Análise do Desempenho na Extração Florestal Utilizando Guincho TMO



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Palavras-chave: Movimentação de madeiras, logística de secadores, segurança do trabalho, ergonomia em movimentação de madeira.

Transcrição:

Análise do Desempenho na Extração Florestal Utilizando Guincho TMO Fabrina Teixeira Ferraz (1), Robson José de Oliveira (2), Luciano Cavalcante de Jesus França (3), Sidney Araújo Cordeiro (4), Temistocles Pacheco Lima (5) (1) Graduanda em Engenharia Florestal, UFPI/Universidade Federal do Piauí, fabrina.ferraz@hotmail.com; (2) Professor, UFPI/Universidade Federal do Piauí (CPCE Bom Jesus), robson_ufpi@yahoo.com.br; (3) Graduando em Engenharia Florestal, UFPI/Universidade Federal do Piauí, lucianodejesus10@hotmail.com (4) Professor, UFPI/Universidade Federal do Piauí (CPCE Bom Jesus), sidneycordeiro@yahoo.com.br; (5) Graduando em Engenharia Florestal, UFPI/Universidade Federal do Piauí, temistoclespacheco@hotmail.com. RESUMO Para viabilizar a colheita florestal nas áreas de declividade acentuada torna-se necessária a busca de novos métodos e sistemas que permitam o aumento da produtividade e a redução dos custos operacionais. O presente estudo teve como objetivo realizar um estudo de tempos e movimentos com o intuito de avaliar o rendimento da extração de eucalipto com trator florestal Guincho TMO em relação à diferentes distâncias de extração e declividades. Com esse estudo de tempos e movimentos, é fácil analisar cada etapa da extração de madeira, com auxílio de um cronometro anotando os tempos para reduzir as perdas de tempo. Esse trator tem um guincho para amarrar as árvores e puxar, ou seja, extrais a madeira após corte do talhão até a margem da estrada. Após analisar os dados, para as condições estudadas, conclui-se que a atividade Passar cabo nas árvores foi a que mais demandou tempo, representando 22% do tempo total, sendo a atividade Arraste das árvores até a estrada, com 18% do tempo total. Palavras-chave: arraste, tempos e movimentos, colheita florestal. INTRODUÇÃO No decorrer dos anos, a economia florestal brasileira tem sido responsável por aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB), gerando 600.000 empregos diretos, US$ 450 milhões em arrecadação de impostos e US$4,1 bilhões em divisas de exportações, o que vale ressaltar a potencialidade das florestas brasileiras e a importância do setor florestal para o país, pois ele pode proporcionar melhorias nos indicadores macroeconômicos de bem-estar social, bem como o aumento na produção, na geração de empregos e rendas, na arrecadação de impostos, na formação de divisas e na melhoria das contas nacionais (CARVALHO et al., 2003). A Colheita Florestal é um conjunto de operações realizadas no maciço florestal, visando preparar e transportar a madeira até o seu local de utilização, mediante o emprego de técnicas e padrões estabelecidos (SALMERON,1981). A mecanização de áreas acidentadas, para a extração da madeira, que é uma das etapas da Colheita Florestal, é um dos pontos críticos da Colheita, uma vez que exige o uso de equipamentos dimensionados que apresentem custos compatíveis e proporcionem boas condições de trabalho ao operador (OLIVEIRA, 2004). - Resumo Expandido - [78] ISSN: 2318-6631

