Congresso Brasileiro de Processamento mínimo e Pós-colheita de frutas, flores e hortaliças,

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33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 Palavras chave: Carica papaya L.; Colletotrichum gloeosporioides; manejo alternativo. ABSTRACT Control of anthracnose and papaya postharvest quality with the use of vegetal extract, resistance inducer and fungicide. Among the papaya postharvest diseases anthracnose, caused by Colletotrichum gloeosporioides is one of the most important and the use of natural products has been an effective alternative in order to extend the shelf-life of fruit and reduce the damage caused by the pathogen. The aim of this study was to analyze the efficiency of the plant extract of Momordica charantia in controlling anthracnose severity in papaya fruit and postharvest quality after treatments. Healthy fruits of group solo of papaya in commercial maturity were washed and sprayed with treatments and packed in plastic trays. After 24 h, the fruits were wounded with a flamed drill to a depth of approximately 2 cm and the wound surface were deposited disks of the fungal colony. The fruits were placed in a moist chamber for a period of 24 h. To assess the severity of anthracnose, the following treatments were used: M. charantia extract at concentrations of 500, 1000 and 1500 ppm, the commercial product acibenzolar-s-methyl inductor (ASM) (0.3 g L-1), fungicide mancozeb (2 g L-1) and distilled water (control). The fruits were immersed for 2 minutes in treatments and stored for a period of 5 days at a temperature of 25 + 2 C. Post-harvest analysis were performed at harvest and after five day trials, being evaluated ph, total soluble solids, titratable acidity and firmness, treated with M. charantia extract at 1000 ppm. The vegetal extract of M. charantia decreased the severity of anthracnose and influences the postharvest quality of papaya fruits. Keywords: Carica papaya L.; Colletotrichum gloeosporioides; alternative management INTRODUÇÃO Na comercialização de frutos, um dos fatores limitantes são as doenças fúngicas, como a antracnose, causada pelo fungo Colletrotrichum gloeosporiodes, que é considerada a

62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 mais importante na pós-colheita de mamoeiro e ocorre em todos os países produtores (ALMEIDA et al., 2011, POOL, 2013). Esta doença é tratada de maneira preventiva com agroquímicos, no entanto, o uso desordenado destes produtos tem causado grande impacto ambiental, com danos econômicos e sociais (TAVELA, 2011). Para minimizar o problema, o uso de produtos naturais tem se mostrado uma alternativa viável para o controle de fitopatógenos. A potencialidade das substâncias bioativas presentes em produtos naturais e seu uso como instrumento sustentável no controle de doenças têm sido estudados com mais atenção nos últimos anos (CASTRO et al., 2004; GOMES, 2008). Dentre os extratos vegetais testados com potencial antimicrobiano, o melão-de-são-caetano (Mormodica charantia L.) tem apresentado bons resultados no controle de fitopatógenos (LEITE, 2012). Neste cenário, a indução de resistência para o manejo de doenças também mostra-se bastante promissora no manejo de doenças em cultivos agrícolas. A indução de resistência pode ser ativada por uma série de substâncias bioativas, com o objetivo de evitar, a entrada do patógeno em seus tecidos (BARROS et al., 2010). O acibenzolar-smetil (ASM), é um indutor abiótico, considerado como ativador de resistência em plantas, possuindo propriedades de elicitar respostas contra um amplo espectro de patógenos (BOAVA et al., 2010). Face ao exposto, o objetivo do trabalho foi analisar os efeitos do extrato vegetal de melão-de-são-caetano, indutor de resistência e fungicida no controle da severidade da antracnose e a qualidade pós-colheita dos frutos diante os tratamentos. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no Laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal da Paraíba UFPB. Para avaliação da severidade da antracnose, foram utilizados os seguintes tratamentos: extrato de M. charantia nas concentrações de 500, 1000 e 1500 ppm, o produto comercial indutor (acibenzolar-s-methyl- ASM), fungicida (Dithane/Mancozebe) nas dosagens de 0,3 g.l -1, e 2 g.l -1, respectivamente e água destilada (controle). Frutos de mamoeiro sadios do grupo solo em maturidade

