A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA PARA A FORMAÇÃO DO CIDADÃO



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Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA PARA A FORMAÇÃO DO CIDADÃO MENDES, C. A, IFMG - Campus Ouro Preto, c.arcanjomendes@gmail.com; CÂNDIDO, T. F, IFMG - Campus Ouro Preto, thiagoferreira750@yahoo.com.br; SILVA, C. F. A, IFMG - Campus Ouro Preto, cecilia.andrade@ifmg.edu.br; FERREIRA, D. A, Escola Estadual de Ouro Preto, darioaf43@bol.com.br. RESUMO: A escola, nitidamente, é um ambiente de interação social, portanto, atua na construção de valores e atitudes que se que desenvolvem na construção da personalidade de cada indivíduo que a frequenta, consequentemente, tem papel crucial na formação de cidadãos, constituintes de uma República democrática, conscientes de seus direitos e deveres. Dessa forma, o presente projeto, desenvolvido através do Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) traz como tema a prática da cidadania no ambiente escolar, em um trabalho que tem como objetivo promover encontros de reflexões e práticas relacionadas à função da escola na formação de um cidadão crítico e consciente, com cerca de 75 alunos(as) dos 2º anos C e D (nomeações fictícias) do Ensino Médio, da Escola Estadual de Ouro Preto, sob a supervisão do professor Dário de Assis e coordenação da professora Cecilia Andrade. O projeto será executado no decorrer do ano de 2015. As atividades planejadas para a execução apresentaram os seguintes recursos didático-pedagógicos: momentos de reflexão sobre a temática através de discussões, dinâmica de grupo, visita técnica e produção de relatórios. Os resultados foram analisados através da quantificação de dados, observações em sala de aula, fotografias e trabalhos realizados pelos alunos. Nas atividades desenvolvidas, os discentes tiveram a oportunidade de interagir e expressar suas ideias referentes a prática cidadã na escola através de trabalhos textuais e visuais. Apesar de algumas práticas possuírem um número baixo de alunos participantes, todos aqueles que mostraram interesse em participar das atividades se mostraram atentos e críticos aos assuntos abordados ao longo do projeto, sem receio em expor suas opiniões. Palavras-chave: Cidadania. Escola. Aluno. Conscientização. INTRODUÇÃO Associar o ambiente escolar à formação de cidadãos é um fator comum em nossa realidade. Dubet (2011), enxergando a escola como instituição e considerando que esta desenvolve suas regras e valores comuns, afirma que a socialização atua de modo desenvolver no aluno uma subjetividade, ou seja, um indivíduo no ambiente escolar torna-se autônomo em suas opiniões a partir da socialização. Nesse contexto, a escola pode ser considerada uma das ferramentas garantidoras da prática da cidadania, uma vez que nela, o aluno tem a oportunidade de se manifestar como indivíduo, membro de uma sociedade, que possui consciência dos seus direitos e deveres, expressando suas opiniões e defendendo seus princípios como cidadão de uma República democrática. Marshall (1967), analisando historicamente o conceito de cidadania, afirma que esta se dá por direitos que se desdobram em elementos civis, políticos e sociais. Porém, é comum que atos negativos que não condizem com a prática da cidadania sejam notados dentro da escola, e além da preocupação com as atitudes desses alunos, a

