INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA A DETECÇÃO POR SATÉLITES DAS QUEIMADAS NO SUL DO BRASIL



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0 INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA Fernanda Ventura Flor Jaqueline Hillesheim Duarte Joana Trentin Piceni de Souza Samantha Isabela Sant Ana Tatiane Maciel A DETECÇÃO POR SATÉLITES DAS QUEIMADAS NO SUL DO BRASIL Florianópolis Junho de 2011

1 Fernanda Ventura Flor Jaqueline Hillesheim Duarte Joana Trentin Piceni de Souza Samantha Isabela Sant Ana Tatiane Maciel A DETECÇÃO POR SATÉLITES DAS QUEIMADAS NO SUL DO BRASIL Orientador: Jeferson Prietsch Machado Florianópolis Junho de 2011

2 Às nossas famílias, que sempre nos apoiaram em todas as ocasiões das nossas vidas, e em especial as pessoas que nos criaram, e nos educaram dando assistência diariamente, é com imensa gratidão que dedicamos-lhes esta conquista.

3 AGRADECIMENTOS Em especial ao nosso orientador Professor Jeferson, por toda a atenção e ajuda cedida. Agradecemos também a todos os professores, por todo conhecimento transmitido.

4 As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. (Clarice Lispector).

5 RESUMO O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise das queimadas, suas ocorrências, causas e impactos, especialmente na região sul do Brasil que, apesar de possuir número menor comparada às outras regiões, não abdica de cuidados semelhantes. Contiguamente, estudar a forma de detecção mediante imagens de satélites artificiais distintos entre si, com seus sensores e especialidades que se complementam a fim de proporcionar o melhor entendimento no monitoramento. A observação e compreensão tornam-se necessárias devido aos malefícios à biodiversidade que o fogo descontrolado pode causar. Ter uma visão geral do assunto proporciona maior controle e atividade na prevenção. Palavras chaves: Queimadas. Impactos. Satélites. Monitoramento.

6 RÉSUMÉ Cet article présente une analyse des incendies, leurs occurrences, les causes et les impacts, en particulier dans le sud du Brésil qui, en dépit de moins par rapport à d'autres régions, ne renonce pas à la même attention. Contiguë, d'explorer comment la détection en utilisant des images satellites artificiels diffèrent entre eux, avec leurs capteurs et des spécialités qui se complètent pour permettre une meilleure compréhension de la surveillance. L'observation et la compréhension devenue nécessaire en raison de l'atteinte à la biodiversité qui peuvent causer un incendie de forêt. Avoir une vue d'ensemble de l'objet permet un meilleur contrôle et de prévention. Mots-clés: Brûlé. Impacts. Satellites. Surveillance.

7 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Focos de Queimadas no Brasil e no Sul...19 TABELA 2 - Características dos Satélites METEOSAT...27 TABELA 3 SEVIRI...28 TABELA 4A Características dos Satélites GOES...30 TABELA 4B Características dos Satélites GOES...31 TABELA 5 - GOES I-M (Imagen Radiometer e Vertical Sounder)...34 TABELA 6 - Período de operação dos satélites NOAA...35 TABELA 7 A Características do Satélite NOAA...36 TABELA 7 B Características do Satélite NOAA...36 TABELA 8 Canais espectrais do sensor AVHRR...37 TABELA 9 Características do satélite Terra...39 TABELA 10 Características do satélite AQUA...42

8 LISTA DE SIGLAS AEB - Agência Espacial Brasileira AVHRR - Advanced Very High Revolution Radiometer CPTEC Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos CTA - Comando-Geral da Tecnologia Aeroespacial DCS - Data Collection System EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária GOES - Geostationary Operational Environmetal Satellites IAE - Instituto de Aeronáutica e Espaço IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais METEOSAT Meteorological Satellite MSG - Meteosat de Segunda Geração NASA National Aeronautics and Space Administration NOAA - National Oceanic And Atmospheric Administration PNAE - Programa Nacional de Atividades Espaciais PROARCO - Programa de Monitoramento de Queimadas e Prevenção e Controle de Incêndios Florestais no Arco do Desflorestamento da Amazônia TIROS - Television and infrared observation satellite TOVS - Tiros Operational Vertical Sounder REM Radiação Eletromagnética

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...12 2 FORMAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS DAS QUEIMADAS...13 2.1 INCÊNDIOS FLORESTAIS...13 2.2 DESMATAMENTO...13 2.3 QUEIMADAS E SUA FORMAÇÃO...14 2.3.1 Consequências...14 3 FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS...17 3.1 FATORES CLIMÁTICOS...17 3.2 QUEIMADAS DE 2001-2010 NOS ESTADOS DA REGIÃO SUL...18 3.3 QUEIMADAS DE 2009 E 2010 NO ESTADO DE SANTA CATARINA...19 4 SATÉLITES...21 4.1 A DETECÇÃO POR SATÉLITES...21 4.2 METEOSAT DE SEGUNDA GERAÇÃO (MSG)...25 4.3 GEOSTATIONARY OPERATIONAL ENVIRONMENTAL SATELLITES (GOES).28 4.3.1 Sensor Orbital GOES I-M............ 33 4.4 NATIONAL OCEANIC AND ATMOSPHERIC ADMINISTRATION (NOAA)...34 4.4.1 Sensores orbitais NOAA........37 4.4.2 Advanced Very High Resolution Radiometer (AVHRR)......37 4.4.3 Tiros Operational Vertical Sounder (TOVS)...........37 4.4.4 Data Collection System (DCS)....38 4.5 EARTH OBSERVING SYSTEM (TERRA)...38 4.5.1 Advanced Spacebone Thermal Emission and Reflection Radiometer (ASTER)..... 40

