Precursoras, transformadoras e inovadoras. Modelos de sucesso da Comunidade das Global Growth Companies



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Transcrição:

Precursoras, transformadoras e inovadoras Modelos de sucesso da Comunidade das Global Growth Companies Edição 2011

As informações constantes deste livreto baseiam-se em entrevistas de primeira mão com os responsáveis das Global Growth Companies. As opiniões expressas nesta publicação não refletem necessariamente as ideias do Fórum Econômico Mundial. Sede do Fórum Econômico Mundial 91-93 route de la Capite CH-1223 Cologny/Genève Suíça Tel.: +41 (0)22 869 1212 Fax: +41 (0)22 786 2744 Fórum Econômico Mundial Representação em Pequim 501-502, West Tower World Financial Center No.1. East 3rd Ring Middle Road 100020 Beijing República Popular da China Tel.: +86 10 6599 9500 Fax: +86 10 6599 9501/2 Fórum Econômico Mundial Escritório do Japão Roppongi Hills Mori Tower 49F 6-10-1, Roppongi, Minato-ku Tokyo 106-6149 Japão Tel.: +81 (0)3 5771 0067 Fax: +81 (0)3 5771 0068 Fórum Econômico Mundial EUA 3 East 54th Street, 17th Floor, New York, NY 10022 EUA Tel.: +1 212 703 2300 Fax: +1 212 703 2399 E-mail: ggc@weforum.org http://www.weforum.org/ggc

SUMÁRIO 1. Introdução...1 2. Global Growth Companies que figuram neste livreto...2 3. Histórias de sucesso das Global Growth Companies Accretive Health...4 Banco Compartamos...6 Beijing Redbaby Info-Tech...8 Better Place...10 Celulosa Argentina...12 du...14 IDEO...16 illycaffè...18 Indika Energy...20 Karuturi Global...22 Kokusai Kogyo Group (KKG)...24 KPIT Cummins Infosystems...26 LCY Chemical Corp...28 Lynas Corporation Limited...30 MB Holding Company...32 M+W Group...34 ReachLocal...36 Serum Institute of India...38 TAK Agro...40 TOTVS...42 Trina Solar...44 Vingroup...46 WISeKey...48 Yida Group Co.Ltd...50 4. Parceiros e transformadores de setor da Comunidade das Global Growth Companies...53 5. Anexos Agenda da Comunidade...54 Redefinindo o futuro do crescimento: os novos campeões de sustentabilidade...55 Agradecimentos...57 Créditos das fotos...58

INTRODUÇÃO Este ano comemora-se o 5 aniversário da fundação da Comunidade das Global Growth Companies (GGC) do Fórum Econômico Mundial. Nos cinco últimos anos, temos assistido à emergência de uma nova geração de líderes econômicos. A Comunidade reconhece a importância desses líderes e engaja aqueles que, além de apresentarem taxas de crescimento consistente, em virtude das suas novas tecnologias e modelos de negócio inovadores, atuam como transformadores dos setores de atividade tradicionais. Os integrantes da Comunidade provêm tanto de mercados emergentes em rápido crescimento como de economias já estabelecidas. Desde agosto de 2011, a Comunidade conta com mais de 310 membros de 70 países e regiões. Só é possível fazer parte dela mediante convite analisado por uma comissão que utiliza critérios de seleção estritos e limita o acesso a 50 novas empresas do mundo todo por ano. As empresas candidatas costumam ter um faturamento entre US$ 100 milhões e US$ 5 bilhões e taxa de crescimento anual constante superior à média regional do setor. Convém salientar que as GGC estão construindo um negócio global que vai além dos seus mercados tradicionais, comprometendo-se a provocar um efeito positivo nas economias e sociedades em que atuam. Para ilustrar a diversidade, a riqueza e as melhores práticas da Comunidade, temos o prazer de compartilhar os perfis de 24 membros nesta segunda edição de Precursoras, transformadoras e inovadoras. O Fórum Econômico Mundial orgulha-se da Comunidade das Global Growth Companies. Temos certeza de que estes novos campeões saberão utilizar da melhor maneira possível a plataforma que o Fórum lhes oferece e não pouparão esforços ao abraçarem a nossa missão de melhorar as condições do nosso mundo. Jeremy Jurgens Diretor sênior Centro de Compromissos em Negócios Fórum Econômico Mundial Jerry Yu Diretor Centro das Global Growth Companies Fórum Econômico Mundial

Global Growth Companies que figuram neste livreto Better Place (p10) Palo Alto Automotivo IDEO (p16) Palo Alto Serviços profissionais (consultoria/pesquisa de mercado) Accretive Health (p4) Chicago Saúde M+W Group (p34) Stuttgart Infraestrutura e desenvolvimento urbano Banco Compartamos (p6) Cidade do México Banco (microcrédito) WISeKey (p48) Genebra Tecnologia da informação ReachLocal (p36) Woodland Hills Mídia, entretenimento e informação TAK Agro (p40) Lagos Agricultura, alimentação e bebidas TOTVS (p42) São Paulo Tecnologia da informação Celulosa Argentina (p12) Buenos Aires Papel e celulose

