AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR : SIGNIFICADO E CONSEQÜÊNCIAS



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Transcrição:

Título: AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR : SIGNIFICADO E CONSEQÜÊNCIAS Área Temática: Ensino Superior Autor: NEUSI APARECIDA NAVAS BERBEL (1) Instituição: Universidade Estadual de Londrina Este projeto caracteriza-se como um Projeto Integrado de Pesquisa. Tem como objeto de investigação a avaliação praticada no Ensino Superior, em diferentes áreas de ensino na Universidade Estadual de Londrina, na Faculdade de Educação Física de Jacarezinho e na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Compõe-se por um grupo de professores/pesquisadores que responsabilizam-se pela realização da investigação, sob a Coordenação Geral de um deles, mais vários sub-grupos compostos por professores e alunos, seja do Ensino Superior ou da Pós-Graduação. O Projeto possui uma parte integradora, comum, de estudos, compartilhada em sua busca, elaboração e utilização pelo grupo responsável com os outros professores e alunos participantes dos sub-projetos que estão com ele associados. Essa parte comum abrange o estudo teórico sobre avaliação e avaliação no ensino superior, incluindo revisão de conceitos, entendimentos e experiências no ensino superior, além de um levantamento da situação institucional relativa à avaliação (existência de políticas, programas, propostas e realizações). Tal estudo, através da literatura disponível, nacional e estrangeira e de documentos oficiais das Instituições, constitui-se no arcabouço teórico-prático utilizado para discutir os dados coletados junto aos alunos do ensino superior numa primeira fase e depois junto aos professores, das áreas escolhidas para o projeto. A parte diversificada do projeto caracteriza-se pela realização de 7 subprojetos, desenvolvidos pelos pesquisadores em suas áreas de origem de atuação ou de maior afinidade profissional, na UEL, na FAEFIJA e na PUCCAMP. Os sub-projetos têm os mesmos objetivos gerais e o mesmo objeto de investigação como diretrizes de seu desenvolvimento. No entanto, dadas as

2 características da área de ensino/conhecimento e as características do grupo de trabalho que se formou, foram traçados objetivos específicos que atendem/respeitam também a singularidade desses recursos humanos e condições de interesses, criatividade e ângulos complementares de enfoque de investigação. Cada sub-projeto tem um Coordenador (componente do grupo responsável pelo projeto), um ou mais professores colaboradores dessa mesma área de ensino (seja da graduação ou da pós-graduação) e a participação de alunos da graduação (como bolsistas de Iniciação Científica ou outras modalidades de participação) e/ou alunos de pós-graduação. O grupo de pesquisa propõe-se a realizar as atividades programadas em 2 anos, considerada esta como primeira fase do estudo e, a partir dos resultados desta fase, dará continuidade, trabalhando então com os docentes eleitos pelos alunos, reconhecidos como aqueles que promovem práticas avaliativas estimuladoras para o seu bom desempenho acadêmico. Acreditamos que a maioria dos professores que atuam no Ensino Superior enfrentam dificuldades com as questões pedagógicas, principalmente se não têm em sua formação um preparo para a docência, para o ensino. No entanto, mesmo entre estes, vamos encontrar os profissionais que utilizam processos de trabalho que são dignos de serem conhecidos. Shön apud Alarcão (1996, p.17) propõe que se olhe para eles, não exatamente para os considerarmos modelos a seguir, mas para os examinarmos no que fazem e no que são para neles colhermos lições para nossos programas de formação. As experiências difíceis, as inquietações são reveladas, desde a primeira fase, sem autoria, como forma de diagnóstico da realidade e desafio à reflexão pela comunidade acadêmica, em momentos de disseminação da pesquisa. As experiências positivas, porém, serão destacadas, valorizadas, tornadas referências para outras elaborações por professores e alunos, estes últimos futuros profissionais e muitos deles futuros docentes em suas áreas. Do ponto de vista do grupo de pessoas deste Projeto Integrado de Pesquisa, tivemos a intenção de envolver o máximo de docentes e discentes possível, dentro de limites do razoável, para que se possa trabalhar em grupos, no sentido de que essas pessoas vivenciem tanto as questões do objeto de estudo quanto as questões da metodologia do trabalho científico.