10 4.5.2 Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS)...40 4.5.3 Multi-angle Imaging Spectro Radiometer (MIRS)...40 4.5.4 Clouds and the Earth's Radiant Energy System (CERES)...41 4.5.5 Measurements of Pollution in the Troposphere (MOPPIT)..41 4.6 AQUA PROJECT SCIENCE (AQUA)...41 4.6.1 Atmospheric Infrared Sounder (AIRS)...42 4.6.2 Advanced Microwave Scanning Radiometer-EOS (AMSR-E)...43 4.6.3 Advanced Microwave Sounding Unit (AMSU-A)...43 4.6.4 Humidity Sounder for Brazil (HSB)...43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...44 REFERÊNCIAS...45 ANEXOS...48 ANEXO A Focos de queima acumulados de jan dez 2001...48 ANEXO B Focos de queima acumulados de jan - dez 2002...49 ANEXO C Focos de queima acumulados de jan - dez 2003...50 ANEXO D Focos de queima acumulados de jan - dez 2004...51 ANEXO E Focos de queima acumulados de jan - dez 2005...52 ANEXO F - Focos de queima acumulados de jan dez 2006...53 ANEXO G - Focos de queima acumulados de jan - dez 2007...54 ANEXO H Focos de queima acumulados de jan - dez 2008...55 ANEXO I Focos de queima acumulados de jan - dez 2009...56 ANEXO J Focos de queima acumulados de jan - dez 2010...57 ANEXO K - Focos de queimadas em SC de jan abr 2009...58 ANEXO L - Focos de queimadas em SC de maio - ago 2009...59 ANEXO M - Focos de queimadas em SC de set - dez 2009...60 ANEXO N - Focos de queimadas em SC de jan - abr 2010...61 ANEXO O - Focos de queimadas em SC de maio - ago 2010...62 ANEXO P - Focos de queimadas em SC de set - dez 2010...63

11 ANEXO Q Anomalia de precipitação Julho / 2009...64 ANEXO R Anomalia de precipitação Agosto / 2009...65 ANEXO S Anomalia de precipitação Setembro / 2009...66 ANEXO T Anomalia de precipitação Outubro / 2009...67 ANEXO U Anomalia de precipitação Novembro / 2009...68 ANEXO V Anomalia de precipitação Dezembro / 2009...69 ANEXO W Anomalia de precipitação Julho / 2010...70 ANEXO X Anomalia de precipitação Agosto / 2010...71 ANEXO Y Anomalia de precipitação Setembro / 2010...72 ANEXO Z Anomalia de precipitação Outubro / 2010...73 ANEXOAA Anomalia de precipitação Novembro / 2010...74 ANEXO BB Anomalia de precipitação Dezembro / 2010...75

12 INTRODUÇÃO As queimadas estão associadas principalmente a práticas agropecuárias - setor de grande importância na economia brasileira. Para a obtenção de pastos ou mesmo áreas de cultivo, é necessária a limpeza do terreno, por isso faz-se o uso do fogo. A ação não é ilegal no país, porém, é altamente preocupante quando feita sem controle, já que altera todo ecossistema da região, podendo influenciar até mesmo ecossistemas de regiões mais distantes devido à circulação atmosférica. Outro fator é a degradação do solo que perde nutrientes essenciais. Entre esses conceitos, o objetivo da pesquisa além do estudo das queimadas e seu mecanismo de detecção é a ocorrência destas na região sul do Brasil, a qual será abordada com mais ênfase mediante um quadro comparativo em relação aos anos anteriores. Considerando a importância deste assunto, o monitoramento diário torna-se fundamental. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) possui todo um sistema de observação por satélites artificiais. Os principais serão abordados nesta pesquisa. Eles objetivam mutuamente um resultado mais eficiente nas imagens obtidas. Logicamente o monitoramento não é autossuficiente na solução do problema, ele apenas desenvolve o trabalho de detecção, alertando outros órgãos a fim de que tomem medidas práticas.

13 FORMAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS DAS QUEIMADAS As queimadas frequentemente são confundidas com incêndios florestais, e são também associadas ao desmatamento. 2.1 INCÊNDIOS FLORESTAIS Os incêndios florestais podem ser definidos como todo fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo ser tanto provocado pelo homem (provocado ou por negligência), ou por causa natural como descargas elétricas (raios). O comportamento do fogo em um incêndio florestal, ou seja, como se comporta o fogo no terreno que está sendo afetado depende de características da área afetada, representadas pelos seguintes fatores: topografia, meteorologia e combustíveis. Os incêndios podem iniciar-se de forma espontânea ou ser conseqüência de ações e/ou omissões humanas, mas mesmo nesse último caso, os fatores climatológicos e ambientais são decisivos para incrementá-los, facilitando sua propagação e dificultando seu controle. Os incêndios florestais podem ser causados por: causas naturais, como raios, reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios solares por pedaços de quartzo ou cacos de vidros em forma de lente e outras causas. (Defesa Civil). 2.2 DESMATAMENTO A partir de pesquisas realizadas em sites de enciclopédias e na base de um dicionário pode-se obter o entendimento de que o desmatamento é o processo de desaparecimento de massas florestais, fundamentalmente causada pela atividade humana; é diretamente causada pela ação do homem sobre a natureza, principalmente devido à destruição de florestas para a obtenção de solo para cultivos agrícolas ou para extração de madeira. Desmatamento é o processo de destruição das florestas através da ação do homem. Ocorre, geralmente, para a exploração de madeira, abertura de áreas para a agricultura ou pastagem para o gado. ( Sua Pesquisa.com)

14 Uma consequência da desflorestação é o desaparecimento de absorventes de dióxido de carbono, reduzindo-se a capacidade do meio ambiente em absorver as enormes quantidades deste causador do efeito estufa, e agravando o problema do aquecimento global. Diminuição de oxigénio; aumento de dióxido de carbono Na fotossíntese as árvores consomem CO2 e produzem O2; logo se as cortarmos estaremos a aumentar os níveis de dióxido de carbono (vai contribuir para o EFEITO DE ESTUFA) e a diminuir o de oxigénio de que tanto necessitamos para viver. O aumento de CO2 é também provocado pela queima dos combustíveis fósseis. (Universidade Nova de Lisboa) 2.3 QUEIMADAS E SUA FORMAÇÃO Existem muitos tipos de queimadas, cujo impacto ambiental é diferenciado já que estão associadas a diversos sistemas de produção e em situação geográfica variada. Quanto às queimadas, elas estão sendo cada vez mais praticadas, pois são procedimentos que resultam na prática que envolve a agricultura, pelo fato de ser um procedimento muito realizado, destinado principalmente à limpeza do terreno para o cultivo de plantações ou formação de pastos; essa é a forma de uso provocada com uso do fogo de forma controlada. Quando a forma de uso provocada perde seu controle torna-se uma forma acidental. Na realidade, mais de 95% delas ocorrem em áreas já desmatadas, caracterizadas como queimadas agrícolas. Confundidas freqüentemente com incêndios florestais, as queimadas são também associadas ao desmatamento. Na realidade, mais de 95% delas ocorrem em áreas já desmatadas, caracterizadas como queimadas agrícolas. (Portal São Francisco). As necessidades econômicas, políticas agrícolas equivocadas e a seca são as principais causas do alastramento do fogo nas matas do país. Finalmente, existe no âmbito da pesquisa agropecuária um universo de conhecimentos que pode permitir melhorar o emprego do fogo controlado ou manejado na agricultura, e indicar alternativas para substituir os sistemas de produção atuais por outros mais eficientes,

