Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda, 2004, 1.ª edição. Manual subsidiado pelo Fundo Social Europeu e pelo Estado Português



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Transcrição:

Ficha Técnica Título: Fiscalidade Autor: Paulo Correia Editor: Companhia Própria Formação e Consultoria, Lda. Edifício World Trade Center, Avenida do Brasil, n.º 1-2.º, 1749 008 LISBOA Tel: 217 923 811; Fax: 217 923 812/ 3701 www.companhiapropria.pt info@companhiapropria.pt rdidacticos@companhiapropria.pt Entidades Promotoras e Apoios: Coordenador: Equipa Técnica: Revisão, Projecto Gráfico, Design e Paginação: Companhia Própria Formação e Consultoria Lda e Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu. Ministério da Segurança Social e do Trabalho. Ana Pinheiro e Luís Ferreira SBI Consulting Consultoria de Gestão, SA Avenida 5 de Outubro, n.º 10 8.º andar, 1050 056, LISBOA Tel: 213 505 128; Fax: 213 143 492 www.sbi-consulting.com geral@ sbi-consulting.com e-ventos CDACE Pólo Tecnológico de Lisboa, Lote 1 Edifício CID Estradado Paço do Lumiar, 1600 546 LISBOA Tel: 217 101 141; Fax: 217 101 103 info@e-ventos.pt Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda, 2004, 1.ª edição GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Manual subsidiado pelo Fundo Social Europeu e pelo Estado Português Todas as marcas ou nomes de empresa referidos neste manual servem única e exclusivamente propósitos pedagógicos e nunca devem ser considerados infracção à propriedade intelectual de qualquer dos proprietários.

Índice ÍNDICE 2 ENQUADRAMENTO 6 1 O SISTEMA FISCAL PORTUGUÊS 11 OBJECTIVOS 11 1.1 A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA FISCAL 11 1.2 PRINCÍPIOS E CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FISCALIDADE 13 1.2.1 CONCEITO DE IMPOSTO 13 1.2.2 MOMENTOS DA OBRIGAÇÃO DO IMPOSTO 15 1.2.3 ISENÇÕES, PENALIDADES E FISCALIZAÇÃO 16 1.2.4 PRÍNCIPIOS DA TRIBUTAÇÃO 16 1.2.5 ENTIDADES PARTICIPANTES 17 1.3 TIPOLOGIA DE IMPOSTOS 17 1.3.1 IMPOSTOS ESTADUAIS E NÃO ESTADUAIS 18 1.3.2 IMPOSTOS DIRECTOS E INDIRECTOS 18 1.3.3 IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO, SOBRE O PATRIMÓNIO E SOBRE A DESPESA 18 1.3.4 IMPOSTOS REAIS E IMPOSTOS PESSOAIS 19 1.3.5 IMPOSTOS PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E REGRESSIVOS 19 1.3.6 IMPOSTOS PERIÓDICOS E DE OBRIGAÇÃO ÚNICA 20 1.3.7 IMPOSTOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS 20 1.4 FIGURAS AFINS DOS IMPOSTOS 20 2 IRS 22 2.1 OS SUJEITOS PASSIVOS DE IRS 23 2.2 OS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS EM IRS 25 2.2.1 CATEGORIA A - RENDIMENTOS DO TRABALHO DEPENDENTE 26 2.2.1.1 EXCLUSÕES TRIBUTÁRIAS 27 2.2.1.2 BENEFÍCIOS FISCAIS 28 2.2.1.3 DEDUÇÕES ESPECIFICAS 30 2.2.1.4 RETENÇÕES NA FONTE 31 2.2.1.5 TAXAS 32 2.2.1.6 PAGAMENTO 33 2.2.1.7 REEMBOLSO 33 2.2.1.8 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 33 2.2.2 CATEGORIA B RENDIMENTOS EMPRESARIAIS E PROFISSIONAIS 34 2.2.2.1 BASE DO IMPOSTO 34 2.2.2.2 EXCLUSÕES TRIBUTÁRIAS 35 2.2.2.3 BENEFICIOS FISCAIS 36 2.2.2.4 RETENÇÕES NA FONTE 38 2.2.2.5 DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO LÍQUIDO REGIMES 39 2.2.2.6 ENCARGOS NÃO DEDUTIVEIS PARA EFEITOS FISCAIS 42 2.2.2.7 TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA SOBRE DESPESAS 43 2.2.2.8 MÉTODOS INDIRECTOS 44 Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 2

