75 Higiene pessoal em alunos da pré-escola e anos iniciais do ensino fundamental da rede pública e particular Andressa Soares 1 Camila Justen 1 Camila Simon 1 Tanise Lasch 1 Dênis Julian Langwinski 2 Douglas Mroginski Weber 2 Elisângela Ramos 2 Jordana Dall Alba 2 Marcia Juciele da Rocha 2 Clarice Brutes Sadotlobe 3 Débora Pedroso 3 Resumo: Este trabalho relata a experiência de extensão de estudantes do curso de Graduação em Biomedicina do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA) com alunos da préescola e anos iniciais do Ensino Fundamental da rede pública e particular. O objetivo desse projeto foi aprofundar e aplicar conhecimentos sobre a higiene pessoal para esses alunos. Foram feitas intervenções educativas sobre condições de higiene pessoal através de diálogo com as crianças, um jogo educativo e distribuição de folders. Os resultados desse projeto serão obtidos àlongo prazo, no entanto, constatou-se o entusiasmo das crianças em relação à importância de se ter uma boa higiene pessoal. Palavras-chave: Criança. Doença parasitária. Higiene pessoal. Abstract: This paperreports the experienceofextensionstudentsin the 2ndsemester of thegraduateinstituteofbiomedicinecenecistahigher EducationSant'Angelo-CNEC/IESAwith students frompre-school and early yearsof elementary schoolofpublic and private. The project goalwasto deepen andapply knowledge ofpersonal hygienefor those students.educational interventionswere madeaboutpersonalhygienethroughdialogue with children, aneducational gameand distribution of folders. The resultsobtained inthis project will belong term, however, there was the children's enthusiasmabout the importanceof havinggood personal hygiene. Keywords: Child. Parasitic disease. Personal Hygiene. Introdução O cuidado com a higiene evita o possível contágio de muitas doenças parasitárias, que podem ser transmitidas por alimentos, líquidos e fômites, por exemplo, a giardíase, teníase, leishmaniose, ascaridíase e outras. Essas doenças podem ser adquiridas por contato direto com alimentos contaminados, ou mesmo o contato com 1 Acadêmico (a) do 7º semestre do Curso de Biomedicina do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo/Rio Grande do Sul Brasil. 2 Acadêmico (a) do 3º semestre do Curso de Biomedicina do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo/Rio Grande do Sul Brasil. 3 Docente do Instituto Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo/Rio Grande do Sul - Brasil.
76 outras crianças no âmbito escolar e familiar (MACHADO et al., 1999; MARANHÃO, 2000). Os alunos do 2º semestre do curso de graduação em Biomedicina e 6º semestre do curso de graduação em Pedagogia, do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA), desenvolveram atividades educativas dentro da Feira Interativa de Parasitologia, que ocorreu na faculdade, com a participação de200 alunos da pré-escola e anos iniciais do Ensino Fundamental da rede pública e particular. Estudos demonstram que a maior prevalência de contaminações tanto de parasitas, como por viroses ocorrem nas escolas, deixando assim, as crianças mais vulneráveis á contágios. Por mais que os educadores tenham o conhecimento sobre as possíveis contaminações, os mesmos não conseguem transmitir as crianças, uma noção maior sobre a higiene pessoal que é muito importante nos primeiros anos de educação escolar (MARANHÃO, 2000; VASCONCELOS et al., 2001). Nem sempre doenças que ocorrem em crianças, são adquiridas na escola, algumas infecções são adquiridas pelo contato com animais, como cães e gatos por exemplo. Afastar esses animais do convívio delas, não é o mais recomendado, pois pode causar traumas, o correto é vacinar e desverminar periodicamente esses animais que fazem parte do ambiente familiar, proporcionando assim, mais segurança no que diz respeito à contaminação adquirida (DIAS et al., 2003). Quando as