Higiene pessoal em alunos da pré-escola e anos iniciais do ensino fundamental da rede pública e particular



Documentos relacionados
PROMOVENDO ATIVIDADES RELACIONADAS À HIGIENE PESSOAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

PRÁTICAS LÚDICAS NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA DO INFANTIL IV E V DA ESCOLA SIMÃO BARBOSA DE MERUOCA-CE

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NOS ANOS INICIAIS: UMA PERSPECTIVA INTERGERACIONAL

ENSINO E APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, COM A UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

O professor que ensina matemática no 5º ano do Ensino Fundamental e a organização do ensino

JOGOS MATEMÁTICOS RESUMO INTRODUÇÃO

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

OS SABERES PROFISSIONAIS PARA O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS NA ESCOLA

ProfMat 2014 TAREFAS PARA A SALA DE AULA DE MATEMÁTICA

DOENÇAS VIRAIS: UM DIÁLOGO SOBRE A AIDS NO PROEJA

O PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA UMA PRÁTICA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA INOVADORA

JANGADA IESC ATENA CURSOS

A MATEMÁTICA ATRÁVES DE JOGOS E BRINCADEIRAS: UMA PROPOSTA PARA ALUNOS DE 5º SÉRIES

A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES

PUBLICO ESCOLAR QUE VISITA OS ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE MANAUS DURANTE A SEMANA DO MEIO AMBIENTE

A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR.

O USO DO TANGRAM EM SALA DE AULA: DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO MÉDIO

PERFIL MATEMÁTICO RELATO DE EXPERIÊNCIA. Resumo:

difusão de idéias QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Um processo aberto, um conceito em construção

GESTÃO DEMOCRÁTICA EDUCACIONAL

O trabalho infantil hoje e em diferentes épocas: Uma nova Abordagem para o Ensino. de História nas Séries Iniciais

CASTILHO, Grazielle (Acadêmica); Curso de graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (FEF/UFG).

PLANO DE TRABALHO TÍTULO: PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA DAS CRIANÇAS

II MOSTRA CULTURAL E CIENTÍFICA LÉO KOHLER 50 ANOS CONSTRUINDO HISTÓRIA

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos.

INVESTIGANDO O ENSINO MÉDIO E REFLETINDO SOBRE A INCLUSÃO DAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA PÚBLICA: AÇÕES DO PROLICEN EM MATEMÁTICA

A produção de leituras da obra A maior flor do mundo

O JOGO DE XADREZ COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGEM ESCOLAR DE ALUNOS DO 6º ANO

ADEQUAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO JUNTO AOS MANIPULADORES DE ALIMENTOS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE GOIÂNIA - GO.

TÍTULO: COMO INTERLIGAR OS LIVROS DE LITERATURA INFANTIL COM OS CONTEÚDOS MATEMÁTICOS TRABALHADOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

JOGO DE BARALHO DOS BIOMAS BRASILEIROS, UMA JOGADA FACILITADORA DA APRENDIZAGEM DOS DISCENTES NA BIOGEOGRAFIA.

Palavra chaves: Piff Geometrico. Sólidos Geométricos. Geometria Espacial..

SEDUC SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO ESCOLA ESTADUAL DOMINGOS BRIANTE ANA GREICY GIL ALFEN A LUDICIDADE EM SALA DE AULA

CIRCUITO DAS BRINCADEIRAS: O CURRÍCULO EM MOVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

AGENDA SEMANAL. 31 de março a 04 de abril

A IMPORTÂNCIA DO USO DO LABORATÓRIO DE GEOMETRIA NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES

COMUNIDADE AQUÁTICA: EXTENSÃO EM NATAÇÃO E ATENÇÃO AO DESEMPENHO ESCOLAR EM JATAÍ-GO.

INCLUSÃO ESCOLAR: UTOPIA OU REALIDADE? UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM

JOGOS MATEMÁTICOS: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

Recomendada. A coleção apresenta eficiência e adequação. Ciências adequados a cada faixa etária, além de

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NUMA ESCOLA DO CAMPO

ÁLBUM DE FOTOGRAFIA: A PRÁTICA DO LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 59. Elaine Leal Fernandes elfleal@ig.com.br. Apresentação

ENSINO DE CIÊNCIAS PARA SURDOS UMA INVESTIGAÇÃO COM PROFESSORES E INTÉRPRETES DE LIBRAS.