Beijing Redbaby Info-Tech (p8) Pequim Varejo e bens de consumo illycaffè (p18) Trieste Produtos alimentares e bebidas Trina Solar (p44) Changzhou Energia (módulos fotovoltaicos) Yida Group Co. Ltd (p50) Dalian Infraestrutura e desenvolvimento urbano (habitação) du (p14) Dubai Telecomunicações MB Holding Company (p32) Muttrah Energia (petróleo) Serum Institute of India (p38) Pune Saúde KPIT Cummins Infosystems (p26) Pune Tecnologia da informação (automóveis) Vingroup (p46) Hanói Infraestrutura e desenvolvimento urbano Kokusai Kogyo Group (KKG) (p24) Tóquio Infraestrutura e desenvolvimento urbano LCY Chemical Corp. (p28) Taipé Produtos químicos (fertilizantes) Karuturi Global (p22) Bangalore Agricultura, alimentação e bebidas Indika Energy (p20) Jacarta Energia Lynas Corporation Limited (p30) Sydney Mineração (terras raras)

Histórias de sucesso das Global Growth Companies Accretive Health Curando a assistência médica Nos Estados Unidos, nada menos de 90% dos hospitais recebem apenas 85% do que lhes é devido. As autorizações dos planos de saúde são muitas vezes postergadas, negadas, perdidas ou ignoradas. Quanto aos casos de emergência, não raro os hospitais são obrigados por lei a prestar atendimento aos indivíduos não segurados, tendo frequentemente que arcar com os custos desses procedimentos. Enquanto os administradores hospitalares se dedicam inteiramente ao atendimento clínico e à qualidade dos serviços prestados, os recepcionistas não possuem na maioria das vezes os recursos para lidar com e muitos menos compreender um dos mais antiquados e complexos sistemas de pagamento de todos os setores profissionais. Em vez de apresentar apenas soluções parciais ou de se dedicar unicamente à redução de custos, a Accretive Health tem como objetivo precípuo o ciclo de receita completo de seus clientes. A consequência disto é que muitos hospitais e centros médicos sofrem uma substancial hemorragia de recebimentos. Desde 2003, a Accretive Health, empresa com sede em Chicago, vem lidando com esse vazamento de receita, nas palavras de Etienne Deffarges, vicepresidente e membro da primeira equipe de gestão da empresa. O objetivo principal da empresa é reduzir e estancar as perdas e ineficiências crescentes em todo o segmento da assistência médica. Criada com esta finalidade, a Accretive Health coloca à disposição de seus clientes uma experiência capaz de transformar as deficiências desta indústria e oferece tecnologia única para a verificação de cobertura pelos planos de saúde e benefícios sociais, documentação e codificação das intervenções médicas, autorizações e encaminhamentos a especialistas, faturamento e cobrança. Como resultado, são obtidas melhorias significativas e sustentáveis na qualidade do atendimento e nas margens operacionais, além de uma melhor satisfação por parte do paciente. Em vez de apresentar apenas soluções parciais ou de se dedicar unicamente à redução de custos, a Accretive Health tem como objetivo precípuo o ciclo de receita completo de seus clientes na maioria dos casos, redes hospitalares, dentre as quais sistemas de atendimento médico comunitários e religiosos, centros médicos universitários, clínicas ambulatoriais independentes e centros de consultórios médicos. Por meio de uma tecnologia inovadora e de métodos de excelência, a empresa assume a responsabilidade pela gestão e custo das operações do ciclo de receita do seu cliente. O quadro de pessoal 4 I Fórum Econômico Mundial I Global Growth Companies