crianças adoecem, os pais não sabem ao certo sobre as causas do contágio e acabam muitas vezes culpando a escola de ser um local desprovido de higiene, não levando em consideração que as mesmas não passam o dia todo na escola e, podem sim se contaminar em casa. E ainda tem o fato de muitas delas estranharem o ambiente escolar e acabarem tendo sintomas parecidos com algumas parasitoses, aí entra a papel dos médicos em saber diferenciar os sintomas de uma parasitose de problemas psicológicos (MARANHÃO, 2000). Há anos foi salientada uma necessidade de conhecimento ao combate contras as parasitoses intestinais, sendo que as infecções estão vinculadas ao
77 subdesenvolvimento, saneamento básico e ambiental, falhas na educação e a falta de informação sobre prováveis surtos de contágio. Havendo assim, uma necessidade no acompanhamento das condições de saúde das populações (FERREIRA et al., 2003). A diarreia é uma doença que se caracteriza pelo aumento do número de vezes que a criança evacua. A diarreia aguda, ainda é uma das mais importantes causas de morbidade na infância em muitos países em desenvolvimento, já nos países industrializados, ela é raramente fatal. O consumo de líquidos é muito importante nesses casos, pois uma criança com diarreia aguda se desidrata facilmente. A prevenção também é fundamental, as crianças devem ser orientadas sobre como lavaras mãos antes de manipular os alimentos, lavar as mãos após ir ao banheiro, lavar as mãos após contato com animais etc. (MOTTA; SILVA, 2002). Nosso objetivo foi orientar as crianças por meio da realização de atividades, diálogo com as crianças, jogos educativos e folders sobre os problemas causados por parasitas. Este estudo proporcionou explicações básicas sobre parasitoses, onde nosso grupo focou o tema higiene pessoal. Material e método No mês de setembro de 2011, realizou-se uma Feira Interativa de Parasitoses, no ginásio do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo na cidade de Santo Ângelo, recebendo a visita de, aproximadamente, duzentas crianças em idade escolar. Essas foram divididas em diversos grupos, realizando atividades distintas ao longo da tarde. Cerca de quarenta crianças foram destinadas a cada grupo. O presente trabalho foi destinado à conscientização de medidas de higiene adotadas no dia-a-dia. Aplicou-se um método simples para abordar o assunto, fazendo o uso de objetos de higiene como, xampu, condicionador, cortador de unha, pente, sabonete, escova de dente e creme dental.
78 Para o melhor aprendizado desenvolveu-se um jogo de circuito, com as seguintes regras: formaram-se quatro equipes por sala, contendo três ou mais participantes em cada equipe. Foi escolhido um representante para entrar no jogo sendo que o restante da equipe ficava ajudando a responder as perguntas, localizadas em algumas casas do jogo. Nesse jogo desenvolvido, as crianças jogavam o dado e caminhavam em direção a casa desejada, sendo que se o aluno fosse parar em uma casa com pergunta a equipe do jogador deveria respondê-la para que o jogador pudesse avançar duas casas no jogo, se a equipe errasse o jogador deveria retornar uma casa no jogo. Resultados e discussão A feira foi proveitosa, pois conseguimos passar as crianças, de um jeito fácil e prático, a melhor forma de ter uma higienização adequada. Conseguimos verificar que o modo no qual o assunto foi exposto chamou a atenção dos alunos, que se interessaram muito pela metodologia e demonstraram um aprendizado significativo. Essa aprendizagem pode ser comprovada pelo relato dos professores que acompanharam os alunos, uma vez que estes colocaram que quando as crianças chegaram a suas salas de aulas, começaram a pôr em prática os hábitos de higiene por eles adquiridos através da explicação recebida no jogo e do diálogo feito antes da iniciação do jogo. No decorrer do jogo houve uma interação muito grande com a dinâmica mostrando a expectativa dos participantes em ganharem o jogo. Quanto a isso, Bittencourt e Giraffa (2003) destacam que o jogo é uma estratégia competitiva existindo a possibilidade de vitória e derrota. Durante o jogo podemos verificar essa forma de disputa quando um dos jogadores chorou ao perder o jogo. Os jogos educacionais podem ser usados em projetos contextualizados para a resolução do problema proposto no assunto. Seu uso modifica a dinâmica de ensino, as estratégias e o comprometimento de alunos e professores. Com esse recurso de