3 Com este projeto esperamos obter contribuições para os professores envolvidos no estabelecimento da relação entre a teoria e a prática da avaliação que praticam ou que orientam, pela construção do conhecimento sobre as práticas avaliativas nos locais de realização do mesmo, podendo compará-las entre si e com outras elaborações já existentes. Esperamos também proporcionar a melhoria do desempenho científico pela sua participação no projeto e a conseqüente articulação com um ensino de melhor qualidade. Os alunos, além de acompanharem um processo de investigação e refletirem com os docentes sobre as questões da avaliação, têm a oportunidade de desenvolver seus sub-projetos individuais, de forma associada ao projeto e ao sub-projeto de seu orientador. Essa experiência, sem dúvida nenhuma, constitui para o profissional em formação um enriquecimento de conhecimentos teóricos e práticos e de habilidades intelectuais que lhe servirão na continuidade de seus estudos e na vida pessoal. Em pesquisa realizada sobre a articulação pesquisa/ensino na Universidade Brasileira, Carvalho (1997) buscou conhecer a avaliação de exalunos hoje docentes, que experienciaram a participação em projetos de pesquisa durante a graduação. Pelos depoimentos dos sujeitos, ressaltam-se as contribuições dessa participação: de fundamental importância para a formação profissional; decisiva para a escolha adequada da área de atuação enquanto futuro pesquisador; importante para complementação do aprendizado; tornar-se apto para as disciplinas que hoje ministra; facilitar o ingresso em curso de pós-graduação; despertar e aprimorar o senso crítico, a curiosidade; aumentar o interesse pela matéria relacionada com a pesquisa; tornar-se crítico em relação a situações pessoais e em geral, por conviver com pessoas comprometidas com seu trabalho etc. (Carvalho, 1997, p. 131-134). O Projeto Integrado, pensado desta maneira pelo seu grupo responsável, em desenvolvimento por todos os participantes, poderá contribuir para a construção coletiva de conhecimento sobre essa atividade pedagógica tão importante que é a avaliação, em diferentes realidades do Ensino Superior. Pela comparação entre elas poderá resultar alertas interessantes para o profissional do ensino, preocupado com o papel social e político das IES na

4 realidade em que atua, com a interferência das posturas pedagógicas assumidas também na avaliação. Partimos do pressuposto de que todo trabalho realizado na Universidade/no ensino Superior tem (ou deveria ter) relação direta com as necessidades da vida do homem em sociedade. Há que se produzir, disseminar, utilizar conhecimento de modo a permitir/estimular/contribuir para a evolução do ser humano, em diferentes dimensões (social, política, profissional, saúde etc.). A ciência, a tecnologia, a cultura de um modo amplo, construída pelo homem, deve ser disponibilizada ao próprio homem que dela recebe suas marcas e nela vai deixando as suas. Nesse movimento, dentro das IES, dois componentes e duas ações são centrais e nos interessam sobremaneira: o professor e o aluno; o ensinar e o aprender. Nos interessa a ação pedagógica que ocorre em cada curso, e cada disciplina, em cada atividade acadêmica, estimulada e orientada pelo professor, agente mediador entre a cultura e o sujeito social (Libâneo, 1994) que aprende e se desenvolve e que atua em seu meio. Com esse interesse, temos desenvolvido estudos e reflexões procurando compreender as questões do ensino na Universidade e a problemática da formação continuada de professores e a de futuros professores (Berbel, 1994). O trabalho pedagógico desempenhado pelo professor com seus alunos inclui uma atividade de grande importância que é a avaliação. A avaliação (ou o que se interpreta como sendo avaliação) é valorizada sobremaneira por professores, alunos, a família dos alunos, o mercado de trabalho e a sociedade em geral (Luckesi, 1986; Oliveira Lima, 1994; entre outros). No Ensino Superior (similarmente ao que acontece em graus anteriores de ensino), as notas e conceitos são decisivos para a continuidade dos estudos, determinando para o sujeito o status de sucesso ou de fracasso acadêmico, de permanência ou de exclusão do processo escolar, independentemente da adequação dos procedimentos que lhe deram origem. A preparação profissional no Ensino Superior tem requerido do sujeito que por aí passa muito mais do que acúmulo de informações, dada a realidade repleta de problemas, incertezas com que se defronta na sociedade atual (Schon, 1997; Alarcão, 1996). Dificilmente as situações demandam/ou são satisfeitas com soluções lineares, definitivas e já elaboradas. Pelo contrário, as