menos agressivos ao ambiente e que dispensam o uso do fogo. Um exemplo é o cultivo de vegetais que enriquecem o solo, evitando a degradação causada pelo fogo. 15 Segundo Falberni Costa, pesquisador da Embrapa Acre, o cultivo de plantas de cobertura de solo, como as leguminosas, ajuda na proteção contra os processos erosivos, causados pela ação da chuva, adiciona nitrogênio orgânico ao solo, para cultivos sucessores às leguminosas, auxilia no combate às ervas daninhas, com reflexos na limpeza das áreas para cultivo, e incorpora matéria orgânica ao solo, servindo de adubo natural. (Diário do Vale 2010) Claro que este cultivo deve estar aliado a outras práticas agronômicas como programas de correção e fertilização de solos entre outros. A fim de proporcionar o melhor resultado. 2.3.1 Consequências Ao realizar a queimada ocorre a degradação do solo, alterando características físicas, químicas e biológicas de todo o ecossistema. O empobrecimento do solo causado pela eliminação dos microorganismos essenciais para a fertilização pela queimada altera os nutrientes, como o cálcio, enxofre e potássio. Esta também deixa o solo desprotegido uma vez que árvores, arbustos e outros tipos de vegetação foram destruídos. Outros pontos que sofrem muito em consequência da queimada são o ciclo do carbono e o ciclo hidrológico. No ciclo hidrológico tem-se a precipitação como consequência da evaporação das águas dos oceanos. Parte dessa água é captada pela vegetação e a outra é absorvida pelo solo, que tem como destino o lençol freático. Entretanto a queimada deixa o solo ressecado impedindo este processo de infiltração. E quanto ao ciclo do carbono, a queimada libera gases contendo o elemento carbono, em especial CO 2 e CH 4. Esses gases são bloqueadores de calor e seu acúmulo na atmosfera pode alterar o balanço de energia do planeta e aumentar a temperatura média da superfície, intensificando o efeito estufa. Os estudos dos efeitos das queimadas para a saúde humana são muito escassos, e nesse caso das queimadas, se estaria analisando a influência de fatores exógenos abióticos que poderiam ter um ou mais efeitos diretos, além de desencadear

16 efeitos indiretos, tais como alterações macro e microclimáticas com consequências sobre elementos bióticos que, por sua vez, poderiam alterar o equilíbrio saúde/doença numa dada região. Muitos efeitos potenciais para a saúde humana podem resultar direta ou indiretamente das mudanças climáticas.

17 FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS As queimadas estão presentes de formas distintas por todo o Brasil. A região sul será enfatizada na análise a partir de aspectos climáticos e parâmetros das ocorrências nos últimos anos. 3.1 FATORES CLIMÁTICOS As queimadas em relação aos fatores climatológicos não possui relação direta obrigatória. Porém, é influenciada pelo clima e pela vegetação da região de acordo com os aspectos dos mesmos. Um exemplo é a umidade relativa do local, quanto mais baixa, a área se torna mais seca e, por conseguinte, mais propícia ao alastramento do fogo. Outro fator é o transporte pelo vento que pode distribuir os malefícios de uma queimada muito além de seu local de origem. Em uma entrevista que enfatiza a chegada de fumaça no Rio Grande do Sul em agosto de 2010, é mencionada essa contribuição do transporte natural da atmosfera. A fumaça das queimadas no Acre, em Rondônia, em Mato Grosso e até na Bolívia tem se deslocado para o Sul do país e pode chegar também ao Sudeste. Isso acontece porque uma frente fria no Rio Grande do Sul abre um corredor para a passagem da fumaça. (INPE). Em relação à vegetação é iminente a ocorrência de queimadas em matos secos que a qualquer faísca de uma ponta de cigarro, por exemplo, pode provocar fogo. Em Florianópolis, a rodovia SC-401 passa pela Estação Ecológica de Carijós, por exemplo. Se um motorista ou passageiro jogar uma ponta de cigarro acesa pela janela do carro e que atinja o mato seco, pode provocar uma queimada no local. (RBS-TV, 2010).

18 3.2 QUEIMADAS DE 2001-2010 NOS ESTADOS DA REGIÃO SUL Os ANEXOS A - J mostram as queimadas anuais que o país tem sofrido nos meses de janeiro a dezembro de cada respectivo ano, como representado percebe-se que há um número muito mais significativo ao norte e no nordeste do país, porém a região sul também contribui com seus números, não de forma exagerada, porém não menos importante. Analisando os mapas de uma visão geral no decorrer dos 10 anos o estado do Paraná entre os três estados da região sul, foi um dos mais atingidos, com maiores focos registrados nos anos de 2002 e 2003, seguindo Santa Catarina que ocupa o segundo lugar, tendo como auge o ano de 2003 em tal ocasião, o oeste e noroeste do estado registraram um número bem significativo. Já o estado do Rio Grande do Sul teve focos mais fracos e bem distribuídos por toda a região; nos anos de 2001, 2002 e 2008, percebe-se focos distribuídos em praticamente todo o estado. Nos anos seguintes a ocorrência de queimadas diminuiu em algumas regiões. Fato considerável é que no decorrer dos 10 anos o número de focos manteve-se parcialmente semelhante só diferenciado na expansão pelo território gaúcho. Nos estados anteriormente mencionados ocorreram focos espalhados em todos os extremos, como no Rio Grande do Sul, nota-se apenas uma pequena exceção no extremo oeste do Paraná e as extremidades do leste de Santa Catarina. Diferente do norte e do centro-oeste do país que queimam com o objetivo de desmatar e limpar o terreno, os estados do sul, sudeste e nordeste queimam para o cultivo da cana-de-açúcar, método muito utilizado na ultima década, principalmente pelo estado do Paraná, dados que o caracterizaram como o estado do sul com maiores números de focos de queimadas. Isto pode ser observado na TABELA 1. No Norte e no Centro-Oeste do país, as queimadas são usadas mais com o intuito de desmatar e limpar o solo para a agricultura. Já no Nordeste, Sudeste e Sul, as queimadas são usadas na cultura da cana. (IBGE).

