Aula: Efeitos da Falência sobre os contratos do Falido e Encerramento da Falência Aula 62. Aula nº. 62

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Transcrição:

Curso/Disciplina: Direito Empresarial Objetivo Aula: Efeitos da Falência sobre os contratos do Falido e Encerramento da Falência Aula 62 Professor(a): Priscilla Menezes Monitor(a): Kyzzy Souza Aula nº. 62 1) Efeitos da falência em relação as obrigações do falido Obrigações do falido: contratos que o falido tem. Porque para fazer a atividade empresária funcionar, é natural que o falido tenha celebrado vários contratos. E como ficam esses contratos com a decretação da falência? 1ª coisa que NÃO se pode esquecer: A falência sujeita TODOS os credores de forma igual. E sujeita também TODOS OS BENS do falido e os SÓCIOS ILIMITADAMENTE RESPONSÁVEIS. (art. 115, Lei de Falências 11.101/05) Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável na forma que esta Lei prescrever. Diante da decretação da falência, alguns direitos que pessoas envolvidas poderiam ter, ficam suspensos. Como por exemplo: Direito de retenção. Direito de retirada pelos sócios. Direito ao recebimento do valor de cotas e ações. O art. 116, prevê que nenhum dinheiro ou bem sai mais da massa falida, sem que seja para pagar os credores, respeitando a ordem fixada no art. 83 da lei de falências (falamos sobre isso 2 blocos atrás). Página1 Art. 116. A decretação da falência suspende: I o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser entregues ao administrador judicial; II o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.

Quadro comparativo de efeitos da falência em contratos bilaterais ou unilaterais: CONTRATOS BILATERAIS (ART. 117) CONTRATOS UNILATERAIS (ART. 118) Não se resolvem pela falência Podem ser cumpridos pelo administrador judicial com autorização do comitê Não se resolvem pela falência Podem ser cumpridos pelo administrador judicial com autorização do comitê Interpelação do contratante em 90 dias, resposta em 10 dias Silêncio ou negativa = indenização = crédito quirografário ( art. 114) No caso dos contratos bilaterais, a parte contratante tem o direito de interpelar o administrador judicial, em 90 dias, e o administrador judicial tem 10 dias para responder. Tomar cuidado, pois aprece em prova: A parte contratante (quem contratou com o falido). Ela tem o DIREITO / FACULDADE não é dever, de interpelar o administrador em 90 dias a contar da decretação da falência. O administrador tem 10 dias para responder. Se ele não responder, ou seja, ficar em silêncio, ou disser que não vai continuar com o contrato, cabe indenização da parte contratante que está tendo seu contrato resolvido. E esse valor vai ser habilitado como crédito quirografário (final da fila). Tomar cuidado: é diferente do artigo 114. Vejamos o que ele diz: Art. 114. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, mediante autorização do Comitê. No art. 114 da lei de falências, temos contratos novos celebrados pelo administrador judicial. O administrador judicial arrecada os bens do falido e percebe que há bens ali que podem render dinheiro para a massa falida, ele celebra contratos novos mediante autorização do comitê. Mas esses contratos novos não geram direito de preferência. Os bens continuam podendo ser alienados a qualquer tempo, sem gerar multa ou indenização para a parte contratante. Já que o contratante sabia que estava celebrando contrato com massa falida. Página2 No art. 119, da lei de falências, há outras regras para diferentes contratos. Vejamos: Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes regras:

I o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo vendedor; II se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos; III não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe própria; IV o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores pagos; V tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa ou mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e pagamento do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do contrato e a da época da liquidação em bolsa ou mercado; VI na promessa de compra e venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação respectiva; VII a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato; VIII caso haja acordo para compensação e liquidação de obrigações no âmbito do sistema financeiro nacional, nos termos da legislação vigente, a parte não falida poderá considerar o contrato vencido antecipadamente, hipótese em que será liquidado na forma estabelecida em regulamento, admitindo-se a compensação de eventual crédito que venha a ser apurado em favor do falido com créditos detidos pelo contratante; IX os patrimônios de afetação, constituídos para cumprimento de destinação específica, obedecerão ao disposto na legislação respectiva, permanecendo seus bens, direitos e obrigações separados dos do falido até o advento do respectivo termo ou até o cumprimento de sua finalidade, ocasião em que o administrador judicial arrecadará o saldo a favor da massa falida ou inscreverá na classe própria o crédito que contra ela remanescer. Observação: em patrimônio de afetação, a arrecadação não é do bem afetado, é do saldo. Fazer remissão no inciso IX, para o art. 833, XII, do CPC, tomar cuidado se não é a hipótese de impenhorabilidade das unidades imobiliárias sob o regime de incorporação imobiliária. Pois se esse patrimônio de afetação for especificamente de incorporação imobiliária ele é impenhorável. Página3 No bloco anterior, a professora mencionou que uma das obrigações do falido é indicar os mandatos que tenha outorgado, conforme art. 104 da lei 11.101/05, isso se dá porque no art. 120, da mesma lei, temos uma regra para o contrato de mandato. Se o devedor foi mandante, ele outorgou mandatos, esses mandatos cessam depois da falência. Exceto mandatos para representação judicial, ficando válidos até que o administrador judicial EXPRESSAMENTE os revogue.