92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 comercial, foram lavados e pulverizados com os tratamentos anteriormente descritos. Em seguida foram acondicionados em bandejas plásticas, e, após 24 h foram feridos com um perfurador flambado a uma profundidade de aproximadamente 2 cm, sobre a superfície da área ferida foram depositados discos da colônia fúngica contendo estruturas jovens do patógeno. Em seguida os frutos foram colocados em câmara úmida, por um período de 24h. A avaliação da infecção, realizada diariamente durante sete dias, foi empregada uma escala de notas segundo Nery Silva et al.,(2001) onde: 1 = sem sintomas, 2 = presença de pequenas pontuações (até 3 mm), 3 = presença de lesões aquosas ou mumificadas, não coalescentes e 5 = presença de lesões aquosas ou mumificadas, não coalescentes, mais abrangendo maior região, descendo pela polpa do fruto, podendo chagar até a cavidade das sementes; o tecido dessa região pode apresentar excessivo amaciamento. Foram utilizados quatro repetições por tratamento, sendo cada repetição constituída por três frutos. Os dados foram analisados no programa estatístico SISVAR utilizando o teste de Sckott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. As avaliações pós-colheita foram feitas no dia da colheita dos frutos de mamoeiro (Dia 0), realizada nas primeiras horas da manhã e passados cinco dias após a colheita (Dia 5). Nas análises pós-colheita foram realizada medição de ph; teores de sólidos solúveis totais,acidez total titulável, e firmeza, (AOAC, 1997). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados referentes a severidade da antracnose nos frutos de mamoeiro, notou-se que ao 2º dia de avaliação a testemunha era a única a se diferenciar de todos os tratamentos apresentando maior nível de severidade. Ao 3 dia não houve diferença entre os tratamentos com o extrato vegetal diferenciando-se estatisticamente dos demais tratamentos que avançavam na severidade da antracnose e, no 4 dia, foi observada diferença significativa entre as concentrações do extrato em que as maiores concentrações usadas apresentaram os melhores resultados inibindo a severidade. No 5 e último dia de avaliação os menores índices de severidade da doença foram demonstrados nos tratamentos de todas as concentrações do extrato de melão-de-sãocaetano (Tabela 1). O acibenzolar-s-metil e o fungicida apresentaram níveis

122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 semelhantes de controle, se diferenciando da testemunha. De acordo com Bonaldo et. al., (2004) compostos secundários presentes em plantas medicinais, podem desempenhar funções importantes em interações planta patógenos, através de ação antimicrobiana direta ou ativando mecanismos de defesa de outras plantas que venham a ser tratadas com esses compostos. Ao se avaliar a firmeza dos frutos de mamoeiro (Tabela 2), foi observado diferença significativa entre o dia 0 de avaliação e o 5º dia independente do tratamento utilizado. No 5 dia de avaliação houve diferença dos tratamentos em relação a testemunha. Nunes et al., (2004) demonstraram maiores valores de firmeza em pêssegos tratados com fécula a 3% ocorrendo redução de perda de firmeza desses frutos com o uso de produtos alternativos. Chiumarelli e Ferreira (2006) observaram que frutos de tomate submetidos à biofilmes comestíveis à base de fécula, apresentaram também maior índice de firmeza. Para os teores de sólidos solúveis (Tabela 2), no 5 dia os frutos tratados apresentaram redução dos sólidos solúveis, sobretudo com o uso do acibenzolar-s-metil, tendo o mais baixo teor de sólidos solúveis. De acordo com Carmo et al., (2004), os processos metabólicos relacionados com o avanço do amadurecimento de compostos solúveis, influenciam diretamente os teores de sólidos solúveis. Frutos quando submetidos a tratamentos pré-colheita podem, dissociar algumas moléculas e enzimas estruturais, em compostos solúveis tem influencia direta nos teores de sólidos solúveis. Não houve diferença significativa na avaliação do ph nos frutos, no 1 e 5 dia, em todos os tratamentos avaliados. Na avaliação da acidez houve diferença entre dia 0 e o 5º dia, em todos os tratamentos. O mamão um fruto com baixos teores de acidez, podendo sua acidez aumentar com inicio do amadurecimento, reduzindo com a maturação completa do fruto. Assim, conclui-se que o extrato vegetal de Melão-de-São-Caetano diminuiu a severidade da antracnose e influenciou na qualidade pós-colheita dos frutos de mamoeiro. REFERENCIAS ALMEIDA, G. V. B. O mamão no mundo, no Brasil e na Ceagesp: rápidas mudanças.32ª edição.revista PROCAMPO. 2011. AOAC - Association of Official Analytical Chemists. Official methods of analysis of AOAC International. 16 ed. Gaitheersburg: AOAC, 1997.

