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Transcrição:

Enraizamento de estacas de erva-baleeira em função de diferentes concentrações de AIB e substratos Fabiany de Andrade Brito¹, Mariana Souza Santos¹, Daniela Aparecida de Castro Nizio¹, Arie Fitzgerald Blank¹, Maria de Fátima Arrigoni-Blank¹ ¹UFS - Universidade Federal de Sergipe. Av. Marechal Rondon, s/n Jardim Rosa Elze - CEP 9- - São Cristóvão/SE, fabi_andradebr@hotmail.com, marianass.agro@hotmail.com, danielanizio@yahoo.com.br, arie.blank@gmail.com, fatima.blank@gmail.com. RESUMO Cordia verbenacea é uma espécie pertencente à família Boraginaceae, originária das áreas litorâneas da América do Sul de ocorrência em todo território brasileiro, e que popularmente recebe os nomes de erva-baleeira, maria milagrosa, maria-preta e catinga-de-barão. É uma planta usada na medicina popular como antiinflamatório, analgésico, antiucerogênico e antireumático. A propagação de erva-baleeira pode ser realizada por meio de sementes, porém, a propagação por meio da estaquia constitui uma técnica alternativa para a multiplicação de genótipos superiores. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes concentrações de ácido indolbutírico e substratos sobre o enraizamento de estacas de erva-baleeira. O delineamento experimental foi em blocos casualisados, em esquema fatorial x, com três repetições. Testou-se cinco concentrações de acido indolbutírico (,; ; ; e mg.l - ) e quatro substratos [( areia + vermiculita (:); areia + pó de coco (:); areia + pó de coco (:) e areia + pó de coco (:)]. Aos dias após instalação do ensaio, foram avaliadas as seguintes variáveis: porcentagem de estacas enraizadas e número de folhas e raízes. O maior percentual de enraizamento foi encontrado com concentrações entre e mg.l - de AIB, independentemente do substrato. Considerando o substrato A+PC (:), o número de folhas por estaca aumentou linearmente ao aumentar a concentração do AIB. Para os demais substratos as concentrações de AIB entre e mg.l - proporcionaram maior número de folhas por estaca. Os melhores resultados para número de raízes/estaca foram obtidos mediante a utilização de a mg.l - de AIB. Recomenda-se para propagação de Cordia verbenacea o tratamento das mini-estacas com mg.l - de AIB por horas e a utilização de areia + pó de coco (:) como substrato. Palavras-chave: Cordia verbenacea, ácido indolbutírico, regulador de crescimento, propagação. ABSTRACT Rooting of Cordia verbenacea in different IBA concentrations and substrates Cordia verbenacea is a species that belongs to the Boraginaceae family, and is originated from the coastal areas of South America and occurred throughout Brazil. This species is popularly known as "erva-baleeira", "maria milagrosa", "maria-preta" and "catinga-de-barão". This species is extensively utilized in the folk medicine as anti-inflammatory, analgesic, antiulcer and antirheumatic agent. The propagation of C. verbenacea can be performed by seed, but the propagation through the use of cuttings is an alternative technique for the multiplication of superior genotypes. The aim of this study was to evaluate the effect of different concentrations of IBA (indolbutyric acid) and substrates on the rooting of cuttings of C. verbenacea. The experimental design was in randomized blocks, in a x factorial scheme, where five concentrations of IBA (.,,, and mg L - ) and four substrates [(sand, vermiculite (:), coconut coir + sand (:), coconut coir + sand (:) and coconut coir + sand (:)] were tested. At days after installation of the experiment, the following variables were evaluated: percentage of rooted cuttings, number of leaves and roots. The highest percentage of rooting was found at concentrations between and mg.l - IBA, independently of the substrate. Considering the substrate coconut coir + sand (:), the number of leaves per cutting increased linearly by increasing the concentration of IBA. For the other substrates the concentrations of IBA between and mg.l - provided higher number of leaves per cutting. The best results for number of roots per cutting were obtained using to Hortic. bras., v., n., (Suplemento - CD Rom), julho S 9