19 TABELA 1 - Focos de Queimadas no Brasil e no Sul 3.3 QUEIMADAS DE 2009 E 2010 NO ESTADO DE SANTA CATARINA A região sul comparada a outras regiões do Brasil não possui uma quantidade muito elevada de focos de incêndio. Claro que isso não dispensa o cuidado que ainda assim o problema exige, por menor que seja sua frequência. Em meados de julho a agosto o ambiente se torna mais seco, com precipitações escassas, todos esses fatores aliados ao descuido da população torna a ocorrência de fogo muito maior e perigosa. Observando-se os ANEXOS K M, os quais se referem ao ano de 2009, os focos de queimadas variaram bastante durante todo o ano, obtendo um máximo de 26 focos de queimadas no mês de novembro e o mínimo de um foco no mês de julho. Dos ANEXOS N - P consegue-se identificar que os focos caíram bastante no ano de 2010 chegando ao seu máximo de 19 no mês de agosto e a um foco no mês de janeiro. Como mencionado anteriormente o mês de novembro de 2009 e o mês de agosto de 2010 foram os meses de maior número de focos, diferença que esta associada à variabilidade anual de precipitação, como é mostrado nos ANEXOS Q- BB, identificando a anomalia de precipitação de julho a dezembro para os anos de 2009 e 2010. Em Santa Catarina observa-se que a precipitação esteve acima da média nos meses de julho, agosto e setembro de 2009, em outubro a anomalia de precipitação

20 esteve negativa, com isto justifica-se o maior número de queimadas em novembro. Observa-se nos ANEXOS Q-V. Para 2010, observa-se o oposto nos ANEXOS W-BB, os meses de julho a dezembro todos tiveram regiões abaixo da média mensal, com exceção do mês de julho que obteve pequenas regiões ao norte do estado abaixo da média, a oeste manteve-se acima da média, o mês de dezembro também é uma exceção mantendo-se acima da média ao oeste e abaixo ao sul. Em 2010, portanto as queimadas foram mais intensas nos meses de julho, agosto e setembro.

21 SATÉLITES Detectar a queimada é o primeiro passo para que os órgãos responsáveis pelo combate sejam alertados. Uma das formas está na utilização de satélites, que permitem o monitoramento de grandes áreas. 4.1 A DETECÇÃO POR SATÉLITES Define-se satélite como algo que orbita em torno de um corpo celeste. Existem os naturais como a Lua que gira ao redor da Terra, e os que serão apresentados a seguir: os artificiais. Esses precisam ser postos em órbita e permanecem devido à força gravitacional e a força centrípeta. Será dada ênfase aos satélites meteorológicos que têm a função de monitorar os movimentos atmosféricos, fatores e elementos, para estudos do tempo e do clima. A detecção das queimadas está neste contexto, devido ao impacto que pode causar no tempo e em longo prazo no clima da região em questão, danos à biodiversidade, inclusive perdas humanas e patrimoniais. Inicia-se, então, o trabalho de sensoriamento remoto, que a partir dos sensores a bordo de cada satélite, coleta dados à distância da superfície terrestre. Segundo França et al. (2005), comparando-se o levantamento de campo (método convencional) ao sensoriamento remoto, este possui custo razoavelmente menor. O Brasil é um país tropical, e os incêndios florestais são mais corriqueiros durante a estação seca que vai de junho a setembro. Nessa época o monitoramento por satélite das queimadas é favorecido devido a pouca presença de nuvens. Assim, fica clara a importância desta técnica de observação. A Agência Espacial Brasileira (AEB) é a responsável pela coordenação de operação e construção de satélites e foguetes. São eles que elaboram o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). Seu objetivo é fazer com que o Brasil atinja a autossuficiência em lançamentos e também na criação de satélites e foguetes. O

22 projeto, o desenvolvimento e a produção de foguetes - já que para lançar um satélite é necessária a utilização destes - são de responsabilidade do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que faz parte do Comando-Geral da Tecnologia Aeroespacial (CTA), do Comando da Aeronáutica. Por sua vez, o INPE, o qual será adotado como referência nesta pesquisa, é o encarregado pelo desenvolvimento, controle e utilização dos satélites brasileiros. Os principais satélites utilizados pelo INPE no monitoramento das queimadas, são: O Aqua Project Science (AQUA), o Geostationary Operational Environmetal Satellites (GOES), METEOSAT de Segunda Geração (MSG), National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e o Earth Observing System EOS (TERRA). Cada um deles possui uma série de caracteres distintos ou não, mas que se complementam a fim de proporcionar a melhor cobertura de dados possível na detecção. Os sensores de cada satélite são equipamentos que registram a energia refletida ou a energia emitida pelos objetos da superfície terrestre. Essa energia é transformada em sinais elétricos, que são transmitidos para as estações de recepção na Terra. Processados e transformados, esses sinais modificam-se em imagens, conforme representado na FIGURA 1. É importante lembrar que sua transmissão também sofre interferência atmosférica devido à distância que o satélite possui em relação à superfície terrestre. Por exemplo, uma nuvem pode impedir que a energia emitida pela superfície da Terra chegue até o sensor, neste caso ele receberá apenas a energia refletida originária desta mesma nuvem. Analisando por passos o sensoriamento remoto tem-se: Aquisição de dados: a) fonte de radiação eletromagnética (REM); b) propagação da REM na atmosfera; c) interação da REM com os objetos; d) detecção da REM pelos sensores; e) armazenamento dos dados detectados. Analise de dados: a) interpretação visual ou automatizada;

23 b) geração de produto: mapas, tabelas, relatórios; c) divulgação dos resultados. Fonte: FLORENZANO, Teresa Gallotti. p.1. FIGURA 1 - Obtenção de imagem por sensoriamento remoto. Um material em chamas emite energia principalmente na faixa termalmédia de 3,7µm a 4.1µm do espectro ótico. Utilizam-se as imagens que tenham esta faixa característica e nelas selecionam-se os píxeis (elementos de resolução) com maior temperatura, em geral saturando o sensor (INPE). A detecção é toda embasada na emissão e reflexão de ondas eletromagnéticas. As características de freqüência e comprimento das diferentes ondas existentes podem ser vistas por meio do espectro eletromagnético. (FIGURA 2).