5 novas situações de vida se colocam como desafiadoras de raciocínios, tomadas de decisão, solução de problemas propriamente dito, exigindo flexibilidade, análises por diferentes ângulos, relações, seleções etc. Isso posto nos permite compreender que a avaliação centrada nas informações reproduzidas desconsidera desempenhos mais complexos (intelectuais, motores, atitudinais etc.) que devem ser apreendidos e aperfeiçoados em tempo de formação. Lembramos com Luckesi (1986) que a avaliação educacional escolar, assim como as outras práticas do professor, é dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica. Tenha o professor consciência ou não de que modelo orienta sua ação educativa e sua prática avaliativa, estas têm conseqüências na relação com seus alunos, na relação deste e de ambos com o conhecimento e extensivamente às situações de vida que enfrentam no seu dia a dia. Dependendo da formação pedagógica do professor, seu desempenho é mais ou menos consciente, informado, atualizado e conseqüentemente mais ou menos adequado ao que a educação superior hoje requer desse profissional. Os professores, muito preocupados com o domínio de conteúdo, nem sempre conseguem dar conta dos aspectos pedagógicos de seu trabalho. Constatamos também que entre aqueles que estão na carreira docente e que buscam curso de pós-graduação, se não optam pelos cursos da área da Educação, nem sempre terão disciplinas pedagógicas como parte integrante dessa nova etapa na formação acadêmica. A avaliação do aproveitamento escolar, enquanto um tema essencialmente pedagógico, faz parte das ementas das disciplinas pedagógicas trabalhadas nas Licenciaturas e nos cursos de formação continuada de professores. Então, professores preparados para o ensino de primeiro e segundo graus podem ter estudado a avaliação em sua formação acadêmica. Resta saber com que profundidade, com que elaboração para a prática educacional e com que referencial teórico. Daí a necessidade de centrar esforços de investigar seu ensino, refletir sobre ele e chamá-los - a todos os professores - a participar dessa reflexão de diferentes formas. A avaliação no processo ensino-aprendizagem é um tema bastante delicado. Possui implicações pedagógicas que extrapolam o aspecto técnico, o