mg.l - of IBA. It is recommended for the propagation of C. verbenacea the treatment of the cutting with mg.l - IBA for hours and the use of coconut coir + sand (:) as substrate. Keywords: Cordia verbenacea, indolbutyric acid, substrate, propagation A erva-baleeira (Cordia verbenacea) é uma planta da família Boraginaceae originária das áreas litorâneas da América do Sul de ocorrência em todo território brasileiro. Popularmente ela recebe os nomes de maria-milagrosa, baleeira, maria-preta, salicilina, pimenteira e catinga-de-barão. Suas folhas aromáticas são utilizadas como antiinflamatório, analgésico, e anti-ulcerogênico, sob a forma de chás ou infusões para uso interno ou tópico (Lorenzi & Matos, ; Araujo, 7; Souza et al., 9). Em, o Laboratório Aché lançou o primeiro antiinflamatório fitoterápico desenvolvido inteiramente no Brasil, obtido a partir do óleo essencial de C. verbenacea, que, dentre outras substâncias, contém o α-humuleno, um sesquiterpeno indicado como o princípio ativo responsável pela ação antiinflamatória (Sertié et al.,). A propagação de erva-baleeira pode ocorrer por meio de sementes ou pelo enraizamento de miniestacas com aproximadamente cm de comprimento. Entretanto se a propagação da espécie ocorrer via sementes poderá haver alterações no teor do princípio ativo (Ladeira, ). A propagação vegetativa através do uso de mini-estacas é uma técnica alternativa para a multiplicação de plantas e pode ser útil na manutenção de genótipos favoráveis de erva-baleeira na forma de clones (Lameira, et al., 997), porém muitas plantas apresentam dificuldade de enraizamento. Existem vários fatores que podem influenciar a formação de raízes e conseqüentemente a produção de mudas por estaquia, podendo estes ser intrínsecos (idade da planta matriz, condição fisiológica da mesma, época do ano, tipo de estaca, sanidade e oxidação) ou extrínsecos como temperatura, umidade, substrato e luz ou ainda o preparo e manejo das estacas, presença de lesões e uso de fitorreguladores como indutores de enraizamento (Fachinello et al., ). O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência de diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB) e diferentes substratos à base de areia, vermiculita e pó de coco sobre o enraizamento de mini-estacas de erva-baleeira. MATERIAL E MÉTODOS As plantas utilizadas como doadoras de estacas para o ensaio foram plantas espontâneas de C. verbenacea da Fazenda Experimental "Campus Rural da UFS". O ensaio foi mantido em casa de vegetação com tela sombrite % e nebulização intermitente localizada no Departamento de Engenharia Agronômica da UFS, no município de São Cristóvão- SE. O delineamento experimental foi em blocos casualisados, em esquema fatorial x, com três repetições e estacas por repetição. Testou-se cinco concentrações de acido indolbutírico (,; ; Hortic. bras., v., n., (Suplemento - CD Rom), julho S 9

; e mg.l - ) e quatro substratos: Areia + Vermiculita (:)(A+V :); Areia + Pó de coco (:) (A+PC :), Areia + Pó de coco (:)(A+PC :) e Areia + Pó de coco (:) (A+PC :). Todos os substratos foram acrescidos de g.l - de calcário dolomítico. As estacas foram cortadas com aproximadamente cm de comprimento a cm da região apical e imersas por h em solução de AIB que continha além do regulador, mg.l - de ácido bórico e g.l - de sacarose, incluindo a testemunha (, mg.l - de AIB) e ph ajustado para,. Depois de tratadas com o indutor de enraizamento, as estacas foram plantadas em tubetes de cm³ contendo os substratos acima citados. Aos dias após o plantio, foram avaliados: enraizamento (%), número de folhas e número de raízes por estaca. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, quando significativo as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a % de probabilidade e aplicou-se regressão polinomial para doses de AIB. RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve interação significativa entre AIB e substratos para as variáveis: número de folhas e número de raízes, o que não foi observado para porcentagem de enraizamento. Nota-se a inflexão positiva da curva de regressão para concentrações entre e mg.l - e decréscimo na porcentagem de enraizamento na concentração de mg.l - de AIB (Figura ). Lameira et al., 997 observou maior porcentagem de enraizamento de estacas de C. verbenacea, com a concentração de mg.l - de AIB (8%) e % foi obtido quando utilizado 7 mg.l -.Estacas apicais de figueira, obtiveram um incremento linear na porcentagem de enraizamento com aumento nas concentrações de AIB até o máximo de 9,7 mg.l - (Pio et al., 8). A partir desta concentração, houve um decréscimo no enraizamento, semelhante ao observado no presente estudo para concentrações superiores a mg.l -. Esta redução na porcentagem de enraizamento deve-se possivelmente ao efeito fitotóxico que apresentam os fitorreguladores em concentrações mais altas, inibindo a formação de raízes. Para a variável número de folhas/estaca, as concentrações de AIB proporcionaram diferentes resultados em relação aos substratos utilizados (Tabela ). Na ausência de AIB, os substratos A+V (:) e A+PC (:), proporcionaram maior número de folhas/estaca (, e, respectivamente). Na concentração mg.l -, com substrato A+PC (:), menor número de folhas/estaca foi observado (,). Utilizando-se mg.l -, os substratos A+PC (:) e A+PC (:) favoreceram maior desenvolvimento de folhas/estaca com, e,7, respectivamente. Na concentração mg.l - os melhores substratos foram A+V (:) e A+PC (:) enquanto que para a concentração mg.l - estes mesmos substratos não favoreceram o desenvolvimento de folhas. Considerando o substrato A+PC (:), o número de folhas por estaca respondeu linearmente ao aumento na concentração do Hortic. bras., v., n., (Suplemento - CD Rom), julho S 9

