ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS E EXATAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DEP. EST. RENÊ BARBOUR DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA UMA EXPERIÊNCIA DOCENTE: BINGO DAS FUNÇÕES NO ENSINO MÉDIO Amanda Fernandes 1 Kéttila Campos Gonçalves 2 Mateus Santos de Meneses 3 Siliane da Silva Busanello 4 Vanessa Suligo Araújo Lima 5 Resumo: Este artigo é um relato de experiência de um trabalho desenvolvido na disciplina de Práticas de Matemática no Ensino Médio da Universidade Estadual do Mato Grosso - (UNEMAT), Campus de Barra do Bugres MT. O trabalho tinha como objetivo introduzir o conteúdo de função exponencial para alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Alfredo José da Silva, de Barra do Bugres - MT, aplicando uma atividade diferenciada e de forma lúdica: o bingo das funções. O trabalho foi apresentado no dia 22 de novembro de 2017, e verificamos que os alunos demonstraram interesse pelas atividades desenvolvidas utilizando o jogo, o qual contribuiu na aprendizagem dos alunos. Assim, conforme uma breve pesquisa sobre a temática, verificamos que os jogos podem ser um grande aliado dos professores e esperamos que esse trabalho possa ampliar essas discussões, motivando a utilização de atividades diferenciadas nas aulas de matemática. Palavras-chave: Ensino Médio; Funções; Jogos; Matemática. 1. Introdução 1 Licencianda do Curso de Matemática, pela Universidade do Estado do Mato Grosso, campus de Barra do Bugres-MT. E-mail: amanda_ferh17@hotmail.com 2 Licencianda do Curso de Matemática, pela Universidade do Estado do Mato Grosso, campus de Barra do Bugres-MT. E-mail: kettilacampos2015@gmail.com 3 Licenciando do Curso de Matemática, pela Universidade do Estado do Mato Grosso, campus de Barra do Bugres-MT. E-mail: mateusmmsant@outlook.com 4 Licencianda do Curso de Matemática, pela Universidade do Estado do Mato Grosso, campus de Barra do Bugres-MT. E-mail: silibusanello@hotmail.com 5 Mestre no Ensino de Ciências e Matemática, pela Universidade do Estado do Mato Grosso, campus de Barra do Bugres-MT. E-mail: vanessa.lima@unemat.br
A matemática, por diversas vezes, se faz presente nas atividades do nosso cotidiano, assim podemos admitir a importância desses conhecimentos para a vida do ser humano. Nesse sentido, precisamos aplicar os conteúdos de matemática de forma que atenda as atuais necessidades educacionais dos alunos, e acreditamos que para isso se faz necessário o uso de diferentes metodologias para o ensino e uma delas pode ser os jogos, pois os mesmos podem contribuir para o desenvolvimento e aprendizagem, se esses forem aplicados de forma correta, com objetivos pedagógicos definidos. Ensinar a Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimulando o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós como educadores em formação, devemos procurar alternativas para que os alunos possam passar a gostar e a querer aprender, aumentando o interesse e diminuindo o medo que possuem em relação à Matemática. A proposta de ensino é que se utilizem novas metodologias para os alunos, onde estes passam a se expressar e participar do processo de construção do conhecimento. Nessa concepção, mostramos como o jogo aplicado aos conteúdos de matemática pode nos ajudar, tornando as aulas mais atrativas e, também, auxiliando o processo de aquisição do conhecimento com ações práticas. Neste contexto, esse relato apresenta nossa primeira experiência em sala de aula realizada na disciplina de Práticas de Matemática no Ensino Médio, no qual aplicamos o jogo Bingo das Funções, trabalhando com o conteúdo de função exponencial e que teve como objetivo principal utilizar uma metodologia de ensino diferenciada, visando propiciar aos alunos uma aprendizagem efetiva. 2. Referencial Teórico - O jogo no ensino da matemática A importância da matemática de um modo geral é indiscutível, no entanto, a qualidade do ensino dessa área de conhecimento se encontra em um nível muito baixo. Com isso, podem-se utilizar os jogos como um método facilitador de aprendizagem, ou seja, usá-los como uma ferramenta de trabalho. De acordo com Alves:
Notamos que, para o ensino da matemática, que se apresenta como uma das áreas mais caóticas em termos da compreensão dos conceitos nela envolvidos, pelos alunos, o elemento jogo se apresenta com formas específicas e características próprias, propícias a dar compreensão para muitas das estruturas matemáticas existentes e de difícil assimilação (GRANDO, 1995 apud ALVES 2001, p. 22). Os jogos podem ser utilizados para introduzir, fixar conteúdos e preparar o aluno para aprofundar os itens já trabalhados. Devem ser escolhidos e preparados com cuidado para levar o aluno a adquirir conceitos matemáticos de modo significativo e concreto. Sabemos que os jogos, quando bem planejados, são recursos pedagógicos eficaz para a construção do conhecimento matemático. Nesse sentido, concordamos com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN s) quando afirmam que: Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções. Propiciam a simulação de situações problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações; possibilitam a construção de uma atitude positiva perante os erros, uma vez que as situações se sucedem rapidamente e