153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 BARROS, F. C.; SAGATA, E.;FERREIRA, L. C. C.; JULIATTI, F. C.;Indução de resistência em plantas contra fitopatógenos. Bioscience. Journal, Uberlândia, v. 26, n. 2, p. 231-239, 2010. BOAVA, L. P.; KUHN, O. J.;PASCHOLATI, S. F.;DI PIERO R. M.;FURTADO, E. L. Efeito de indutores bióticos e abióticos na atividade de quitinase e peroxidase e no controle da ferrugem causada por Puccinia psidii em eucalipto. Summa Phytopathologica, v.36, n.2, p.168-172, 2010. BONALDO, S. M.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; STANGARLIN, J. R.; TESSMANN, D. J.. SCAPIM, C. A. Fungitoxicidade, Atividade Elicitora de Fitoalexinas e Proteção de Pepino contra Colletotrichum lagenarium, pelo Extrato Aquoso de Eucalyptus citriodora. Fitopatologia Brasileira, v. 29, n. 2, mar./ abr 2004. CARMO,S. A.;Conservação pós-colheita em pimentão amarelo.tese. Faculdade de engenharia Universidade estadual de campina. São Paulo. 2004. CASTRO, H. G. et al. Contribuição ao estudo das plantas medicinais: metabólitos secundários. 2. ed. Viçosa: UFV, 2004. 113 p. CHIUMARELLI M.; FERREIRA M. D. Qualidade pós-colheita de tomates Débora com utilização de diferentes. coberturas comestíveis e temperaturas de armazenamento. Horticultura Brasileira. v. 24, n. 3, p. 381-385, jul./set. 2006. GOMES D. P. Efeito do óleo de nim na qualidade sanitária e fisiológica de sementes de soja.xiiencontro Latino Americano de IniciaçãoCientífica INIC São José dos Campos-SP 2008. LEITE, R. P. Extrato de melão-de-são-caetano no controle da queima das folhas e metodos de inoculacao em plantas de inhame (Dissertação de mestrado). UFPB. 2012. NERY-SILVA, F. A.;MACHADO, J.C.; LIMA, L. C. O.;RESENDE, M. L. V. Controle químico da podridão peduncular de mamão causada por Colletotrichum gloesporioides.ciênca e Agrotcnologia, Lavras.25,n. 3,p519-24, maio/jun. 2001. NUNES, E.E.; VILAS BOAS, B.M.; CARVALHO, G.L.; SIQUEIRA, H.H.; LIMA, L.C.O. Vida útil de pêssegos Aurora-2 armazenados sob atmosfera modificada e refrigeração. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.26, n.3, p.438-440, POLL, H. et al. Anuário brasileiro da fruticultura (2013). Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2013. 136 p.; il. ISSN 1808-4931. TAVELLA,L. B.; SILVA,Í. N.; FONTES, L. O.; DIAS, JAIRO, R. M.;SILVA, M. I. L. ACSA. O uso de agrotóxicos na agricultura e suas consequências toxicológicas e ambientais.patos. v.07, n 02. p. 06 12. 2011. Disponível em:< http: www.cstr.ufcg.edu.br. Acesso em dia 05 de agosto de 2012.

195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 Tabela 1: Severidade da antracnose do mamão em frutos inoculados e tratados com extratos vegetais, fungicida e indutor de resistência, utilizando-se escala de notas. Table 1: Severity anthracnose in papaya fruit inoculated and treated with plant extracts, fungicide and resistance inducer, using severity disease index. Tratamentos Dias após a inoculação 1 2 3 4 5 EMSC 500 ppm** *1,00 a 1,00 a 2.20b 2.60 c 2.60 c EMSC 1000 ppm 1,00 a 1,00 a 2,20 b 2.20 d 2.20 c EMSC 1500 ppm 1,00 a 1,00 a 2,00 b 2.00 d 2.00 c Indutor de resistência 1,00 a 1,00 a 2,80 a 3.00 b 3.20 b (0,3 g/l -1 ) Fungicida (2g/L 1 ) 1,00 a 1,00 a 3,00 a 3.00 b 3.20 b Testemunha 1,00 a 3,00 b 3,40 a 3.80 a 4.80 a CV (%) - 11,09 14,90 12,35 14,27 ** EMSC (ppm): Diluição do extrato de Melão de São Caetano em partes por milhão (ppm) Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Escala de notas 1= Sem sintomas visíveis; 2 = presença de pequenas pontuações (até 3 mm) aquosas superficiais; 3= presença de lesões aquosas ou mumificadas, não coalescentes; 4 = presença de lesões aquosas ou mumificadas, não coalescentes, mais acentuadas abrangendo maior região e 5= presença de lesões aquosas ou mumificadas, não coalescentes, mais acentuadas abrangendo maior região, descendo pela polpa do fruto, podendo chegar até a cavidade das sementes; o tecido desta região pode apresentar excessivo amaciamento. Tabela 2: Avaliações pós-colheita de frutos de mamoeiro tratados com extratos vegetais, fungicida e indutor de resistência acibenzolar-s-metil (ASM) no dia 0 e após 5 dias de armazenamento a 25 C. Table 2: Evaluations of postharvest papaya fruits treated with plant extracts, fungicide and acibenzolar-s-methyl resistance inducer at day 0 and after 5 days of storage at 25 C. Tratamentos Firmeza (N) Sólidos solúveis ( Brix) ph Acidez total (g ác. Cítrico 100 g -1) Dia 0 76.05a 5,47 a 5.80 a 0,18 a Dia 5-EMSC 1000 ppm 8.62 b 1.05c 5.10 a 0.11b Dia 5-0,3g/L 1 8.98b 3.10b 5.77 a 0.09b Dia 5-Fungicida 2g/L -1 7.96 b 3.22b 5.82 a 0.09b Dia 5-Testemunha 0.00 c 4.42a 6.02 a 0.12b CV (%) 17.76 27,05 14,91 24,67

223 224 Médias seguidas pela mesma letra, na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott- knot, ao nível de 5 % de probabilidade.