ácido indolbutírico (Figura A). Para os demais substratos concentrações entre e mg.l - proporcionaram maior número de folhas/estaca. Para a variável número de raízes, na ausência de AIB, apenas o substrato A+PC (:) não favoreceu o desenvolvimento das mesmas (Tabela ). Nas concentrações de e mg.l - os substratos A+V (:) e A+PC (:) proporcionaram maior número de raízes/estaca. Todos os substratos favoreceram semelhantemente o desenvolvimento de raízes na concentração de mg.l -. Enquanto que com mg.l - o substrato A+PC (:) proporcionou maior número de raízes/estaca (,87). Pela análise de regressão, os melhores resultados para número de raízes/estaca foram obtidos mediante a utilização de a mg.l - de AIB no pré tratamento das estacas (Figura ). Para os substratos A+PC (:) e A+PC (:), maior número de raízes/estaca foi observado utilizando mg.l - de AIB (,8 e,7, respectivamente). Foi possível observar para os substratos A+PC (:) e A+V (:), um acréscimo no número de raízes/estaca com o aumento da concentração de AIB até mg.l -. A redução do número de raízes observada a partir dessa concentração pode ter sido causada pelo efeito tóxico que o fitorregulador apresenta em concentrações mais altas para algumas espécies, inibindo o desenvolvimento das raízes. Recomenda-se para propagação de Cordia verbenacea o tratamento das mini-estacas com mg.l - de AIB por horas e a utilização de A+PC (:) como substrato. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem o suporte financeiro recebido do CNPq, FAPITEC/SE e CAPES. REFERÊNCIAS ARAUJO, JS de. 7. Desenvolvimento vegetal, produção e composição química do óleo essencial de Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) em função do fornecimento de N, P, K e B e da aplicação de ácido Jasmônico. Campinas: Instituto de Biologia, Universidade Federal de Campinas (Dissertação de mestrado). FACHINELLO, JC; NACHTIGAL, JC; HOFFMANN, A; KERSTEN, E.. Propagação vegetativa por estaquia. In: FACHINELLO, JC; HOFFMANN, A; NACHTIGAL, J C. (Ed.) Propagação de plantas frutíferas. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, p. 9-9. LADEIRA, RS.. Preparação do extrato seco de Cordia verbenacea. Porto Alegre: Instituto brasileiro de estudos homeopáticos, p. (Monografia, especialização em fitoterapia). LAMEIRA, AO; PINTO, JEBP ; ARRIGONI-BLANK, M de F. 997. Enraizamento de miniestacas de erva-baleeira. Horticultura Brasileira, Brasília, v., n., p. -. Hortic. bras., v., n., (Suplemento - CD Rom), julho S 9

