SÍNTESE DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELAS NOVAS LEGISLAÇÕES QUE INTEGRAM O CHAMADO NOVO MARCO DA MINERAÇÃO

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Transcrição:

SÍNTESE DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELAS NOVAS LEGISLAÇÕES QUE INTEGRAM O CHAMADO NOVO MARCO DA MINERAÇÃO Por Renato Evaristo da Cruz Gouveia Neto. 08.01.2018. O escritório Cruz Gouveia e Santos Advocacia traz, em primeira mão, a síntese das principais alterações decorrentes das novas legislações que integram o chamado novo marco da mineração, quais sejam: Lei nº 13.575/2017, Lei nº 13.540/2017 e Decreto nº 9.252/2017, que serão dissecados nas próximas linhas desta síntese. LEI Nº 13.575, de 26.12.2017 - Cria a Agência Nacional de Mineração (ANM); extingue o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); altera as Leis nos 11.046, de 27 de dezembro de 2004, e 10.826, de 22 de dezembro de 2003; e revoga a Lei no 8.876, de 2 de maio de 1994, e dispositivos do Decreto-Lei no 227, de 28 de fevereiro de 1967 (Código de Mineração). Breves comentários: A mencionada lei cria a Agência Nacional de Mineração (ANM) e extingue o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A Agência Nacional de Mineração ANM, integrante da administração pública federal indireta, possui natureza jurídica de agência reguladora. Isso significa que a ANM possui relativa independência e autonomia (autonomia política, financeira, normativa e de gestão). A ANM será dirigida por Diretoria Colegiada, composta por um Diretor-Geral e quatro Diretores. As competências da ANM são bastante semelhantes às do extinto DNPM, sendo, no entanto, as competências da ANM mais abrangentes que as do extinto DNPM. A referida lei deu ao Ministro de Minas e Energia e à ANM a competência comum de declarar a caducidade e a nulidade de concessões de lavra e manifestos de mina, bem como conceder anuência prévia aos atos de cessão ou transferência de concessões de lavra e manifestos de mina. Antes, essas competências eram exclusivas dos DNPMs. 1

Importante mudança que a lei nº 13.575/2017 propôs e que proporciona um maior controle/fiscalização nas empresas de mineração é a de que a ANM deverá, ao tomar conhecimento de fato que possa configurar indício de infração da ordem econômica, comunicá-lo imediatamente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Se a referida comunicação decorrer de cessão de direitos minerários que não atenda aos critérios previstos na legislação de defesa da concorrência brasileira, a anuência da cessão estará vinculada à decisão terminativa proferida pelo Cade, publicada em meio oficial. A ANM deverá, também, ao tomar conhecimento de fato que possa configurar indício de infração penal, comunicá-lo imediatamente à autoridade competente. Em relação às competências de fiscalização das atividades de mineração e da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), estas poderão ser exercidas por meio de convênio com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que os entes possuam serviços técnicos e administrativos organizados e aparelhados para a execução das atividades, conforme condições estabelecidas em ato da ANM. A nova lei submeteu à ANM o poder de adoção de propostas de alterações de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, que deverá ser precedido da realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR); esta conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo. A lei nº 13.575/2017 foi sancionada sem a criação da Taxa de Fiscalização de Atividades Minerais TFAM, cujo fato gerador seria o regular exercício do poder de polícia inerente à fiscalização das atividades de mineração pela ANM. A criação da TFAM estava prevista na MP nº 791/2017, MP essa em que a quase totalidade dos seus dispositivos foi convertida na lei sob análise. Caso a TFAM fosse criada, afetaria negativamente as empresas de mineração, que teriam de pagar mais um tributo. Importante regra inaugurada pela lei em questão é a de que a ANM possui a competência de normatizar o sistema brasileiro de certificação de reservas e recursos minerais, no prazo de até um ano da publicação da lei, de modo que, certamente, a ANM será mais criteriosa na aprovação e decisão sobre o relatório final de pesquisa apresentado pelas empresas de mineração. No entanto, entendemos que o procedimento de certificação de 2