2.2.2.9 ACTOS ISOLADOS 44 2.2.2.10 TAXAS 44 2.2.2.11 PAGAMENTO 44 2.2.2.12 REEMBOLSO 45 2.2.2.13 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 45 2.2.3 CATEGORIA E - RENDIMENTOS DE CAPITAIS 45 2.2.3.1 BASE DO IMPOSTO 45 2.2.3.2 EXCLUSÕES TRIBUTÁRIAS 46 2.2.3.3 DEDUÇÕES ESPECÍFICAS 46 2.2.3.4 RETENÇÃO NA FONTE 46 2.2.3.5 OPÇÃO PELO ENGLOBAMENTO 47 2.2.4 CATEGORIA F - RENDIMENTOS PREDIAIS 48 2.2.4.1 BASE DO IMPOSTO 48 2.2.4.2 DEDUÇÕES ESPECIFICAS 48 2.2.4.3 DEDUÇÕES DE PERDAS 49 2.2.4.4 RETENÇÃO NA FONTE 49 2.2.4.5 TAXA 49 2.2.4.6 PAGAMENTO 49 2.2.5 CATEGORIA G - INCREMENTOS PATRIMONIAIS 49 2.2.5.1 BASE DO IMPOSTO 49 2.2.5.2 TAXA 50 2.2.6 CATEGORIA H - PENSÕES 51 2.2.6.1 BASE DO IMPOSTO 51 2.2.6.2 BENEFÍCIO FISCAL 51 2.2.6.3 DEDUÇÕES ESPECÍFICAS 51 2.2.6.4 RETENÇÃO NA FONTE 52 2.2.6.5 TAXA 52 2.3 A DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL 53 2.3.1 O ENGLOBAMENTO DE RENDIMENTOS 53 2.3.2 ABATIMENTOS 53 2.3.3 MATÉRIA COLECTÁVEL 54 2.4 TAXAS DE IMPOSTO 55 2.4.1 QUOCIENTE CONJUGAL 55 2.4.2 TAXAS GERAIS 55 2.4.3 TAXAS LIBERATÓRIAS 56 2.4.4 TAXAS ESPECIAIS 57 2.4.5 TAXAS DE TRIBUTAÇÃO AUTONOMA 58 2.5 A LIQUIDAÇÃO E O PAGAMENTO DO IRS 58 2.5.1 DEDUÇÕES À COLECTA 58 2.5.2 RETENÇÕES NA FONTE 62 2.5.3 PAGAMENTO 63 2.5.4 REEMBOLSOS 63 3 IRC 65 3.1 A INCIDÊNCIA DE IRC 66 3.2 ISENÇÕES 68 3.3 DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL 69 3.3.1 DEDUÇÕES À MATÉRIA COLECTÁVEL 74 3.3.2 ENCARGOS NÃO DEDUTÍVEIS 76 3.3.3 REGIME DAS AMORTIZAÇÕES E INTEGRAÇÕES 77 3.3.4 PROVISÕES 78 3.3.5 BENEFÍCIOS FISCAIS PARA PESSOAS COLECTIVAS 80 3.3.6 CORRECÇÕES PARA EFEITOS DE DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL 85 Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 3

3.5.7 DUPLA TRIBUTAÇÃO ECONÓMICA 87 3.3.8 ELIMINAÇÃO SA DUPLA TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL 88 3.4 RETENÇÕES NA FONTE 89 3.5 TAXAS 91 3.6 LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO 93 3.7 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 96 4 IVA 98 4.1 INCIDÊNCIA 100 4.2 LOCALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES 104 4.3 ISENÇÕES 111 4.4 VALOR TRIBUTÁVEL 122 4.5 DEDUÇÕES 124 4.6 TAXAS 127 4.7 APURAMENTO DO IMPOSTO 128 4.8 REGIMES ESPECIAIS 132 4.8.1 REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO 132 4.8.2 REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS 132 4.9 RITI - REGIME DO IVA NAS TRANSACÇÕES INTRACOMUNITÁRIAS 133 4.9.1 INCIDÊNCIA 133 4.9.2 LOCALIZAÇÃO DAS AQUISIÇÕES INTRACOMUNITÁRIAS 136 4.9.3 ISENÇÕES 138 4.9.4 TAXAS 140 5 OUTROS IMPOSTOS 142 5.1 A REFORMA DA TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÓNIO 142 5.2 CONTRIBUIÇÃO AUTARQUICA 144 5.2.1 BASE DO IMPOSTO 144 5.2.2 ISENÇÕES 145 5.2.3 TAXAS 147 5.2.4 PAGAMENTO 148 5.2.5 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 148 5.2.6 A REFORMA DA TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÓNIO EM 2003 148 5.2.7 IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS 148 5.3 IMPOSTO MUNICIPAL DE SISA 150 5.3.1 BASE DE IMPOSTO 150 5.3.2 SUJEITO PASSIVO 151 5.3.3 ISENÇÕES 151 5.3.4 TAXAS 153 5.3.5 A REFORMA DE TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÓNIO EM 2003 153 5.3. 6 IMI IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE TRANSMISSÕES 153 5.4 IMPOSTO SOBRE SUCESSÕES E DOAÇÕES 156 5.4.1 BASE DE IMPOSTO 156 5.4.2 ISENÇÕES 158 5.4.3 LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO 159 5.4.4 TAXAS 160 5.4.5 REFORMA DE TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÓNIO EM 2003 161 5.5 IMPOSTO DE SELO 161 Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 4

