Avaliação da curva potencial de inibição do crescimento micelial de Alternaria solani

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Transcrição:

Avaliação da curva potencial de inibição do crescimento micelial de Alternaria solani Eriksen Patric Silva Soares¹; Hugo César Rodrigues Moreira Catão¹; Nilza de Lima Pereira Sales¹; Daiana Maria Queiroz Azevedo¹; César Fernandes Aquino; Cândido Alves Costa. 1 ICA-UFMG Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais- Avenida Universitária Nº. 1000. Bairro Universitário Montes Claros - Minas Gerais. eriksenpatric@yahoo.com.br, hugocatao@yahoo.com.br, nsales_ufmg@hotmail.com, daianamaria3@yahoo.com.br, cesarfernandesaquino@yahoo.com.br, candido-costa@nca.ufmg.br RESUMO A pinta preta, causada por Alternaria solani, é uma das mais importantes doenças da cultura do tomateiro no Brasil. Têm sido avaliadas nos últimos anos produtos que controlem a Alternaria solani satisfatoriamente, e ainda tenham pequeno impacto ambiental e baixa toxicidade aos seres vivos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o controle de A. solani in vitro. Os testes in vitro foram realizados visando avaliar a ação inibitória dos oxicloreto de cobre, fungicida de cymoxanil + mancozeb, o indutor de resistência fosfito e biofertilizante de esterco sobre o crescimento micelial de Alternaria solani, agente causal da pinta preta do tomateiro. Os produtos foram testados nas in vitro, sendo utilizadas as técnicas de diluição dos produtos em meio de cultura. Os maiores níveis de inibição foram obtidos com fungicidas cymoxanil + mancozeb que mostraram ação diferenciada sobre a A. solani onde inibiu o crescimento do fungo. Resultados promissores foram aqui obtidos com o fungicida(cymoxanil + mancozeb), fosfito, oxicloreto de cobre e biofertilizante in vitro. Onde proporcionaram elevada inibição do crescimento micelial. Estudos mais detalhados em condições de campo se fazem necessários para avaliar a eficácia dos produtos, épocas e intervalos de aplicação, dose, fitotoxidez, etc., e assim estabelecer as melhores alternativas de controle. PALAVRAS-CHAVE: pinta preta, controle, agricultura orgânica. ABSTRACT Evaluation of the potential curve of inhibition of mycelial growth of Alternaria solani Early blight, caused by Alternaria solani, is one of the most important diseases of tomato in Brazil. Have been evaluated in recent years products that control the disease satisfactorily, and yet have little environmental impact and low toxicity to living beings. Thus, the objective was to evaluate the control of A. solani in vitro. Tests in vitro were performed to evaluate the inhibitory action of copper oxychloride, mancozeb fungicide cymoxanil +, the resistance inducer phosphite manure and fertilizer on the mycelial growth of Alternaria solani, the causal agent of tomato early blight. The products were tested in vitro, S1414

and used the techniques of dilution of the mycelial growth inhibition. More detailed products in the culture medium. The highest levels of inhibition were obtained with fungicides cymoxanil + mancozeb showed that different action on the A. solani which inhibited the growth of the fungus. Promising results were obtained here with the fungicide (cymoxanil + mancozeb) phosphite, copper and biofertilizer in vitro. Which provided high studies under field conditions are necessary to evaluate the efficacy of the products of application times and intervals, dose, phytotoxicity, etc.., and thereby establish the best means of control. Keywords: early blight, control, organic agriculture. O tomateiro (Lycopersicum esculentum Mill.) é uma das oleiricolas mais importante e cultivada no mundo (Melo, 2007). No país, esta cultura ocupa o segundo lugar entre as oleráceas por ordem de importância econômica e o oitavo lugar na produção mundial que é de 3.267.918 toneladas em uma área de aproximadamente 56.847 mil hectares (AGRIANUAL, 2008). No Brasil, a maior área plantada com tomate para processamento industrial está em Goiás, com produção de 800 mil toneladas em 2007 (AMARAL, 2008). O fungo Alternaria solani, agente causal da pinta preta do tomateiro, caracteriza-se por ser um dos principais patógenos desta solanácea, quando encontra condições ambientais favoráveis, ou seja, de alta umidade e temperaturas entre 25 e 30º C (KUROZAWA; PAVAN, 1997; VALE et al., 2000). A doença apresenta elevado potencial destrutivo, evidenciado por intensa redução de área foliar, declínio no vigor das plantas, quebra de hastes e depreciação de frutos (SHERF; MACNAB, 1986; JONESet al. 1993). De maneira geral, a suscetibilidade a infecção está condicionada pela idade das plantas, amadurecimento dos tecidos e ao início do período de frutificação. Os primeiros sintomas são observados nas folhas mais velhas, que posteriormente evoluem para as partes mais novas da planta (MESSIAEN et al., 1995; TELLOMARQUINA; DE LA VEGA, 1995). O fungo A. solani, é um dos patógenos mais destrutivos e de difícil controle, presentes nas lavouras brasileiras de diferentes culturas (DILL, 2009), principalmente no tomateiro, que é uma cultura que possui o uso exagerado de agrotóxicos. Considerando o efeito dos produtos sobre o desenvolvimento de fitopatógenos e a importância da doença causada por A. solani, e o sistemas de produção que agrida menos o meio ambiente. Sendo assim objetivos do presente trabalho foram verificar o efeito dos produtos oxicloreto de cobre, cymoxanil + mancozeb, fosfito e biofertilizante (produzidos a partir da fermentação anaeróbia de esterco bovino), sobre a inibição do crescimento micelial de A. solani. S1415