AFETIVIDADE, PARA QUE TE QUERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador BA, 7 a 9 de Julho de 2010

O ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA ATRAVÉS DE JOGOS LÚDICOS RESUMO

PROFISSÃO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: UM ESTUDO SOBRE O PERFIL DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA UEPB MONTEIRO PB.

A EDUCAÇAO INFANTIL DA MATEMÁTICA COM A LUDICIDADE EM SALA DE AULA

PIBID: DESCOBRINDO METODOLOGIAS DE ENSINO E RECURSOS DIDÁTICOS QUE PODEM FACILITAR O ENSINO DA MATEMÁTICA

5. Considerações Finais

Papo com a Especialista

O uso de jogos no ensino da Matemática

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS NO CONTEXTO ESCOLAR

20 Anos de Tradição Carinho, Amor e Educação.

Pedagogia Estácio FAMAP

Projeto em Capacitação ao Atendimento de Educação Especial

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

ESTATÍSTICA BÁSICA NO CURSO DE TÉCNICO INTEGRADO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Educação Patrimonial Centro de Memória

Universidade Pública na Formação de Professores: ensino, pesquisa e extensão. São Carlos, 23 e 24 de outubro de ISBN:

4 - SESSÃO RESENHA DE LIVRO. Alessandra Balbi Rita Puga. Livro: Terceira Idade & Atividade Física

EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE OFICINAS PEDAGÓGICAS NAS ESCOLAS DO CAMPO

REPRESENTAÇÕES DE AFETIVIDADE DOS PROFESSORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Deise Vera Ritter 1 ; Sônia Fernandes 2

O EXPERIMENTO PROBLEMATIZADOR COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE FÍSICA: RECONSTRUINDO O TELESCÓPIO DE KEPLER

PERGUNTAS FREQUENTES. Sobre Horários. Pessoal docente, escolas públicas. 1 Há novas regras para elaboração dos horários dos professores?

A aula de leitura através do olhar do futuro professor de língua portuguesa

A INCLUSÃO DOS DIREITOS HUMANOS NAS TURMAS DO EJA POR MEIO DAS NOVAS TECNOLOGIAS

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL VIDAL DE NEGREIROS CUITÉ/PB

INCLUSÃO: POSSIBILIDADES DA PSICOLOGIA ESCOLAR RESUMO

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO E INCLUSÃO

LEITURA E ESCRITA NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM COM LUDICIDADE

O PSICÓLOGO (A) E A INSTITUIÇÃO ESCOLAR ¹ RESUMO

UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE AS DIFICULDADES DOS ALUNOS DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO MÉDIO ENVOLVENDO FRAÇÕES

ATIVIDADES DESENVOVLIDAS PELO LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA LEM- FOZ

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMEÇA NA ESCOLA: COMO O LIXO VIRA BRINQUEDO NA REDE PÚBLICA EM JUAZEIRO DO NORTE, NO SEMIÁRIDO CEARENSE

A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA: REFLEXÕES A PARTIR DA LEITURA DOCENTE

Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Matemática versus Estágio Supervisionado

PROJETOS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: DO PLANEJAMENTO À AÇÃO.

Educação. em territórios de alta. vulnerabilidade

FACULDADE ASTORGA FAAST REGULAMENTO ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ÁGUA E SAÚDE NA COMUNIDADE ESCOLAR

TRAÇOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM SÃO LUÍS- MA: UM DIAGNÓSTICO DO PERFIL SOCIOCULTURAL E EDUCACIONAL DE ALUNOS DAS ESCOLAS PARCEIRAS DO PIBID.