LORENZI, H; MATOS, JA.. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora: Nova Odessa, p. PIO, R; RAMOS, JD; CHALFUN, NNJ; CHAGAS, EA; DALASTRA, IM; CAMPAGNOLO, M A; CHALFUN, MZH. 8. Enraizamento de estacas apicais de figueira e desenvolvimento inicial das plantas no campo. Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n., p.7-. SERTIÉ, JAA; WOISKY, RG; WIEZEL, G; RODRIGUES, M.. Pharmacological assay of Cordia verbenacea V: oral and topical anti-inflammatory activity, analgesic effect and fetus toxicity of a crude leaf extract. Phytomedicine. v., p.8-. SOUZA, MF; NERY, PS; MANGANOTTI, SA; MATOS, C da C; MARTINS, ER Conteúdo de óleo essencial de Cordia verbenacea em diferentes horários de coleta. Revista Brasileira de Agroecologia, Brasília, v., n., p. 7-7, nov, 9. Figura. Enraizamento de estacas de erva-baleeira (Cordia verbenacea DC.) em função do aumento da concentração de Ácido indolbutírico [Rooting of erva-baleeira (Cordia verbenacea DC.) as a function of increasing concentrations of indolbutyric acid]. São Cristóvão, UFS,. Hortic. bras., v., n., (Suplemento - CD Rom), julho S 97

Tabela. Número de folhas e número de raízes por estaca de erva-baleeira após dias de plantio em função da concentração de ácido indolbutírico (AIB) e substratos. [Number of leaves and root number of cuttings of erva-baleeira days after planting depending on the concentration of indolbutyric acid (IBA) and substrates]. São Cristóvão, UFS,. Número de folhas Substratos AIB (mg.l - ) A+V(:) A+PC(:) A+PC(:) A+PC(:),, a, c, b, ab,,7 a, b, a, a,, b, b, ab,7 a,, ab,7 b 7, a,8 b,, c 7, a, c, b CV 9,8 Número de raízes,,7 a, b, a, a,, a, b,7 a, ab,,7 a, b, a, b,, a,8 a, a,7 a,, b, b, b,87 a CV 8,7 *Médias seguidas de letras iguais nas linhas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a % de probabilidade. A+V (:) = areia + vermiculita na proporção :; A+PC (:)= areia + pó de coco na proporção :; A+PC (:)= areia+ pó de coco na proporção :; A+PC (:)= areia + pó de coco na proporção :. Hortic. bras., v., n., (Suplemento - CD Rom), julho S 98

Número de folhas/estaca 8 7 y =,x +, R² = 98,7% (A) AIB (mg.l - ) Número de folhas/estaca 8 7 y = -,x +,99x -,97x +,88 R² = 8,% (B) AIB (mg.l - ) Número de folhas/estaca 8 7 y=-,x +,x+,97 R =,9% (C) AIB (mg.l - ) Número de folhas/estaca 8 7 y = -,x +,x -,99x +,787 R² = 9,7% (D) AIB (mg.l - ) Figura. Número de folhas por estaca de erva-baleeira em função da concentração de AIB (ácido indolbutírico) e substratos. (A): A+PC : (areia + pó de coco na proporção :), (B): A+PC : (areia + pó de coco na proporção :), (C): A+PC : (areia + pó de coco na proporção :), (D): A+V : (areia + vermiculita na proporção :). [Figure. Number of leaves per cutting of ervabaleeira depending on the concentration of IBA and substrates. (A): A + PC : (sand + coconut fiber in the ratio :), (B): A + PC : (sand + coconut fiber in the ratio :), (C): A + PC : (sand + coconut fiber in the ratio :), (D): A+V : (sand+vermiculite in the ratio :)] Hortic. bras., v., n., (Suplemento - CD Rom), julho S 99

Número de raízes/estaca y = -,x +,x -,79x +,79 R² = 7,79% (A) AIB (mg.l - ) Número de raízes/estaca y = -,9x +,99x +,7 R² = 89,% AIB (mg/l) (B) Número de raízes/estaca y = -,x +,x -,89x +,8 R² = 8,8% (C) AIB (mg/l) Número de raízes/estaca y = -,x -,99x +,8 R² = 8,% (D) AIB (mg/l) Figura. Número de raízes por estaca de erva-baleeira em função da concentração de AIB (ácido indolbutírico) e substratos. (A): A+PC : (areia + pó de coco na proporção :), (B): A+PC : (areia + pó de coco na proporção :), (C): A+PC : (areia + pó de coco na proporção :), (D): A+V : (areia + vermiculita na proporção :). [Figure. Number of roots per cutting of ervabaleeira depending on the concentration of IBA and substrates. (A): A + PC : (sand + coconut fiber in the ratio :), (B): A + PC : (sand + coconut fiber in the ratio :), (C): A + PC : (sand + coconut fiber in the ratio :), (D): A+V : (sand+vermiculite in the ratio :)]. Hortic. bras., v., n., (Suplemento - CD Rom), julho S