24 Fonte: KAJ KRAUSE FIGURA 2 Espectro Eletromagnético Os sensores de cada satélite captam ondas que vão do infravermelho ao ultravioleta. Um exemplo é a banda do infravermelho termal, o qual apresentando saturação de pixels e assim elevada temperatura, pode-se deduzir uma origem de fogo. Os tamanhos das frentes de fogo variam de acordo com o pixel (menor área detectável) de cada satélite. Os satélites NOAA a 800 km da superfície, o AQUA e o TERRA a 730 km localizam apenas frentes com no mínimo 30m de extensão e 1m de largura. Os geoestacionários por sua vez, que estão a 35.800 km de distância, a frente precisaria ter o dobro de tamanho para ser detectada. Contudo, como o valor do pixel do satélite é 1 km por 1 km, uma queimada com poucas dezenas de metros quadrados seria observada como tendo no mínimo 1 km². Nas imagens dos geoestacionários cada pixel possui 4 km por 4 km, ou seja, o valor mínimo para uma queimada seria o de 16 km². Sendo assim, a relação foco / queimada não é direta, pois um foco de queima que seria o mesmo que um pixel de queima, na prática poderiam ser pequenas queimadas, ou seja, vários focos vistos como um só. Ou até mesmo vários píxeis sendo preenchidos na imagem, indicando apenas uma queimada de maior extensão, na realidade poderão ser vários focos próximos uns dos outros. Este sistema não informa a área numérica do fogo ou a espécie de vegetação

25 afetada, o que não o desmerece, por já ser de extrema importância a detecção e a região de ocorrência. Existem alguns empecilhos que podem acontecer na observação. São eles: a) frentes de fogo com menos de 30 m; b) fogo apenas no chão de uma floresta densa, sem afetar a copa das árvores; c) nuvens cobrindo a região (com exceção das nuvens de fumaça); d) queimada de pequena duração, ocorrendo entre as imagens disponíveis; e) fogo em uma encosta de montanha, enquanto que o satélite só observou o outro lado; f) imprecisão na localização do foco de queima, que no melhor caso é de cerca de 1 km, mas podendo chegar a 6 km. O INPE atua na detecção de queimadas desde 1980 e passou a receber a cooperação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) a partir de 1998, por meio do Programa de Monitoramento de Queimadas e Prevenção e Controle de Incêndios Florestais no Arco do Desflorestamento da Amazônia (PROARCO). Bolívia, Paraguai e Peru são países também beneficiados pelo programa. 4.2 METEOSAT DE SEGUNDA GERAÇÃO (MSG) O MSG faz parte da linha de satélites europeus METEOSAT (Meteorological Satellite), sendo controlado pela European Organisation for the Exploitation of Meteorological Satellites (EUMETSAT). Anteriormente, o MSG era controlado pelo METEOSAT, responsável pelo início dos lançamentos em 1977. Possui órbita geoestacionária, ou seja, satélite equatorial que fica permanentemente sobre a linha do equador. Apresenta o período de rotação coincidente com o período sideral de rotação da Terra, portanto, gira com a mesma velocidade angular desta. Como tem o mesmo sentido de rotação que o da Terra e excentricidade da órbita nula, sempre permanece acima de um ponto e à mesma distância da Terra. (INPE DSA).

26 A primeira geração de satélites foi de grande importância e durou cerca de 30 anos, mas com decorrer do tempo foi necessária maior exatidão nas informações. E em 2002 foi lançada a segunda geração de satélites. A primeira geração METEOSAT vai do 1 ao 7, já a segunda é composta pelo METEOSAT 8 e 9. Relacionando a curvatura da superfície terrestre e suas deformidades resultantes possui área observacional limitada. No que diz respeito ao Brasil, localizado a 0 de longitude, é essencial na cobertura do Ocea no Atlântico e da Região Nordeste. Porém, o MSG tem como função principal a visualização dos continentes africano e europeu e os oceanos contíguos. As informações são repassadas em tempo real na medida em que são recebidas pelas estações posicionadas em solo. Segundo a Embrapa, em novembro de 2008 a série possuía quatro satélites em órbita, sendo dois de cada geração e, portanto oferecendo produtos diferenciados. Posicionado sobre o Oceano índico o METEOSAT 7 fornece informações a cada 30 minutos. Já os satélites de segunda geração, METEOSAT 8 E 9, estão posicionados sobre a África e fornecem imagens a cada 15 minutos (TABELA 2).

27 TABELA 2: Características dos Satélites METEOSAT Fonte: EMBRAPA Um dos sensores utilizados é o Spinning Enhanced Visible and Infrared Imager (SEVIRI), que obtém imagens a cada 15 minutos. Opera em 12 canais espectrais: infravermelho próximo e termal e região do visível. Possui maior exatidão em seus dados quando comparado ao seu antecessor METEOSAT Visible and Infrared Imager (MVIRI). As bandas espectrais do sensor SEVIRI podem ser identificadas na TABELA 3.

28 TABELA 3 - SEVIRI Fonte: EMBRAPA Outro sensor da segunda geração é o Geoestacionary Earth Radiation Budget (GERB), ele é responsável pela análise da radiação emitida pela Terra e atmosfera e a solar refletida. Possui maior aplicação na área de climatologia. 4.3 GEOSTATIONARY OPERATIONAL ENVIRONMENTAL SATELLITES (GOES) Os satélites GOES são operados pela NOAA e controlados pela NASA (National Aeronautics and Space Administration). É um satélite geoestacionário, suas imagens são de grande importância para o serviço de previsão do tempo de vários países do continente Americano. Junto com outros satélites completa a rede de observações meteorológicas da Terra internacionalmente. O GOES tem cinco espectros de canais em seus sensores sendo que, muitos são usados na meteorologia, como o visível (0,55-0,75 µm), três canais infravermelhos (3,8-4,0/10,2-11,2µm) e o canal de vapor d água (6,5-7,0 µm). No visível, a resolução é de 1 km. Nos canais infravermelhos é de 4 km. No vapor d água é de 8 km, como se pode observar as TABELAS 4A e 4B. Começou a ser desenvolvido na década de 1970, com experiências como SMS-1 e SMS-2 (satélites GOES) e desde 1975 foram 13 satélites colocados em funcionamento, mais atualmente somente quatro estão

29 operando no programa NOAA, os outros servem somente para comunicação no Oceano Pacífico. Os quatros satélites GOES em operação mostram as informações da meteorologia global que segue: a) GOES-10 (imagens a cada 15 minutos cobre toda a América do Sul, e completa a página do CPTEC/INPE, com informações sobre previsão do tempo e estudos climáticos); b) GOES-11 (localizado sobre o Oceano Pacifico); c) GOES-12 (localizado sobre o rio Amazonas, transmite informações utilizada na previsão do tempo norte-americana); d) GOES-13 (está em orbita aguardando comando para operar).

