XX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI a 26 de outubro Rio de Janeiro - RJ - Brasil

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Transcrição:

XX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2012-22 a 26 de outubro Rio de Janeiro - RJ - Brasil Henrique Romanenghi Mônica Bacci Cavaleiro ELEKTRO - Eletricidade e ServIços S.A ELEKTRO - Eletricidade e ServIços S.A henrique.romanenghi@elektro.com.br monica.cavaleiro@elektro.com.br Atendimento ao Cliente em Área Ambiental Palavras-chave Atendimento Energia Elétrica Ligação Área Ambiental Resumo Atender clientes em área ambiental é um grande desafio para as distribuidoras de energia elétrica. Preocupada em preservar o Relacionamento com seus clientes e cumprir a legislação ambiental, a Elektro, que atende 223 municípios no Estado de São Paulo e 5 no Estado do Mato Grosso do Sul e possui 80% das Áreas Ambientais do Estado de São Paulo, vem trabalhando muito fortemente no sentido de dar os devidos esclarecimentos e direcionamentos para que seus clientes possam usufruir do serviço universalizado de energia elétrica, sem ser penalizada. Pensando assim, que a Elektro desenvolveu sistemas, criou procedimentos, treinou equipes e inseriu em seu sistema técnico as poligonais das áreas protegidas (Reservas Florestais, Parques, Reservas Biológicas, Estações Ecológicas eapa s), de forma ser possível identificar no momento do atendimento do pedido de ligação, seja no Call Center ou no Atendimento Presencial se a nova ligação está em área ambiental. Dessa forma o cliente já recebe orientação no ato do atendimento e uma carta via postal, informando que seu pedido está reprovado, o nome, endereço, telefone e site do órgão ambiental que deve procurar para obter a licença ou autorização que possibilite a ligação de energia elétrica nos locais onde há rede existente. 1. Introdução 1/8

Oitava maior distribuidora de energia elétrica do Brasil e a terceira do Estado de São Paulo, a Elektro atende 2,2 milhões de clientes, população de 5,5 milhões de pessoas em uma área de mais de 120 mil quilômetros quadrados e responde por 11,5% da energia elétrica distribuída no Estado de São Paulo. Mesmo com esse extenso território atendido, a Elektro está presente com o Atendimento Presencial nos 228 municípios da área de concessão, além da Sede Corporativa em Campinas, onde está a Central de Atendimento ao Cliente. Na área ambiental, o desafio constante é a convivência cada vez mais harmoniosa entre o sistema elétrico e a vegetação, uma vez que 80% das Áreas Ambientais do Estado de São Paulo estão na área de concessão da Elektro. Para entender melhor esse contexto do desafio da Elektro quanto às áreas ambientais, passaremos a falar um pouco sobre elas. Unidades de Conservação Essas Unidades devem ser vistas, então, como instrumentos de proteção cuja função básica é a conservação dos atributos naturais, paisagísticos e culturais do Estado, assumidos como patrimônio de seus habitantes e tendo como objetivo principal adequar as atividades econômicas com a preservação da área, garantindo o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida das comunidades, ajustando aos princípios constitucionais que garantem o direito à propriedade privada e a sua função social. Foram criadas para proteger o patrimônio natural e cultural do país, representam a condição básica para a conservação e perpetuação da diversidade biológica, e para a manutenção dos padrões e valores das culturas tradicionais, quando associados à proteção da natureza, constituem um dos mais eficazes instrumentos que dispõe o poder público para executar um planejamento ambiental coerente, e para a efetiva implementação das políticas voltadas à proteção do meio ambiente. Podem ser regidas por órgãos estaduais (Fundação Florestal e o Instituto Florestal), municipais (Prefeituras) e federais (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio/IBAMA. As Unidades de Conservação se dividem em: Unidades de Proteção Integral; e Unidades de Uso Sustentável. Unidades de Proteção Integral Tem como objetivo básico a preservação da natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei do SNUC 1. Entre as Unidades de Proteção Integral estão: Estações Ecológicas Reservas Biológicas Parques Nacionais, Estaduais e Municipais Estações Ecológicas - EE s Destinam-se à preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites e à realização de pesquisas científicas, que devem ser autorizadas pelo IBAMA respeitando as normas por ele estabelecidas. 2/8

