COMUNICAÇÃO PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE CENTRO DE REFERÊNCIA DE IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS (CRIE) EM FEIRA DE SANTANA, BAHIA



Documentos relacionados
CRIE. Carla Matos Shirley F de Souza. Tayana Amaral GT-CRIE/CEI/DIVEP. Salvador-Ba Julho de 2014

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 24 DE SETEMBRO DE 2002

FICHA DE SOLICITAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS CENTRO DE REFERÊNCIA PARA IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS

Componente Curricular: ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO I PLANO DE CURSO

Bairro: Município: UF: CEP: Telefone: Tipo de Atividade Realizada na Empresa/ Instituição (Consultar anexo):

ANEXO V COMPETÊNCIAS DEFINIDAS

REGULAMENTO ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA FACULDADE DE APUCARANA FAP

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE NUTRIÇÃO CURRÍCULO 2 I INTRODUÇÃO

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DO NEAP Aprovado pela Portaria 23/2005

REGULAMENTO OPERACIONAL DA CENTRAL DE REGULAÇÃO CENTRAL DE CONSULTAS E EXAMES ESPECIALIZADOS

MINISTÉRIO DA SAÚDE. GABINETE DO MINISTRO PORTARIA N.º 570, DE 1º DE JUNHO DE 2000 Republicada por ter saído com incorreções

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO I INTRODUÇÃO

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL UNISC CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO

REGIMENTO DA COMISSÃO PERMANENTE DE PADRONIZAÇÃO DE MATERIAIS MÉDICO HOSPITALARES DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

PROJETO DE LEI N O, DE 2004

Núcleos de Tecnologia Educacional NTE/NTM Caracterização e Critérios para Criação e Implantação

INSTRUÇÃO NORMATIVA IN

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS I INTRODUÇÃO

PERGUNTAS FREQUENTES. O que é PROINFO?

Portaria GM/MS n.º 263, de 5 de fevereiro de 2002.

REGIMENTO DA DIRETORIA DE ENFERMAGEM HOSPITAL SÃO PAULO/ HU da UNIFESP. Subseção I. Subseção II. Subseção III. Subseção IV. Subseção V.

ESTADO DE ALAGOAS GABINETE DO GOVERNADOR

Capacitação de Profissionais em Prevenção, Controle e Assistência Oncológica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE MATEMÁTICA CURSO DE MATEMÁTICA REGULAMENTO N 001, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2013

RDI-011. HC UFMG Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Relatório de Diagnóstico para Implantação

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA I INTRODUÇÃO

DELIBERAÇÃO Nº 969/2012

TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS)

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

PREFEITURA MUNICIPAL NOVA SANTA BÁRBARA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO Licenciatura em Artes Visuais

Serviço Público Federal Ministério da Educação Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão IFMA Diretoria de Educação a Distância

Universidade Federal do Rio Grande do Sul ANA GABRIELA BATISTA MARQUES RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR II UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE SANTA CECÍLIA-HCPA

REGIMENTO DO CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO DO TERRITÓRIO CANTUQUIRIGUAÇU - CONDETEC CAPÍTULO I DA NATUREZA

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DOS NÚCLEOS DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA SINAI NO MUNICÍPIO DE SOBRAL.

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES DE MONITORIA ACADÊMICA EM CURSOS SUPERIORES E SUBSEQUENTES

. REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE LETRAS LICENCIATURA - DA USJT DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Minuta de Termo de Referência

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE MONITORIA CAPÍTULO I DA NATUREZA E OBJETIVOS

XLIII PLENÁRIA NACIONAL DO FÓRUM DOS CONSELHOS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO - FNCE

Regulamento Interno da Farmácia Escola de Dispensação de Medicamentos do Curso de Bacharelado em Farmácia da Faculdade Asces

Sistema Único de Saúde, para fortalecimento dos processos de descentralização da gestão da saúde, em conformidade com a legislação vigente.

