Cultura da Alface (Lactuca sativa) Alface (Lactuca sativa) é a mais popular das hortaliças folhosas, sendo cultivada em quase todas as regiões do globo terrestre. Pode ser considerada uma boa fonte de vitaminas e sais minerais, destacando-se seu elevado teor de vitamina A, além de conter vitaminas B1 e B2, vitaminas C, cálcio e ferro Provavelmente originária do Egito, onde as primeiras indicações de sua existência datam de 4 500 a.c Ao redor do ano 4.500 a.c. já era conhecida no antigo Egito Utilizada na alimentação humana desde antiguidade. Ao redor do ano 4.500 a.c. já era conhecida no antigo Egito. Chegou ao Brasil no século XVI, através dos portugueses Chegou ao Brasil no século XVI, através dos portugueses Explorada em todo o território nacional e compõe parcela importante das hortaliças na dieta da população. É utilizada mundialmente como medicinal e hortaliça, sendo bastante consumida em saladas por todas as classes sociais. No Brasil, a alface é cultivada em todas as regiões. No entanto, o Sudeste e o Sul se destacam em termos de área plantada, consumo e qualidade do produto. Quanto às desvantagens do seu cultivo, destaca-se a dificuldade de conservação e transporte pós-colheita, fato que limita sua produção aos cinturões verdes das grandes cidades, obrigando os produtores a obter o máximo de aproveitamento da produtividade. Composição média por 100 gramas Água 94%; Valor calórico 18kcal; Proteína 1,3g; Gordura 0,3g; Carboidratos 3,5g; Fibra 0,7g; Cálcio 68mg; Fósforo 27mg; Ferro 1,4mg; Potássio 264mg; Vitamina A 1900 UI; Vit. B1 (tiamina) 0,05mg; Vit. B2 (riboflavina) 0,08mg, Vit. B5 (niacina) 0,4mg, Vitamina C 18,0mg CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA Classe: Magnoliopsida Família: Asteraceae Gênero: Lactuca Espécie: Lactuca sativa Descrição da planta A planta é herbácea, delicada, com caule diminuto, ao qual se prendem as folhas.
Estas são amplas e crescem em roseta, em volta do caule, podendo ser lisas ou crespas, formando ou não uma cabeça, com coloração em vários tons de verde, ou roxa, conforme a cultivar, e são essas características que determinam à preferência do consumidor. O sistema radicular é muito ramificado e superficial, explorando apenas os primeiros 0,25m do solo, quando a cultura é transplantada. Em semeadura direta, a raiz pivotante pode atingir até 0,60m de profundidade Ciclo reprodutivo haste floral cuja extremidade apresenta inflorescência com grande número de flores completas. Inflorescência ramificada em capítulos. As flores são hermafroditas, planta autógama (1 % de polinização cruzada); As semente apresentam coloração variada desde o preto a cinza claro; Sementes Dormência Altas temperaturas durante a embebição podem gerar dois fenômenos: a) Termoinibição processo reversível germinação ocorre quando a temperatura reduz para um nível adequado b) termodormência (dormência secundária) não germinação após a redução da temperatura. Quebra de dormência Uso de reguladores de crescimento Condicionamento osmótico Ex:solução de K 3PO 4 - Fosfato de Potássio CLIMA Geralmente, no verão, a maioria das cultivares de alface não se desenvolve bem devido ao calor intenso, dias longos e o excesso de chuva. Estas condições favorecem o pendoamento precoce, tornando as folhas leitosas e amargas, perdendo seu valor comercial. No entanto, já existe no mercado cultivares mais adaptadas aos plantios de verão, graças ao melhoramento genético realizado. Tais cultivares permitem a produção durante o ano inteiro. Para todas as cultivares de alface, a ocorrência de dias curtos e temperaturas amenas favorecem a etapa vegetativa, sendo estas, inclusive, resistentes a baixas temperaturas e geadas leve Temperatura ideal 15-20 ºC; Desenvolve-se em temperatura entre 4 a 27ºC; Temperatura elevada pode levar as sementes à dormência secundária; SOLO O solo ideal para o cultivo dessa hortaliça é o de textura média, rico em matéria orgânica e com boa disponibilidade de nutrientes. ph 6,0 a 6,8 e V%: 70%. Para se obter maior produtividade, é necessário o uso de insumos que melhorem as condições físicas, químicas e biológicas do solo. As maiores produções podem ser obtidas a partir da