JOGANDO COM A MATEMÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

UTILIZANDO BLOG PARA DIVULGAÇÃO DO PROJETO MAPEAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS RESUMO

2.2 O PERFIL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

INTERPRETANDO A GEOMETRIA DE RODAS DE UM CARRO: UMA EXPERIÊNCIA COM MODELAGEM MATEMÁTICA

METODOLOGIA: O FAZER NA EDUCAÇÃO INFANTIL (PLANO E PROCESSO DE PLANEJAMENTO)

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ORLANDO VENÂNCIO DOS SANTOS DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE DE LICENCIANDOS EM MATEMÁTICA

PROBLEMA É IMPLEMENTAR LEGISLAÇÃO

PARECER Nº, DE RELATORA: Senadora LÍDICE DA MATA I RELATÓRIO

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

18/11/2005. Discurso do Presidente da República

REDE DE EDUCAÇÃO SMIC COLÉGIO SANTA CLARA SANTARÉM-PARÁ RESUMO DOS PROJETOS

Transcrição:

75 Higiene pessoal em alunos da pré-escola e anos iniciais do ensino fundamental da rede pública e particular Andressa Soares 1 Camila Justen 1 Camila Simon 1 Tanise Lasch 1 Dênis Julian Langwinski 2 Douglas Mroginski Weber 2 Elisângela Ramos 2 Jordana Dall Alba 2 Marcia Juciele da Rocha 2 Clarice Brutes Sadotlobe 3 Débora Pedroso 3 Resumo: Este trabalho relata a experiência de extensão de estudantes do curso de Graduação em Biomedicina do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA) com alunos da préescola e anos iniciais do Ensino Fundamental da rede pública e particular. O objetivo desse projeto foi aprofundar e aplicar conhecimentos sobre a higiene pessoal para esses alunos. Foram feitas intervenções educativas sobre condições de higiene pessoal através de diálogo com as crianças, um jogo educativo e distribuição de folders. Os resultados desse projeto serão obtidos àlongo prazo, no entanto, constatou-se o entusiasmo das crianças em relação à importância de se ter uma boa higiene pessoal. Palavras-chave: Criança. Doença parasitária. Higiene pessoal. Abstract: This paperreports the experienceofextensionstudentsin the 2ndsemester of thegraduateinstituteofbiomedicinecenecistahigher EducationSant'Angelo-CNEC/IESAwith students frompre-school and early yearsof elementary schoolofpublic and private. The project goalwasto deepen andapply knowledge ofpersonal hygienefor those students.educational interventionswere madeaboutpersonalhygienethroughdialogue with children, aneducational gameand distribution of folders. The resultsobtained inthis project will belong term, however, there was the children's enthusiasmabout the importanceof havinggood personal hygiene. Keywords: Child. Parasitic disease. Personal Hygiene. Introdução O cuidado com a higiene evita o possível contágio de muitas doenças parasitárias, que podem ser transmitidas por alimentos, líquidos e fômites, por exemplo, a giardíase, teníase, leishmaniose, ascaridíase e outras. Essas doenças podem ser adquiridas por contato direto com alimentos contaminados, ou mesmo o contato com 1 Acadêmico (a) do 7º semestre do Curso de Biomedicina do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo/Rio Grande do Sul Brasil. 2 Acadêmico (a) do 3º semestre do Curso de Biomedicina do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo/Rio Grande do Sul Brasil. 3 Docente do Instituto Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo/Rio Grande do Sul - Brasil.

76 outras crianças no âmbito escolar e familiar (MACHADO et al., 1999; MARANHÃO, 2000). Os alunos do 2º semestre do curso de graduação em Biomedicina e 6º semestre do curso de graduação em Pedagogia, do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA), desenvolveram atividades educativas dentro da Feira Interativa de Parasitologia, que ocorreu na faculdade, com a participação de200 alunos da pré-escola e anos iniciais do Ensino Fundamental da rede pública e particular. Estudos demonstram que a maior prevalência de contaminações tanto de parasitas, como por viroses ocorrem nas escolas, deixando assim, as crianças mais vulneráveis á contágios. Por mais que os educadores tenham o conhecimento sobre as possíveis contaminações, os mesmos não conseguem transmitir as crianças, uma noção maior sobre a higiene pessoal que é muito importante nos primeiros anos de educação escolar (MARANHÃO, 2000; VASCONCELOS et al., 2001). Nem sempre doenças que ocorrem em crianças, são adquiridas na escola, algumas infecções são adquiridas pelo contato com animais, como cães e gatos por exemplo. Afastar esses animais do convívio delas, não é o mais recomendado, pois pode causar traumas, o correto é vacinar e desverminar periodicamente esses animais que fazem parte do ambiente familiar, proporcionando assim, mais segurança no que diz respeito à contaminação adquirida (DIAS et al., 2003). Quando as crianças adoecem, os pais não sabem ao certo sobre as causas do contágio e acabam muitas vezes culpando a escola de ser um local desprovido de higiene, não levando em consideração que as mesmas não passam o dia todo na escola e, podem sim se contaminar em casa. E ainda tem o fato de muitas delas estranharem o ambiente escolar e acabarem tendo sintomas parecidos com algumas parasitoses, aí entra a papel dos médicos em saber diferenciar os sintomas de uma parasitose de problemas psicológicos (MARANHÃO, 2000). Há anos foi salientada uma necessidade de conhecimento ao combate contras as parasitoses intestinais, sendo que as infecções estão vinculadas ao