6 EXERCÍCIOS 165 7 CONTACTOS 165 8 BIBLIOGRAFIA 170 Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 5

Enquadramento INTRODUÇÃO A fiscalidade é a base da soberania das nações, na medida em que, privados de recursos financeiros, as autoridades não poderiam executar as suas políticas. É também um instrumento de regulação económica capaz de influenciar o consumo, de incentivar a poupança ou de orientar a forma de organização das empresas A globalização dos mercados e as crescentes relações comerciais entre os países exigem um constante acompanhamento a nível de legislação fiscal e a UE não é alheia a isto. A fiscalidade directa é da exclusiva competência dos governos - trata-se das receitas geradas através da tributação dos rendimentos das pessoas singulares e dos lucros das empresas. Em contrapartida, a política fiscal da UE centra-se nos impostos indirectos, tais como o imposto sobre o valor acrescentado e os impostos especiais de consumo que podem afectar o mercado único. Além disso, assegura que as disposições fiscais não impedem a liberdade de circulação dos capitais na UE e que esta não cria oportunidades de evasão fiscal. A política da UE visa igualmente as disposições fiscais susceptíveis de dificultar o exercício do direito que assiste aos cidadãos da UE de trabalhar em qualquer Estado- Membro O presente manual visa dar a conhecer os vários aspectos da fiscalidade empresarial, nomeadamente no que respeita aos tratamentos administrativos e contabilísticos, proporcionando respostas concretas a questões com que as empresas se defrontam, actualização em relação às últimas alterações da legislação fiscal e preenchimento das declarações para efeitos fiscais. Com os conhecimentos adquiridos nesta formação, os participantes estão habilitados a exercer deste curso obter saídas profissionais a desempenhar funções em empresas especializadas, na Administração Fiscal ou por conta própria, como Assistente Fiscal, Perito Fiscal, Auditor Fiscal, Consultor Fiscal, ou em departamento relacionados com estes mercados. As competências adicionadas com este manual complementam igualmente a formação profissional em gestão, contabilidade e recursos humanos. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 6

ÁREA PROFISSIONAL Este manual enquadra-se na área profissional de Fiscalidade, ao analisar todo o sistema fiscal português e todos os impostos que este implica, através do estudo dos códigos de lei respectivos e da realização de diversos exemplos práticos, inerentes ao melhor desempenho do profissional moderno nesta área. Para além de todos os profissionais na área fiscal, e contabilística, tanto os gestores de empresas como os recém licenciados em Direito, Gestão, Finanças, Economia, Auditoria e Contabilidade que desejam iniciar a profissão de Fiscalista, podem obter deste manual ou de uma acção de formação decorrente uma melhor compreensão do mercado envolvente. CURSO / SAÍDA PROFISSIONAL Todos os participantes poderão reunir competências no âmbito desta área e obter saídas profissionais a desempenhar funções em empresas especializadas, na Administração Fiscal ou por conta própria, como Assistente Fiscal, Perito Fiscal, Auditor Fiscal, Consultor Fiscal, ou em departamento relacionados com estes mercados. As competências adicionadas com este manual complementam igualmente a formação profissional em gestão, contabilidade e recursos humanos. PRÉ-REQUISITOS Para frequentar uma acção auxiliada por este manual, deve ser colocado como pré-requisito alguma familiaridade com browsers, preferencialmente com o Internet Explorer, o 12º ano de escolaridade e o acesso aos códigos do IRS, IRC e IVA. COMPONENTE DE FORMAÇÃO Através deste manual poderão ser leccionado cursos como: Impostos sobre o Consumo (IVA) Impostos sobre Rendimentos de Singulares (IRS) Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 7