Síntese do Projeto Pedagógico do Curso de Sistemas de Informação PUC Minas/São Gabriel

REGULAMENTO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC

SAÚDE PÚBLICA PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. Palestrante: Carolina Ferri

EDITAL DE CHAMADA DE TRABALHOS PARA O SEMINÁRIO DE EXTENSÃO E INOVAÇÃO DA UTFPR - 5º SEI-UTFPR Nº 01/2015

JOSÉ SERRA ANEXO NORMAS PARA CADASTRAMENTO CENTROS DE REFERÊNCIA EM CIRURGIA VASCULAR INTRALUMINAL EXTRACARDÍACA

2. Desenvolver Pesquisa de Campo sobre uma pequena empresa conforme modelo de pesquisa anexo.

a) Estar regularmente matriculados no curso;

PORTARIA CVS Nº 02, de 11/01/2010

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA RESOLUÇÃO Nº 1, DE 2 DE FEVEREIRO DE 2016 (*)

RESOLUÇÃO CFM Nº 1772/2005

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ATIVIDADES COMPLEMENTARES REGULAMENTO

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE Bacharelado em Administração Modalidade a Distância

A N E X O I - E D I T A L 01/2015 A T R I B U I Ç Õ E S E R E Q U I S I T O S D O S C A R G O S C O N C U R S O P Ú B L I C O Nº 002/2015

Regulamento de Estágio Supervisionado Licenciatura em Música

INSTRUÇÃO NORMATIVA REFERENTE AO CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE HOSPITAL REGIONAL DE CACOAL

PORTARIA No , DE 7 DE NOVEMBRO DE 2013

LISTA DE VERIFICAÇAO DO SISTEMA DE GESTAO DA QUALIDADE

PREFEITURA MUNICIPAL DE PILÕES CNPJ: / CEP: GABINETE DO PREFEITO

NÚCLEO DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO- NEPG REGULAMENTO DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. CAPÍTULO I Das considerações gerais

RESOLUÇÃO Nº 233/14 - CIB / RS. A Comissão Intergestores Bipartite/RS no uso de suas atribuições legais, e considerando:

Universidade Federal da Integração Latino Americana MANUAL DO ESTAGIÁRIO

Educação Profissional Cursos Técnicos. Regulamento de Estágio Supervisionado

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ARTICULAÇÃO PEDAGÓGICA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL UNISC REGULAMENTO DO ESTÁGIOS CURRICULARES OBRIGATÓRIOS E NÃO- OBRIGATÓRIOS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNISC

PROGRAMA DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO E TECNOLÓGICO CONSELHO DIRETOR

Manual do. Almoxarifado

PARECER COREN-SP 042/2014 CT PRCI nº 5441/2014 Tickets nºs , e

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

PROCESSO SELETIVO Nº 19/2011 SELEÇÃO 100 MULHERES DA PAZ - BAGÉ

Lei Nº DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999

PLANO ANUAL DE CAPACITAÇÃO 2012

REUNIÃO DO FÓRUM NACIONAL DOS CONSELHOS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO - FNCE - REGIÃO NORDESTE

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

REGIMENTO INTERNO DO CENTRO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO E LINGUAGEM (CEEL)

ANEXO A do Contrato de Gestão nº /2013 G E S T Ã O D A U N I D A D E D E P R O N T O A T E N D I M E N T O. UPA Senador Camará

Estágio Supervisionado Educação Básica - Matemática

Diário Oficial Imprensa Nacional N.º 246 DOU de 23/12/05 Seção 1 - p. 124

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP Situações de Emergência na sala de vacinação

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES INICIAIS

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE RIO MAIOR

TÍTULO I DA NATUREZA, DAS FINALIDADES CAPÍTULO I DA NATUREZA. PARÁGRAFO ÚNICO Atividade curricular com ênfase exclusiva didático-pedagógica:

CHAMADA INTERNA Nº 01/2012/Gabinete/IFBAIANO PROGRAMA CIÊNCIA ITINERANTE Programa de Fomento à Institucionalização do Projeto Escola Itinerante

Regimento do Conselho Municipal de Educação do Concelho de Marvão. Preâmbulo

CONCURSO PÚBLICO PARA A CARREIRA DE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO EDITAL N.º 195, DE 26 DE JULHO DE 2011 ANEXO I

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE CURSINHOS POPULARES DO IFSP EDITAL Nº 593, DE 28 DE OUTUBRO DE 2015

IMUNOBIOLÓGICOS UTILIZADOS NA UNIDADE NEONATAL

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 032/04 PR, de 31de maio de Publicada no DOE em 1 /07/04, vigência a partir de 31/05/04.

AULA 1: ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO NA EMERGÊNCIA

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - Cetec. Ensino Técnico

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DOS CURSOS DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

SALA TEMÁTICA: EDUCAÇÃO INFANTIL

Resolução nº 30/CONSUP/IFRO, de 03 de outubro de 2011.