6 aspecto metodológico e atinge aspectos sociais, políticos, éticos e psicológicos importantes. Assim sendo, a avaliação, procedimento do ritual pedagógico, aponta, segundo Camargo (1996), responsabilidades a serem assumidas pela escola junto ao aluno, do ponto de vista escolar e social. Sem a clareza do significado da avaliação, professores e alunos vivenciam intuitivamente práticas avaliativas que podem tanto estimular, promover, gerar avanço e crescimento, quanto podem desestimular, frustar, impedir esse avanço e crescimento do sujeito que aprende. A partir de atitudes, valores e comportamentos, podemos encontrar então, duas abordagens de avaliação. Na primeira são enfocados os códigos expressos através do uso de medidas, notas, provas, que procuram medir e registrar habilidades cognitivas, embora nem sempre sendo possível atingir esse tipo de objetivos, conforme dados da observação e também da literatura. Na segunda abordagem, são enfocados os códigos expressos através do julgamento de valor, a partir dos dados relevantes, para uma tomada de decisão (Luckesi, 1978; Gimeno Sacristán, 1988). Neste sentido, as abordagens podem explicar as diferentes realidades estudadas, nas quais as características dos professores, os modelos pedagógicos, a organização curricular, os projetos político-pedagógicos, presentes na prática do cotidiano no ensino superior, são fatores mediadores nas atribuições de conceitos, podendo apresentar algumas vezes, confronto na comunidade escolar. Dessa forma, existem efeitos diretos, explícitos e efeitos indiretos, implícitos (ocultos) que são associados aos processos avaliativos no ensino. Hoje estão presentes em nosso sistema educacional modalidades diversas de avaliação externa de resultados, que acabarão por premiar cursos e instituições e isolar e excluir outras que apresentam dificuldades, dos benefícios do investimento pelo país. Enquanto a avaliação externa é imposta às IES, será que a avaliação que se dá no micro espaço da sala de aula não deveria ser desafiada para seu aperfeiçoamento, mobilizando docentes para a mudança qualitativa de suas ações pedagógicas, na maioria dos cursos? Preocupamo-nos com os aspectos pedagógicos da avaliação mais que com os administrativos. Preocupamo-nos em saber como se dá a avaliação na Universidade e que efeitos deixam para a vida acadêmica dos alunos.

7 Um estudo desta ordem tem a finalidade de acrescentar informações para a própria comunidade acadêmica professores, alunos e administradores do que fazemos, do que resultam nossas ações avaliativas e, à luz da literatura já existente, apontar caminhos para o que podemos fazer em termos de avaliação no ensino, de modo que essa prática seja exercida dentro de seu sentido ontológico, de diagnóstico para a promoção do desenvolvimento. Um conceito que tomamos como ponto de partida para a discussão que vamos encontrar junto aos sujeitos e também na literatura é o apresentado por Luckesi (1996, p. 33): Avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão. Esse entendimento de avaliação, que Luckesi divulga em seus escritos desde 1978, tem o sentido de tornar a prática avaliativa diagnóstica, exigindo uma ação conseqüente após as informações obtidas. Retira o professor da indiferença dos dados para apenas registrá-los e o coloca numa posição de atuar com os alunos para promover a sua aprendizagem na direção dos objetivos estabelecidos. Isso implica um trabalho de transformação constante da situação ensino-aprendizagem, exatamente para que se alcance esta última. Ao lado da preocupação pedagógica com a aprendizagem do aluno, para que disciplinas, cursos e Instituições cumpram seu projeto social, está a preocupação como o uso da avaliação com o sentido de dominação, quando utilizada como forma de se exercer o poder e de se estabelecer a disciplina entre alunos. Ou seja, apresenta-se como outra forma de cumprir um papel social, de educar para a submissão, que se contrapõe ao entendimento da educação para o desenvolvimento da autonomia. A esse respeito Enguita (1989, p. 158) nos chama a atenção para o fato de que Professores e pais costumam prestar pouca atenção aquilo que não seja o conteúdo do ensino, isto é, da comunicação, e o mesmo faz a maioria dos estudiosos da educação. Entretanto, apenas uma parte do tempo dos professores e alunos nas escolas é dedicada à transmissão ou aquisição de conhecimentos. O resto, a maior parte, é empregado em forçar ou evitar rotinas, em impor ou escapar do controle, em manter ou romper a ordem.