Impostos sobre Rendimentos de Colectivos (IRC) Infracções Fiscais A Formação a decorrer, tendo este manual como auxiliar, pretende criar competências ao nível da compreensão do ciclo económico fiscal, do apuramento do imposto a pagar, do preenchimento das declarações de imposto oficiais, para sociedades e individuais UNIDADES DE FORMAÇÃO O Sistema Fiscal Português IRS - Imposto sobre o Rendimento de Singulares IRC - Imposto sobre o Rendimento de Colectivos IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado Outros Impostos OBJECTIVOS GLOBAIS No final da formação, o formando deve estar apto a: Obter conhecimentos práticos e actualizados sobre a tributação do rendimento (IRS e IRC) e da despesa (IVA), conhecendo as obrigações declarativas fiscais, obrigações de pagamento e calendário fiscal, mensal e anual das empresas. Apurar o Imposto a Pagar/Receber em sede de IRS, IRC e IVA. Preencher os principais documentos fiscais das empresas, nomeadamente o modelo trimestral ou mensal do IVA e o modelo 22 do IRC, respectivas declaração anual e anexos. Conhecer e aplicar os meios legais de Economia Fiscal (Benefícios e Incentivos Fiscais). Utilizar os meios informáticos de apoio à fiscalidade Analisar os dados contabilísticos. Compreender a interligação entre os diferentes elementos: fiscalidade, contabilidade e auditoria fiscal. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 8

CONTEÚDOS TEMÁTICOS O Sistema Fiscal Português A Organização do Sistema Fiscal Princípios e Conceitos Básicos sobre Fiscalidade Tipologia dos Impostos Figuras Afins dos Impostos IRS Impostos sobre o Rendimento de Singulares Os Sujeitos Passivos de IRS Os Rendimentos Tributáveis em IRS A Determinação da Matéria Colectável Taxas de Imposto A Liquidação e o Pagamento de IRS IRC Imposto sobre o Rendimento de Colectivos Incidência do IRC Determinação da Matéria Colectável Liquidação e Pagamento Obrigações Acessórias Regimes Especiais IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado Incidência Regras de territorialidade Isenções Apuramento do Imposto Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 9

RITI Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias Outros Impostos Contribuição Autárquica Imposto Municipal de SISA Imposto sobre Sucessões e Doações Imposto de Selo DURAÇÃO DA FORMAÇÃO 1ª Sessão: O Sistema Fiscal Português (5h) 2ª Sessão: IRS - Imposto sobre o Rendimento de Singulares (10h) 3ª Sessão: IRC - Imposto sobre o Rendimento de Colectivos (10h) 4ª Sessão: IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado (10h) 5ª Sessão: Outros Impostos (5h) Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 10

1 O Sistema Fiscal Português OBJECTIVOS No final deste capítulo, o formando deve estar apto a compreender: A organização do sistema fiscal e o modo de funcionamento do mesmo; O conceito de imposto; Momentos de obrigação do imposto; Tipos de impostos. 1. O SISTEMA FISCAL PORTUGUÊS 1.1 A Organização do sistema fiscal O sistema fiscal português tem a sua base, desde logo, na Constituição da República que define os princípios orientadores, nomeadamente no que se refere ao tipo de impostos e os direitos e garantias dos contribuintes. No artigo 103.º estabelece-se que os impostos são criados por lei, logo competência da Assembleia da República, que determina entre outras, a incidência e a taxa. O artigo 104.º estabelece princípios gerais sobre o modo como são distribuídos os encargos tributários entre as várias categorias de contribuintes: pessoas colectivas e pessoas singulares. O legislador distingue entre imposto sobre o rendimento pessoal, imposto sobre o consumo e impostos sobre o património. Para além de outros impostos sobre factos ou bens específicos. Nas contribuições especiais, destaca-se a Contribuição Autárquica que depende do valor patrimonial do prédio rústico ou urbano e o seu pagamento corresponde à contrapartida Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 11