30 TABELA 4A Características dos Satélites GOES Fonte: EMBRAPA

31 TABELA 4B Características dos Satélites GOES Fonte: EMBRAPA O GOES-12 faz a detecção de queimadas a cada meia hora por imagem. O CPTEC/DSA é responsável por transmitir essas imagens a cada três horas. O GOES- 12 foi lançado em 2002, possui limites nos canais: 1 espectro visível(0,63 µm), 2 espectro de canais infravermelho médio (3,9 µm), e 4 infravermelho (11µm). O canal 2 de infravermelho é o mais utilizado para detectar a queimada. Os demais sensores são usados para eliminar a detecção errônea durante o dia. O GOES-12 detecta queimada, quando o valor do albedo é menor que 3%, pois assim não é confundido com reflexão solar, e a detecção torna-se mais fácil. Por estarem a uma distância considerável da terra á 35.800 km, os sensores do GOES-12 são pouco usados pelo CPTEC/INPE, são mais utilizados os sensores que estão mais próximos, conforme representado nas FIGURAS 3, 4-A e 4-B, como o AVHRR dos satélites NOAA (810 km) e o sensor Moderate Resolution Imaging

32 Spectroradiometer (MODIS) dos satélites TERRA e AQUA (a 700 km). Se houver um caso de queimada o GOES-12 recebe as informações 600 vezes mais fraco que os outros, mesmo que o seu telescópio seja maior. FIGURA 3: Obtida pelo satélite GOES-12 da América do Sul, onde é possível observar o ciclone Catarina que atingiu a costa brasileira em 27 de março de 2004.

33 FIGURA 4 - A- Visão geral do furacão Fran obtida pelo satélite GOES-8 em setembro/1996. B - Visão em perspectiva da furação Hugo obtida em setembro/1989 pelo satélite GOES-7. 4.3.1 Sensor Orbital GOES I-M Os sensores Imager Radiometer e Vertical Souder estão colocados dentro dos Satélites GOES-8 ao GOES-13. Servem como sonda para verificar a atmosfera verticalmente, com informações de temperatura no topo das nuvens, ozônio, entre outros, como está demonstrado na TABELA 5. Possuem cinco faixas eletromagnéticas espectrais: a) um visível (trabalho o dia inteiro, observam nevoeiros, nuvens, gelo e poluentes); b) três canais infravermelhos (observa de dia e a noite, verifica temperatura da terra e do oceano, e variações do tempo de um local);

34 c) um de vapor d água (detecta o vapor de água na atmosfera). TABELA 5 - GOES I-M (Imagen Radiometer e Vertical Sounder) Fonte: EMBRAPA 4.4 NATIONAL OCEANIC AND ATMOSPHERIC ADMINISTRATION (NOAA) Os satélites NOAA são de órbita polar e de desenvolvimento da Agência Espacial Americana (NASA). Esses satélites NOAA trabalham em conjuntos com outros de mesma órbita. Ele é heliossíncrono (passa pela mesma região do planeta a cada 12 horas, uma vez de dia e a outra a noite), um dos mais conhecidos no Brasil vai de polo a polo e não muda de direção. A cada ponto do equador ele faz em 101 minutos, então ele passa 12 horas no mesmo ponto, trabalha de um lado de dia e do outro de noite e assim sucessivamente conforme a direção e iluminação do sol. Realizou dezenas de lançamentos como sondas e imageadores aclopados nos satélites, estando a cerca de 850 km de altura. Em novembro de 2008 havia quatro satélites operando: NOAA-15, NOAA-16, NOAA-17 e NOAA-18, conforme a TABELA 6.

35 TABELA 6 - Período de operação dos satélites NOAA Fonte: EMBRAPA O satélite NOAA começou a historiar na década de 1960 com uma série de experiências como o Television and Infrared Observation Satellite (TIROS), para trabalhar na área da meteorologia. Possui diversos sensores, e o mais atual é o Advanced Very High Resolution Radiometer (AVHRR-3) de imagens multiespectrais e também o sensor Advanced TIROS Operational Vertical Sounder (ATOVS) - modelos climáticos e previsão do tempo - juntos ajudam nas informações do sistema terra - oceano - atmosfera, que significa detectar os focos de queimadas entre outros tipos de monitoramento. Suas características podem ser observadas nas TABELAS 7-A e 7-B.

36 TABELA 7 A Características do Satélite NOAA Fonte: EMBRAPA TABELA 7 B Características do Satélite NOAA Fonte: EMBRAPA

37 4.4.1 Sensores orbitais NOAA Os sensores são máquinas fotográficas bem sofisticadas; podem ser ativos (radares) ou passivos (só recebem radiação). 4.4.2 Advanced Very High Resolution Radiometer (AVHRR) Este sensor está a bordo de quase todos os satélites NOAA, sendo muito utilizado na agricultura, na vegetação e no monitoramento das queimadas. O AVHRR-2 possui cinco canais espectrais sendo eles visível (vegetação) e infravermelho (temperatura, a terra e, o oceano), como demonstrado na TABELA 8. Transmitem informações diárias, porém só duas vezes, uma diurna e a outra noturna. O AVHRR-3 está contido nos últimos satélites lançados como o NOAA-15 a NOAA-18, trabalha bem com o canal dos seus antecessores, porém é mais desenvolvido em relação a outros espectros provenientes de neve e nuvens, separando informações para a sua melhor acurácia. TABELA 8 Canais espectrais do sensor AVHRR Fonte: EMBRAPA 4.4.3 Tiros Operational Vertical Sounder (TOVS) Também encontrado dentro dos satélites NOAA, esses sensores tem o objetivo de passar dados, como temperatura e umidade. O TOVS é um instrumento dentro dos

satélites que possuem diversos sensores. Dentro dos primeiros a serem lançados como NOAA-6 a NOAA-14, esses sensores eram compostos por três sondas: 38 a) HIRS/2-19 canais trabalhado no infravermelho; b) MSU- 4 canais de microondas; c) SSU- 3 canais de infravermelho para atuarem na atmosfera. Já nos satélites NOAA-15 a NOAA-17, com instrumento ATOVS já mais atualizado formaram-se os sensores HIRS-3 e os sensores AMSU-A e AMSU-B, que eliminaram os MSU e SSU. Logo em seguida com o lançamento do NOAA-18 conforme Figura 19, criaram-se os sensores: a) HIRS-4 - canais similares; b) AMSU-A - resolução de 50 km no nadir; c) MHS- substituindo o AMSU-B. 4.4.4 Data Collection System (DCS) Esse instrumento trabalha com sistemas de monitoramento ambiental, suas principais informações são de temperatura, pressão, velocidade e direção do vento a partir de estações no solo. Todas as informações são transmitidas para o NOAA em solo ajudando nas previsões meteorológicas e estudo do clima. Na Embrapa suas informações são com base na série NOAA, e deste extrai- se conteúdo para estudo no monitoramento das queimadas. 4.5 EARTH OBSERVING SYSTEM (TERRA) O Satélite Terra foi lançado para o espaço no dia 18 de dezembro de 1999. Ele pertence a um programa da NASA, fruto de um acordo multinacional aeroespacial, entre os EUA, Japão e Canadá, cujos dados começaram a ser coletados em fevereiro

39 de 2000. Outras características podem ser observadas na TABELA 9. Seu objetivo é contribuir para pesquisas sobre a atmosfera, superfície terrestre e os oceanos. Na atmosfera seu papel é verificar a temperatura, umidade, a nebulosidade, a composição da troposfera, o fluxo de energia radiativa e os aerossóis. TABELA 9 - Características do satélite terra Fonte: EMBRAPA Nos oceanos seu papel é para a temperatura da superfície, e para as regiões polares que mantêm informações sobre as mudanças na cobertura de gelo na terra, o gelo dos mares e a cobertura de neve.

