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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores J.L. MÔNACO DA SILVA (Presidente), MOREIRA VIEGAS E EDSON LUIZ DE QUEIROZ.

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ACÓRDÃO. São Paulo, 30 de março de Marcelo Berthe Relator Assinatura Eletrônica

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente sem voto), ROMEU RICUPERO E RICARDO NEGRÃO.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARIA LAURA TAVARES (Presidente sem voto), NOGUEIRA DIEFENTHALER E MARCELO BERTHE.

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O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ENIO ZULIANI (Presidente), FRANCISCO LOUREIRO E CESAR CIAMPOLINI.

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ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº , da Comarca de Americana, em que é agravante

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DA 9ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores TORRES DE CARVALHO (Presidente) e ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO DIP (Presidente sem voto), AFONSO FARO JR. E AROLDO VIOTTI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DIMAS RUBENS FONSECA (Presidente) e CESAR LACERDA.

ACÓRDÃO , da Comarca de Santana de Parnaíba, em que é agravante EMK

ACÓRDÃO. São Paulo, 14 de março de Cristina Cotrofe Relatora Assinatura Eletrônica

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ REYNALDO (Presidente sem voto), ROBERTO MAC CRACKEN E ARALDO TELLES.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO GALIZIA (Presidente), ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ E TERESA RAMOS MARQUES.

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ACÓRDÃO. São Paulo, 13 de outubro de Christine Santini Relatora Assinatura Eletrônica

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Transcrição:

Registro: 2016.0000490396 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2054389-42.2016.8.26.0000, da Comarca de, em que é agravante BCI- BRASIL CHINA IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA, são agravados MOTO HONDA DA AMAZONIA LTDA e HONDA GIKEN KABUSHIKI KAISHA (HONDA MOTOR CO. LTDA). ACORDAM, em 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ENIO ZULIANI (Presidente) e TEIXEIRA LEITE., 13 de julho de 2016 HAMID BDINE RELATOR Assinatura Eletrônica

.Voto n. 13.873 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial. AI. n. 2054389-42.2016.8.26.0000. Comarca:. Agravante: BCI - BRASIL CHINA IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA. Agravados: MOTO HONDA DA AMAZONIA LTDA. e HONDA GIKEN KABUSHIKI KAISHA (Honda Motor Co. Ltda). Interessada: FLA MOTOS LTDA. ME. Juiz: Rodolfo César Milano. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO COMINATÓRIA CUMULADA COM INDENIZATÓRIA. CONCORRÊNCIA DESLEAL. VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL E DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL. MOTOCICLETA. CARÊNCIA DE AÇÃO. INOCORRÊNCIA. Legitimidade de parte da agravante. Pertinência subjetiva reconhecida à luz do direito material. ASTREINTES. Fixação de multa diária. Adequação do valor. Princípio da proporcionalidade observado. Valor mantido. Recurso improvido. Trata-se de agravo de instrumento tirado contra decisão de fs. 90/92, que, reconhecendo que a agravante descumpriu a ordem de cessar a importação, comercialização, exibição, distribuição, promoção e divulgação do modelo da motocicleta denominado de Shineray SUN 150", majorou a multa diária para R$10.000,00 até o limite de R$1.000.000,00, bem como determinou a busca e apreensão de veículos dos referidos modelos. A agravante sustenta que é parte ilegítima para figurar no processo, pois não importa ou comercializa o modelo de motocicleta objeto dos autos nem mesmo exerce influência sobre aqueles que ainda comercializam o produto. Afirma que o valor da multa é exorbitante e deve ser reduzido. AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 2054389-42.2016.8.26.0000 2/8

revogada (fs. xx). A liminar foi deferida (fs. 1352) e posterior Recurso regularmente processado, com preparo (fs. 95/96) e contraminuta (fs. 1357/1373). É o relatório. O agravo não merece acolhimento. Embora a carência de ação não seja objeto da decisão agravada, há elementos suficientes para se reconhecer que a agravante é parte legítima para figurar na lide, apesar de seus esforços. Parte legítima, segundo Fredie Didier Jr., é aquela que se encontra em posição processual (autor ou réu) coincidente com a situação legitimadora, decorrente de certa previsão legal, relativamente àquela pessoa e perante o respectivo objeto litigioso (Curso de Direito Processual Civil, V. 1, 9ª ed, JusPODIVM, 2007, p. 165). Nesse sentido: A legitimidade, como condição da ação, implica a existência de uma relação de pertinência subjetiva entre o sujeito e a causa, ou seja, uma relação de adequação legítima entre o autor da ação e a tutela jurisdicional pretendida (REsp. n. 1.353.039, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 7.11.2013). AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 2054389-42.2016.8.26.0000 3/8