A Propaganda de Medicamentos no Brasil

MODELO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES CONTRATANTES

DIRETORIA DE GESTÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO CAPÍTULO I DA DIRETORIA DE GESTÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SEUS FINS

TI e a Saúde em Campinas

Transcrição:

COMUNICAÇÃO PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE CENTRO DE REFERÊNCIA DE IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS (CRIE) EM FEIRA DE SANTANA, BAHIA Normeide Pedreira dos Santos a Resumo O Ministério da Saúde iniciou, em 1993, a implantação dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) para facilitar o acesso de pessoas com quadros clínicos especiais a produtos de alto custo. Atualmente, existem mais de quarenta CRIE no Brasil, distribuídos em todas as capitais e em algumas cidades do interior. A proposta de implantação de um CRIE em Feira de Santana, Bahia, segunda cidade mais populosa do estado, sob a forma de um projeto de cooperação técnica entre a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), envolvendo a Segunda Dires (SESAB) e o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), objetiva beneficiar diretamente os portadores de quadros clínicos especiais, contribuir para aumentar as coberturas vacinais de crianças e adultos na rotina, acompanhar os casos de reações adversas aos imunobiológicos (vacinas e imunoglobulinas) e oportunizar aos estudantes de graduação e pós-graduação na área de Saúde a realização de projetos e trabalhos científicos, inserindo as estatísticas locais no contexto nacional. A publicação desta proposta poderá auxiliar outros profissionais na elaboração de projetos para implantação de CRIE em outras localidades. Palavras-chave: Imunobiológicos especiais. Vacinas. Imunoglobulinas. IMPLEMENTATION OF THE PROPOSED REFERENCE CENTER FOR SPECIAL IMMUNOBIOLOGICAL (CRIE) IN FEIRA DE SANTANA, BAHIA Abstract In 1993 the National Health Service began the implementation of the Special Immunobiology Referral Centers (CRIE), in order to make it easier the access of people with a Professora Assistente de Pediatria da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Médica da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), com atuação em Infectologia Pediátrica Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). Endereço para correspondência: Avenida Getúlio Vargas, n.º 675, Centro, Feira de Santana, Bahia. CEP: 44025-300. normeidepedreira@terra.com.br 758

Revista Baiana de Saúde Pública special clinical needs to high cost drugs. Nowadays, in Brazil there are more than forty CRIEs, which are spread out in all the capitals and in some country towns. This new CRIE unit is a project of technical cooperation among the Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) and Public Health Department of Bahia (SESAB), the II DIRES, Health Regional Directory which is subordinated to SESAB, and the General Hospital Cleriston Andrade (GHCA), a public hospital. The proposal for the implementation of one CRIE unit in Feira de Santana, the second most populous city of Bahia, aims to benefit immediately the carriers of special clinical needs, contributing to increase the coverage of vaccines in children and adults. It also aims to monitor the cases of adverse drugs reactions in the special immunobiologicals (vaccines and immunoglobulin), besides to give a chance to the Graduation and Post Graduation students in the Health Area to develop projects and academic works, inserting the local statistics in the national context. The publishing of this work will may help other professionals on the implementation of CRIE in other regions. Key words: Special immunobiologicals. Vaccines. Immunoglobulins. PROPUESTA DE IMPLANTACIÓN DEL CENTRO DE REFERENCIA DE INMUNOBIOLÓGICOS ESPECIALES (CRIE) EN FEIRA DE SANTANA, BAHIA Resumen En 1993, el Ministerio de la Salud inició la implantación de los Centros de Referencia de Inmunobiológicos Especiales (CRIE), para facilitar el acceso de personas con cuadros clínicos especiales a productos de alto costo. Actualmente, existen más de cuarenta CRIE en Brasil, distribuidos en todas las capitales y en algunas ciudades del interior. La propuesta de implantación de un CRIE, dentro del proyecto de cooperación técnica entre la Universidad Estadual de Feira de Santana (UEFS) y la Secretaría de Salud del Estado de Bahia (SESAB), involucrando la Segunda Dires (SESAB) y el Hospital General Clériston Andrade (HGCA), en Feira de Santana, Bahía, segunda ciudad más poblada del estado de la Bahía, objetiva beneficiar directamente a los portadores de cuadros clínicos especiales, contribuir para aumentar las coberturas de vacunación de niños y adultos en la rutina, acompañar los casos de reacciones adversas a los inmunobiológicos (vacunas e inmunoglobulinas) y propiciar a los estudiantes de pregrado y posgrado en el área de Salud la realización de proyectos y trabajos científicos, insertando en el contexto nacional las estadísticas locales. La publicación de esta propuesta podrá auxiliar a v.35, n.3, p.758-765 jul./set. 2011 759