melhoria das características químicas e físico-química do solo, o que poder ser obtida com o acréscimo de doses crescentes de compostos orgânicos. Solos de mediana ou baixa fertilidade recomenda-se aplicar no sulco de plantio ou incorporadas ao leito do canteiro: ORGÂNICA:» 30 t/ha de cama de frango ADUBAÇÃO DE COBERTURA: 60 kg/ha de N, em 2 aplicações» 10 e 20 dias após o transplante N: 30 kg/ha P2O5: 90-150 kg/ha K2O: 80-90 kg/ha IRRIGAÇÃO A cultura é altamente exigente em água, devido à ampla área foliar, à evapotranspiração intensa, sistema radicular delicado e superficial, bem como à elevada capacidade de produção. A irrigação deve ser freqüente e abundante, destacando-se a aspersão, pelo notável efeito de arrefecimento da planta e do solo e também pela redução da perda de água pelas folhas. Assim o teor de água útil no solo deve ser mantido acima de 80% durante todo o ciclo da cultura, inclusive na colheita. *pouca água= folhas menores e rijas, cabeças pequenas e mal formadas. CULTIVARES Tipo solta lisa Folha macia e lisa, sem cabeça. Ex: Monalisa, Luisa, Babá de verão. Tipo repolhuda-manteiga ou repolhuda-lisa Folhas lisa e muito delicada com aspecto amanteigado Coloração verde-amarelada Forma uma cabeça compacta Ex: Brasil 303, Carolina, Piracicaba 65, Lídia, Vivi. Tipo repolhuda-crespa (Americana) As folhas são crespas, consistentes com nervuras destacadas. Cabeça compacta. Ex: Tainá, Madona, Lucy Brown, Sandy, Julia Tipo solta-crespa São bem consistentes, crespas e soltas Não formam cabeça A cultivar é típica é a norte-americana Grand Rapids Ex: Marianne, Verônica, Marisa, Vanessa. Tipo Mimosa Folhas delicadas e com aspecto arrepiado Ex: Salad Bowl, Greenbowl, Melissa, Mirela Tipo Romana Folhas alongadas e consistentes, com nervuras protuberantes. Ex: Romana Branca de Paris, Romana Balão
Implantação da cultura Semeadura em bandeja e posterior transplante Semeadura direta pouco utilizada Germinação: 4 a 6 dias Transplante: 25 DAS 4 folhas verdadeiras 8 a 10 cm de altura Além do cultivo convencional, a alface vem sendo produzida em sistema hidropônico. Em todos os cultivos, utiliza-se a técnica do transplante de mudas, as quais devem ser vigorosas e sadias, visando o bom desenvolvimento da planta. Espaçamento Tipo crespa e lisa : 25-30 x 25-30 cm Tipo americana: 35 x 35 cm ou 40 x 30 cm ÉPOCAS DE SEMEADURA Antes semeadas no outono Hoje ano todo (Seleção e melhoramento) Cultivo Consorciado Vantagens: Aproveitamento mais eficaz dos recursos naturais Favorecimento de populações de organismos benéficos no agroecossistema Redução de insetos-praga Maior proteção contra a erosão Desvantagens : Aumento de mão-de-obra nos tratos culturais e na colheita Competição entre as espécies PRAGAS Pulgões, lagartas, mosca-branca, cochonilha, paquinhas, grilo, lesmas, caracóis, besouro preto DOENÇAS A grande suscetibilidade da alface às doenças torna-se um fator de limitação na produção dessa hortaliça. São conhecidos aproximadamente 75 diferentes tipos de doenças, devendo ser evitado, o quanto possível, o uso de produtos tóxicos no controle fitossanitário, pois estes podem deixar resíduos ao consumidor. Principais doenças que atacam a cultura da alface: SEPTORIOSE - Septoria lactucae Comum regiões clima ameno e em épocas chuvosas Lesões necróticas no limbo foliar que prejudicam o valor comercial do produto MANCHA DE CERCOSPORA - Cercospora longissima Lesões foliares Frequentes em folhas mais velhas Posteriormente coalescem
MOSAICO - Lettuce mosaic vírus LMV Sintomas: amarelecimento (foliar); clareamento em nervuras e mosaico Em plantas jovens: as folhas internas permanecem pequenas e inclinam-se para o centro Vetor: pulgões (Myzus persicae) QUEIMA DA SAIA - Rhizoctonia solani Plantas bem desenvolvidas e próximas à colheita são as mais afetadas Folhas basais e/ou medianas com sintomas de murcha e seca MÍLDIO - Bremia lactucae Ataca tanto mudas quanto planta adulta Lesões foliares Colheita É colhida através de arranquio da planta inteira, antes do início do alongamento do caule (inicio do pendoamento). Após esse período, termina o interesse comercial da planta como hortaliça para consumo fresco, porque diminuem muito as propriedades organolépticas. Colhe-se a planta cortando-se o caule, logo que ela atinja o máximo desenvolvimento. Algumas folhas externas são eliminadas no momento da colheita Comercialização Sensível ao murchamento: Colocar as cabeças com a parte cortada para cima Nebulizar frequentemente (manter o frescor) Armazenamento A velocidade de deterioração da alface aumenta rapidamente acima de 0 C A vida útil da alface a 3 C é apenas 50% da vida útil a 0 C No armazenamento a temperatura não deve ficar menor que -0,5oC, pois neste caso ocorre o congelamento e a deterioração do produto Ciclo: Lisa e crespa: 35 a 40 DAT Americana: 60 a 70 DAT (formação da cabeça)