podem ser corrigidas de forma natural, no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas. (BRASIL, 1998, p. 46). Cabe a cada professor planejar e desenvolver o jogo e o tipo de abordagem que se dá a um determinado tema de seu planejamento didático, de modo a atingir os objetivos estabelecidos acima. A forma através da qual o professor deve trabalhar os jogos em aula bem como o modo de intervenção mais adequado, não estão ditados nos PCN s e dependerão de cada assunto em particular. Grando (2004) afirma que o jogo pode ser utilizado como um instrumento facilitador na aprendizagem de estruturas matemáticas, muitas vezes de difícil assimilação. Neste contexto, a expressão facilitar a aprendizagem está associada à necessidade de tornar atraente o ato de aprender. Contudo, Moura (1992, p. 47), também afirma que: O jogo para ensinar matemática deve cumprir o papel de auxiliar no ensino do conteúdo, propiciar a aquisição de habilidades, permitir o
desenvolvimento operatório do sujeito e, mais, estar perfeitamente localizado no processo que leva a criança do primeiro conhecimento ao conhecimento elaborado. Diante das ideias citadas acima, podemos dizer que os jogos podem ser um recurso motivador da aprendizagem matemática e também como auxiliar no processo de aprendizagem do aluno, tanto na obtenção de habilidades necessárias na elaboração dos conceitos matemáticos, quanto na abordagem dos problemas, e isso fará com que possa realizar questionamentos e conclusões através das experiências adquiridas, além de torná-lo crítico e detentor de novos conhecimentos. Neste contexto, conclui-se que essa ferramenta de ensino é uma ótima escolha para se trabalhar de forma lúdica e dinâmica, fazendo com que o aluno tenha mais interesse e facilidade na aprendizagem dos conteúdos de Matemática 3. Metodologia A construção desta aula teve início desde o primeiro dia da disciplina de Práticas de Matemáticas do Ensino Médio, abordando conteúdos como, por exemplo: Metodologia de ensino de Matemática, Dificuldades de Aprendizagem, Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, Tendências Atuais no ensino de Matemática com foco em jogos Matemáticos, entre outros conteúdos trabalhados. Após esse período de preparação teórica, foi solicitada aos licenciandos a divisão de grupos para a aplicação de uma aula prática no Ensino Médio (noturno) da Escola Alfredo José da Silva no município de Barra do Bugres - MT. Com intuito de colocá-los diante de sua primeira experiência em sala de aula como professores. Com os grupos já definidos, iniciou-se o planejamento das atividades práticas, primeiramente com uma visita na Escola Alfredo José da Silva, para conhecer as turmas do Ensino Médio e os professores de Matemática. Foi orientado pela professora da disciplina que trabalhássemos o conteúdo de Função Exponencial, o qual estava sendo exercido. Após essa visita, nosso grupo iniciou a elaboração do plano de aula e da atividade que seria desenvolvida. Tendo em vista que o tema proposto foi Função
Exponencial, elaboramos o jogo Bingo das Funções onde o principal objetivo foi aplicar equações exponenciais de forma diferenciada. A atividade foi introduzida da seguinte forma: No início da aula fizemos uma dinâmica interativa, em que todos os licenciandos e alunos presentes se apresentaram. Para finalizar as apresentações, mostramos fotos de partes da Unemat, falamos um pouco da nossa universidade, dos cursos ministrados e seus respectivos horários de modo que, os convidamos a fazerem uma visita para conhecê-la melhor, caso não tenham esse conhecimento. Antes de introduzirmos o conteúdo da aula que era função exponencial, fizemos uma breve revisão sobre potência e algumas de suas propriedades, e também exemplificamos. Depois de revisarmos potenciação, esclarecemos as dúvidas adquiridas durante a explicação, e então começamos o conteúdo específico da aula. Começamos falando sobre a importância e algumas aplicações de tal função presente em diversas áreas do cotidiano, e em seguida, trabalhamos com os alunos o conceito de função exponencial, apresentando sua definição e representação gráfica, além de exemplos e correção dos exercícios no quadro, promovendo assim, um momento de tira dúvidas. Após o conteúdo geral sobre função exponencial, demonstramos um método de resolução diferenciado que seria necessário para a atividade prática final. Nossa última atividade aplicada do conteúdo foi de forma lúdica, com o objetivo de atrair e de facilitar o aprendizado dos alunos. Levamos uma proposta de jogo bem conhecido: o bingo, porém esse que aplicamos na sala de aula consiste em trabalhar mais com as equações exponenciais, e os alunos quem resolveram. Explicamos como iria funcionar e as regras desse jogo. Para cada aluno foi entregue uma cartela de bingo, essa que continha 14 números aleatórios de 1 a 25 No final teve a premiação das vencedoras (além da aluna vencedora do bingo, foi premiada também a aluna que mais resolveu e acertou as resoluções das equações sorteadas). Para finalizar, entregamos um questionário com 5 perguntas referentes a aula ministrada, onde cada aluno respondeu individualmente e entregou em seguida. Depois de todos os questionários entregues, agradecemos pela atenção e colaboração e foram dispensados para irem embora.