existente é enriquecido com o conhecimento, cultura e tecnologia da equipe temporária da Accretive Health. Além disso, esta equipe funciona como um parceiro operacional in loco. Dentre as iniciativas mais recentes da Accretive Health está a aliança pioneira com a Fairview Health Services, de Minnesota, proprietária de 7 hospitais e 42 clínicas médicas na região do Midwest americano. Esta parceria, que tem como objetivo a redução dos custos totais com assistência médica e, paralelamente, a melhoria dos serviços prestados, já vem apresentando seus primeiros resultados promissores. A empresa está também expandindo a sua atuação com a promoção de serviços em vários países do mundo. A Accretive Health atua em muitas frentes, e de maneira única. Exemplo: ela pode se encarregar de buscar cobertura para pacientes não segurados; pode descobrir formas de aumentar a rentabilidade em caso de copagamento; pode assegurar que nenhuma falha no processo leve a uma recusa de cobertura por parte de um plano de saúde. O hospital obteve a autorização necessária e/ ou o encaminhamento requerido? As intervenções médicas X e Y eram realmente necessárias? A Accretive Health auxilia prestadores de serviço de saúde na recuperação de receitas perdidas ou em atraso, mas também ajuda um número incontável de pacientes a pagarem uma assistência médica que de outra maneira não teriam meios para obter. Como apontou Deffarges, para cada 100 pacientes que buscam atendimento nos hospitais para os quais prestamos nossos serviços, conseguimos encontrar 85 soluções de pagamento graças a uma variedade de fontes seja através de verbas do governo federal, estadual, fundações privadas ou fundos filantrópicos dedicados à saúde. Pelo fato de conhecer profundamente as leis e regulamentações relacionadas à assistência médica, e por saber navegar entre elas, a Accretive Health está remodelando por completo a gestão do ciclo de receitas. "Para cada 100 pacientes que buscam atendimento nos hospitais para os quais prestamos nossos serviços, conseguimos encontrar 85 soluções de pagamento graças a uma variedade de fontes." Além disso, a indústria da assistência médica vive um momento de forte expansão. Com o recente investimento de 16 bilhões de dólares feito pelo governo federal americano para a digitalização dos históricos médicos nos Estados Unidos, os sistemas de faturamento médico deverão passar por vastas atualizações anuais num futuro próximo. Muitos executivos da área médica estão preocupados com a sua capacidade de lidarem com essas novas regulamentações e estarão dispostos a terceirizar esta função, se isto representar um aumento de 4 a 6% na receita anual; promovendo a otimização de resultados. Deffarges considera que a parceria altamente produtiva com a Comunidade das Global Growing Companies ajudou a empresa a explorar mercados futuros, a tornar-se mais conhecida e a criar conexões em alguns mercados, como a Índia, onde já estamos operando. Mary Tolan, diretora executiva da Accretive Health, teve recentemente a oportunidade de se expressar perante o prestigioso World Health Congress, e, tendo em vista a sua última participação em Davos, deverá, sem dúvida alguma, contribuir significativamente para os eventos do próximo Fórum Econômico Mundial. Durante os últimos cinco anos, a Accretive Health, empresa cotada que em 2010 faturou 610 milhões de dólares, registrou uma taxa de crescimento anual composto de 45%. Desde 2005, a empresa tem aumentado o seu faturamento em 359%. Com apenas 1% de participação no mercado americano, o forte crescimento atual da Accretive Health é altamente sustentável. No âmbito do setor da saúde, a Accretive Health é um mercado de nicho com potencial ilimitado que vai continuar a modelar a paisagem do ciclo de faturamento na área da saúde nos Estados Unidos e em outros países de forma inovadora e transformadora. Mary A. Tolan fundadora e diretora executiva Accretive Health Setor de atividade: Saúde Localização: Chicago, Estados Unidos www.accretivehealth.com Global Growth Companies I Fórum Econômico Mundial I 5

Histórias de sucesso das Global Growth Companies Banco Compartamos Dando uma mão Em todo o México, podem estar dentre os beneficiários um pequeno varejista de Oaxaca, um vidraceiro de Tlaxcala ou uma mulher de Coahuila que utilizou o seu microempréstimo para pagar a sua primeira conta de luz e dar entrada em seis computadores de que precisava para abrir um pequeno café. De fato, essas três pessoas estavam entre os agraciados com o Prêmio Microempresário 2011 do Banco Compartamos, concedido àqueles que demonstram um extraordinário espírito empreendedor. Nas duas últimas décadas, graças ao seu programa de microfinanças, que concede empréstimos de mil pesos (o equivalente a aproximadamente R$ 130,00) à população economicamente desfavorecida, o Banco Compartamos, com sede na Cidade do México, tornou-se uma das maiores e mais bem-sucedidas instituições da América Latina. O setor financeiro mexicano sempre conseguiu atender com muito sucesso às necessidades das classes média e alta, diz o vice-presidente executivo Carlos Danel, mas nunca levava em conta a base da pirâmide como clientes potenciais. Uma das principais vantagens competitivas do Banco Compartamos? Conversar com os clientes potenciais nas ruas e nas feiras livres sobre os seus objetivos e sonhos e em seguida definir a melhor maneira de responder às suas necessidades financeiras. Fundando em 1990 como uma ONG sem fins lucrativos e contando com o apoio de doadores internacionais, o banco deu-se logo conta de que o acelerado crescimento populacional do México e dos demais países da América Latina não correspondia aos empregos disponíveis. Desde então o seu objetivo 6 I Fórum Econômico Mundial I Global Growth Companies