8 A experiência da escolaridade é algo muito mais amplo, profundo e complexo que o processo da instrução; algo que cala em crianças e jovens muito mais fundo e produz efeitos muito mais duradouros que alguns dados, cifras, regras e máximas que, na maioria dos casos, logo esquecerão. As atitudes, disposições etc., desenvolvidas no contexto escolar serão logo transferidos a outros contextos institucionais e sociais, de forma que sua instrumentalidade transcende sua relação manifesta ou latente com os objetivos declarados da escola ou com seus imperativos de funcionamento. Dentro dessa perspectiva de interpretação do que ocorre na escola, a prática avaliativa é uma das formas mais eficientes de instalar ou controlar comportamentos, atitudes e crenças entre os estudantes, podendo ser positivas ou destrutivas de suas possibilidades de desenvolvimento, pelo poder que encerra, pela importância que tem enquanto mecanismo de inclusão ou exclusão social, através das marcas sociais, psicológicas e legais impregnadas na sua utilização. A avaliação praticada na escola, denunciada por Luckesi (1986) e Enguita (1989), estipulou como função do ato de avaliar a classificação e não o diagnóstico, como deveria ser pela sua própria constituição ontológica. A avaliação como instrumento classificatório tem servido para aprovar ou reprovar o aluno, para classificá-lo e rotulá-lo, para marcar seu destino escolar como bom, regular, repetente etc. Concordando com Enguita (1989, p.203) que afirma que na escola aprende-se a estar constantemente preparado para ser medido, classificado, rotulado..., entendemos que desde o início da escolarização o ser humano adquire essa aprendizagem. A avaliação, como ato moral de classificação de sujeitos precisa ser repensada, de modo que seja avaliado o desenvolvimento do trabalho do aluno e não o aluno, desviando o foco de avaliação do aluno para o trabalho, não reforçando a desigualdade social, como denunciaram Bowles e Gintis (apud Villas Bôas, 1993) e apontada como mecanismo de alienação, através da formação de auto-imagem negativa pelos alunos (Bourdieu e Passeron, 1975; Freitas, 1991; Perrenoud, apud Villas Bôas, 1993). Tais considerações demonstram a complexidade do tema e a necessidade do aprofundamento de seu estudo e fica clara para o grupo

9 responsável a relevância da proposta deste Projeto Integrado de Pesquisa, que procura tratar específica e aprofundadamente a questão da avaliação no Ensino Superior, elucidando o seu significado e as conseqüências que surgem deste processo na vida acadêmica do aluno. Sintetizando, o problema central deste estudo é: Quais as conseqüências das práticas avaliativas na vida acadêmica dos alunos do Ensino Superior? Em relação ao conteúdo de seu objeto - a avaliação -, justificamos a pesquisa pela importância dessa temática, alvo de tantas abordagens, controvérsias e formas de praticar, assim como pelas marcas/influências que deixam para os sujeitos que a vivenciam, sobre o entendimento que revelam do que é ensinar e aprender, do que se deve ou não aprender, reter, utilizar etc., pela forma com que todos esses elementos são controlados através do sistema de avaliação. Sobre o foco da avaliação no Ensino Superior, justifica-se em primeiro lugar pela participação da Coordenadora no projeto e de outro componente do grupo, em linha de pesquisa intitulada Docência no Ensino Superior em seus programas de Mestrado em Educação (Profa. Neusi Berbel, na UEL e Profa. Mara Regina Lemes de Sordi, na PUCCAMP). Além disso, todos os componentes do grupo responsável pela pesquisa são docentes no Ensino Superior, formadores de profissionais em suas áreas, portanto, praticam a avaliação no Ensino Superior e os das Licenciaturas ensinam sobre avaliação para alunos do Ensino Superior. A Coordenadora do projeto desenvolve há vários anos trabalhos sobre e com a formação de Professores para o 3 o Grau. Ao atuar com disciplinas pedagógicas na pós-graduação, que tem avaliação como um dos componentes obrigatórios de discussão, busca provocar a reflexão dos mestrandos sobre a sua importância, em termos teórico/práticos, orientando pequenas produções e dissertações a respeito (Berbel, 1998, p. ex.). Da mesma forma, a Profa. Mara Regina Leme de Sordi( 1995 e 1998, p. ex.) vem dedicando suas atividades predominantemente na produção e orientação de trabalhos sobre essa temática. A Profa. Sueli Carrijo Rodrigues realizou amplo estudo sobre as práticas avaliativas na Escola Horácio Soares Ourinhos SP, para sua dissertação de Mestrado concluída em 97 e a Profa. Maria Aparecida Vivan de Carvalho vem