MATERIAL E METODOS Esse trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Fitopatologia do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, em Montes Claros-MG. O Alternaria solani, utilizado, foi isolado a partir de lesões características da pinta preta em folhas e frutos de tomate, adotando-se a metodologia descrita por Alfenas e Mafia (2007). Atividade antifúngica dos produtos foi avaliada através da inibição do crescimento micelial do Alternaria solani. Para tanto foi montado um ensaio, utilizando-se o delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 1x4, sendo 1 fungo, o A. solani x 4 produtos (oxicloreto de cobre, cymoxanil + mancozeb, fosfito e biofertilizante) com 4 repetições. A testemunha foi o fungo cultivado em meio BDA sem a adição de produto. Cada repetição foi constituída de uma placa de Petri. Para preparo do meio de cultura contendo biofertilizante, foram feito seguindo metodologia proposta por Penteado (2003), onde utiliza 4 litros de biofertilizante em 100 litros de água, sendo considerada a recomendação. Na preparação do meio de cultura com os produtos, foram feito seguindo a recomendação do produto, sendo igual à recomendação do produto. Foram adicionados ao meio BDA (1%) fundente, resfriado até 45ºC sendo os produtos acrescentados conforme a concentração a ser testada. Em seguida foram vertidos 20ml em cada placa de Petri (9cm de diâmetro). Todas as placas foram inoculadas, no centro, com um disco de 5mm de diâmetro, contendo micélios do bordo da cultura monospórica de 7 dias. As laterais das placas foram vedadas com filme plástico para evitar possíveis evaporações dos compostos. Todo o procedimento foi realizado sob condições assépticas em capela de fluxo laminar. As placas foram incubadas à temperatura de 25ºC sob fotoperíodo de 12 horas. A avaliação do efeito das concentrações dos extratos foi realizada através de medições diárias do diâmetro das colônias em dois eixos ortogonais (média das duas medidas diametricamente opostas), iniciando-se 48 horas após a repicagem dos fungos, e perdurando por 10 dias. Decorrido esse período determinou-se o índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM), calculado utilizando a fórmula de Maguire (1962) adaptada por Oliveira (1991), onde: IVCM= (D-Da)/N, em que IVCM= Índice de velocidade de crescimento micelial, D = Diâmetro médio atual, Da = Diâmetro médio do dia anterior, e N = Número de dias após a inoculação. RESULTADOS E DISCUSSÃO O emprego de oxicloreto de cobre, do fungicida cymoxanil + mancozeb, e do indutor de resistência fosfito in vitro são eficientes para o controle da pinta preta em tomateiro, não diferindo entre si estatisticamente, somente o biofertilizante diferiu dos demais estatisticamente (TAB 1). Os produtos S1416