Uma semana após nossa primeira experiência em sala de aula, foi proposto pela Mestra Vanessa Suligo Araújo Lima que compartilhássemos com ela e os outros licenciandos como se deu o decorrer do planejamento, elaboração e aplicação da aula prática, explicitando as dificuldades e aprendizagens de nós licenciandos. 4. Análise Como análise da aula, podemos ressaltar a atenção e interação dos alunos desde o início, onde a acadêmica Amanda, realizou uma dinâmica interativa, fazendo uma breve apresentação própria, e mencionando uma qualidade do colega ao lado, assim passando adiante para que os alunos fizessem o mesmo, onde se originou respostas muito criativas. Logo após a dinâmica o acadêmico Mateus apresentou a Unemat, Campus de Barra do Bugres-MT, onde foram mencionados os cursos disponíveis, despertando um enorme interesse nos alunos, que certamente depois de concluir o Ensino Médio vão ingressar no Ensino Superior. Dando continuidade a aula, as acadêmicas Kéttila e Siliane apresentaram e exemplificaram o conteúdo proposto da aula prática, onde os alunos tiveram uma grande interação, tirando suas dúvidas e auxiliando nos exemplos, tornando a aula mais dinâmica e agradável. Após o intervalo, damos início ao Bingo das Funções, passando aos alunos as regras do jogo e tirando suas dúvidas referentes ao mesmo, assim, fazendo a aplicação do Bingo. No início os alunos tiveram algumas dificuldades em compreender como se resolvia as equações propostas, mas com o auxílio dos acadêmicos eles conseguiram dominar o estilo de resolução das equações, criando uma competição entre si para resolver o maior número de questões possíveis, para garantirem o prêmio. Com o término do Bingo, damos início a um diálogo e em seguida, distribuímos um questionário que foi entregue para cada aluno, com 5 questões para avaliação da aula, onde recebemos muitos elogios. 5. Agradecimentos
Agradecemos aos alunos do 1º ano da Escola Estadual Alfredo José da Silva, que tornaram a aula mais agradável, dinâmica e divertida. Ao grupo que se comprometeu desde o início, se dedicando para realizar essa aula diferenciada. À professora Mestra Vanessa Suligo Araújo Lima pelas orientações e conhecimentos que nos vem proporcionando desde o primeiro semestre, sendo uma profissional competente e capacitada para assumir essa profissão. 6. Considerações Finais Verificamos que a utilização dos jogos em sala de aula para o ensino de matemática torna o conteúdo mais divertido e dinâmico, e de certa forma, atraente aos olhos dos alunos. Percebemos a motivação e o envolvimento dos alunos com as atividades que, segundo expressaram, gostaram de realizar. Ministrando essa aula tivemos uma breve demonstração de como é ser um professor, e que de forma geral, dentro do nosso grupo, foi uma experiência bem vista e aproveitada, que acabou com todas as dúvidas que restavam sobre seguir ou não à profissão de educador. 7. Referências ALVES, Eva Maria Siqueira. A ludicidade e o ensino da matemática: Uma prática possível. Campinas, SP: Papirus, 2001. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio, vol. 3. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMT), Brasília, 1998. MOURA, Manoel Oriosvaldo de. O jogo e a Construção do Conhecimento Matemático. São Paulo, 1992. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_10_p045-053_c.pdf. Acessado em: Janeiro/2018.