77 subdesenvolvimento, saneamento básico e ambiental, falhas na educação e a falta de informação sobre prováveis surtos de contágio. Havendo assim, uma necessidade no acompanhamento das condições de saúde das populações (FERREIRA et al., 2003). A diarreia é uma doença que se caracteriza pelo aumento do número de vezes que a criança evacua. A diarreia aguda, ainda é uma das mais importantes causas de morbidade na infância em muitos países em desenvolvimento, já nos países industrializados, ela é raramente fatal. O consumo de líquidos é muito importante nesses casos, pois uma criança com diarreia aguda se desidrata facilmente. A prevenção também é fundamental, as crianças devem ser orientadas sobre como lavaras mãos antes de manipular os alimentos, lavar as mãos após ir ao banheiro, lavar as mãos após contato com animais etc. (MOTTA; SILVA, 2002). Nosso objetivo foi orientar as crianças por meio da realização de atividades, diálogo com as crianças, jogos educativos e folders sobre os problemas causados por parasitas. Este estudo proporcionou explicações básicas sobre parasitoses, onde nosso grupo focou o tema higiene pessoal. Material e método No mês de setembro de 2011, realizou-se uma Feira Interativa de Parasitoses, no ginásio do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo na cidade de Santo Ângelo, recebendo a visita de, aproximadamente, duzentas crianças em idade escolar. Essas foram divididas em diversos grupos, realizando atividades distintas ao longo da tarde. Cerca de quarenta crianças foram destinadas a cada grupo. O presente trabalho foi destinado à conscientização de medidas de higiene adotadas no dia-a-dia. Aplicou-se um método simples para abordar o assunto, fazendo o uso de objetos de higiene como, xampu, condicionador, cortador de unha, pente, sabonete, escova de dente e creme dental.

78 Para o melhor aprendizado desenvolveu-se um jogo de circuito, com as seguintes regras: formaram-se quatro equipes por sala, contendo três ou mais participantes em cada equipe. Foi escolhido um representante para entrar no jogo sendo que o restante da equipe ficava ajudando a responder as perguntas, localizadas em algumas casas do jogo. Nesse jogo desenvolvido, as crianças jogavam o dado e caminhavam em direção a casa desejada, sendo que se o aluno fosse parar em uma casa com pergunta a equipe do jogador deveria respondê-la para que o jogador pudesse avançar duas casas no jogo, se a equipe errasse o jogador deveria retornar uma casa no jogo. Resultados e discussão A feira foi proveitosa, pois conseguimos passar as crianças, de um jeito fácil e prático, a melhor forma de ter uma higienização adequada. Conseguimos verificar que o modo no qual o assunto foi exposto chamou a atenção dos alunos, que se interessaram muito pela metodologia e demonstraram um aprendizado significativo. Essa aprendizagem pode ser comprovada pelo relato dos professores que acompanharam os alunos, uma vez que estes colocaram que quando as crianças chegaram a suas salas de aulas, começaram a pôr em prática os hábitos de higiene por eles adquiridos através da explicação recebida no jogo e do diálogo feito antes da iniciação do jogo. No decorrer do jogo houve uma interação muito grande com a dinâmica mostrando a expectativa dos participantes em ganharem o jogo. Quanto a isso, Bittencourt e Giraffa (2003) destacam que o jogo é uma estratégia competitiva existindo a possibilidade de vitória e derrota. Durante o jogo podemos verificar essa forma de disputa quando um dos jogadores chorou ao perder o jogo. Os jogos educacionais podem ser usados em projetos contextualizados para a resolução do problema proposto no assunto. Seu uso modifica a dinâmica de ensino, as estratégias e o comprometimento de alunos e professores. Com esse recurso de