reservas minerais é um ponto positivo, pois conferirá maior certeza e credibilidade no que se refere aos dados das reservas minerais existentes no Brasil. Essa regra sobre a certificação de reservas minerais já é utilizada na Austrália e no Canadá, que são países com forte vocação na produção dos minérios de ferro, ouro e alumínio. A lei ora em análise também deu à ANM a prerrogativa e a competência de criar regras e procedimentos de aplicação de medidas acautelatórias e sanções administrativas, de criar hipóteses e critérios para a apresentação de garantias financeiras ou a contratação de seguros para cobertura dos riscos de atividades minerárias, de instituir hipóteses e critérios para a realização de consulta pública e audiência pública para os atos normativos da agência, bem como a competência e a prerrogativa de criar procedimentos no que diz respeito à apreensão e ao leilão de substâncias minerais e de equipamentos encontrados ou provenientes de lavra ilegal. Por fim, a mencionada lei conferiu à ANM a prerrogativa e a competência de instituir, excepcionalmente, as regras para designação de fiel depositário, para dispensa de realização de apreensão ou de leilão, para doação de bem mineral ou equipamento apreendido com o objetivo de atender a interesse público relevante, bem assim a prerrogativa e competência de celebrar termo de ajustamento de conduta com vistas a autorizar que o próprio infrator promova a venda do bem mineral apreendido, situação em que o valor de venda deverá ser integralmente revertido à ANM. Abaixo seguem mais detalhes sobre as alterações trazidas pela lei nº 13.575/2017: Finalidade da lei: - Promover a gestão dos recursos minerais da União; - Regular e fiscalizar as atividades para o aproveitamento dos recursos minerais no País. Competência da ANM: - Implementar a política nacional para as atividades de mineração; 3

- Estabelecer normas e padrões para o aproveitamento dos recursos minerais, observadas as políticas de planejamento setorial definidas pelo Ministério de Minas e Energia e as melhores práticas da indústria de mineração; - Prestar apoio técnico ao Ministério de Minas e Energia; - Requisitar, guardar e administrar os dados e as informações sobre as atividades de pesquisa e lavra produzidos por titulares de direitos minerários; - Gerir os direitos e os títulos minerários para fins de aproveitamento de recursos minerais; - Estabelecer os requisitos técnicos, jurídicos, financeiros e econômicos a serem atendidos pelos interessados na obtenção de títulos minerários; - Estabelecer os requisitos e os critérios de julgamento dos procedimentos de disponibilidade de área, conforme diretrizes fixadas em atos da ANM; - Regulamentar os processos administrativos sob sua competência, notadamente os relacionados com a outorga de títulos minerários, com a fiscalização de atividades de mineração e aplicação de sanções; - Consolidar as informações do setor mineral fornecidas pelos titulares de direitos minerários, cabendo-lhe a sua divulgação periódica, em prazo não superior a um ano; - Emitir o Certificado do Processo de Kimberley, de que trata a Lei nº 10.743, de 9 de outubro de 2003, ressalvada a competência prevista no 2 o do art. 6 o da referida Lei; - Fiscalizar a atividade de mineração, podendo realizar vistorias, notificar, autuar infratores, adotar medidas acautelatórias como de interdição e paralisação, impor as sanções cabíveis, firmar termo de ajustamento de conduta, constituir e cobrar os créditos delas decorrentes, bem como comunicar aos órgãos competentes a eventual ocorrência de infração, quando for o caso; - Regular, fiscalizar, arrecadar, constituir e cobrar os créditos decorrentes: a) da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), de que trata 4