tem sido levar os serviços financeiros ao maior número de pessoas no menor espaço de tempo, principalmente a mulheres empreendedoras desfavorecidas da zona rural, que tradicionalmente careciam de acesso a empréstimos de capital de giro. O banco logo entendeu que a melhor forma de garantia do México socialmente coeso era e ainda é a reputação do indivíduo. Por exemplo: com o programa Crédito Mujer, ao conceder empréstimos de valores entre 1.500 e 27.000 pesos (aproximadamente entre R$ 200,00 e R$ 3.500,00) a cada integrante de um grupo de 10 a 50 mulheres de qualquer parte, o Banco Compartamos concede a todas elas seguro de vida sem custo adicional algum. O grupo comprometese a reembolsar o empréstimo ao banco mesmo que uma das integrantes não honre a dívida. Depois de pagarem a totalidade do primeiro empréstimo, as clientes estão aptas a fazer novos empréstimos. Com esses microempréstimos, as mexicanas de baixa renda desenvolvem atividades produtivas que lhes permitirão pagar as suas contas, melhorar as suas condições de moradia ou comprar matéria-prima para a criação de um micronegócio próprio. Uma das principais vantagens competitivas do Banco Compartamos? Conversar com os clientes potenciais nas ruas e nas feiras livres sobre os seus objetivos e sonhos e em seguida definir a melhor maneira de responder às suas necessidades financeiras. Em 2000, o Banco Compartamos converteu-se em SOFOL (sociedade financeira de objeto limitado), o que lhe conferiu autorização para empréstimos, investimento em títulos de dívida e financiamentos para desenvolvimento. Em 2006, o governo mexicano concedeu-lhe a licença para que se tornasse uma instituição bancária. Um ano depois, o Banco Compartamos fez algo que atraiu todas as atenções. Ao lançar a sua IPO em 2007, o banco tornouse efetivamente um agente financeiro intermediário entre os grandes investidores e os segmentos de baixa renda. A IPO do Banco Compartamos suscitou certa controvérsia no setor sobre quais seriam a verdadeira essência e o significado de microfinanças, muito embora ninguém se atrevesse a questionar a receita de US$ 468 milhões, com compras de 5.920 investidores varejistas e institucionais do México, Estados Unidos, Europa e América do Sul. Mais do que isso, a IPO histórica do Banco Compartamos representa a consagração de uma estratégia persistente na área de microfinanças para atrair o setor privado e deixa claro que um trabalho social e o lucro podem existir lado a lado. Passar a ter capital aberto não é o caminho para todas as organizações microfinanceiras, diz Daniel, que admite que após a IPO o Banco Compartamos triplicou de tamanho e pode agora atender a muitos milhões de famílias desfavorecidas, apesar de fazer sentido para alguns mercados e instituições, complementa. Hoje o Banco Compartamos orgulha-se de ter uma carteira de 11.621 milhões de pesos que empresta para mais de dois milhões de clientes que atuam em diversas áreas, como comércio, construção, serviços, agricultura, criação de animais e produção, ou seja, números que ofuscam as organizações de microfinanças sem fins lucrativos da América Latina. O banco conta com 391 agências presentes nos 32 estados mexicanos, emprega mais de 12.000 funcionários. Além disso, nos últimos sete anos o banco vem dando aos seus investidores uma rentabilidade líquida de aproximadamente 47%. A ideia do nome Compartamos, que significa Compartilhemos, é do seu fundador, José Ignacio Avalos Hernández. À medida que o banco expande as suas atividades a outras regiões da América Latina, em particular no Peru e na Guatemala, essa filosofia só pode trazer ainda mais dividendos ao banco e aos seus clientes. Em suma, este líder latino-americano está mostrando a todos do setor o que reserva o futuro das microfinanças. Banco Compartamos Setor de atividade: Banco (microcrédito) Localização: Cidade do México, México www.compartamos.com Carlos Labarthe Costas presidente executivo Fernando Alvarez Toca diretor geral Global Growth Companies I Fórum Econômico Mundial I 7

Histórias de sucesso das Global Growth Companies Beijing Redbaby Info-Tech Negócio de família Quando pensamos na empresa Redbaby, sediada em Pequim, não podemos deixar de fazer um paralelo com a Amazon. com. Esta livraria online pioneira continua sua incansável evolução e atualmente oferece a consumidores do mundo inteiro produtos que vão de sapatos a churrasqueiras, de alto-falantes para ipods a ferramentas elétricas. Poderá a Redbaby seguir este exemplo? Uma das empresas varejistas líderes de vendas por catálogo e online, e a maior varejista multicanal de venda direta da China, a Redbaby está inquestionavelmente pronta para registrar uma contínua expansão e alcançar o sucesso. Fundada em 2004, a empresa deu seus primeiros passos como um negócio B2C de venda de produtos para mães e bebês, dentre os quais, alimentos infantis, móveis, produtos para amamentação e roupas específicas para mães (a China é o segundo maior mercado para produtos infantis, depois dos Estados Unidos). Atualmente, a Redbaby possui um call center, fóruns na Internet, canais específicos, plataformas múltiplas, bem como centros de distribuição em oito províncias chinesas, com enfoque na experiência do consumidor, a Redbaby é uma empresa de varejo multicanal que atende às necessidades de toda a família, oferecendo a cerca de seis milhões de consumidores chineses a comodidade de serviços de venda que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana. Sob o comando de Xu Peixin, diretor executivo, a empresa atingiu o ponto de equilíbrio já em seu primeiro ano de vida. O faturamento de 2007 chegou a 86 milhões de dólares, e desde 2004 a empresa vem registrando um crescimento anual de 300%. 8 I Fórum Econômico Mundial I Global Growth Companies