79 caráter pedagógico o aluno pode aprender de uma forma mais dinâmica e motivadora o tema proposto (TAROUCO et al., 2005). Em cada equipe que participava tanto da explicação quanto do jogo, houve diversas maneiras de interpretar e participar da atividade didática. Segundo Vasconcelos e Ferreira (2002) a interação criança-criança numa dinâmica apresenta divergências na forma de ver uma mesma situação. Cada um dos participantes pode captar elementos diferentes e torná-los mais significativos em relação ao restante do assunto tratado. Conclusão Concluímos através desse projeto, que com uma interação didática, fora da rotina de uma sala de aula, as crianças têm maior facilidade no aprendizado, ainda mais se for apresentado em forma de jogos e brincadeiras didáticas como apresentado na feira interativa de parasitologia. A mesma abordou de modo simples e objetivo, assuntos que são necessários para as crianças como higiene pessoal. Nosso grupo falou de hábitos básicos e simples de higiene pessoal, como cortar as unhas, lavar os cabelos, lavar as mãos, escovar os dentes, lavar os alimentos entre outros. Hábitos esses que são relevantes na hora de se evitar um possível contágio por parasitas. Esse projeto também ajudou os alunos do 2 semestre de biomedicina e do 6 semestre de pedagogia a entenderem as profilaxias que devem ser tomadas para evitar o contágio de certas parasitoses. O evento também possibilitou a aprendizagem da parasitologia de um modo diferente do que ensinado em sala de aula, bem como a possibilidade de exercer o papel de agentes de saúde na comunidade.

80 Referências BITTENCOURT, João; GIRAFFA, Lucia. Modelando ambientes de aprendizagem virtuais utilizando Role-Playing Games. In: Simpósio brasileiro de informática na educação. 14., 2003, Porto Alegre, Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Rio de Janeiro: NCE/UFRJ, 2003. BÓGUS, Cláudia et al. Cuidados oferecidos pelas creches: percepções de mães e educadoras. Revista de nutrição. Campinas, v. 20, n. 5, p. 499-514, set./out. 2007. DIAS, Tatiana et al. Tinha do couro cabeludo em crianças de Goiânia. Revista da sociedade brasileira de medicina tropical. Uberaba, v. 36, n. 6, p. 653-704, nov./dez. 2003. FERREIRA et al. Ocorrência de parasitoses e comensais intestinais em crianças de escola localizada em assentamento de sem-terras em Campo Florido, Minas Gerais, Brasil. Revista da sociedade brasileira de medicina tropical. v. 36, p. 109-111, jan./fev. 2003. MACHADO, Renato et al. Giardíase e helmintíase em crianças de creches e escolas de 1 e 2 graus (públicas e privadas) da cidade de Mirassol (SP, Brasil). Revista da sociedade brasileira de medicina tropical. Uberaba, v. 32, n. 6, p. 697-704, nov./dez. 1999. MARANHÃO, Damaris. O processo saúde-doença e os cuidados com a saúde na perspectiva dos educadores infantis. Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 1143-1148, out./dez. 2000. MOTTA, Maria; SILVA, Gisélia. Diarréia por parasitas. Revista brasileira de saúde materno infantil. Recife, v. 2, n. 2, p. 117-127, mai./ago. 2002. TAROUCO, Liane et al. O aluno como co-construtor e desenvolvedor de jogos educacionais. Revista de novas tecnologias na educação. Porto Alegre, v. 3, n. 2, p. 1-8, nov. 2005.

81 VASCONCELOS, Cleido; FERREIRA, Maria. Crianças pequenas brincando em creche: a possibilidade de múltiplos pontos de vista. Estudos de Psicologia. São Paulo, v. 7, n. 2, p. 259-270, 2002. VASCONCELOS, Raquel et al. Escola: um espaço importante de informação em saúde bucal para a população infantil. Revista da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos. São José dos Campos, v. 4, n. 3, p. 43-51, set./dez. 2001.