Agora se o devedor é mandatário, ou seja, ele recebeu encargo para representar alguém, esse também cessa depois da falência. Salvo mandatos conferidos para representação judicial. 2) Contrato de Conta Corrente Depois da decretação da falência, a conta corrente é encerrada e o saldo da conta é revertido para a massa falida, essa previsão encontra-se no art. 121 da lei de falências. 3) E se o falido for sócio de outra sociedade através de cotas ou ações? Se fará a apuração de haveres. Porque cotas ou ações são bens que fazem parte do patrimônio do falido. Se fará, portanto, a apuração de haveres, conforme art. 123 e esse dinheiro será revertido para a massa para pagar os credores do falido. 4) Juros vencidos pagos. Até o momento da decretação da quebra: os juros vencidos até a decretação da quebra devem ser Juros vencidos depois da decretação da falência: Regra: não são exigíveis, salvo se o ativo for suficiente para pagar todo mundo, ou seja, até o crédito subordinado. Exceção: debênture com garantia real e outros créditos que tenham garantia real, paga-se os juros vencidos mesmo após a decretação da falência. Conforme art. 124 da lei de falências, vende-se o bem que serve como garantia real, se este valor for suficiente, paga-se os juros vencidos depois da decretação da falência. 5) Encerramento da Falência Linha do tempo da falência Fase pré-falimentar Fase falimentar -----------------------X--------------------------------------------X----------------------------------------------X--- Sentença que decreta sentença que decreta sentença que declara encerrada Página4 falência o encerramento da falência as obrigações do falido

ATENÇÃO A sentença que decreta o encerramento da falência, não necessariamente declara extinta as obrigações do falido. Pode ser que a falência seja encerrada e o falido continue tendo obrigações. A sentença que declara extinta as obrigações do falido vem depois. Exemplo: processos em que a massa falida é autora, e ela tem créditos a receber, só que o processo continua tramitando. Depois da realização do ativo e do pagamento dos credores o administrador judicial vai apresentar suas contas em 30 dias para o juiz, conforme prevê o art. 154 da lei de falências. Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 (trinta) dias. Essa prestação de contas é feita em autos apartados Cabe impugnação dessas contas por qualquer interessado O prazo para impugnar é de 10 dias O MP pode também ter impugnado as contas. Decorrido o prazo de 10 dias, se houver impugnações o juiz mandará para o MP, que tem 5 dias para dar um parecer, caso o MP não tenha impugnado as contas. Haverá oitiva do administrador judicial se o MP tiver feito uma impugnação ou tiver feito parecer negativo. Julgamento de contas O julgamento pode aprovar as contas do administrador Se o juiz rejeitar as contas do administrador, deve fixar quais são as responsabilidades do administrador. Porque essa decisão que rejeita as contas do administrador vale como título executivo judicial para promover uma ação de perdas e danos em face do administrador. Dessa decisão que julga as contas do administrador, cabe recurso de apelação Depois do julgamento dessas contas, conforme artigo 155, o administrador tem 10 dias para apresentar um relatório final que deverá conter: Valor do ativo Produto da realização (o ativo foi avaliado em x, quanto conseguiu com as vendas?) Qual era o valor do passivo Quanto pagou para cada credor Quais responsabilidades continuam com o falido? Apresentado esse relatório final, o juiz encerra a falência por sentença, conforme art. 156 da lei de falências. Dela cabe recurso de apelação. Existem algumas formas de extinguir as obrigações do falido, dispostas no art. 158, da lei 11.101/05 vejamos: Página5 Art. 158. Extingue as obrigações do falido: I o pagamento de todos os créditos;

II o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo; III o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; IV o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei. As obrigações do falido se encerram por sentença. Essa decisão pode acontecer em momento posterior ao encerramento da falência ou concomitantemente com o encerramento da falência. Essa declaração de encerramento das obrigações do falido deve ser referida pelo próprio falido ao juiz Esse pedido vai ser autuado em separado, cabe oposição de qualquer credor, em 30 dias. Feitas as oposições o juiz tem 5 dias para dar sentença. Dessa sentença cabe recurso de apelação. Quando o juiz decretar o encerramento das obrigações o falido, ele manda informar todos os órgãos que foram informados da decretação da falência. Encerramos a falência e as obrigações do falido. Nos próximos blocos a professora tratará de contratos empresariais. Página6