dos benefícios que os proprietários recebem com obras e serviços que a comunidade proporciona. São exemplos de impostos sobre factos ou bens específicos, os impostos especiais de consumo (álcool ou tabaco) e os impostos ecológicos (imposto sobre produtos petrolíferos). A partir de 1989, a tributação do rendimento passou a efectuar-se através de dois novos impostos, o IRS e IRC. O IRS tem por objectivo a tributação global e personalizada do rendimento, através da adopção de um conceito amplo de rendimento (rendimento acréscimo patrimonial) e de relevância de um conjunto importante de encargos e deduções de tipo pessoal e familiar. O IRC, corresponde às exigências da tributação empresarial, baseada no lucro real e na eliminação de dupla tributação económica dos lucros distribuídos. A tributação do património faz-se através do imposto sobre as sucessões e doações e de dois impostos afectos às autarquias locais: a Sisa e a Contribuição Autárquica. O primeiro recaindo sobre as transmissões de imóveis a título oneroso, e o segundo sobre o valor patrimonial dos prédios, quer rústicos, quer urbanos. Nos impostos sobre a despesa, incluem-se o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e vários impostos específicos incidindo sobre o consumo de certos bens, sendo os mais importantes, o imposto de consumo sobre o tabaco, o imposto sobre o consumo de bebidas alcoólicas, o imposto sobre os produtos petrolíferos e o imposto automóvel. Saliente-se também o imposto de selo e estampilhas fiscais e o imposto de circulação sobre veículos pesados de mercadorias. No âmbito da parafiscalidade, o financiamento do sistema público de protecção social é assegurado fundamentalmente por contribuições específicas para a Segurança Social, a cargo dos titulares de rendimentos do trabalho e das respectivas entidades patronais. Na figura abaixo pode-se constatar resumidamente o funcionamento da sociedade e seus grupos de intervenientes, no que diz respeito ás trocas de trabalho, bens e serviços e capitais entre os quais se incluem os impostos. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 12

1.2 Princípios e conceitos básicos sobre fiscalidade 1.2.1 Conceito de Imposto O imposto é uma prestação patrimonial, definitiva (não há direito a restituição, distingue-se dos empréstimos), unilateral (não existem contrapartidas a receber pelo pagamento do imposto, distinguem-se das taxas), estabelecida pela lei (os impostos só podem ser criados através de lei, sendo a sua tributação também legislada), a favor de entidades que exerçam funções públicas (apenas em determinados casos podem ser cobrados por outras instituições), para satisfação de fins públicos (distingue-se imposto de multas e penalidades), que não constitui sanção de um acto ilícito, nem depende de qualquer vínculo anterior. a) Prestação Patrimonial Pretende-se com esta expressão significar que o imposto poderá não ser uma prestação pecuniária, sendo, no entanto, sempre avaliável em dinheiro. São exemplos disto o imposto sucessório através da dação de bens da herança, ou o pagamento de impostos com títulos Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 13

de nacionalizações e expropriações. O imposto é o financiamento que o sector público extrai do sector privado sob a forma coerciva, como meio de contribuir para o financiamento geral da actividade pública. As características do imposto são a coercividade, isto é, o sector público determina unilateralmente a quantidade a pagar e os agentes privados são obrigados a pagar em grande quantidade sem contrapartida directa. b) Definitiva Não tem o prestador do imposto direito a restituição ou reembolso do imposto devido. Por isso, se distingue o imposto, do empréstimo público, onde existe sempre reembolso. O imposto anulado, ou pago em excesso não prejudica esta característica, pois é um imposto indevido. c) Unilateral A natureza unilateral ou não sinalagmática do imposto reside na inexistência de uma contrapartida individualizada por parte do credor do imposto (Estado) para com o devedor (contribuinte). Afasta-se pois, o imposto, da taxa (onde existe uma contrapartida individualizada) e do empréstimo público (a contraprestação assume a forma de juro). d) Estabelecida pela lei A obrigação tributária decorre da verificação de um facto (conjugação de pressupostos tributários) a que a lei e só ela, liga como consequência a sujeição a imposto. Face a esta característica, se distingue o imposto das prestações «ex voluntatis», delineadas de acordo com a vontade das partes. e) A favor de entidades que exercem funções públicas Já no âmbito do elemento subjectivo do imposto, esta característica é uma consequência directa do facto de o imposto ser inerente à actividade financeira: uma actividade de natureza pública. f) Para satisfação de bens públicos Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 14

