FILOSOFIA 2º ANO (Revisão da AG II Etapa) Professor: Thiago Roque Conteúdos: Como nos relacionamos? (Poder e política). - Poder e autoridade (microfísica e macrofísica do poder em Foucault) - O pensamento político grego (Platão e Aristóteles) - Transformações no pensamento político. Estado, sociedade e poder. - Os aspectos da filosofia política na modernidade. (Maquiavel, Hobbes, Rousseau, Montesquieu, Locke e Voltaire) - O Estado como contrato social. (O contrato social como expressão da vontade geral) - O pacto e o direito à propriedade. - As críticas ao Estado no século XIX. (Unidade 04 capítulos 01 e 02 do livro didático de Filosofia - Filosofia: experiência do pensamento.) Unidade 04: Como nos relacionamos. Capítulo 01: Poder e Política. Poder e autoridade. Definições: 1ª definição O poder consiste na capacidade e oportunidade de impor ao outro, sua própria vontade. Nessa lógica, é poderoso aquele que por uma razão é o mais forte e pode mandar. 2ª definição O poder implica na noção de autoridade, sendo uma capacidade de ter suas ordens estabelecidas e obedecidas. Porém, nesse contexto, há a possibilidade de uma neutralização das vontades por meio de uma administração e organização da vontade do poderoso. - Uma macrofísica do poder: a teoria da soma zero : a dinâmica do poder é associada basicamente à repressão, sendo, a capacidade de reprimir as vontades dos governados pela vontade do governante. O que pode ser compreendido por meio de uma equação do poder, composta da razão - [ ] para que haja um equilíbrio na organização social, é necessário que a quantidade de poder que o governante detém seja proporcional à quantidade de poder que os governados não têm. - Uma microfísica: o poder como rede. Segundo o filósofo francês Michel Foucault, o poder não pode ser concebido apenas como repressão; não pode ser resumido à interdição, à proibição, à lei. Ou seja, ele (o poder) não se limita ao você não deve. Nesse contexto, o pensador denomina de tecnologia do poder, toda construção de uma maquinaria por meio do qual o poder se exerce. Porque o jogo do poder é muito mais complexo do que nos deixa ver uma análise macrofísica. Foucault rompe com a visão clássica de poder, pois, segundo o filósofo, o poder é uma multiplicidade de jogos de forças e de lutas que estabelecem entre os indivíduos nas mais diversas situações, desde as relações interpessoais até os sistemas administrativos do Estado. Ou seja, o poder se exerce nas micro-relações de poder. (microfísica do poder, soberania, disciplina e biopoder). O pensamento político grego. - Platão: o governo dos filósofos.
Platão pensava que os melhores e mais capazes são os que deveriam governar a cidade, ao contrário do que ocorria na democracia grega, na qual, qualquer cidadão poderia ser eleito e assumir o governo, tivesse ele ou não capacidade e preparo para a arte de governar. O político, portanto, segundo o filósofo clássico, deveria ser bom e justo, visando o bem de todos. Nesse sentido, Platão vai considerar que a pessoa mais preparada para governar a pólis (cidadeestado) era os filósofos, pois suas ações seguiam o exercício da razão (caráter racional), que por si só, contemplaria a ideia de justiça. - Aristóteles: o bem comum. O bom governo, segundo Aristóteles, seria aquele que visa ao bem comum, ao interesse coletivo, única maneira de garantir a felicidade de todos. Dessa forma, ele define três formas puras de governo: monarquia, aristocracia e república. Além de também definir a existência de duas esferas de organização da comunidade humana, sendo elas a pública e a privada. Formas puras de governo Monarquia Aristocracia República Formas degeneradas das formas puras Tirania Oligarquia Demagogia Esferas Pública Privada Política: a ciência da gestão da pólis (cidadeestado) Economia: a ciência da gestão da casa (relativa as famílias e casa de cada cidadão) Aristóteles pensou também em sua teoria política sobre a origem e a finalidade da comunidade política, definindo o homem como um animal político, capaz de compartilhar suas necessidades e suas vidas por meio da linguagem. A finalidade da comunidade política era garantir o bem viver juntos, a felicidade privada e pública, pois a vida feliz consiste na associação de atividades políticas em sociedade. Transformações no pensamento político. - Maquiavel: Fundador da teoria política moderna. Seu pensamento apresentava como era a política efetivamente, por esse motivo, considera-se sua teoria política como: realista e utilitarista. Conceitos fundamentais Virtù (virtude) Fortuna (sorte) É a capacidade do governante de lidar com os acontecimentos. É o conjunto de tudo o que acontece aos seres
humanos e que eles não podem controlar. Em sua obra O príncipe, Maquiavel realiza um clássico escrito sobre a arte de governar, mostrando como funcionava os mecanismos do poder político, relatando como os principados se organizavam para conquistar territórios e mantê-los. Compreendo dessa maneira, a política como sendo o conflito e as formas de gerir as várias facetas do poder. Devendo-se a ele, os créditos do dito: os fins justificam os meios. Capítulo 02: Estado, sociedade e poder. O Estado como contrato social. O pacto e a instituição da sociedade. A noção de contrato social, foi instituída pelos seres humanos por meio de um pacto coletivo um contrato -, com base no qual os indivíduos convivem, estabelecendo regras e leis para a organização da sociedade com base na coletividade. Essa forma de pensar se baseia nas ideias que ficaram conhecidas como contratualismo ou jusnaturalismo. Segundo parte dos filósofos contratualistas, os seres humanos viviam em um estado de natureza, ou seja, em um estado primitivo. Por isso, há necessidade do contrato social para a formação da sociedade civil. - Thomas Hobbes: Segundo Hobbes, a natureza humana é individualista e egoísta, e os seres humanos não vivem sempre me comunidade, pois, em seu estado de natureza, os homens vivem em uma guerra constante (a guerra de todos contra todos), o que levou a dizer que o homem é o lobo do homem. Dessa forma, o pacto seria feito para selar a paz entre as pessoas, garantindo a cada indivíduo o direito de viver e acumular bens. Ainda para Hobbes, antes do contrato social não há povo, há uma multidão, que não é um corpo político, pois não tem uma unidade. Sendo, portanto, o pacto social que transforma a multidão em povo, o mesmo, que deveria ser gerenciado por um poder soberano, que segundo o filósofo, deveria ser o Estado absolutista (ou seja, uma monarquia absolutista pacto de submissão). - John Locke: Segundo Locke, no estado de natureza os homens seriam governados pela lei natural da razão, sendo seu princípio básico a preservação da vida, pois, os humanos viviam em absoluta liberdade. Porém, para o filósofo, a formação da sociedade civil por meio do contra social teria como objetivo, facilitar a garantia do direito a propriedade. Instaurando assim, uma nova forma de liberdade, a liberdade civil que não se contrapõe à liberdade natural, haja vista que, os direitos naturais se tornam políticos. (liberalismo político pacto de consentimento). - Jean Jacques Rousseau: Rousseau considera que a fundação histórica da sociedade civil está no primeiro ato de formação da propriedade, onde se inicia o processo de acumulação de bens. Segundo o filósofo genebrino, em exposição e análise realizada em sua obra Do Contrato Social, escrita no século XVIII, os critérios para a organização da sociedade, de modo que esta seja justa para todos os homens, tornando-os iguais em direitos e deveres.