10 realizando atividades junto à Comissão de Avaliação Institucional da UEL além de participar em Curso de Especialização em Avaliação oferecido pela Cátedra da UNESCO/MEC, a um pequeno grupo de professores do país. Isto posto, demonstramos que os pesquisadores responsáveis pelo Projeto Integrado possuem uma base teórica sobre o tema que pretendem aprofundar com a investigação, o que lhes proporcionará condições de exercer mais amplamente seu papel pedagógico e de liderança em seus locais de atuação no que diz respeito à avaliação no ensino. A opção pela investigação sobre as marcas da avaliação na vida acadêmica dos alunos justifica-se pelo fato de que o grupo entende a prática pedagógica docente e dentro dela a avaliação, como conseqüência de uma opção político-pedagógica, influenciada por uma visão de mundo, homem, sociedade e educação e que traz conseqüências para a vida das pessoas, seja no seu processo de formação no ensino superior, seja para a sua vida em sociedade, como cidadão. Existem outras propostas paralelas de pesquisa sobre avaliação que investigam outros aspectos. Nesse caso, nossa abordagem viria complementar esses estudos, mostrando que existem aspectos sociais, políticos, éticos e psicológicos, que acabam associados a práticas aparentemente técnicas e administrativas da avaliação. Vamos iniciar consultando os alunos e depois, numa segunda fase nos aproximaremos dos professores para ouvi-los sobre suas experiências positivas. Em relação ao envolvimento dos alunos na pesquisa sobre avaliação, enquanto sujeitos informantes, entendermos que o aluno é quem sofre a ação avaliativa, aquela que decide sobre ele em relação às suas condições de conhecimento, de promoção ou não nos estudos. Rodrigues (1997) salienta em sua pesquisa sobre práticas avaliativas que um dos elementos mais importantes do processo de avaliação, o aluno, não tem sido considerado suficientemente nos estudos e que torna-se de real importância analisar a sua compreensão, pois através de suas vivências e contradições podemos mediar a compreensão das estruturas sociais presentes no cotidiano escolar. Eles são reais, manifestam as diferentes visões de

11 mundo, capazes de revelar, através de suas representações particulares, um conjunto de requisitos para a análise da ação político-pedagógica na escola. No caso deste projeto, supomos que os alunos do Ensino Superior, principalmente os das últimas séries, têm boas condições de informar sobre as práticas avaliativas que experimentam e os efeitos delas sobre suas vidas, pois já possuem um certo amadurecimento pela idade, pela preparação profissional que estão tendo e pela própria análise que fazem de seu curso e de suas próprias condições dentro dele. Justificamos ainda o Projeto Integrado pela constatação em leituras e em análise dos temas apresentados no último ENDIPE(1998), de que a avaliação escolar tem sido tratada predominantemente em relação ao ensino de 1 o Grau. São poucas as pesquisas de avaliação que focalizam o ensino no 3 o Grau (Souza, 1997 e Lüdke e Porto Salles, 1997), mais especificamente sobre o processo ensino-aprendizagem. Nos livros da área pedagógica sempre encontramos um capítulo teórico, mas as experiências relatadas sobre o Ensino Superior são insuficientes, até mesmo para se fundamentar programas de formação de professores com enfoque na avaliação no 3 o Grau. Os textos legais e grande parte da produção sobre avaliação no Ensino Superior têm focalizado muito mais as questões de avaliação institucional Desta maneira, o Projeto Integrado poderá estar acrescentando conhecimento sobre avaliação no Ensino Superior, contribuindo para ampliar a literatura da área, no sentido geral e também pelas formulações possíveis através da investigação nas áreas específicas de ensino relativas aos subprojetos: nas Licenciaturas, em diferentes cursos da Saúde, na Biblioteconomia, nas Artes Plásticas, em Anatomia. Justifica-se também, por poder fornecer um diagnóstico complementar às propostas que as Instituições envolvidas já vem desenvolvendo. Temos como Objetivos Gerais: 1- Conhecer a prática avaliativa de professores do Ensino Superior e 2- Refletir criticamente sobre o significado político-pedagógico e as conseqüências das práticas avaliativas na vida acadêmica dos alunos. Nossos Objetivos Específicos são: 1- Aprofundar conhecimento sobre avaliação e avaliação no ensino superior através da literatura; 2- Desvelar as principais inquietações e experiências dos alunos sobre a prática avaliativa; 3-