O site de comércio eletrônico da Redbaby foi designado como o número um dentre os sites das 100 empresas do mundo com melhores possibilidades de investimento. Entre os seus acionistas estão a Northern Night Venture Capital, a New Enterprise Associates e a KPCB China. Para a Redbaby, uma das chaves do sucesso reside na relação frutuosa entre os clientes e a empresa. Desempenho não garante competitividade, disse o diretor executivo Peixin, a chave é o cliente, um bom atendimento ao cliente, uma boa relação com o cliente e, o que é fundamental, uma relação de confiança. Além dos vários sites de compras, a empresa também inaugurou 12 centros que cobrem 16 províncias e cidades da China e se encarregam de processar cerca de 30.000 pedidos para uma média de 60.000 produtos que entram no sistema diariamente. Outras empresas B2C, dentre as quais a Dangdang e até mesmo a Amazon na China, terceirizam os serviços de logística. Mas, ao criar a sua própria equipe de logística, a Redbaby reduziu custos e aprimorou o sistema de entregas, ultrapassando, desta forma, sem dificuldades as suas concorrentes. Atualmente, a Redbaby opera em Pequim, Tianjin, Xangai, Shenyang, Nanquim, Wuhan, Dalian, Hangzhou, além de algumas outras cidades de grande e médio portes. O "Desempenho não garante competitividade. A chave é o cliente, um bom atendimento ao cliente, uma boa relação com o cliente e, o que é fundamental, uma relação de confiança." crescimento da empresa deve continuar a acompanhar o rápido desenvolvimento da China, sobretudo porque ela tem planos de introduzir no sistema coordenadores de logística externos. Com uma receita combinada de 1,5 bilhão de RMB em vendas por catálogo e online em 2010 (dos quais, 960 milhões de RMB para produtos para mães e bebês e 540 milhões de RMB para outros produtos), os especialistas preveem que o novo site de comércio online da empresa dedicado à moda, Binggo.com, deverá ultrapassar a meta de 1 bilhão de RMB ainda este ano, enquanto as receitas das outras atividades deverão manter o mesmo nível do ano passado. Segundo os planos revelados pela empresa em 2010, a Redbaby deverá fazer de seu website a sua atividade principal, mantendo, ao mesmo tempo, o modelo comercial baseado nesta dupla frente: vendas por catálogo e vendas online. É para nós uma grande honra ingressarmos como membros da Comunidade das Global Growth Companies, declarou Xu Peixin. Num momento em que a demanda global continua a se expandir, esperamos que o nosso crescimento continue, juntamente com a contínua inovação de que demos mostras nestes últimos sete anos de liderança no mercado. Beijing Redbaby Info-Tech Xu Peixin diretor executivo Setor de atividade: Varejo e bens de consumo Localização: Pequim, República Popular da China www.redbaby.com.cn Global Growth Companies I Fórum Econômico Mundial I 9

Histórias de sucesso das Global Growth Companies Better Place Sonhos elétricos Talvez nenhuma outra empresa tenha raízes mais diretas com o Fórum Econômico Mundial do que a Better Place, fundada em Palo Alto, na Califórnia. O fundador e diretor executivo Shai Agassi declarou que o próprio nome da empresa teve como inspiração uma pergunta formulada por Klaus Schwab em Davos, em 2005: Como fazer do mundo um lugar melhor até 2020? Agassi tomou a declaração de Schwab não como uma hipótese, mas como um apelo à ação consciente. Afinal, na época e ainda hoje, veículos a gasolina contribuíam e continuam a contribuir fortemente para os altos níveis de emissão de carbono no mundo desenvolvido, com números que podem chegar a 50% em alguns países europeus. É por esta razão que Agassi, ex-executivo da SAP, elaborou um plano para criar uma solução integrada para o transporte elétrico. Qual é o audacioso objetivo da Better Place? Reduzir a dependência mundial do petróleo através de Com a Better Place, os consumidores podem ter a mesma sensação de liberdade ao dirigirem carros elétricos que têm atualmente quando utilizam seus carros a gasolina. um modelo e infra-estrutura baseados no mercado, que tenham o potencial de estimular a adoção generalizada de uma nova geração de veículos elétricos. Seis anos depois de Agassi ter pela primeira vez refletido sobre o desafio apresentado por Schwab, a Better Place está a caminho de se tornar o primeiro sistema de transporte particular sustentável e modulável desenvolvido para o mercado de massa, ou seja, que não se limita nem ao grupo restrito de pessoas que tendem a adotar rapidamente as novas tecnologias, nem aos ecológicos. Por que carros elétricos, e por que agora? As razões são tanto econômicas e tecnológicas quanto ambientais, além de estarem relacionadas com a saúde (com um grão de geopolítica nesta mistura), segundo John Proctor, diretor de comunicação global da Better Place, que acrescenta ainda que: Com a Better Place, os consumidores ganham em acessibilidade e em praticidade. Afinal, sem essas vantagens, os consumidores não optarão pelos carros elétricos na escala necessária para que um impacto significativo em termos de dependência do petróleo possa ser sentido. Com a Better Place, os consumidores podem ter a mesma sensação de liberdade ao dirigirem carros elétricos que têm atualmente quando utilizam seus carros a gasolina. O software 10 I Fórum Econômico Mundial I Global Growth Companies