capacidade de reprodução dessas atitudes por parte de outros grupos é outro fator preocupante, uma vez que, no mesmo ambiente convivem alunos de várias realidades (sociais e econômicas) e, consequentemente, distintas personalidades em formação. Um dos muitos fatores que podem explicar tais atos negativos é desigualdade social encontrada nas escolas, fator comum à realidade educacional brasileira. Coimbra (1989, p.15), aborda tipos de escola como instituição que explicitam essa desigualdade e destroem mitos como o seu surgimento a fim de atender uma conveniência natural e sua neutralidade na divisão de classes sociais, essas são: a escola que surge para fortalecer e garantir o poder de uma classe social que é dominante numa determinada formação social, aquela que se coloca como neutra, tem por finalidade ensinar os valores, hábitos e costumes de uma determinada classe social, colocando-os como naturais e universais e, por último, a escola que é vista como democrática...não tem responsabilidade pelos fracassos escolares...se não conseguem aprender é porque são inferiores, mal alimentados, carentes material e emocionalmente. Mas despertar nos alunos da escola moderna essa consciência cidadã é um constante e grande desafio, considerando que ações negativas como indisciplina, falta de atenção e interesse nos conteúdos abordados em sala de aula, depredação ao patrimônio e até mesmo violência têm sido frequentes no cotidiano escolar brasileiro. Aquino (1998), analisando a indisciplina nas escolas modernas, ressalta que isso pode se explicar pelo fato de que nas escolas antigas a disciplina era presente pois acontecia de forma ameaçadora e punitiva, e hoje isso não pode mais acontecer, sendo mais fácil presenciar quadros indisciplinares dentro das salas de aula. Dessa forma, o objetivo desse projeto foi promover encontros de reflexões e práticas relacionadas à função da escola na formação de um cidadão crítico e consciente, visando mudança de postura e replicação do conteúdo abordado, com os alunos dos 2º anos C e D (nomeações fictícias) da Escola Estadual de Ouro Preto. METODOLOGIA Serão atendidos, em aproximadamente 7 encontros desenvolvidos pelo projeto, cerca de 75 alunos(as) no decorrer do ano de 2015. As atividades já aplicadas foram: Cidadania na história da educação brasileira: introdução ao projeto seguida de apresentação histórica da educação brasileira em forma de linha do tempo, incluindo as principais manifestações em massa ocorridas no Brasil, observando que os movimentos populacionais e reivindicações pela cidadania só começaram a ocorrer depois que a população brasileira passou a ter maior acesso a educação. A atividade foi finalizada com uma dinâmica de criação e exposição de frases referentes a educação no Brasil para saber a visão dos alunos sobre a educação brasileira. Essa dinâmica consistiu em 5 etapas: as 4 primeiras se basearam na escolha de dois nomes de alunos que estavam na sala, uma ação e um lugar, todos avulsos e escritos em um papel. A cada nomeação ocorreram trocas alternadas dos papéis entre os alunos e a última etapa consistiu na criação de uma frase sobre a educação brasileira. Ao escreverem as frases os papéis foram recolhidos. No final, com as palavras e frases escritas foram construídas situações cômicas e hipotéticas no intuito de instigar a interação da turma e preservar a identidade dos alunos com a exposição das frases criadas. Para análise dos resultados, as frases foram quantificadas a fim de perceber quantos alunos mostraram interesse em analisar o sistema educacional em que está inserido e por fim foram apontados os principais pontos destacados nas frases pelos discentes.

Cidadania ambiental: trabalho voltado aos recursos hídricos, através da visita técnica na Estação de Tratamento de Água - ETA Itacolomi. Foram entregues pelos alunos relatórios referentes à visita técnica e as análises foram referentes aos fatores que mais chamaram sua atenção nos trabalhos apresentados. RESULTADOS E DISCUSSÃO No primeiro encontro, além da apresentação do projeto para a turma, foram realizadas atividade expositiva em forma de linha do tempo e a dinâmica baseada na criação de frases sobre a educação brasileira. A turma C, que possui cerca de 34 alunos, apresentou 8 papéis no fim da dinâmica. Já a turma D, que possui cerca de 41 alunos, apresentou 28 papéis, cujas frases foram expostas a turma. Apesar da turma C ter tido um número menor de alunos participantes das atividades, os mesmos construíram frases criativas e condizentes com a realidade, expressando com objetividade suas opiniões, como mostram as frases 1 e 2: Frase 1: A educação é a arma mais poderosa. Frase 2: Muitos são chamados, poucos são escolhidos. O fato dessa turma ter apresentado uma quantidade menor de alunos participantes pode ser explicado pelo histórico de indisciplina que a turma possui. Já a turma D é mais atenta e disciplinada, fator que também pode explicar a maior participação da mesma. Em geral, no fim da dinâmica observou-se que três fatores foram abordados nas frases de análise a educação: crítica ao modelo educacional atual, importância da educação na formação de um indivíduo e crítica à atuação dos alunos em sala de aula. É possível observar essas situações nas frases 3, 4 e 5: Frase 3: A educação é ruim, está péssima. Frase 4: A educação é a evolução do nosso povo. Frase 5: A educação está boa, mas os alunos não querem saber de nada! Dessa forma, percebeu-se que os alunos têm consciência em relação ao seu sistema educacional, salientando a importância do mesmo como fator positivo para a evolução dos indivíduos, bem como certos conflitos, como mostra a frase 5, por exemplo. Esses aspectos são positivos para a aplicação do projeto, visto que os discentes já opinam com coerência e subjetividade sobre a problemática, se tornando dessa forma mais acessível para os aplicadores do projeto trabalhar com naturalidade a cidadania relacionada aos fatores citados pelos mesmos. O segundo encontro foi a visita técnica na Estação de Tratamento de Água - ETA Itacolomi, localizada no Bairro Nossa Senhora do Carmo. Ao todo, 33 alunos foram a visita, cerca de 44% do total. O baixo índice de participantes pode se explicar pelo fato de alguns relatarem já conhecer a ETA e não querer ir novamente. Contudo, outros que já haviam visitado o local relataram que queriam ir para observarem as mudanças, como afirma um dos alunos em seu relatório (Frase 6): Frase 6: Comparando à última visita pode-se notar que algumas coisas mudaram, como a vazão da água. Antes era de 90 litros por segundo, agora chega a 72 litros por segundo, mais ou menos. Os discentes puderam esclarecer suas dúvidas e observaram muitos aspectos distintos nos relatórios, alguns observados nas frases 7, 8, 9, 10 e 11:

Frase 7: Essa visita me fez apagar um mito de que quando a água chega esbranquiçada é excesso de cloro, nada mais é do que a cor que a água adquire ao sofrer pressão nos tubos, que é exercida pela bomba. Frase 8: Deve ser espalhada a ideia do hidrômetro e explicado as pessoas, pois elas veem isso como coisa ruim, sendo que isso pode ajudar o planeta a ter esse bem precioso por mais tempo, pois está cada vez mais escasso. Frase 9: Uma coisa que gostei muito foi a água passar pela caixa de areia a 76 litros por segundo. Frase10: O professor Dário começou a falar um pouco sobre a vegetação que era encontrada naquele local, que era uma vegetação rasteira e um pouco de mata alta. Frase 11: A água captada é de uma nascente, por isso é de boa qualidade. Para ser captada diretamente na nascente, foi feita uma barragem, tem todo um encanamento de ferro fundido onde a água desce por gravidade. Dessa forma, percebeu-se que os alunos entenderam o propósito da visita, que era a conscientização referente a captação, tratamento, distribuição e consumo da água que abastece a cidade de Ouro Preto, além do aproveitamento pela matéria de Geografia, onde foram analisados no local a vegetação, o relevo e as bacias hidrográficas que cercam a Estação. A figura 1 mostra alguns alunos na ETA. Figura 1: Segunda aplicação do projeto, Estação de Tratamento de Água Itacolomi, Ouro Preto-MG, 2015 Fonte: Carolina Mendes CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando que este trabalho ainda está em fase de execução, percebe-se que os alunos o recebem de forma positiva, isso pode ser explicado, principalmente, pelas análises referentes à primeira atividade, onde notou-se que os mesmos, desde antes da aplicação do projeto, já tinham a consciência da importância e do papel da escola em seu dia a dia, bem como alguns problemas que possuem a educação. Dessa forma, apesar de algumas atividades possuírem um número relativamente baixo de alunos participantes, todos aqueles que se mostram interessados na participação desenvolveram as atividades propostas e instigadas sem receio de expor suas ideias e críticas, mostrando-se objetivos e claros. REFERÊNCIAS AQUINO, Julio Groppa. A indisciplina e a escola atual. Revista da Faculdade de Educação. Vol.24, no.2, p.181-204. São Paulo, 1998. Disponível em

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-25551998000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em Agosto, 2015. COIMBRA, Cecília Maria B. As funções da instituição escolar: análise e reflexões. Psicologia: Ciência e Profissão, Vol.9, no.3, p.14-16. Brasília, 1989. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/pcp/v9n3/06.pdf. Acesso em Julho, 2015. DUBET, François. Mutações cruzadas: a cidadania e a escola. Revista Brasileira de Educação. Vol.16, no.47, p.289-305. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1413-24782011000200002&script=sci_arttext. Acesso em Julho, 2015. MARSHALL, T. H. Cidadania, classe social e status. Introdução do Prof. Phillip G. Schmitter. Tradução de Meton Porto Gadelha. p.58-114. Rio de Janeiro: Zahar, 1967. Disponível em http://adm.ufersa.edu.br/wp-content/uploads/sites/18/2014/10/marshall- Cidadania-Classe-Social-e-Status1.pdf. Acesso em Julho, 2015.