12 Caracterizar as conseqüências da avaliação para o aluno; 4- Destacar situações positivas de avaliação vivenciadas pelos sujeitos da pesquisa; 5- Analisar os dados fornecidos pelos sujeitos participantes com base nas contribuições da literatura sobre o objeto de investigação. A integração do Projeto ocorrerá com a realização e as relações possíveis dos sete sub-projetos, que serão orientadas e construídas tendo em vista os mesmos objetivos. Sinteticamente, o desenvolvimento do projeto se dará essencialmente pelos seguintes procedimentos: 1- Revisão de literatura a respeito de avaliação e avaliação no ensino superior, focalizando alternativas restritivas e emancipatórias, suas características e implicações; 2- Análise documental relativa à situação das IES com referência à avaliação no ensino; 3- Consulta aos alunos dos cursos focalizados no projeto, através de questionários com perguntas abertas e fechadas, explorando concepções de avaliação, inquietações e experiências dos alunos com as práticas avaliativas, a percepção dos alunos sobre as conseqüências das avaliações em suas vidas acadêmicas e depoimentos sobre situações de avaliação que marcaram negativa e positivamente seu desempenho acadêmico; 4- Alternativas de atividades complementares de pesquisa, eleitas pelos autores dos sub-projetos para ampliar ou aprofundar informações necessárias para o desenvolvimento de seus objetivos específicos diferentes daqueles comuns do projeto. O tratamento e análise dos dados seguirão uma abordagem predominantemente qualitativa, numa aproximação possível da proposta metodológica dialética de Minayo (1992), realizando dois níveis de interpretação do objeto de estudo - o das suas determinações fundamentais e o da análise dos dados surgidos na investigação, passando pelo passos de: a) ordenação dos dados; b) classificação dos mesmos em categorias, analisadas exaustivamente para extrair delas o relevante; e c) a análise final, buscando estabelecer articulações entre os dados obtidos da realidade concreta e os referenciais teóricos da pesquisa. Esperamos identificar uma série de novas metodologias utilizadas nas práticas avaliativas nas IES investigadas, incentivar o desenvolvimento de novos trabalhos de pesquisa nas áreas envolvidas no projeto e fortalecer os estudos já existentes tanto nos programas de pós- graduação da UEL quanto nos da PUCCAMP.