Assim, nota-se que para viabilizar a colheita florestal nas áreas de declividade acentuada tornase necessária a busca de novos métodos e sistemas que permitam o aumento da produtividade. Com o objetivo de solucionar esse problema, algumas empresas florestais partiram para o uso de sistemas de extração de madeira com cabos de aço. Esses sistemas tornaram-se uma alternativa de boa aplicação para retirar madeira preparada de áreas montanhosas em substituição aos sistemas manuais que, além de apresentarem baixa produtividade, provocam um grande desgaste físico ao trabalhador florestal. Assim sendo, algumas empresas florestais começaram a usar em suas áreas montanhosas o guincho arrastador ou trator agrícola equipado com guincho de arraste (VOLPATO et al, 1991). Embora a operação de extração com guincho-arrastador tenha vindo a solucionar, em parte, o problema da retirada de madeira em áreas de declividade acentuada, esta operação sempre foi um entrave dos mais polêmicos entre as empresas florestais, pois gera um dos custos mais altos entre as operações desenvolvidas (SILVA et. al, 1988). Isso em parte pode estar relacionado com a falta de estudo para aprimoramento e otimização do equipamento, com base nas interações dos fatores mais importantes que afetam a produtividade do conjunto. Portanto, estudos que visem analisar com detalhes os tempos de trabalho do ciclo operacional do guincho de arraste, com o intuito de diminuir os custos de extração de madeira, são de grande importância para o setor florestal (VOLPATO et al, 1991). Este trabalho tem como objetivo realizar estudo de tempos e movimentos com o intuito de avaliar o rendimento da extração de eucalipto com Guincho TMO em relação a diferentes distâncias de extração e declividades. E ainda, objetivando especificamente, o estudo de tempos e movimentos do equipamento guincho TMO, o estudo da declividade média do terreno, da distância média de extração e a avaliação da produtividade do equipamento guincho TMO. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida em um grande extrato florestal localizado na região do Vale do Rio Doce, MG, em áreas caracterizados pela sua topografia montanhosa. A extração foi realizada através do método de arraste utilizando o equipamento guincho TMO, que consiste em um conjunto Trator agrícola de rodas acoplado a um guincho de arraste. Esse guincho possui um tambor com diferentes metragens de cabo de aço. O guincho TMO utilizado neste estudo consiste em um implemento acoplado na tomada de potência (TDP) de um trator agrícola de rodas, com aproximadamente 100 CV de potência bruta, com tração 4X4. O guincho de arraste TMO 33t possui um tambor com capacidade para 200 metros de cabo de aço com 5/8 polegadas de diâmetro. O operador de campo desce com os cabos até os fustes derrubados onde é feito o amarro dos fustes. Após este processo dá-se início a operação de arraste para as margens das estradas. Para a operação deste equipamento é necessária uma equipe de trabalho de um operador e dois ajudantes e declividade do terreno superior a 60%. A madeira é extraída na forma de árvores inteiras, onde o cabo de aço é amarrado árvore por árvore e arrastada morro acima, sendo depositadas na estrada para posterior processamento. A Tabela 1 descreve as atividades referentes ao guincho TMO avaliadas neste estudo. Tabela 1 Atividades avaliadas no equipamento de guincho TMO ATIVIDADE DESCRIÇÃO Descer cabo de aço Deslocamento do cabo de aço do guincho até o local de amarrar ás árvores - Resumo Expandido - [79] ISSN: 2318-6631

Amarrar Subir o cabo de aço Deslocamento Prender o cabo nas árvores e travar o sistema Deslocamento do cabo de aço do ponto de carga até a praça de descarga. Deslocamento do guincho TMO até a praça de descarga Coleta de dados O uso do equipamento foi avaliado em escala operacional durante 10 dias, em uma área de colheita florestal. Foram observados o ciclo de trabalho e as atividades parciais que o compõe. Distância de Extração A distância de extração (DE) foi considerada entre a base da primeira árvore até a margem da estrada onde a árvore é depositada, sendo classificada em: Distância máxima; Distância mínima; Distância média. Declividade do Terreno A declividade do terreno (DL) correspondente é a inclinação dos ramais de extração da madeira e foi medida com o uso de um clinômetro da marca Silva, modelo (CM-360-LA) expresso em graus. Sendo dividida em: Declividade máxima; Declividade mínima; Declividade média. Estudo de tempos e movimentos O cronômetro é o instrumento de medição mais usado no estudo de tempo, e os dois tipos de cronômetros mais comuns são: de minuto decimal e o de hora decimal (FILHO, 2001). Realizou-se um estudo de tempos e movimentos do tipo contínuo, com o uso de um cronômetro da marca Casio, modelo HS-3V-1RET Stop Watch. Produtividade A produtividade (m³/h) foi determinada pelo volume médio por árvore, fornecido pela tabela de inventário pré-corte da empresa, multiplicado pelo número de árvores extraídas de cada parcela, obtendo-se assim o volume total extraído por área. A partir do acompanhamento da máquina foram obtidas as horas efetivamente trabalhadas. Este tempo foi considerado como o número total de horas menos as horas com interrupções mecânicas e operacionais. A produtividade da máquina foi calculada pela seguinte expressão: Prod = na x va he Em que : Prod = produtividade (m³/h); na = número de árvores extraídas; va = volume médio por árvore (m³); e he = horas efetivas de trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÃO Estudo de tempos e movimentos No estudo de tempos e movimentos de acordo com a tabela 4 a seguir, pode-se observar que a atividade Passar cabo nas árvores foi a que mais demandou tempo do ciclo operacional. Isto pode ser devido à dificuldade de enlace das árvores pela posição das mesmas, representando 22% do tempo total. Por ser uma etapa manual, o operador que vai até a pilha e amarra as arvores, o que pode ter acarretado maior tempo e consequentemente menor produtividade. Tabela 4 Atividades cronometradas do ciclo operacional do guincho TMO ATIVIDADES TEMPO (MIN) % Descer cabo 1.37 min 9 % Passar cabo nas árvores 3.49 min 22 % - Resumo Expandido - [80] ISSN: 2318-6631