fungicida (cymoxanil + mancozeb), oxicloreto de cobre e fosfito, podem ser uma ferramenta importante, no controle da pinta preta, considerando que as cultivares são suscetíveis a A. solani e os resultados motram que reduziram o crescimento micelial da A. solani, concordando com resultados encontrado por Aráujo (2010). A aplicação do biofertilizante, sobre o controle de doenças, foi avaliado em trabalhos anteriores (DELEITO et al., 2005) com bons resultados contradizendo esse trabalho, onde o biofertilizante teve o resultado menos eficiente (GRAF 1). No presente trabalho, avaliou-se o biofertilizante aeróbico, de preparação mais simples, obtendo-se controle o controle menor em relação aos outros tratamentos. Resultados promissores foram aqui obtidos com os fungicida, oxicloreto de cobre e fosfito in vitro. Estudos mais detalhados em condições de campo se fazem necessários para avaliar a eficácia dos produtos, épocas e intervalos de aplicação, dose, fitotoxidez, etc., e assim estabelecer as melhores alternativas de controle. AGRADECIMENTOS À FAPEMIG pelo apoio financeiro à apresentação deste trabalho no 51º Congresso Brasileiro de Olericultura. REFERÊNCIAS AGRIANUAL 2008. Anuário da agricultura brasileira. São Paulo: FNP Consultoria & Comércio, 2008. p. 479-484. AMARAL, J. Rendimento e Produtividade são os diferenciais da BASF no Congresso de Tomate Industrial, em Goiânia (GO), 2008. Disponível em: <http://www.basf.com.br/default.asp?id=4770>. ALFENAS, A.C.; MAFIA, R.G. Métodos em fitopatologia. Viçosa: UFV. 382p. 2007. ARAÚJO, L.; Sanhueza, R. M. V.; Stadnik, M. J. Avaliação de formulações de fosfito de potássio sobre Colletotrichum gloeosporioides in vitro e no controle pós-infeccional da mancha foliar de Glomerella em macieira. Tropical Plant Pathology, vol. 35, 1, 054-059,2010. DELEITO, C. S. R.; CARMO, M. G. F.; FERNANDES, M. C. A.; ABBOUND, C. S. Ação do biofertilizante Agrobio sobre a mancha-bacteriana e desenvolvimento de mudas de pimentão. Horticultura Brasileira, v.23, n.1, p.117-122, 2005. DILL, A. M. Extratos vegetais no controle da pinta preta (Alternaria solani) em tomateiro. 2009. 55p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. 2009. MELO, P.C. T. de. Produção de semente de tomate. In: VII Curso sobre Tecnologia de Produção de Sementes de Hortaliças, 7., 2007. Brasília. Evento... Brasília: Embrapa Hortaliças, 2007. S1417

JONES, J.B.; STALL, R.E.; ZITTER, T.A. Compedium of tomato diseases. St. Paul: APS, 1993. 73p. KUROZAWA, C. & PAVAN, M.A. Doenças do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.). In: KIMATI, H.; AMORIN, L.; BERGMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. (Eds.). Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 3.ed. São Paulo: Ceres, 1997. v.2, p.690-719. TELLO MARQUINA, J.C.; DE LA VEGA, J.D M. Enfermedades no víricas del tomate. In: NUEZ, F. (coord.). El cultivo del tomate. Madrid: Ediciones Mundi-Prensa. p.523-563, 1995. MAGUIRE, J. D. Speed of germination-aido in selection and evaluation for seedling emergence and vigour. Crop Science, Madison, v. 2, n. 2, p. 176-177, Mar./Apr. 1962. MESSIAEN, C.; B LANCARD, D.; RUXEL, F.; L AFON, R.Enfermedades de las hortalizas. Madrid: Ediciones Mundi Prensa, 1995. 576 p. OLIVEIRA, J. A. Efeito do tratamento fungicida em sementes e no controle de tomabmento de plântulas de pepino (Cucumis sativus L.) e pimentão (Capsicum annuum L.). 1991. 111 p. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia) Universidade Federal de Lavras, Lavras. SHERF, A.F. & MACNAB, A.A. Vegetable disease and their control. Wiley Intercience Publication, 1986. 728p. VALE, F.X.R.; ZAMBOLIM, L.; PAUL, P.A.; COSTA, H. Doençasccausadas por fungos em tomate In: ZAMBOLIM, L.; VALE, F.X.R.; COSTA, H. (Eds) Controle de doenças de plantas Hortaliças. Viçosa:UFV, 2000. p.699-755. Tabela 1. Medias das áreas de crescimento micelial da A. solani ( Medias areas of mycelial growth of A. solani.). Tratamentos Médias, A. solani e comparações Fungicida 0,44B Fosfito 0,50B Oxicloreto 1,24B Biofertilizante 3,84A CV 46,921 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste S c o t t - k n o t t a 1% de probabilidade (Means followed by same letter do not differ from each other by Cott S - Knott 1% probability). S1418

Grafico 1. Curva do crescimento micelial do A. solani com os diferentes produtos (Mycelial growth curve of A. solani with different products). Sendo o eixo X os produtos utilizados para a inibição do crescimento micelial, e o eixo Y as médias do crescimento micelial in vitro. S1419