13 Esperamos ainda contribuir para a construção coletiva de conhecimento sobre a atividade pedagógica que é a avaliação, em diferentes realidades do Ensino Superior. Notas (1) Autores do Projeto Integrado de Pesquisa: Neusi Aparecida Navas Berbel - Departamento de Educação CECA/UEL ( Coordenação Geral); Demais Coordenadores dos Sub-Projetos : Cláudia Chueire de Oliveira Departamento de Educação CECA/UEL; Maria Irene Pellegrini de Oliveira Souza Departamento de Arte - CECA/UEL; Marcelo de Carvalho Departamento de Biologia Geral CCB/UEL; Maria Helena Dantas de Menezes Guariente Departamento de Enfermagem CCS/UEL; Maria Júlia Giannasi Departamento de Ciência da Informação CECA/UEL; Sueli Carrijo Rodrigues Departamento de Educação Física FAEFIJA; Mara Regina Lemes de Sordi Departamento de Educação PUCCAMP. Contato Neusi Aparecida Navas Berbel et al. Endereço: Rua Paranaguá, 2035 - Apto. 603 86.015-030 - Londrina - PR Tel. (043) 323-1521 - email: berbel@uel.br Programa de Mestrado em Educação - UEL - CECA - EDU UEL - CECA - EDU - Tel. (043) 371-4338 - email: spgceca@uel.br Referências bibliográficas ALARCÃO, Isabel. Reflexão crítica sobre o pensamento de D. Schön e os programas de reflexão de professores. Revista da Faculdade da Educação da USP, v.22, n.2, p. 11-42, dez. 1996. BERBEL, Neusi Aparecida Navas. Metodologia do Ensino Superior: realidade e significado. Campinas : Papirus, 1994. BERBEL, Neusi Aparecida Navas (Org.). Questões de ensino na Universidade. Conversas com quem gosta de aprender para ensinar. Londrina : Ed. UEL, 1998. BORDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro : Francisco Alves, 1975. p. 151-185.

14 CAMARGO, Alzira Leite Carvalhaes. O discurso sobre a avaliação escolar do ponto de vista do aluno. Campinas, 1996. Tese (Doutorado) Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas. CARVALHO, Maria Aparecida Vivan de. Articulação pesquisa/ensino na universidade brasileira. O caso do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina. Londrina : Ed. UEL, 1997. DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1992. ENGUITA, Mariano Fernández. A face oculta da escola: Educação e trabalho no trabalho no capitalismo. Porto Alegre : Artes Médicas, 1989. FREITAS, Luiz Carlos. A dialética da eliminação no processo seletivo. Educação e Sociedade, Campinas, n. 39, ago. 1991. GIMENO SACRISTÁN, Jose. El curriculum: una reflexión sobre la prática. Madrid: Morata, 1988. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 3.ed.São Paulo: Cortez, 1994. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação educacional escolar: para além do autoritarismo. Revista de Educação AEC, Brasília, v. 15, n. 60, p. 23-37, abr./jul. 1986. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação educacional: pressupostos conceituais. Tecnologia Educacional, v.7, n. 24, p. 23-37, set./out. 1978. LUCKESI, Cipriano Carlos. Prática escolar: do erro como fonte de castigo ao erro como fonte de virtude. Sene Idéias, São Paulo, n. 8, p. 133-140, 1990. LÜDKE, Menga; PORTO SALLES, Mercêdes M.Q. Avaliação da aprendizagem na educação superior. 1997. Cap. 2. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 1992. OLIVEIRA LIMA, Adriana. Avaliação Escolar: julgamento X construção. 3.ed. Petrópolis : Vozes, 1994. RODRIGUES, Sueli Carrijo. A relação entre a prática avaliativa escolar e as condições de trabalho do profissional da educação na EEPSG Horácio Soares Ourinhos S.P. Um estudo de caso. Londrina, 1997. Dissertação (Mestrado) Departamento de Educação, Universidade Estadual de Londrina.

15 SCHÖN, Donald A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e sua formação. 3.ed. Lisboa : Dom Quixote, 1997. (Temas de educação). SORDI, Mara Regina Lemes de. A face perversa da avaliação: elementos para uma leitura do papel da avaliação no projeto neoliberal. Avaliação, v.3, n.1, mar. 1998. SORDI, Mara Regina Lemes de. A prática de avaliação no ensino superior: uma experiência na enfermagem. São Paulo : Cortez, 1995. SOUZA, Clarilza Prado de. Avaliação de aluno universitário: alguns pontos para reflexão. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR, Belo Horizonte, 1997. p.137-143. VILLAS BÔAS, B.M. de Freitas. As práticas avaliativas e a organização do trabalho pedagógico. Campinas, 1993. Tese (Doutorado) - Departamento de Educação, UNICAMP.