Arraste das árvores até a estrada 2.81 min 18 % Posicionar árvore na estrada 1.25 min 8 % Deslocar trator na estrada carregado 1.74 min 11 % Soltar cabo das árvores 0.86 min 6 % Empilhar árvores 1.15 min 7 % Retornar o trator ao local de baldeio 1.36 min 9 % Pausas 1.53 min 10 % CONCLUSÕES Para as condições estudadas, e com base nos resultados obtidos pode-se concluir que a atividade Passar cabo nas árvores foi a que mais demandou tempo, representando 22% do tempo total, sendo a atividade Arraste das árvores até a estrada com um percentual de 18% do tempo total. As pausas corresponderam a 10% do total. Torna-se necessário portanto pesquisas com outros tipos de máquinas que possam substituir a etapa manual de amarrar as árvores, como forma de otimizar o processo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, R. M. M. VALVERDE, S.R.; JACOVINE, L.A.G.; LIMA,A.A.T.C.; MENDES,L.M.; REZENDE,J.P.;NOCE, R. O papel do setor florestal brasileiro no contexto nacional. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 8., 2003, São Paulo. Anais... São Paulo: SBS/SBEF, 2003. v. 2. CD-ROM. FILHO, E.H.R. Rendimento de colheita semimecanizada e extração de madeira em 1º desbaste de Eucaliptus grandis EX Maiden na Klabin Riocell em Guaíba /RS. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE COLHEITA E TRANSPORTE FLORESTAL, 5, 2001, Porto Seguro-BA. Anais... Porto Seguro-BA: SIF/UFV, 2001. p. 193-206. GARLIPP, R.C.D. O boom da certificação florestal: é preciso garantir a credibilidade. Revista Silvicultura, v. 17, n. 61, p. 17-22, 1995. LOFFLER, H. Developments and trends in Forest harvesting tasks for research. Modeling Communications, Steller bosch, 98 (Parte 1) : p. 32-47, 1982. MINETTE, L. J. Avaliação técnica e econômica dos tratores florestais transportadores (forwarders), na extração de madeira de eucalipto. Viçosa: UFV, 1988. 77 p. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) Universidade Federal de Viçosa, 1988. OLIVEIRA, R.J. Avaliação técnica e econômica da extração de madeira de eucalipto com Clambunk skidder. Viçosa: UFV, 2004. 61p. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) Universidade Federal de Viçosa, 2004. SALMERON, A. Exploração florestal. In: INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL.Formação, manejo e exploração de florestas com rápido crescimento. Brasília: 1981. p. 83-123. - Resumo Expandido - [81] ISSN: 2318-6631

SILVA, C.R.S. ;MACHADO, G.E. ;CAMPOLINA, J.R.T. Determinação do melhor número de pessoas para compor a equipe de baldeio do guincho TMO em função de uma maior produtividade num menor custo por estéreo. Nova Era, CENIBRA FLORESTAL, 1988. 4p. VOLPATO, C. E. S; MACHADO, C.C; SOUSA,A.P. Otimização da produtividade e do custo da extração florestal com guincho arrastador. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 15, n. 3, p. 296-307, 1991. - Resumo Expandido - [82] ISSN: 2318-6631