otros profesionales en la elaboración de proyectos para la implantación de los CRIE en otras localidades. Palabras-clave: Inmunobiológicos especiales. Vacunas. Inmunoglobulinas. INTRODUÇÃO A resposta imune depende de múltiplos fatores, estando diminuída nas faixas etárias extremas e quando estão presentes algumas condições: carências nutricionais, imunodeficiências congênitas ou adquiridas. Portadores dessas condições são suscetíveis a infecções mais graves e apresentam resposta menos eficiente às vacinas, podendo necessitar diferentes esquemas de vacinação, que variam nas doses, apresentação do imunobiológico, via de administração e número de reforços. 1 Imunobiológicos especiais são produtos de custo elevado resultantes de moderna tecnologia, adquiridos pelo Ministério da Saúde (MS) e disponibilizados nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) para pessoas com suscetibilidade aumentada às doenças ou risco de complicações para si ou para outros por motivos biológicos (imunodepressão, AIDS, asplenia, transplante); comunicantes de pessoas com doenças transmissíveis (profissionais de saúde; familiares de imunodeprimidos); evento adverso grave ou alergia a imunobiológicos comuns; convivência com imunodeprimidos; exposição a agentes infecciosos por motivos profissionais ou violência contra a pessoa. 1 Os CRIE garantem o atendimento ao público em período integral, inclusive em casos de urgência. A clientela, pré-estabelecida por tipo de imunobiológico, deve portar relatórios médicos ou exames complementares que justifiquem as indicações, seguindo as normas em vigor. 1 Atualmente existem mais de quarenta CRIE (todas as capitais e cidades do interior de alguns estados), vinculados às Secretarias Estaduais de Saúde (Andrade JAF, comunicação pessoal, 2009). Na Bahia, atualmente, existem dois CRIE, ambos situados na capital (Hospital Couto Maia Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) e Centro Pediátrico Professor Hosanah de Oliveira Universidade Federal da Bahia). Feira de Santana é a segunda cidade mais populosa da Bahia, com 571.997 habitantes. 2 Habilitada em Gestão Plena do Sistema Municipal desde 2004, é sede da Segunda Diretoria Regional de Saúde (2ª. DIRES), a qual inclui mais 26 municípios e é considerada polo macrorregional de saúde, por assistir não só à clientela do município como também a toda a região circunvizinha. 3 Apesar dessas características, ainda não foi contemplada com a implantação de um CRIE. Atualmente, para usar imunobiológicos 760

Revista Baiana de Saúde Pública especiais, o paciente procura a Secretaria Municipal de Saúde ou a 2ª. DIRES com a solicitação médica; faz o pedido e aguarda que a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) libere e encaminhe o produto. JUSTIFICATIVA A atual logística de distribuição de imunobiológicos especiais dificulta o acesso e a imunização da clientela. Implantar um CRIE em Feira de Santana contribuirá para ampliar a oferta de serviços de saúde e melhorar a acessibilidade a esses produtos. OBJETIVOS Principal: Propor implantação de um CRIE em Feira de Santana, Bahia. Secundários: a) facilitar o acesso da clientela aos imunológicos especiais, conforme critérios dos CRIE; 4 b) contribuir para elevar coberturas vacinais do Programa Nacional de Imunizações; c) acompanhar, investigar e elucidar os casos de eventos adversos graves e/ou inusitados associados temporalmente às aplicações de imunobiológicos; d) promover intercâmbio técnico-científico com instituições de ensino e pesquisa; e) avaliar periodicamente as ações desenvolvidas pelo CRIE do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). ÁREA E POPULAÇÃO A escolha do HGCA obedece à recomendação dos CRIE de instalação preferencial em hospital universitário com laboratório e equipado para emergência, viabilizando assistência a possíveis reações adversas. 1 Com 228 leitos, o HGCA tem capacidade para assistência de média e alta complexidade e atua como instituição de ensino na pós-graduação (Residência Médica em Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral e Pediatria desde 1994) e graduação em vários cursos da área de saúde. A população assistida será proveniente de Feira de Santana e dos municípios que participam desse polo macrorregional. INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS E SUAS COMPETENCIAS Esta proposta configura-se como uma cooperação técnica entre a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a SESAB, envolvendo a 2ª. DIRES e o HGCA. Este v.35, n.3, p.758-765 jul./set. 2011 761