a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989; b) da taxa anual, por hectare, a que se refere o inciso II do caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967 (Código de Mineração); e c) das multas aplicadas pela ANM; - Normatizar, orientar e fiscalizar a extração e coleta de espécimes fósseis a que se refere o inciso III do caput do art. 10 do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967 (Código de Mineração), e o Decreto-Lei nº 4.146, de 4 de março de 1942, e adotar medidas para promoção de sua preservação; - Mediar, conciliar e decidir os conflitos entre os agentes da atividade de mineração; - Decidir sobre direitos minerários e outros requerimentos em procedimentos administrativos de outorga ou de fiscalização da atividade de mineração, observado o disposto no art. 3 o desta Lei; - Julgar o processo administrativo instaurado em função de suas decisões; - Expedir os títulos minerários e os demais atos referentes à execução da legislação minerária, observado o disposto no art. 3 o desta Lei; - Decidir requerimentos de lavra e outorgar concessões de lavra das substâncias minerais de que trata o art. 1 o da Lei n o 6.567, de 24 de setembro de 1978; - Declarar a caducidade dos direitos minerários, cuja outorga de concessões de lavra seja de sua competência; - Estabelecer as condições para o aproveitamento das substâncias minerais destinadas à realização de obras de responsabilidade do poder público; - Aprovar a delimitação de áreas e declarar a utilidade pública para fins de desapropriação ou constituição de servidão mineral; - Estabelecer normas e exercer fiscalização, em caráter complementar, sobre controle ambiental, higiene e segurança das atividades de mineração, atuando em articulação com os demais órgãos responsáveis pelo meio ambiente e pela higiene, segurança e saúde ocupacional dos trabalhadores; 5

- Definir e disciplinar os conceitos técnicos aplicáveis ao setor de mineração; - Fomentar a concorrência entre os agentes econômicos, monitorar e acompanhar as práticas de mercado do setor de mineração brasileiro e cooperar com os órgãos de defesa da concorrência, observado o disposto na Lei n o 12.529, de 30 de novembro de 2011, e na legislação pertinente; - Regular e autorizar a execução de serviços de geologia e geofísica aplicados à atividade de mineração, visando ao levantamento de dados técnicos destinados à comercialização, em bases não exclusivas; - Estabelecer os requisitos e procedimentos para a aprovação e decidir sobre o relatório final de pesquisa; - Apreender, destruir, doar a instituição pública substâncias minerais e equipamentos encontrados ou provenientes de atividades ilegais ou promover leilão deles, conforme dispuser resolução da ANM, com acompanhamento de força policial sempre que necessário, ficando autorizado o leilão antecipado de substâncias minerais e equipamentos, no caso de risco de depreciação, mantido o valor apurado em depósito até o término do procedimento administrativo de perdimento pertinente; - Normatizar, fiscalizar e arrecadar os encargos financeiros do titular do direito minerário e os demais valores devidos ao poder público nos termos desta Lei, bem como constituir e cobrar os créditos deles decorrentes e efetuar as restituições devidas; - Normatizar e reprimir as infrações à legislação e aplicar as sanções cabíveis, observado o disposto nesta Lei; - Instituir o contencioso administrativo para julgar os créditos devidos à ANM em 1 a instância administrativa e os recursos voluntários, assim como os pedidos de restituição do indébito, assegurados o contraditório e a ampla defesa; - Manter o registro mineral e as averbações referentes aos títulos e aos direitos minerários; - Expedir certidões e autorizações; 6

- Conceder anuência prévia aos atos de cessão ou transferência de concessão de lavra cuja outorga seja de sua competência, conforme estabelecido pelo 3º do art. 176 da Constituição Federal; - Regulamentar o compartilhamento de informações sobre a atividade de mineração entre órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; - Normatizar o sistema brasileiro de certificação de reservas e recursos minerais, no prazo de até um ano, contado da publicação desta Lei; - Aprovar seu regimento interno; - Regulamentar a aplicação de recursos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, do setor mineral. - Tomar conhecimento de fato que possa configurar indício de infração da ordem econômica, comunicá-lo imediatamente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Se a comunicação prevista acima decorrer de cessão de direitos minerários que não atenda aos critérios previstos na legislação de defesa da concorrência brasileira, a anuência da cessão estará vinculada à decisão terminativa proferida pelo Cade publicada em meio oficial; - Tomar conhecimento de fato que possa configurar indício de infração penal, comunicálo imediatamente à autoridade competente; - As competências de fiscalização das atividades de mineração e da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) poderão ser exercidas por meio de convênio com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que os entes possuam serviços técnicos e administrativos organizados e aparelhados para execução das atividades, conforme condições estabelecidas em ato da ANM; - Para o desempenho das competências da ANM previstas acima, os órgãos e entidades federais, estaduais, distritais e municipais deverão disponibilizar as informações necessárias ao exercício da competência da ANM; 7