No elemento teleológico do imposto compreendem-se, não apenas os tradicionais fins financeiros do imposto (financiamento das despesas públicas), mas também as suas finalidades extra-fiscais, como a repartição da riqueza ou o controlo da inflação g) Não constitui sanção de acto ilícito Já referimos que o imposto não resulta de qualquer prévio vínculo de natureza contratual. Também, contrariamente ao que ocorre com as prestações pecuniárias resultantes da aplicação de multas e coimas, o imposto não representa uma reacção da ordem jurídica à prática de um acto ilícito. A inexistência de contrapartida significa que quem mais paga o IRS não tem prioridade na utilização das estradas, das escolas, dos hospitais, dos tribunais, etc. Não tem mais direitos do que quem não paga. O imposto é uma transferência coerciva e unilateral dos particulares para o Estado. Os impostos sem contrapartida designam-se por impostos gerais. Os impostos com contrapartida designam-se por taxas. Os impostos não constituem a única forma de o Estado obter receitas. O Estado pode obter receitas para além dos impostos, de taxas e preços públicos, dividendos de empresas públicas, alugueres de propriedades públicas, receitas de privatizações, etc. 1.2.2 Momentos da obrigação do imposto 1º Incidência O primeiro momento é o do preenchimento dos pressupostos necessários à geração do facto tributário. Tais pressupostos encontram-se tipificados nas normas de incidência e dividem-se em pressupostos de natureza real e natureza pessoal. Natureza real qual a realidade sujeita a imposto, Natureza pessoal delimitam quem está sujeito a imposto. 2º Lançamento Pode definir-se como o conjunto de operações de natureza administrativa que visam a identificação do sujeito passivo e a determinação da matéria colectável. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 15

3º Liquidação A liquidação é uma operação aritmética de aplicação da taxa à matéria colectável, a fim de se apurar a colecta do imposto. 4º Cobrança É o momento terminal do imposto, onde se compreendem as operações necessárias à sua arrecadação por parte do credor tributário. 5º Obrigações Acessórias Obrigações a ter pelo sujeito passivo para além do próprio imposto 1.2.3 Isenções, Penalidades e fiscalização Existem por outro lado grupos de normas tributárias que embora não regulando momentos de vida do imposto, assumem importância. Contam-se as normas que concedem isenções a situações, rendimentos ou pessoas que se situam no âmbito da incidência, evitando assim a sua tributação. Por último faz-se uma referência às normas de fiscalização, onde se contêm normas anti-fraudes e se regula a actividade fiscalizadora da administração fiscal; e para as normas sancionatórias onde igualmente se assiste a uma tendência de concentração do direito penal fiscal. 1.2.4 Príncipios da Tributação Equidade Horizontal (Pessoas nas mesmas circunstâncias devem pagar o mesmo imposto); Vertical (pessoas com maior capacidade produtiva devem pagar mais impostos); Simplicidade impostos devem ser simples para que sejam fáceis de compreender e de cumprir pelo contribuinte e de administrar pelo Estado; Minimização da Perda de Impostos impostos devem reduzir os encargos associados à sua liquidação e cobração quer do ponto de vista do contribuinte, quer do ponto de vista da administração fiscal; Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 16

Princípio do Beneficio quem deve pagar mais é quem beneficia mais dos serviços públicos; Princípio da Capacidade Contributiva cada um deve pagar de acordo com a sua capacidade para pagar; 1.2.5 Entidades participantes Contribuinte é aquele que a lei visa que suporte os encargos de imposto. Sujeito Passivo são as pessoas a quem a lei impõe a função de entregar o imposto e de cumprir obrigações acessórias. Substituto aquele a quem a lei impõe o dever de pagar o imposto no lugar de contribuinte. Sucessor aquele que sucede, depois de nascida a obrigação do imposto, vem ocupar o lugar do sujeito passivo. Responsável aquele que a lei responsabiliza pelo pagamento do imposto depois de executados os bens do devedor originário. 1.3 Tipologia de impostos Os impostos classificam-se em três grandes grupos: Impostos directos, indirectos e cotizações sociais. Os impostos directos são os que recaem directamente sobre o rendimento. Os mais importantes deste tipo são o IRS (imposto sobre o rendimento de pessoas singulares) e o IRC (imposto sobre o rendimento de pessoas colectivas), e a taxa de depósitos bancários. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 17

Os impostos indirectos são os que recaem sobre a despesa. O mais importante é o IVA (imposto sobre o valor acrescentado), existindo também a contribuição autárquica, o imposto sucessório e a SISA. As cotizações sociais são impostos sobre os rendimentos do trabalho que constituem uma receita afecta a despesas de cobertura social (pensões). São variadas as classificações adoptadas no sentido de agrupar os diferentes impostos. 1.3.1 Impostos estaduais e não estaduais Esta classificação atende à natureza da entidade credora do imposto. Serão não estaduais os impostos em que o credor do imposto não é o Estado. Entre nós, as Regiões Autónomas e as Autarquias são titulares de um direito próprio a impostos. 1.3.2 Impostos directos e indirectos São directos os impostos que tributam manifestações directas ou imediatas de riqueza, têm como objectivo tributar a capacidade produtiva. São indirectos os impostos que tributam manifestações indirectas de riqueza, têm como objectivo tributar a capacidade produtiva mas de forma indirecta através da despesa ou consumo. Exemplificando, são directos os impostos IRS, IRC, o imposto sobre as sucessões e doações, a contribuição autárquica, o imposto sobre veículos. São indirectos, o IVA, os impostos especiais sobre o consumo e imposto de selo. 1.3.3 Impostos sobre o rendimento, sobre o património e sobre a despesa Impostos sobre o rendimento Tem vindo a evoluir e a alargar-se o conceito adoptado na técnica fiscal. Segundo a teoria do acréscimo patrimonial, rendimento é a diferença entre o patrimonial inicial e o final. Este conceito possui um conteúdo mais amplo, legitimando a tributação em imposto sobre o Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 18