CRIE será subordinado tecnicamente ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), através da SESAB, representada pela 2.ª DIRES, a qual proverá: suporte técnico, equipe e instalações, 5,6 imunobiológicos, materiais de consumo, meios para armazenamento adequado dos produtos, sistema de retroalimentação de informações; divulgação das atividades do CRIE; atividades de Educação Continuada; viabilização de trabalhos científicos. Administrativamente submisso ao HGCA, terá seu espaço físico disponibilizado por essa instituição. Serão da competência da UEFS: apoiar a implantação, divulgar o serviço no âmbito universitário e na comunidade; inserir professores e estudantes de graduação e pós-graduação na área de Saúde, objetivando capacitação, produção científica e Educação Continuada; contribuir com a avaliação sistemática e periódica do serviço e divulgar os resultados. As instituições envolvidas deverão seguir as normas dos CRIE, 7 sendo subordinadas ao PNI. Além disso, deverão viabilizar a capacitação permanente da equipe de trabalho, participando conjuntamente das atividades de Educação Continuada, elaboração e apresentação de trabalhos científicos em eventos municipais, estaduais, regionais, nacionais e, quando pertinente, no âmbito internacional. ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO Sala de Vacinação deverá ser estruturada de acordo com as normas do PNI, 8 incluindo: rede de frio equipada para garantir a qualidade dos produtos; funcionamento em tempo integral; equipe técnica (médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem) devidamente habilitada para a vacinação e em quantitativo suficiente para manter funcionamento contínuo. Sistema de Informações as informações serão disponibilizadas através do Sistema de Informações dos CRIE (SI-CRIE), implantado em todos os CRIE, Coordenadorias de Imunização das Secretarias de Saúde dos estados e na Coordenação do PNI para gerenciar as informações sobre pacientes e imunobiológicos. 1 Procedimentos adotados no atendimento identificação (dados pessoais, endereço); cadastrar no SI-CRIE (pacientes e imunobiológicos); anotar as aplicações no cartão de vacinação (datar, rubricar e aprazar dose subsequente a lápis); encaminhar as planilhas mensais do SI-CRIE à SESAB e o boletim mensal de doses aplicadas por idade à Secretaria de Saúde do Município para inclusão no PNI; preencher o mapa de controle mensal de imunobiológicos especiais para o CRIE e Coordenação Estadual de Imunização) e o controle mensal de estoque de imunobiológicos especiais, encaminhando à Coordenação Estadual de Imunização a solicitação de reposição. 762

Revista Baiana de Saúde Pública IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS DISPONIBILIZADOS NO CRIE 1 Vacinas: poliomielite inativada (VIP); tríplice bacteriana acelular (DTPa); varicela; hepatites A e B; Haemophilus influenzae tipo b; dupla infantil (DT); pneumococo (Polissacarídica 23 Valente e Conjugada 10 Valente); meningococo C; influenza. Imunoglobulinas: antitetânica (IGHAT); anti-hepatite B (IGHAHB); antivaricela-zoster (IGHVAZ) e antirrábica (IGHAR). Resumo das indicações dos imunobiológicos especiais: 1 cada imunobiológico tem uma clientela preestabelecida, encaminhada com base em sua necessidade básica. O Manual dos CRIE ampliou a clientela assistida em 2001: 1,9 imunodepressão, transplantados, nefropatias crônicas, esplenectomia, cardiopatias, hidrocefalia com DVP, anemia falciforme, fibrose cística, doenças de depósito, coagulopatias, hepatopatias, trissomias, prematuros submetidos a ventilação assistida, eventos adversos comprovados aos produtos da rotina, comunicantes de pessoas com doenças transmissíveis (familiares de imunodeprimidos, profissionais de saúde); pessoas que convivem com imunodeprimidos e exposição a agentes infecciosos por motivos profissionais ou violência contra a pessoa. As indicações específicas dos imunobiológicos por patologia podem ser consultadas no Manual dos CRIE edição 2006. 1 RECURSOS NECESSÁRIOS Os recursos financeiros serão de responsabilidade do Ministério da Saúde e da SESAB, através das Coordenações Nacional e Estadual dos CRIE. Estrutura física deverá constar de: recepção, consultório, sala de vacina e sanitário. Recursos humanos: médicos (coordenação, assistência matutina e vespertina), enfermeiros, técnicos em enfermagem (quantitativo a definir, de acordo com a carga horária normatizada no HGCA), agentes administrativos e funcionário de higienização. Recursos materiais permanentes (quantidade a definir após locação da área): geladeiras; mesas (escrivaninhas); cadeiras (giratórias e fixas), armários de aço (duas portas); arquivo com gavetas, telefone, ramal telefônico; computadores, impressoras, software do SI-CRIE; lixeiras com tampa e pedal para lixo comum. Consumo: imunobiológicos (quantidades definidas pela SESAB); caixas térmicas ou isopor grandes (para conservar imunobiológicos de uso diário) e pequenas (para deslocar vacinador); termômetros (clínicos, máxima e mínima e cabo extensor para caixas e geladeira); gelo reciclável; algodão hidrófilo, recipiente para guardá-lo; álcool a 70% e almotolia; seringas e agulhas descartáveis; luvas; sabão líquido; papel toalha; caixa para descarte de pérfuro-cortantes; sacos plásticos v.35, n.3, p.758-765 jul./set. 2011 763