inserido no painel dos carros permite que os motoristas tenham conhecimento do nível de bateria restante e, caso necessário, guia o motorista até uma estação de recarga e troca de bateria da região ou do país. Substituir uma bateria descarregada numa estação automatizada leva menos tempo do que encher o tanque de um carro num posto de gasolina. Pontos de recarga em casa e no local de trabalho permitem que os motoristas recarreguem as baterias com frequência e com muita simplicidade. Além disso, com os últimos avanços em baterias e os preços estáveis da eletricidade, comparativamente aos preços do petróleo, os custos por quilômetro de um carro sedan elétrico são significativamente inferiores aos custos equivalentes de um carro a gasolina, mesmo quando se inclui neste cálculo o custo amortizado da bateria. Mas não seriam apenas os consumidores os grandes beneficiados por uma adesão em massa aos veículos elétricos com baterias substituíveis. Os veículos elétricos oferecem aos governos a oportunidade de assegurarem independência energética e sustentabilidade ambiental. Com um movimento generalizado em prol da utilização do transporte elétrico, os fundos que seriam utilizados para a importação de petróleo permanecem dentro das fronteiras do país. Além disso, a adoção do transporte elétrico traz novas oportunidades de utilização dos excedentes de eletricidade que normalmente são desperdiçados em momentos de baixa demanda e cria novos mercados para a energia renovável de fonte eólica, solar, geotérmica e maremotriz. Além disso, os pontos de recarga e estações de troca de baterias, as tecnologias da rede elétrica e outras infra-estruturas criam novas vagas de emprego na construção, engenharia e gestão, vagas estas que dificilmente poderão ser transferidas para outros países. Substituir uma bateria descarregada numa estação automatizada leva menos tempo do que encher o tanque de um carro num posto de gasolina. modelo. No mês de abril passado, junto com autoridades de Guangzhou, a Better Place fez o anúncio do acordo estratégico assinado com a China Southern Power Grid Company, a oitava maior distribuidora de energia do mundo, cujo objetivo é promover os carros elétricos com baterias substituíveis na China. A nova aliança vai inaugurar uma estação de troca de baterias e um centro de educação conjunto em Guangzhou, até o fim de 2011. John Proctor assinala ainda que a Better Place criou um ecossistema que vai muito além da aliança com uma montadora como a Renault para alcançar a sua missão. A gama de alianças da empresa inclui proprietários de frotas de veículos em Israel, além das operadoras principais de postos de gasolina, a companhia ferroviária nacional da Dinamarca, empresas de geração de energia mundiais como a GE, clubes automotivos, o HSBC e outros provedores de fundos, bem como (no âmbito do maior acordo deste gênero já concluído) uma distribuidora de eletricidade na Austrália, que vai fornecer 100% da energia renovável à rede da empresa. Outras montadoras deverão também aderir ao modelo. Além disso, o que é ainda mais importante é que governos e setor público podem começar a definir uma direção sustentável e criar um exemplo para as futuras gerações. Até o fim de 2011, a Renault começará a colocar nas ruas os primeiros 100.000 veículos com baterias substituíveis, já encomendados por Israel e pela Dinamarca, e a Austrália receberá os seus em 2012. Agassi, diretor executivo da empresa, constitui a prova de que uma pessoa pode ajudar a tornar o mundo um lugar melhor e mais limpo. Como ele próprio disse: Algumas vezes, temos que ser lembrados de que precisamos nos impor objetivos ousados. Em 2008, Israel tornou-se o primeiro país e a Renault, a primeira montadora a aderirem ao modelo Better Place de construção de uma rede que possibilite a adoção em massa dos veículos elétricos e que oferece uma alternativa competitiva e limpa aos carros movidos a gasolina. A Dinamarca e a Austrália foram os próximos a adotar o Better Place Shai Agassi fundador e diretor executivo Setor de atividade: Automotivo Localização: Palo Alto, EUA www.betterplace.com Global Growth Companies I Fórum Econômico Mundial I 11