rendimento, nomeadamente, as mais valia, dos ganhos de jogos e dos proveitos de actos isolados. São impostos sobre o rendimento o IRS e o IRC. Impostos sobre o património Definem-se como impostos sobre o património, os que incidem sobre a riqueza adquirida. Dentro destes podem distinguir-se entre os impostos de tributação dinâmica (o património é tributado aquando da sua transferência/transmissão, ex.: SISA; Imposto de sucessões e doações) e os impostos de tributação estática (estes existem independentemente da transmissão ou não do património, ex.: contribuição autárquica). São impostos sobre o património, a sisa, os impostos sobre sucessões e doações, a contribuição autárquica, o imposto sobre veículos. Impostos sobre o consumo ou despesa Caracterizam-se por tributar a riqueza despendida no momento da aquisição de bens ou serviços. Por exemplo, o IVA. Num imposto como o IVA, que incide sobre a generalidade dos bens a uma taxa uniforme, aumenta também uniformemente os preços dos produtos. Como o imposto incide sobre a generalidade dos bens, os consumidores não têm uma alternativa de despesa em bens não abrangidos pelo imposto. Assim, são os consumidores que suportam o essencial do imposto. 1.3.4 Impostos reais e impostos pessoais Designam-se por impostos reais, aqueles impostos em que a tributação em que a tributação se efectiva alheando-se das condições pessoais, económicas e familiares dos contribuintes. Os impostos pessoais caracterizam-se por fazer relevar as características pessoais dos contribuintes no momento da tributação. 1.3.5 Impostos proporcionais, progressivos e regressivos Impostos Proporcionais O imposto aumenta proporcionalmente à matéria colectável. A taxa é fixa. (IRC) Impostos Progressivos A taxa eleva-se à medida que aumenta a matéria colectável. (IRS). Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 19

Impostos Regressivos Caracterizam-se pela diminuição da taxa do imposto, à medida que aumenta a matéria colectável. 1.3.6 Impostos periódicos e de obrigação única Nos impostos periódicos, a obrigação de imposto ocorre tendencialmente com uma periodicidade regular. Ex.: IRS, IRC, C.A Nos impostos de obrigação única caracterizam-se pela não regularidade da obrigação de imposto. Ex.: a Sisa. 1.3.7 Impostos principais e acessórios São principais os impostos que gozam de autonomia face aos restantes. Impostos acessórios, não são autónomos e acrescem aos impostos principais, de que dependem. Aqui se compreendem os adicionais e as derramas. 1.4 Figuras afins dos impostos TAXAS São receitas públicas, estabelecidas por lei, mas contrariamente aos impostos, não têm um carácter unilateral, existe uma contrapartida para quem paga a taxa. Ex.: serviços prestados; direito de utilização de um determinado bem público (ex.: água); remoção de um limite jurídico à actividade (ex.: taxa de urbanização). CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS São considerados impostos, apesar de teoricamente haver uma contrapartida. Podem dividir-se em Contribuições de Melhoria (obras ou serviços públicos que vão beneficiar ou aumentar o valor do património do contribuinte) e Contribuições de Desgaste (pagamento que serve como contrapartida de um maior desgaste dos bens públicos provocado pela actividade de um contribuinte. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 20

CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURANÇA SOCIAL São um elemento Parafiscalidade, algo parecido com impostos. ACTIVIDADES DE GRUPO Em grupos de três pessoas, distribuam personagens de uma situação típica de debate A necessidade dos Impostos na sociedade actual o contribuinte, a inspector fiscal, a empresa, o prevaricador, a entidade Estado. Durante vinte minutos, defenda a sua perspectiva, evitando criticar todos os outros participantes. LINKS DE INTERESSE Para mais informações sobre fiscalidade, tente: www.dgci.min-financas.pt www.infocid.pt www.deco.pt www.lojadocidadao.pt www.europa.eu.int BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA Leitão, Luís Meneses, Estudos de Direito Fiscal, Almedina, Coimbra, 1999 Nabais, José Casalta, Direito Fiscal, Coimbra, Almedina, 2000 Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 21