40 Na superfície terrestre o satélite TERRA tem como objetivo observar a ocorrência das queimadas e vulcões, crescimento das vegetações, temperatura da superfície, e mudança na cobertura e no uso das terras. A bordo do satélite há cinco sensores: ASTER, CERES, MISR, MOPITT e MODIS (sendo este também utilizado no satélite AQUA). 4.5.1 Advanced Spacebone Thermal Emission and Reflection Radiometer (ASTER) O ASTER (Advanced Spacebone Thermal Emission and Reflection Radiometer) foi produzido através da NASA e o ministério da economia do comércio e indústria do Japão. O ASTER opera na faixa do visível, esse instrumento oferece a melhor resolução espacial de 15 a 90m. O ASTER tem uma resolução espacial de 16 dias, e oferece 14 canais que varia de 0,5 a 12 µm, contudo o intervalo de 0,76 a 0,86 µm é captado duplamente para geração de modelos digitais de elevação. Esses sensores contribuem para as informações das mudanças globais como: superfície terrestre, solo, climatologia, hidrologia e cobertura de vegetal. 4.5.2 Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) O MODIS é um instrumento desenvolvido pela NASA que está a bordo de dois satélites o AQUA e o TERRA. Ele opera com 36 canais, com uma resolução espacial de 250 a 1000 metros, e mede o fluxo de energia radioativa, as propriedades das nuvens, incêndios e vulcões além das partículas do aerossol. 4.5.3 Multi-angle Imaging Spectro Radiometer (MISR) O MISR gera imagens em quatro bandas espectrais distintas, com nove ângulos de visadas, também viabiliza a construção de modelos 3D. Com isso, ele permite que se realizem estimativas da luz solar refletida por diversos ambiente da Terra. Esses dados são utilizados para investigar as nuvens e propriedades da superfície no balanço da radiação e a influência do aerossol.

41 4.5.4 Clouds and the Earth's Radiant Energy System (CERES) O CERES foi projetado pela NASA. E oferece informações detalhadas sobre as nuvens localizadas no topo da atmosfera, sua função é medir o fluxo de energia radiativa. Têm três instrumentos, o primeiro foi lançado no satélite TRMM em 1997, o segundo a bordo do satélite Terra no ano de 1999 e o terceiro no satélite Aqua em 2002. 4.5.5 Measurements of Pollution in the Troposphere (MOPPIT) O sensor MOPPIT obtém dados de radiância emitida e refletida na terra a partir de três bandas espectrais, com uma resolução espacial de 22 km no nadir e cenas de 640 km. O MOPPIT capta as medidas globais do Monóxido de Carbono e Metano na baixa atmosfera, e estuda onde esses gases estão concentrados e como circulam na atmosfera. 4.6 AQUA PROJECT SCIENCE (AQUA) O AQUA é um satélite americano e foi o primeiro satélite de um grupo conhecido como A-train. Foi projetado para operar com mais seis satélites em órbitas terrestres, sendo que seus instrumentos foram desenvolvidos pelo Japão e pelo Brasil. Ele foi criado para monitorar vários fenômenos físicos referentes à circulação da energia da água na Terra e oferece uma série de dados sobre as alterações entre atmosfera, oceano, continente, além de observar o gelo, a neve, a umidade do solo, a temperatura do oceano, a chuva, a umidade, a evaporação e a temperatura da atmosfera. Outras características do satélite são demonstradas na TABELA 10.

42 TABELA 10 - Características do satélite AQUA. Fonte: EMBRAPA Alguns estudos são realizados com o satélite AQUA, e com isso se espera promover o avanço científico na área de mudanças climáticas globais, isso inclui cobertura do solo, matéria orgânica dissolvida nos oceanos, e também a temperatura da água. O Aqua tem a bordo seis instrumentos sensores: AIRS, AMSR-E, AMSU-A, CERES, HSB, MODIS. 4.6.1 Atmospheric Infrared Sounder (AIRS) O AIRS foi projetado pela Jet Propulsion Laboratory. É um instrumento de alta resolução espectral cuja função é medir temperatura e a umidade atmosférica, além da temperatura da terra e da superfície dos oceanos. Seus dados são utilizados principalmente em previsões do tempo e mudanças climáticas globais. As cenas

possuem 1.650 km de extensão, sua resolução espacial do infravermelho termal é de 13, 5 km e no visível e infravermelho próximo é de 2,3km no nadir. 43 4.6.2 Advanced Microwave Scanning Radiometer-EOS (AMSR-E) O AMSR-E opera na região de microondas e tanto pode coletar dados de dia como à noite, sem a interferência de cobertura das nuvens. Tem 20 canais espectrais, atua em seis frequências com polarização dupla e oferece cenas de 1.445 km de extensão. Esse sensor foi feito pela Agência Nacional de Desenvolvimento Espacial (NASDA) do Japão, e mede a temperatura superficial dos oceanos, temperatura do vento, propriedades das nuvens, gelo e neve. 4.6.3 Advanced Microwave Sounding Unit (AMSU-A) O AMSU-A é um sensor que opera nas faixas de microondas, possui 15 canais espectrais, mede a umidade e a temperatura, também adquire dados disponíveis na atmosfera em todas as suas formas. 4.6.4 Humidity Sounder for Brazil (HSB) O HSB foi desenvolvido pelo INPE, é uma cooperação cientifica ente a NASA e a AEB. Ele estuda o monitoramento e as mudanças climáticas do sistema global, também mede a umidade atmosférica na troposfera, além de oferecer cenas de 1.650 km de extensão e uma resolução espacial de 13,5 km.