Histórias de sucesso das Global Growth Companies Celulosa Argentina Floresta adentro A edição de 2008 da Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, Argentina, não teve o patrono que se esperava. O universo literário até pode estar migrando paulatinamente para Kindles, Nooks e e-books, mas, diante do apoio dado pela patrocinadora corporativa Celulosa Argentina, os editores, autores, bibliotecários e livreiros que circulavam pela maior feira de livros do mundo hispanófono puderam perceber a importância do papel do papel. Essa máxima poderia ser tanto da Celulosa Argentina, situada em Martínez na província de Buenos Aires, como do seu Grupo Tapebicuá, seu acionista, um protagonista dos setores florestal e de energia renovável do país. A Celulosa Argentina é uma corporação regional integrada que alia um desenvolvimento florestal robusto e sustentável à produção, ao marketing e à distribuição de produtos de sucesso com um alto valor agregado. Os seus investimentos em recursos e energia na Argentina e no Uruguai incluem celulose, papel e produtos florestais, além da exploração de biodiesel, petróleo e gás. Como prova do seu compromisso para com os recursos renováveis, a empresa gere as suas florestas de acordo com as mais rigorosas diretrizes ambientais e normas internacionais, com uma cadeia de custódia que emprega matérias-primas provenientes de florestas certificadas segundo os padrões do Forest Stewardship Council. "Para nós, as árvores são uma cultura agrícola, da mesma forma que a soja ou o milho." Para nós, as árvores são uma cultura agrícola, da mesma forma que a soja ou o milho, afirma o presidente Douglas Albrecht, que lembra que a Argentina é um dos países mais eficientes do mundo em matéria de cultivo de alimentos e manejo de florestas. A dedicação da Celulosa Argentina à sustentabilidade transcende o seu modelo e a sua prática comerciais, revelandose inclusive no modo como Albrecht gerencia os seus quase 2.000 funcionários. Levamos muito a sério a nossa pegada de carbono, diz. A Celulosa Argentina também possui e opera serrarias e fábricas de papel e de compensados na Argentina, no Uruguai e no Chile; trata-se de locais especializados no cultivo e no processamento de madeira de eucalipto e pinho para confecção e distribuição de produtos de alta qualidade, como compensados, pisos, deques de madeira, vigas, molduras e pranchas com encaixe. A empresa também tem cerca de 21.000 hectares de floresta de pinho e eucalipto no Uruguai e na província de Corrientes, no noroeste da Argentina. A Celulosa produz anualmente cerca de 217.000 toneladas de pasta e 205.000 toneladas de papel, incluindo papel para escrita e impressão, papel para embalagens, papéis couché e offset, além de papel de seda (área em franco crescimento, em que a Celulosa pretende aumentar a sua presença), que são posteriormente distribuídos nos mercados locais e mundial. Além disso, a sua afiliada Patagonia Bioenergia é um dos maiores produtores mundiais independentes de soja para biodiesel. 12 I Fórum Econômico Mundial I Global Growth Companies

Tão impressionante quanto as propriedades da empresa é a sua duradoura responsabilidade corporativa. Segundo maior empregador da província argentina de Corrientes, a Celulosa Argentina doa regularmente madeira para a construção de moradias na zona rural. A empresa também atua em parceria com centros de saúde locais para a realização de campanhas de prevenção da dengue e outras doenças, além de fornecer os seus produtos para hospitais, escolas e corpos de bombeiros. A estratégia de crescimentos da Celulosa Argentina focase em negócios de valor agregado, incluindo produtos sanitários e de higiene, energia renovável e setores relacionados com alimentação. A empresa pretende continuar a ampliar o seu patrimônio florestal, diminuindo assim a sua dependência de terceiros no que se refere a matérias-primas, incluindo fibra de madeira e eucalipto. da qual a Celulosa Argentina é membro desde 2009, principalmente nesta época de instabilidade política e econômica. Ele reconhece principalmente o conhecimento que adquiriu e segue adquirindo da sede sul-americana. Contamos com um nicho pequeno mas importante na comunidade global, diz. Os nossos produtos de madeira, por exemplo, requerem cada vez mais insumos provenientes da Ásia, que dialoga diretamente com a América do Sul sem necessariamente passar pela América do Norte. Da perspectiva do crescimento global, acho imprescindível a interação entre comunidades que têm muito a intercambiar nessas questões. O presidente da empresa considera importante a sua adesão à Comunidade das Global Growth Companies, Celulosa Argentina Douglas Albrecht presidente Setor de atividade: Papel e celulose Localização: Buenos Aires, Argentina www.celulosaargentina.com.ar Global Growth Companies I Fórum Econômico Mundial I 13

Histórias de sucesso das Global Growth Companies du A campainha do sucesso Os Emirados Árabes Unidos (EAU) possuem um dos mais modernos e sofisticados setores de telecomunicações do mundo. Também é um setor que registra rápida expansão. Segundo o Relatório Global de Tecnologia da Informação, publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2009, os EAU são o país mais conectado entre as nações árabes, com um número crescente de assinaturas de banda larga, correspondendo a mais da metade das conexões Internet do país. Com 2.000 funcionários, uma base de assinantes de cerca de 4,5 milhões de clientes em todo o país e mais de 20% de crescimento em 2011, a du é a segunda maior operadora de celulares dos EAU, além de ser a operadora de telecomunicações escolhida pela grande maioria dos novos assinantes no mercado do Oriente Médio. Os consumidores podem adquirir produtos e serviços da empresa pela Internet ou na rede de varejo da du, que conta atualmente com cerca de 40 lojas e 3.000 revendedores autorizados, incluindo a sua loja principal, em Abu Dhabi. A du oferece, entre outros produtos e serviços, os seguintes: telefonia fixa e celular; conexão de banda larga; serviços de IPTV para particulares, domicílios, empresas e soluções de telecomunicações para empresas. Também trouxe para o mercado serviços como o sistema de faturamento Pay By the Second, Mobile TV e Mobile Payments; e o cartão de recarga Wow, que oferece aos assinantes a opção de Mais Crédito ou Mais Tempo. E mais ainda: a du oferece plataformas de tecnologia de mídia moduláveis e soluções de telecomunicações para empresas de radiodifusão, por intermédio do seu Teleporto (Samacon), que está entre os melhores do mundo, bem como instalações para salas de comando central (MCR). A empresa continua inovando e expandindo-se. Em 2009, a du e o gigantesco grupo britânico Vodafone assinaram uma parceria estratégica contratual de exclusividade para ajudar ambas as empresas a atenderem da melhor maneira às necessidades de seus clientes nos EAU. Isto permitiu que a du disponha, hoje, de acesso exclusivo a toda a linha de produtos, ferramentas e serviços Vodafone nos EAU, podendo tirar proveito da experiência da Vodafone em termos de gestão da cadeia de suprimentos, desenvolvimento de tecnologias, aquisição de clientes corporativos multinacionais e de uma melhor integração entre as redes através dos 67 países em que a Vodafone opera. Em contrapartida, os clientes da Vodafone contarão com extensa cobertura através dos EAU e da rede 3G de última geração da du. Em 2008, a empresa se aliou à Microsoft para organizar 14 I Fórum Econômico Mundial I Global Growth Companies