A visitação pública só é admitida com objetivos educacionais, sendo necessária autorização prévia. Podem ser permitidas pesquisas que ocasionem alterações nos ecossistemas em casos de: medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados; manejo de espécies com a finalidade de preservar a diversidade biológica; coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas; pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo 3% da extensão total da unidade e até o limite de 1500 hectares, devendo ainda levar em consideração o que determina o plano de manejo da área. Reservas Biológicas - REBIO s São reservar destinadas à preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais, conforme determinado em seu plano de manejo. Nesse tipo de reserva só é permitida visitação com objetivos educacionais, de acordo com as determinações de seu plano de manejo. As pesquisas científicas dependem de autorização prévia do IBAMA, estando sujeita às normas por este estabelecidas. Parques Os Parques têm como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica. Possibilita o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. O Parque Nacional é de posse e domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. Unidades de Uso Sustentável Visam compatibilizar a conservação da natureza com o uso direto de parcela dos seus recursos naturais, ou seja, é aquele que permite a exploração do ambiente, porém mantendo a biodiversidade do local e os seus recursos renováveis. Entre as Unidades de Uso Sustentável estão: Área de proteção Ambiental (APA) Área de Relevante Interesse Ecológico Florestas Nacionais Áreas Naturais Tombadas Áreas sob Proteção Especial Parques Ecológicos Estaduais 3/8

Reservas da Biosfera da Mata Atlântica Reservas Estaduais Sítios do Patrimônio Mundial Natural Terras Indígenas Em que pese a importância individual de cada uma dessas áreas, nos limitaremos a discorrer somente sobre uma delas, visto a sua presença marcante na área de concessão da Elektro. Área de Proteção Ambiental - APA Constitui uma categoria de Unidade de Conservação de Uso Sustentável em que podem coexistir atividades socioeconômicas urbanas e rurais e áreas de interesse para preservação. Figura 1 - APA's no Estado de São Paulo. A área pode permanecer sob o domínio privado, o que limita parcialmente, mas não inviabiliza o planejamento do seu uso para conservação de ecossistemas relevantes, atendendo, assim os interesses sociais e ambientais. O Desafio da Elektro Ao longo dos anos a Elektro vinha encontrando dificuldade para se relacionar com seus clientes e respondendo judicialmente por descumprimento da legislação ambiental. O cuidado com o meio ambiente é reforçado pelo fato da área de concessão da Elektro abrigar 80% das Áreas Ambientais do Estado de São Paulo. 4/8

Figura 2 - Mapa da área de concessão da Elektro no Estado de São Paulo com as áreas ambientais. Com esse cenário, em 2011 uma equipe multifuncional da Elektro se reuniu para alinhamento do Atendimento em Áreas Ambientais. O trabalho se dividiu em duas frentes: ligação com necessidade de obras e ligação onde já há rede existente, sendo constatado o seguinte: I - Ligação com necessidade de obras Todos os projetos realizados em Áreas Ambientais e que demandem supressão de vegetação nativa, o que inclui a abertura de faixas de servidão (áreas sobre as quais passam as linhas de transmissão de energia elétrica, determinadas para preservar a segurança da comunidade e a preservação do ativo), já vinham sendo licenciadas pela Elektro junto aos órgãos competentes, visto a universalização do serviço e atendimentos a novos clientes. A Elektro já promovia o licenciamento de todas as suas atividades com intervenção ambiental. Já os projetos para construções de redes particulares, a responsabilidade do licenciamento ambiental deveria permanecer com o cliente, como condição para aprovação do projeto. II - Atendimento sem necessidade de obras (rede existente). O sistema técnico estava preparado para cadastrar as Unidades de Conservação (Reservas Florestais, Parques, Reservas Biológicas, Estações Ecológicas e APA's) sem necessidade de implementações, sendo estimado que do potencial de atendimento em área ambiental, somente 30% estava cadastrado no sistema. As equipes de campo precisavam de treinamento para distinguir com clareza os locais não cadastrados no sistema técnico, onde o pedido de ligação deveria ser reprovado em campo, por necessidade de licença ambiental ou por determinação judicial. A Elektro estava recebendo em média 2 autuações ambientais por semana. Necessidade dos Técnicos de Meio Ambiente dar suporte as equipes de campo. O fato das reprovas estarem ocorrendo praticamente em Ubatuba eram indícios que as questões 5/8