- No exercício das competências de fiscalização da ANM, poderão ser requisitados e examinados livros, mercadorias, arquivos ou documentos que repercutam no objeto da fiscalização, e poderão ser realizadas vistorias ou inspeções nas instalações dos titulares de direitos minerários; - Disciplinar os prazos e as condições para apresentação de documentos requisitados, salvo na hipótese de vistoria e inspeção, quando a apresentação dos documentos deverá ser imediata; - A ANM, por meio de resolução, disporá sobre os processos administrativos em seu âmbito de atuação, notadamente sobre: i) requisitos e procedimentos de outorga de títulos minerários, de fiscalização da atividade de mineração e sobre outros requerimentos relacionados a direitos minerários; ii) regras e procedimentos de aplicação de medidas acautelatórias e sanções administrativas; iii) hipóteses e critérios para a apresentação de garantias financeiras ou a contratação de seguros para cobertura dos riscos de atividades minerárias; iv) hipóteses e critérios para realização de consulta pública e audiência pública para os atos normativos da agência; v) apreensão e leilão de substâncias minerais e de equipamentos encontrados ou provenientes de lavra ilegal; - A ANM poderá editar Resolução sobre a apreensão e o leilão a que se refere o item acima, para hipóteses excepcionais devidamente justificadas no que refere: i) as regras para designação de fiel depositário, para dispensa de realização de apreensão ou de leilão, para doação de bem mineral ou equipamento apreendido com o objetivo de atender a interesse público relevante e ii) possibilidade de celebração de termo de ajustamento de conduta com vistas a autorizar que o próprio infrator promova a venda do bem apreendido, situação em que o valor de venda deverá ser integralmente revertido à ANM; - A ANM poderá propor a adoção das propostas de alterações de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos será, nos termos do regulamento, precedida da realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo. Competência do Ministro de Minas e Energia: 8

- Decidir requerimento de lavra e outorgar concessões de lavra, ressalvado a competência comum da ANM; - Declarar a caducidade e a nulidade de concessões de lavra e manifestos de mina, ressalvado a competência comum da ANM; - Conceder anuência prévia aos atos de cessão ou transferência de concessões de lavra e manifestos de mina, conforme estabelecido no 3º do art. 176 da Constituição Federal, ressalvado a competência comum da ANM; - Nos procedimentos definidos acima, a fim de agilizar o andamento processual, todas as análises técnicas necessárias deverão ser realizadas pela ANM. LEI Nº 13.540, de 18.12.2017 - Altera as Leis nos 7.990, de 28 de dezembro de 1989, e 8.001, de 13 de março de 1990, para dispor sobre a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Breves comentários: A mencionada lei visou detalhar os conceitos de bem mineral, beneficiamento, consumo e rejeitos, para que não restem dúvidas sobre o momento de incidência da CFEM, fato este que possui divergências na jurisprudência sobre o assunto. Ampliou, também, as hipóteses de incidência da CFEM, como, por exemplo, no caso de arrematação de bens minerais em hasta pública. Com efeito, a nova lei, ao pormenorizar os conceitos de bem mineral, beneficiamento, consumo e rejeitos, dificilmente deixará dúvidas sobre o processo de incidência da CFEM nos processos de consumo/beneficiamento do minério, mormente quando do momento em que se concretiza o consumo e quando ocorre o beneficiamento do minério na cadeia produtiva (fragmentação, pulverização, classificação, concentração, separação magnética, flotação, homogeneização, aglomeração, aglutinação, briquetagem, nodulação, pelotização, ativação e desaguamento, além de secagem, desidratação, filtragem e levigação), bem assim ao conceituar que o consumo é a utilização do bem mineral. Tal conceito está em consonância com a legislação do tributo do IPI, o que é um ponto positivo para que se crie uma segurança jurídica em relação ao momento de incidência da CFEM na cadeia produtiva. 9