o concurso Let Your Dream Mobile Application Out para estudantes universitários, cujo objetivo era estimular a criatividade e a capacidade de inovação dos jovens no desenvolvimento de aplicativos inteligentes nas categorias rede social, estilo de vida e meio ambiente. Ao mesmo tempo em que cresce rapidamente, a du também se ilustra com a defesa do meio ambiente. Para a empresa, a sustentabilidade reside nas ações mais elementares, como a impressão em frente e verso para reduzir desperdícios, a implementação de uma estrutura ecológica de faturamento por Internet à escala do sistema, a distribuição de canecas para chá e café reutilizáveis aos seus funcionários, bem como a parceria com a Hewlett- Packard com vistas à criação do Planet Partners Program, que se dedica à redução dos resíduos tecnológicos nos EAU, com a reciclagem de cartuchos de impressora e de fotocopiadoras. E não fica por aí: nessa região quente e ensolarada do planeta, a du implementou o primeiro projeto de energia solar do país, na ilha de Sir Bu Nair, que Ao mesmo tempo em que cresce rapidamente, a du também se ilustra com a defesa do meio ambiente que se dedica à redução dos resíduos tecnológicos nos EAU. deverá fornecer cobertura para telefonia móvel a toda a ilha, sem utilização de energia fóssil o que significa zero emissão de carbono. Para melhorar ainda mais a sua relação com o meio ambiente, a empresa tem planos de construir novas usinas de energia em locais remotos. Vale mencionar ainda a iniciativa Green du, cujo objetivo é aprimorar a relação com o meio ambiente das suas estações emissoras-receptoras de base. A du assinou um contrato com uma grande empresa alemã para a implementação de um sistema de energia híbrido em suas estações emissoras-receptoras de base. Os novos sistemas estarão em pleno funcionamento em cerca de 100 estações até o fim de 2011, reduzindo desta forma o consumo de combustíveis pela empresa em mais de 50%. A du não é apenas uma empresa de telecomunicações: é um líder no setor, tanto em comunicações locais como de longa distância. Osman Sultan diretor executivo du Setor de atividade: Telecomunicações Localização: Dubai, Emirados Árabes Unidos www.du.ae Global Growth Companies I Fórum Econômico Mundial I 15

Histórias de sucesso das Global Growth Companies IDEO Design para a vida Um dos mais fascinantes desafios de ser membro da Comunidade das Global Growth Companies, de acordo com o diretor executivo da IDEO, Tim Brown, é o reconhecimento de que, apesar de não sermos fortes no nosso próprio país, estamos o tempo todo aprendendo em mercados novos e diferentes. Além disso, percebemos que a era em que as empresas viviam voltadas para as questões internas e controlavam as suas marcas e serviços já é página virada. O primeiro mouse da Apple, o dispositivo móvel Palm V, o tubo de dentifrício da Crest que para em pé e não precisa ser apertado, a conta Keep the Change do Bank of America, o novo design da classe econômica da Air New Zealand, sem contar a LifePort Kidney Transporter, para transporte e preservação de rins doados Sem essas inovações da IDEO, empresa de consultoria e design, talvez o mundo ainda estivesse apertando botões tortos aleatoriamente ou carregando na mochila um pesado calendário digital. Fundada em 1991, com sede em Palo Alto, Califórnia, a IDEO é pioneira no setor e sua abordagem de design centrado no ser humano oferece inovações sustentáveis às organizações, empresas, governos, serviços de saúde e também para a área social. Quer esteja trabalhando em novos produtos do setor médico ou com gigantes da área da saúde como a Mayo Clinic ou a Kaiser Permanente, ou ainda com órgãos do governo de Cingapura ou dos EUA, a empresa acredita que o poder do design e do design thinking, que combina possibilidades técnicas com uma estratégia de negócios sadia voltada para o ser humano pode ajudar na criação de novos produtos, na modelagem do comportamento humano, na solução de problemas e na criação de soluções sustentáveis duradouras. A missão da IDEO, segundo Brown, baseia-se em três pilares: entender o que os consumidores realmente necessitam; transformar as suas necessidades num produto ou numa experiência que cative o consumidor ou a empresa; e, por fim, aprender a criar e dimensionar o produto ou a experiência. 16 I Fórum Econômico Mundial I Global Growth Companies