79 caráter pedagógico o aluno pode aprender de uma forma mais dinâmica e motivadora o tema proposto (TAROUCO et al., 2005). Em cada equipe que participava tanto da explicação quanto do jogo, houve diversas maneiras de interpretar e participar da atividade didática. Segundo Vasconcelos e Ferreira (2002) a interação criança-criança numa dinâmica apresenta divergências na forma de ver uma mesma situação. Cada um dos participantes pode captar elementos diferentes e torná-los mais significativos em relação ao restante do assunto tratado. Conclusão Concluímos através desse projeto, que com uma interação didática, fora da rotina de uma sala de aula, as crianças têm maior facilidade no aprendizado, ainda mais se for apresentado em forma de jogos e brincadeiras didáticas como apresentado na feira interativa de parasitologia. A mesma abordou de modo simples e objetivo, assuntos que são necessários para as crianças como higiene pessoal. Nosso grupo falou de hábitos básicos e simples de higiene pessoal, como cortar as unhas, lavar os cabelos, lavar as mãos, escovar os dentes, lavar os alimentos entre outros. Hábitos esses que são relevantes na hora de se evitar um possível contágio por parasitas. Esse projeto também ajudou os alunos do 2 semestre de biomedicina e do 6 semestre de pedagogia a entenderem as profilaxias que devem ser tomadas para evitar o contágio de certas parasitoses. O evento também possibilitou a aprendizagem da parasitologia de um modo diferente do que ensinado em sala de aula, bem como a possibilidade de exercer o papel de agentes de saúde na comunidade.
80 Referências BITTENCOURT, João; GIRAFFA, Lucia. Modelando ambientes de aprendizagem virtuais utilizando Role-Playing Games. In: Simpósio brasileiro de informática na educação. 14., 2003, Porto Alegre, Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Rio de Janeiro: NCE/UFRJ, 2003. BÓGUS, Cláudia et al. Cuidados oferecidos pelas creches: percepções de mães e educadoras. Revista de nutrição. Campinas, v. 20, n. 5, p. 499-514, set./out. 2007. DIAS, Tatiana et al. Tinha do couro cabeludo em crianças de Goiânia. Revista da sociedade brasileira de medicina tropical. Uberaba, v. 36, n. 6, p. 653-704, nov./dez. 2003. FERREIRA et al. Ocorrência de parasitoses e comensais intestinais em crianças de escola localizada em assentamento de sem-terras em Campo Florido, Minas Gerais, Brasil. Revista da sociedade brasileira de medicina tropical. v. 36, p. 109-111, jan./fev. 2003. MACHADO, Renato et al. Giardíase e helmintíase em crianças de creches e escolas de 1 e 2 graus (públicas e privadas) da cidade de Mirassol (SP, Brasil). Revista da sociedade brasileira de medicina tropical. Uberaba, v. 32, n. 6, p. 697-704, nov./dez. 1999. MARANHÃO, Damaris. O processo saúde-doença e os cuidados com a saúde na perspectiva dos educadores infantis. Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 1143-1148, out./dez. 2000. MOTTA, Maria; SILVA, Gisélia. Diarréia por parasitas. Revista brasileira de saúde materno infantil. Recife, v. 2, n. 2, p. 117-127, mai./ago. 2002. TAROUCO, Liane et al. O aluno como co-construtor e desenvolvedor de jogos educacionais. Revista de novas tecnologias na educação. Porto Alegre, v. 3, n. 2, p. 1-8, nov. 2005.
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