Ainda, a lei em questão altera a base de cálculo da CFEM ao estabelecer que esta seja apurada pela receita bruta da venda. No consumo pela própria mineradora, a base de cálculo se dará de acordo com a metodologia do valor aproximado do minério no mercado, e não mais pelo custo da produção, quando se fixará o valor de referência de cada minério. O valor de referência foi regulamentado através do Decreto Presidencial 9.252/2017, sobre o qual teceremos alguns comentários mais adiante. Será reduzida a base de cálculo da CFEM em 50% em caso do aproveitamento dos rejeitos e estéreis. A nova lei em análise aumenta as alíquotas da CFEM (3,5% para ferro), exceto para os minerais que são utilizados para fins imediatos na construção civil (brita, saibro e areia), que tiveram uma redução para 1% (anteriormente era de 2%), observados os limites de até 4%. Os percentuais das alíquotas estão revelados no anexo da citada lei e indicados linhas abaixo. Vale ressaltar que a lei nº 13.540/2017 estabeleceu diretrizes ao procedimento de fiscalização da CFEM, aumentando o poder de polícia na obtenção de documentos contábeis e financeiros do minerador e ampliando de forma exagerada os valores das sanções administrativas pela não apresentação de documentos ou de informações contraditórias. A mencionada lei preocupou-se ainda em estabelecer os prazos decadencial e prescricional constantes do art. 47 da Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998, aos créditos da CFEM, a fim de que não mais pairem dúvidas sobre os referidos prazos, fato este que possui divergência na jurisprudência sobre o assunto. A nova lei também modificou a distribuição dos recursos obtidos da CFEM, acrescentando novos órgãos e entidades que receberão os recursos provenientes da CFEM. Abaixo expomos mais detalhadamente as alterações trazidas pela lei nº 13.540/2017: Conceito legal: - Bem mineral - a substância mineral já lavrada após a conclusão de seu beneficiamento, quando for o caso; - Beneficiamento - as operações que objetivem o tratamento do minério, tais como processos realizados por fragmentação, pulverização, classificação, concentração, 10

separação magnética, flotação, homogeneização, aglomeração, aglutinação, briquetagem, nodulação, pelotização, ativação e desaguamento, além de secagem, desidratação, filtragem e levigação, ainda que exijam adição ou retirada de outras substâncias; - Consumo - a utilização de bem mineral, a qualquer título, pelo detentor ou arrendatário do direito minerário, assim como pela empresa controladora, controlada ou coligada, em processo que importe na obtenção de nova espécie; - Rejeitos e estéreis decorrentes da exploração de áreas objeto de direitos minerários que possibilitem a lavra, na hipótese de alienação ou consumo, serão considerados como bem mineral para fins de recolhimento da CFEM. No caso de rejeitos e estéreis de minerais associados utilizados em outras cadeias produtivas, haverá uma redução de alíquota da CFEM de 50% (cinquenta por cento), hipótese de alteração da base de cálculo da CFEM Hipóteses de incidência: - Da primeira saída por venda de bem mineral; - Do ato de arrematação, nos casos de bem mineral adquirido em hasta pública; - Do ato da primeira aquisição de bem mineral extraído sob o regime de permissão de lavra garimpeira; e - Do consumo de bem mineral. Base de cálculo: - Na venda, sobre a receita bruta da venda, deduzidos os tributos incidentes sobre sua comercialização; - No consumo, sobre a receita bruta calculada, considerado o preço corrente do bem mineral, ou de seu similar, no mercado local, regional, nacional ou internacional, conforme o caso, ou o valor de referência, definido a partir do valor do produto final obtido após a conclusão do respectivo processo de beneficiamento; - Nas exportações, sobre a receita calculada, considerada como base de cálculo, no mínimo, o preço parâmetro definido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, com fundamento no art. 19-A da Lei no 9.430, de 27 de dezembro 11