No decurso da análise, Rousseau parte do conceito de estado de natureza o homem nasce bom para chegar ao resultado do contrato que é a liberdade moral de todos os cidadãos e a igualdade. Essa igualdade fundamentaria o poder soberano do Estado na vontade geral. Ou seja, no indivíduo coletivo, base de qualquer Estado. - Voltaire: Voltaire possuía fortes inclinações liberais e foi grande crítico das tradições católicas e também de castas sociais privilegiadas, tal como reis, clero e nobreza. Essa postura crítica e a tentativa de priorizar e coroar a liberdade, que era um dos valores que mais permeava por seu pensamento, acabou fazendo com que o filósofo fosse preso na Bastilha e exilado de seu país natal (França). Entretanto, essas punições não o impediram de continuar sua luta contra a intolerância, suas árduas denúncias à hipocrisias sociais, e sua luta contra os exageros da Igreja Católica e contra os abusos dos detentores do poder. - Montesquieu: Uma das suas principais contribuições de Montesquieu para a Filosofia Política na Modernidade, foi a elaboração de uma teoria constitucional em que ele realiza estudos sobre o Estado, além de apresentar uma distinção e divisão dos poderes dentro de um Estado entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Segundo Montesquieu, a divisão dos poderes seria a base de qualquer república. Mesmo que em suas obras o Poder Judiciário não é tido como realmente um Poder, já é um avanço ele constar o judiciário como um instrumento importante na relação de divisões de poderes dentro de um Estado. A ideia geral é o poder limitando o poder, ou seja, o poder legislativo, que ele divide em dois, limitando o poder executivo através das leis. O executivo vai exercer pressão sobre o Legislativo para que esse formule leis que o beneficiem e o Legislativo vai exercer pressão sobre o executivo para que esse, em tese, defenda os interesses do povo, de quem o legislativo é representante, ao menos em parte. As críticas ao Estado no século XIX. No século XIX, estavam formados na Europa vários Estados liberais caracterizados pela liberdade individual no execício da economia, da política e da religiosidade e que funcionavam segundo os princípios democráticos, ganhando grande importância com a consolidação do capitalismo e com a Revolução Industrial. A industrialização nesse contexto, fez emergir uma nova categoria social: o operariado (ou proletariado). A luta dos trabalhadores era econômica, mas também política, e nesse contexto, começaram a ser desenvolvidas teorias políticas elaboradas com base no ponto de vista da classe opressão e dominação dos trabalhadores. - Hegel: Afirmou que o Estado é autônomo em relação aos indivíduos e que não faz sentido colocá-lo fora da história, pois a sociedade se constitui em duas esferas: a sociedade civil e a sociedade política. - Marx e Engels: Sustentaram que é a história da produção social dos homens que determina a estrutura do Estado. Investigando a história da humanidade, Marx percebeu que em nenhum momento o Estado foi o
representante dos interesses coletivos, nem tampouco o promotor de uma vontade geral. O Estado então segundo esses filósofos, seria um instrumento de dominação da classe burguesa. - O anarquismo: a defesa de uma sociedade sem Estado: Para os anarquistas, o Estado é fonte de opressão humana e instrumento de dominação. Se o Estado existe para resolver os conflitos entre os indivíduos, ele não é necessário em uma sociedade que seja a expressão da igualdade, da liberdade e da solidariedade. Dessa forma, o princípio central da filosofia anarquista é a liberdade individual, que só pode ser garantida nas relações pessoais sem a interferência ou necessidade do Estado. Referências bibliográficas: GALLO, Sílvio. Filosofia: experiência do pensamento: vol. único 1. ed. - São Paulo: Scipione, 2014., Filosofia: experiência do pensamento: vol. único 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2018. CHAUI, Marilena. Iniciação a Filosofia: vol. único. - 1. ed. São Paulo: Ática, 2010. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2009. Sites de pesquisa: http://www.filosofia.com.br/historia (acesso: 02/06/2019) http://www.acervofilosofico.com/voltaire (acesso: 02/06/2019) https://www.revistas.usp.br/cefp/article/download/82592/85555/