Cassio Scarpinella Bueno esclarece que a noção de legitimidade para a causa deve ser extraída do plano material, transformando a titularidade da relação de direito material em realidade processual e os envolvidos em uma dada relação jurídica material em parte, entendida, pela doutrina dominante, como aquela que pede ou em face de quem se pede algo em juízo (Curso Sistematizado de Direito Processual Civil: Teoria geral do direito processual civil, v. 1, Saraiva, 2007, p. 355-356). Nos termos da petição inicial, os agravados afirmam que a agravante juntamente com a empresa Fla Motos Ltda. ME violaram desenho industrial e direito autoral ao importarem e comercializarem, respectivamente, modelo "Shineray SUN 150" em confronto com a motocicleta "Honda PCX 150" (fs. 97/158). A fs. 516/518, o juiz a quo determinou que a agravante e sua litisconsorte cessassem a importação, comercialização, exibição, distribuição, promoção e divulgação do modelo Shineray SUN 150. Ao tomar conhecimento do descumprimento da ordem pelos agravados (fs. 1319/1326), foi proferida a decisão agravada autorizando a busca e apreensão do modelo comercializado irregularmente e majorando a multa cominatória. A legitimidade da agravante é extraída também da certidão do oficial de justiça de fs. 1374, ao dar cumprimento à busca e apreensão, informou que segundo o proprietário do AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 2054389-42.2016.8.26.0000 4/8

estabelecimento, Sr. Emanuel da Cunha Lombardi, a pedido do diretor da empresa Shineray, Sr. Marcelo Leone, o único exemplar que ali havia, foi recolhido, nesta data, por volta das 9:00 horas, e levado para local por este ignorado. (destaque). Pelo que se percebe, a empresa denominada de Shineray pelo oficial de justiça, atua em conjunto com a agravante. Há elementos suficientes para essa conclusão. É de se ponderar, ainda, que a corré Fla Motos LTDA. ME. (fs. 98), no Agravo de Instrumento n. 2102491-32.2015.8.26.0000 (fs. 569/578), afirmou que apenas comercializa o referido modelo, o qual é importado pela corré BCI Brasil China Importadora e Distribuidora S/A Shineray, ora agravante (fs. 856 - destaque). O próprio objeto social da agravante mostra que distribui e comercializa no atacado motocicletas, assim como a importação delas (fs. 18). A ata notarial de fs. 975 revela que a agravante é mencionada no sítio eletrônico 'www.shineray.com.br' como sendo o representante oficial das motocicletas Shineray no Brasil e que a agravante está vinculada à Shineray nos resultados de busca pela internet. Isso corrobora os dizeres da interessada Fla Motos, de que a única representante da marca Shineray no Brasil é a primeira Ré, BCI Brasil China Importadora e Distribuidora S/A, AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 2054389-42.2016.8.26.0000 5/8

que adquire os mesmos e revende à sua rede de concessionárias. (fs. 576). Considerando que a pretensão da agravada visa a a cessar, definitivamente, a importação, comercialização, exibição, distribuição, promoção e divulgação da motocicleta modelo SUN150 da SHINERAY (fs. 157), justamente o aspecto envolvendo a antecipação de tutela de fs. 516/518, conclui-se que o direito material em discussão revela a pertinência subjetiva da agravante para figurar na lide. Outro aspecto do recurso se refere à majoração da multa diária para R$10.000,00 até o limite de R$1.000.000,00. A agravante pretende sua redução. Analisadas as circunstâncias dos autos, conclui-se que a multa mostra-se proporcional, especialmente, considerando que é possível a sua modificação na hipótese de descumprimento de obrigação, conforme entendimentos do Superior Tribunal de Justiça: 2. A multa prevista no art. 461 do CPC, por não fazer coisa julgada material, pode ter seu valor e periodicidade modificados a qualquer tempo pelo juiz, quando for constatado que se tornou insuficiente ou excessiva. Precedentes. (REsp 708.290/RS, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 26.6.2007) O legislador concedeu ao juiz a prerrogativa de impor multa diária ao réu com vista a assegurar o adimplemento da obrigação de fazer (art. 461, caput, do CPC), bem como permitiu que o AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 2054389-42.2016.8.26.0000 6/8

magistrado afaste ou altere, de ofício ou a requerimento da parte, o seu valor quando se tornar insuficiente ou excessiva, mesmo depois de transitada em julgado a sentença, não se observando a preclusão ou a coisa julgada, de modo a preservar a essência do instituto e a própria lógica da efetividade processual (AgRg. no AREsp. n. 195.303, rel. Min. Marco Buzzi, j. 28.5.2013). No mesmo sentido: AgRg. no REsp. n. 1.320.839, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 27.8.2013, AgRg. no REsp. n. 1.167.276, rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 20.6.2013 e AgRg. no REsp. n. 1.361.225, rel. Min. Sidnei Beneti, j. 28.5.2013. Pondere-se que a multa não pode gerar enriquecimento ilícito nem ser irrisória a ponto de ser preferível o descumprimento: Fredie Didier Jr., Paulo Sarno Braga e Rafael Oliveira, Curso de Direito Processual Civil, vol. 2, Podivm, 2007, p. 349, Cassio Scarpinella Bueno, Curso Sistematizado de Direito Processual Civil, vol. 3, Saraiva, 2008, p. 415, e AI n. 0216203-73.2011.8.26.0000, rel. Des. Luis Fernando Nishi, j. 13.10.2011. A fixação da multa diária decorre do exame do grau de renitência do obrigado e eventuais obstáculos à satisfação da ordem judicial, suas condições econômico-financeiras, o valor do bem litigioso e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Sopesadas essas variáveis, tem-se que é adequada AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 2054389-42.2016.8.26.0000 7/8

a multa fixada, com a ressalva de que, não cumprida a obrigação pela agravante, ela poderá ser modificada em qualquer momento, seja para majorar ou reduzir na medida em que não faz coisa julgada material. recurso. Diante do exposto, NEGA-SE provimento ao Hamid Bdine Relator AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 2054389-42.2016.8.26.0000 8/8