de 1996, e na legislação complementar, ou, na hipótese de inexistência do preço parâmetro, será considerado o valor de referência, observado o disposto nos 10 e 14 deste artigo; - Na hipótese de bem mineral adquirido em hasta pública, sobre o valor de arrematação; - Na hipótese de extração sob o regime de permissão de lavra garimpeira, sobre o valor da primeira aquisição do bem mineral. Alíquotas para fins de incidência da CFEM: - 1% (um por cento) Substância Mineral: Rochas, areias, cascalhos, saibros e demais substâncias minerais quando destinadas ao uso imediato na construção civil; rochas ornamentais; águas minerais e termais; - 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) Substância Mineral: Ouro; - 2% (dois por cento) - Substância Mineral: Diamante e demais substâncias minerais - 3% (três por cento) Bauxita, manganês, nióbio e sal-gema; - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) Ferro. Neste caso, Decreto do Presidente da República, a ser publicado em até noventa dias a partir da promulgação desta Lei, estabelecerá critérios para que a entidade reguladora do setor de mineração, mediante demanda devidamente justificada, possa reduzir, excepcionalmente, a alíquota da CFEM do ferro de 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para até 2% (dois por cento), com objetivo de não prejudicar a viabilidade econômica de jazidas com baixos desempenho e rentabilidade em razão do teor de ferro, da escala de produção, do pagamento de tributos e do número de empregados. A decisão e o parecer técnico da entidade reguladora do setor de mineração relativos à redução da alíquota da CFEM, de que trata acima, serão divulgados em seu sítio oficial na internet, e a redução somente entrará em vigor sessenta dias a partir da divulgação; - As alíquotas dos minérios foram limitadas até 4% (quatro por cento). Prazos Decadencial e Prescricional da CFEM: 12

- Decadencial de dez anos para sua constituição, mediante lançamento; - Prescricional de cinco anos para sua exigência, contados do lançamento; - O prazo de decadência de que trata o item acima, conta-se do instante em que o respectivo crédito poderia ser constituído, a partir do conhecimento por iniciativa da União ou por solicitação do interessado das circunstâncias e fatos que caracterizam a hipótese de incidência da receita patrimonial, ficando limitada a cinco anos a cobrança de créditos relativos ao período anterior ao conhecimento. Multa e juros pelo não recolhimento da CFEM: - Em caso de inadimplemento do recolhimento da CFEM serão calculados a multa e juros da seguinte forma: i) Serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso; ii) A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento; iii) O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento; iv) Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. Distribuição da arrecadação da CFEM: - 7% (sete por cento) para a entidade reguladora do setor de mineração; - 1% (um por cento) para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), instituído pelo Decreto-Lei no 719, de 31 de julho de 1969, e restabelecido pela Lei no 8.172, de 18 de janeiro de 1991, destinado ao desenvolvimento científico e tecnológico do setor mineral; 13

- 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, criado pela Lei no 7.677, de 21 de outubro de 1988, para a realização de pesquisas, estudos e projetos de tratamento, beneficiamento e industrialização de bens minerais; - 0,2% (dois décimos por cento) para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para atividades de proteção ambiental em regiões impactadas pela mineração; - 15% (quinze por cento) para o Distrito Federal e os Estados onde ocorrer a produção; - 60% (sessenta por cento) para o Distrito Federal e os Municípios onde ocorrer a produção; - 15% (quinze por cento) para o Distrito Federal e os Municípios, quando afetados pela atividade de mineração e a produção não ocorrer em seus territórios, nas situações previstas nas alíneas do art. 2, inciso VII da lei em questão. DECRETO Nº 9.252, DE 28.12.2017 - Estabelece a metodologia de cálculo para o valor de referência de que trata o art. 2º, caput, incisos II e III, da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990. Breves comentários: O mencionado decreto visa estabelecer a metodologia de cálculo do valor de referência para o pagamento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais CFEM atinente aos casos de consumo e exportação, na impossibilidade de determinação dos preços local, regional, nacional ou internacional do bem mineral. O novo decreto traz a forma de cálculo do preço de referência que poderá ser utilizado para o cálculo da CFEM a ser paga nas hipóteses acima indicadas (consumo e exportação dos bens minerais). Abaixo mais detalhadamente as alterações trazidas pelo decreto nº 9.252/2017: Conceito legal: 14