ambientais não estariam sendo observadas pelas equipes de campo nas demais áreas de concessão da empresa. Havia necessidade de comunicação da reprova de forma padronizada e com o nome do órgão competente para fornecer a licença ou autorização. Além do alinhamento do teor das cartas entre a área comercial, meio ambiente e jurídico, deveria ser emitida de forma centralizada. Todos os registros e documentos deveriam ser arquivados eletronicamente na unidade consumidora de forma ser visível pelas equipes envolvidas no atendimento ao cliente. Na ligação nova sem obra (rede existente) o responsável pela licença ambiental é sempre o cliente. Interpretação do Art. 27, II, d da Res. 414/2010, reforçada pelo posicionamento regulatório. A Elektro deve reprovar na análise técnica todos os pedidos que o vizinho constar em área ambiental que esteja cadastrado no sistema técnico (sem ir a campo). Os técnicos que fazem a análise técnica precisariam ser orientados para proceder a reprova e informar o órgão competente em que o cliente deve buscar a licença, para possibilitar a emissão da carta de forma centralizada. Na dúvida é melhor pecar por excesso do que ligar e cometer crime ambiental. 2. Desenvolvimento Com o alinhamento da equipe multifuncional, a Elektro, passou a ampliar o cadastramento das poligonais das Unidades de Conservação no sistema técnico, de forma identificar pelas coordenadas as unidades consumidoras localizadas nas áreas ambientais. Com isso, ao ser gerado o pedido de ligação com a informação da unidade consumidora vizinha, seja no Call Center ou no Atendimento Presencial, ocorre a interface do sistema comercial com o sistema técnico e o surgimento na tela de atendimento da mensagem CLIENTE SE ENCONTRA EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL. Os profissionais de atendimento orientam o cliente que seu pedido de ligação está sendo reprovado, fornece o nome da Unidade de Conservação e órgão responsável e informa que receberá correspondência com essas informações. Passou a ser possível atender a consultas, mesmo sem o pedido estar gerado, quando fornecido pelo interessado o número da unidade consumidora vizinha. O procedimento passou a prever que no momento da apresentação da autorização ambiental, há a necessidade de geração de ordem de serviço para anexar eletronicamente o documento e na sequência liberar o pedido de ligação. A Supervisão de Serviços Comerciais passou a ser a área centralizada responsável por identificar no sistema comercial as unidades consumidoras com reprovas por falta de autorização ambiental e encaminhar carta por meio dos serviços de gráfica / postal, de acordo com o motivo da reprova. Exemplos: Falta autorização ambiental Instituto Chico Mendes - ICMBio Falta autorização ambiental Fundação Florestal Falta autorização ambiental Instituto Florestal 6/8

Figura 3. Rede sobre a vegetação As equipes de campo foram treinadas para receber a ordem de serviço de ligação, identificar áreas ambientais e utilizar os motivos corretos para reprovar. Contudo, havendo registros da apresentação da licença ou autorização ambiental na ordem de serviço, providenciam a vistoria e ligação da unidade consumidora. 3. Conclusões Com a ampliação no sistema técnico do cadastramento das poligonais das Unidades de Conservação, o procedimento implantado e o treinamento das equipes envolvidas, a Elektro passou a relacionar-se melhor com seus clientes. De posse da carta o cliente passou a ser mais bem atendido pelos órgãos ambientais competentes. Os registros e os documentos passaram todos a serem armazenados eletronicamente no sistema corporativo da companhia no código da unidade consumidora e disponíveis para consultas "online" pelas diversas áreas. Ao evitar ligações elétricas em áreas ocupadas ilegalmente, a Elektro passou efetivamente a cumprir seu papel social e deixou de ser responsabilizada por dar infraestrutura à ilegalidade. 7/8

4. Referências bibliográficas Relatório de Sustentabilidade 2010 - Elektro. Acesso em: 22 abr. 2012, disponível em: http://www.elektro.com.br/ra2010/desempenho-ambiental.aspx Área de proteção ambiental - Wikipédia, a enciclopédia livre. Acesso em: 24 abr. 2012, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/área_de_proteção_ambiental Áreas de proteção Ambiental do Estado de São Paulo. Acesso em 23 abr. 2012, disponível em: http://www.ambiente.sp.gov.br/apas/apa.htm Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Acesso em 23 abr. 2012, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/sistema_nacional_de_unidades_de_conserva%c3%a7%c3%a3o_da_natureza 1 : Lei 9.985, de 18 de Julho de 2000. SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 8/8