44 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na região sul, foram registrados maior quantidade de focos de queimadas no estado do Paraná, estado destaque em ocorrências no decorrer dos dez anos analisados. Fato proveniente não só de fatores climáticos, mas ao descaso da ação humana. Alguns fatores meteorológicos mostraram influência na proliferação do fogo, como o ar seco em determinadas épocas e a própria circulação atmosférica, que pode trazer malefícios das queimadas ocorridas em regiões distantes. Em relação às práticas agropecuárias associadas às queimadas, apesar de não possuírem a mesma progressão nociva na região sul se comparada a outros locais, sua observação é indispensável. Alinhados com essa preocupação, o monitoramento se faz presente principalmente através de imagens espaciais. Existem inúmeros satélites, por esse motivo escolhemos os principais. Cada um deles possui sensores diferentes que são os responsáveis pela recepção das ondas de luz emitidas ou refletidas na superfície terrestre, a fim de transformar estes dados em informações claras sobre as áreas de foco. Eles operam através de vários canais, os quais são formados por bandas. Nenhum deles é auto-suficiente, pois suas informações se completam na análise dos dados. Contendo esta base de informações, a compreensão das queimadas e sua forma de detecção via satélite, contribuiu na visão geral de todo o assunto, possibilitando a descoberta e entendimento de um sistema observacional muito mais complexo que outrora imaginado. Adquirindo desta forma, maior propriedade em nossas afirmações presentes e futuras.

45 REFERÊNCIAS GRANEMANN, Daniel Carvalho. et al. Monitoramento de focos de incêndio e áreas queimadas com a utilização de imagens de sensoriamento remoto. Engenharia e Tecnologia. Vol. 1, pág. 55-61, dezembro de 2009. FRANÇA, Daniel de Azeredo. et al. Considerações sobre o uso de satélites na detecção e avaliação de queimadas. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Goiânia, pág. 3017-3023, abril de 2005. MIRANDA, José Roberto. Aplicações do monitoramento por satélite no controle de queimadas. IV Encontro Nacional sobre Educação Ambiental na Agricultura. São Paulo, pág. 26-27, setembro de 2002. FLORENZANO, Teresa Gallotti. Campos, SP: JAC, 2008. Os Satélites e suas Aplicações. São José dos FLORENZANO, Teresa Gallotti.: Imagens de Satélite para Estudos Ambientais. Disponível em: <http://200.132.36.199/elodio/downloads/sr/sr_t02.pdf>. Acesso em 01/05/11. EMBRAPA. METEOSAT Meteorological Satellite. Sistemas Orbitais de Monitoramento e Gestão Territorial. Disponível em: <http://www.sat.cnpm.embrapa.br/conteudo/meteosat.htm>; Acesso em 20/04/11. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais. Disponível em: <http://satelite.cptec.inpe.br/home/#>. Acesso em 18/04/11. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Queimadas. Disponível em: <http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/>. Acesso em 18/04/11. EMBRAPA. GOES - Geostationary Operational Environmental Satellite. Sistemas Orbitais de Monitoramento e Gestão Territorial. Disponível em: <http://www.sat.cnpm.embrapa.br/conteudo/goes.htm>; Acesso em: 25/04/2011.

46 EMBRAPA. NOAA - National Oceanic Atmospheric Administration. Sistemas Orbitais de Monitoramento e Gestão Territorial. Disponível em: NNNNNN <http://www.sat.cnpm.embrapa.br/conteudo/noaa.htm>; Acesso em: 25/04/2011. EMBRAPA. TERRA Earth Observing System (EOS). Sistemas Orbitais de Monitoramento e Gestão Territorial. Disponível em: <http://www.sat.cnpm.embrapa.br/conteudo/terra.htm>; Acesso em: 26/042011. EMBRAPA. AQUA - Aqua Project Science. Sistemas Orbitais de Monitoramento e Gestão Territorial. Disponível em: <http://www.sat.cnpm.embrapa.br/conteudo/aqua.htm>; Acesso em: 26/042011. Portal São Francisco. Queimadas. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-queimadas/queimadas- 2.php>. Acesso em 23/04/2011. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Saiba mais sobre queimadas. Disponível em: <http://www.uenf.br/uenf/centros/cct/qambiental/q_desenvolvimento.html>. Acesso em: 23/04/2011. Wikipédia A enciclopédia livre. Aqua (satélite). Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/aqua_%28sat%c3%a9lite%29>. Acesso em: 30/04/2011. Wikipédia A enciclopédia livre. Queimada. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/queimada>. Acesso em: 30/04/2011. Wikipédia A enciclopédia livre. Incêndio florestal. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/inc%c3%aandio_florestal>. Acesso em: 29/04/2011. Wikipédia A enciclopédia livre. Desmatamento. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/desmatamento>. Acesso em: 29/04/2011. Ambiente Brasil. Queimadas, Incêndios Florestais. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/artigos/queimadas,_incendios_florestai s.html>. Acesso em: 28/04/2011.

RBS TV. Número de queimadas ultrapassa 20 por dia em Santa Catarina. Santa Catarina: Equipe de jornalismo da RBS TV, 2010. Reportagem (1:38 min.), son., col. Disponível em: <http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=ger al&newsid=a3025048.xml>. Acesso em: 03/05/2011. 47 Folha de Pernambuco. Queimadas: fumaça pode atingir o sudeste do país. Disponível em: <http://www2.folhape.com.br/index.php/caderno-geral/587424-queimadas-fusmascapode-atinsgir-o-sudeste-do-pais> Acesso em: 25/04/2011. Gazeta do povo. Paraná lidera queimadas no Sul. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1042354&tit =Parana-lidera-queimadas-no-Sul> Acesso em 02/07/2011. Defesa Civil. Incêndio Florestal. Disponível em: <http://www.defesacivil.gov.br/desastres/recomendacoes/incendio_florestal.asp> Acesso em: 02/07/2011. Sua Pesquisa.com. Desflorestamento. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/o_que_e/desflorestamento.htm> Acesso em: 02/07/2011. Universidade Nova de Lisboa, Desflorestação. Disponível em: <http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/desflore.htm> Acesso em: 02/07/2011. Diario do Vale. Novas técnicas substituem queimada. Disponível em: <http://diariodovale.uol.com.br/noticias/1,27696.html#ixzz1qyq7mvvi> Acesso em: 02/07/2011.

48 ANEXOS ANEXO A - Focos de queima acumulados de 1º de Janeiro a 31 de dezembro de 2001. Fonte: CPTEC/INPE

ANEXO B - Focos de queima acumulados de 1º de Janeiro a 31 de dezembro de 2002. 49 Fonte: CPTEC/ INPE

ANEXO C - Focos de queima acumulados de 1º de Janeiro a 31 de dezembro de 2003. 50 Fonte: CPTEC/INPE