- Valor de produção - soma das despesas operacionais e administrativas, diretas e indiretas, incorridas até a última etapa de beneficiamento do bem mineral; - Fator de ajuste - índice estabelecido por meio de ato da entidade reguladora do setor mineração, por meio de tabela, para cada substância mineral. Hipóteses de incidência: - No consumo, a CFEM incidirá sobre a receita bruta calculada, considerado o preço corrente do bem mineral, ou de seu similar, no mercado local, regional, nacional ou internacional, conforme o caso, ou o valor de referência, definido a partir do valor do produto final obtido após a conclusão do respectivo processo de beneficiamento. Nas exportações, a CFEM incidirá sobre a receita calculada, considerada como base de cálculo, no mínimo, o preço parâmetro definido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, com fundamento no art. 19-A da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e na legislação complementar, ou, na hipótese de inexistência do preço parâmetro, será considerado o valor de referência, observado o disposto no art. 2º, 10e 14, da Lei nº 8.001, de 1990. Base de cálculo: - O valor de referência será calculado a partir da fórmula constante do Anexo I do citado decreto, isto é: VR = VP x FA Onde: VR = valor de referência VP = valor de produção FA = fator de ajuste - Apenas será aplicado a referida fórmula na impossibilidade de ser determinado o preço local, regional, nacional ou internacional do bem mineral, ou do seu similar, conforme definido em ato da entidade reguladora do setor de mineração. Documentos indispensáveis para apuração: 15

- A pessoa jurídica ou física de que trata o art. 2º-A da Lei nº 8.001, de 1990, deverá apresentar a documentação de suporte da apuração e a encaminhará anualmente para a entidade reguladora do setor de mineração, acompanhada do parecer de auditoria independente. Índice de enriquecimento: - O índice de enriquecimento será calculado, para as hipóteses previstas no art. 3º, do decreto em análise, ou seja, na impossibilidade de ser determinado o preço local, regional, nacional ou internacional do bem mineral, ou do seu similar, conforme definido em ato da entidade reguladora do setor de mineração, com o objetivo de identificar o fator de ajuste nas tabelas a serem publicadas em ato normativo da entidade reguladora do setor de mineração. Fatores de ajustes: - O fator de ajuste será definido para cada faixa de classificação do índice de enriquecimento e considerará cada substância mineral, conforme os teores das minas em operação no País, informados nos relatórios anuais das atividades; - Os fatores de ajustes serão os seguintes: i) para o maior índice de enriquecimento, o fator de ajuste será 0,9; ii) para o médio índice de enriquecimento, o fator de ajuste será 1; e iii) para o menor índice de enriquecimento, o fator de ajuste será 1,1; - O cálculo do fator de ajuste será baseado nos índices de enriquecimento, calculado pela fórmula constante do Anexo II, do referido decreto, qual seja: IE = TC/TA Onde: IE = índice de enriquecimento TC = teor concentrado, que é o teor médio do mineral de interesse obtido após a etapa final do processo de beneficiamento 16

TA = teor da alimentação, que é o teor médio do mineral de interesse alimentado na primeira etapa do processo de beneficiamento, oriundo do minério extraído da mina (run of mine). FIM. Por Renato Evaristo da Cruz Gouveia Neto. Recife/PE, 08 de janeiro de 2018. 17