) da mesma Portaria; Em formato PDF; indicação do artigo 7.º da mesma Portaria. 3. Se os requerimentos ou demais peças processuais são digitalizados como procedo para os assinar? Devo assiná-los previamente á digitalização? (0,50V) Resposta negativa; as peças processuais (bem como os documentos) são assinados digitalmente através de certificado de assinatura eletrónica que garanta de forma permanente a qualidade profissional do signatário e que substitui a assinatura manuscrita; indicação do artigo 5.º n.º 3 e 4. Valor: 0,5 4. Qual o modo de proceder às notificações aos mandatários do processo, quando faço o envio da peça através do SITAF? (1V) Indicação que o sistema informático SITAF, próprio dos Tribunais Administrativos e Fiscais, não contempla a possibilidade de notificações eletrónicas que apenas existe no Citius; indicação, a contrário, da Portaria n.º 1417/2003, de 30 de Dezembro; o procedimento deverá ser qualquer um dos previstos no artigo 260-A do CPC. 2
5. Faça referência a 3 funcionalidades que estejam à disposição do Advogado no sistema Citius e descreva-as resumidamente. (3 V) A Portaria que regula o Citius e a tramitação electrónica dos processos é a Portaria nº114/08 de 6 de Fevereiro alterada pela Portaria nº 457/2008 de 20/06, Portaria nº 195-A/2010 de 08/04, Portaria nº 471/2010 de 08/06 e Portaria nº1538/2008 de 30/12, esta última alterada pelas Portarias nº 458- B/2009 de 04/05, Portaria nº 975/2009 de 01/09 e Portaria nº 65-A/2010 de 29/01. Das funcionalidades que o Citius nos disponibiliza, podem ser destacadas por exemplo: a possibilidade de consulta dos processos do mandatário a consulta da distribuição a entrega de peças processuais. A consulta de processos em regulada no Artº 22 da Portaria nº114/08 de 06/02. Permite visualizar e aceder ao histórico dos processos em que se é mandatário, bem como consultar os actos processuais desses processos que existam em formato electrónico. É bastante útil pois permite o controlo do que vai acontecendo nos processos, bem como o acesso aos mesmos sem deslocação a tribunal. De uma forma célere, segura, sem custos e em qualquer local é possível aceder a peças processuais, documentos etc. Distribuição Vem regulada no Artº 15 da Portaria nº114/08 de 06/02. É feita de forma automática duas vezes por dia, e publicada em www.tribunaisnet.mj.pt as 16 horas de cada dia (Artº16). Esta funcionalidade traz inúmeras vantagens pois permite que tenhamos conhecimento da unidade orgânica em que um determinado processo foi distribuído, no próprio dia e de uma a forma bastante célere, prática e económica. Esta questão pode ser por exemplo fundamental no caso de termos urgência em apresentar um requerimento a corrigir um lapso ocorrido aquando da entrada de uma PI. Entrega de peças processuais - Esta funcionalidade permite ao mandatário apresentar peças processuais e respectivos documentos por transmissão electrónica de dados, nos termos do artigo 150.º do Código de Processo Civil e da Portaria n.º114/2008 de 6 de Fevereiro. O procedimento de envio vem regulado no Artº5º e seguintes desta portaria. Para além de permitir que haja uma redução das custas processuais Artº 6º do DL 34/2008 de 26/02 (Reg.Cust. Judiciais) alterado pelo DL 52/2011 de 13/04 permite também 3
uma redução das despesas pois não há, ao contrario do que acontece na entregade peças em suporte físico, necessidade de entrega de cópias, duplicados ou originais Artº 3º nº1 da Portaria custos com portes de envio ou deslocações a Tribunal. É uma forma célere de entrega de peças processuais e documentos e simplifica a actividade da secretaria, eliminando um conjunto de tarefas, contribuindo para a tramitação electrónica do processo e consequente simplificação da actividade judicial. É também segura porque apenas o mandatário, com o seu certificado pessoal e intransmissível, pode proceder à entrega das peças processuais, recebendo de imediato o comprovativo de entrega. 6. Diga o que entende por Certidão Comercial Permanente (certidão de registo), fazendo referência à forma e local de requisição, legitimidade, prazos, vantagens e impressão. (2,5 V) Vem regulada na Portaria nº 1416-A/2006 de 19 de Dezembro. É o documento que contém, nos termos do Artº 14º da mesma, a disponibilização, em suporte electrónico e permanentemente actualizada, da reprodução dos registos em vigor respeitantes a entidade sediada em conservatória informatizada, bem como da menção das apresentações e dos pedidos de registo pendentes - nº 5 do artigo 75º do Código do Registo Comercial. O seu pedido pode ser efectuado online através do sítio www.empresaonline.pt ou verbalmente, em qualquer serviço com competência para a prática de actos de registo comercial - Artº15º Pode ser requerida por qualquer pessoa, sem para isso necessitar de possuir certificado digital, bastando para o efeito indicar o seu nome e o e-mail onde pretende receber o código que lhe dará acesso visualização da mesma - Artº16. A entrega desse código a qualquer entidade pública ou privada equivale à entrega de uma certidão de registo comercial - Artº17 - sendo que a sua impressão não tem qualquer validade. A certidão é facultada mediante a subscrição de uma assinatura que pode ter a duração de um, dois, três ou 4
quatro anos - Artº18 - e que tem o custo de 25, 40, 60 e 70 respectivamente. É de mais fácil acesso, elimina o uso de papel, tem custos reduzidos, evita deslocações aos serviços, está permanentemente actualizada e permite a sua entrega a um número ilimitado de entidades. 7. Quando (em que momento) deve proceder ao depósito de documento particular autenticado e como deve proceder se devido a dificuldades de carácter técnico respeitantes ao funcionamento da plataforma electrónica, não for possível realizar o depósito, nessa data? (2V) O depósito electrónico deve ser efectuado na data da realização da autenticação do documento particular - Artº7 n1 da Portaria nº 1535/2008 de 30 de Dezembro. Se devido a dificuldades de carácter técnico respeitantes ao funcionamento da plataforma electrónica não for possível realizar o depósito nessa data, este deve ser efectuado nas 48 horas seguintes, e ser acompanhado de documento instrutório no qual se faça menção expressa a essas dificuldades de carácter técnico, indicando a data e a hora do facto e a identificação da entidade autenticadora - nº2 do mesmo Artigo. Em caso de divergência entre a data da autenticação e a data do depósito do documento particular autenticado prevalece a data da autenticação para efeitos da contagem do prazo para a promoção do registo - nº3 do mesmo Artigo. 5