para lixo; material de papelaria e gráfico (formulários de solicitação de imunobiológicos e inutilização de produtos inadequados para uso; gráfico de cobertura vacinal, quadro do esquema básico de vacinação; manuais do CRIE; Normas e Procedimentos para Vacinação; gerenciamento em Rede de Frio; Eventos Adversos pós-vacinação; outros; cartões de vacinação, fichas de notificação de eventos adversos, de vacinas aplicadas, de controle de temperatura da geladeira, mapa diário, boletim mensal). ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS a) Médicos coordenador: tem a responsabilidade técnica de acompanhar e supervisionar atividades, avaliar as indicações dos produtos, acompanhar as reações adversas graves e/ou inusitadas associadas ao uso de imunobiológicos, participar da Educação Continuada, elaborar trabalhos científicos, avaliar permanentemente as ações; assistentes: acompanhar as atividades, avaliar as indicações dos imunobiológicos, acompanhar as reações adversas graves e/ou inusitadas associadas à aplicação de imunobiológicos, participar da Educação Continuada, elaboração de trabalhos científicos e avaliação permanente das ações desenvolvidas; b) Enfermeiros: acompanhar e supervisionar as atividades, controlar o estoque, coordenar e supervisionar o Serviço de Enfermagem, participar da Educação Continuada, elaboração de trabalhos científicos e avaliação permanente das ações desenvolvidas; c) Técnicos em enfermagem: administrar os imunobiológicos conforme as normas do PNI, registrar a assistência prestada nos impressos apropriados, manter os imunobiológicos nas condições ideais de conservação, controlar o estoque, participar da Educação Continuada. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. Brasília; 2006. 2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE cidades. Extraído de [http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1], acesso em [28 de março de 2009]. 764

Revista Baiana de Saúde Pública 3. Plano Diretor de Regionalização (PDR). Bahia, 2007. Extraído de [http:// www.saude.ba.gov.br], acesso em [28 de março de 2009]. 4. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Normas de Vacinação. 3.ª ed. Brasília; 2001. 5. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.º 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Extraído de [http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf], acesso em [28 de março de 2009]. 6. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.º 189, de 18 de julho 2003. Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos de análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, altera o Regulamento Técnico aprovado pela RDC n.º 50, de 21 de fevereiro de 2002, e dá outras providências. Extraído de [http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/ public/showact.php?id=8052], acesso em [28 de março de 2009]. 7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria da Vigilância em Saúde. Portaria n.º 48, de 28 de julho de 2004. Institui diretrizes gerais para funcionamento dos CRIE. Extraído de [http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/2004/ prt0048_28_07_2004.html], acesso em [28 de março de 2009]. 8. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Programa Nacional de Imunizações. Manual de Procedimentos para Vacinação. Brasília; 2001. 9. Bricks LF. Novas recomendações para vacinação nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Cries). Pediatria. 2006;28(3):204-8. Recebido em 23.5.2011 e aprovado em 17.10.2011. v.35, n.3, p.758-765 jul./set. 2011 765