2 IRS Imposto sobre o Rendimento de Pessoas singulares OBJECTIVOS No final deste capitulo, o formando deve estar apto a: Identificar os rendimentos tributáveis em IRS Identificar a categoria de tributação dos vários tipos de rendimentos Identificar os diversos benefícios fiscais que favorecem o contribuinte Identificar as deduções específicas das várias categorias Aplicar as taxas de imposto aos rendimentos Conhecer os momentos de pagamento e reembolso do IRS Determinar o rendimento Líquido 2. IRS - IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS SINGULARES O IRS é um imposto nacional, estadual, directo, pessoal, subjectivo, de quotidade e progressivo por escalões que tributa o valor anual dos rendimentos auferidos por pessoas singulares ou físicas. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 22

O IRS encontra-se subordinado a princípios gerais, como o da legalidade, da tipicidade, da igualdade, da protecção da família e da protecção da propriedade privada, Mas a sua natureza subordina-o, também, a outros princípios específicos, como o da capacidade contributiva, da totalidade, da universalidade, da territorialidade, da realização e do imediatismo. O IRS é um imposto sobre o rendimento. Na ausência de uma definição legal de rendimento tributável o Código prevê seis categorias de rendimentos, em regra autónomas entre si, mas que comportam, nalguns casos, elementos de preponderância e elementos de articulação. Existe uma categoria com natureza residual, na qual se encontram abrangidos incrementos patrimoniais não contemplados noutras categorias. Por último, o IRS é um imposto sobre o rendimento de pessoas singulares, sendo portanto um imposto subjectivo, estando conexos com a incidência subjectiva, aspectos como o da caracterização dos sujeitos passivos, a composição do agregado familiar e a residência em território português enquanto subjectivo de conexão territorial que legitima o poder de tributar o rendimento auferido numa base mundial. O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as necessidades e rendimentos do agregado familiar Art.º104.º,n.º1 da Constituição da República Portuguesa. 2.1 Os sujeitos passivos de IRS São sujeitos passivos de IRS as pessoas singulares (art.º13.º n.º1): Que residam em território português; As que nele não residindo aqui obtenham rendimentos. Deve, assim, distinguir-se entre pessoas singulares residentes em território português, as quais estão sujeitas a imposto sobre a universalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território (art.º 15.º nº1) e pessoas singulares não residentes em território português, as quais apenas são sujeitas a imposto sobre os rendimentos obtidos neste território (art.º 15.º n.º2). No primeiro caso, deve ainda distinguir-se entre as pessoas singulares residentes no território do continente (art.º 16.º), e as residentes na Região Autónoma da Madeira e na Região Autónoma dos Açores (art.º 17.º). Relativamente às pessoas singulares residentes, deve distinguir-se entre as pessoas sós e as pessoas que integram um agregado familiar. Existindo agregado familiar, o imposto é devido pelo conjunto dos rendimentos das Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 23

pessoas que o constituam, considerando-se como sujeitos passivos aquelas a quem incumbe a sua direcção (art.º 13.º n.º2) e que são, segundo a lei civil, os cônjuges que não sofram de qualquer inibição ou incapacidade de exercício. O agregado familiar é composto diversamente, embora sempre com base na família nuclear pais, filhos ou equiparados (art.º 13.º n.º3). Quem é considerado residente? Estão sujeitas a IRS todas as pessoas físicas residentes em território português, considerando-se como tais todas aquelas que, no ano civil a que respeitam os rendimentos (art.º 16.º): a) Hajam nele permanecido mais de 183 dias, seguidos ou interpolados; b) Tendo permanecido por menos tempo, aí disponham, em 31 de Dezembro desse ano, de habitação em condições que façam supor a intenção de a manter e ocupar como residência habitual; c) Em 31 de Dezembro, sejam tripulantes de navios ou aeronaves, desde que aqueles estejam ao serviço de entidades com residência, sede ou direcção efectiva nesse território; d) Desempenhem no estrangeiro funções ou comissões de carácter público, ao serviço do Estado Português. São sempre havidas como residentes em território português as pessoas que constituem o agregado familiar, desde que naquele resida qualquer das pessoas a quem incumbe a direcção do mesmo. São ainda havidas como residentes em território português as pessoas de nacionalidade portuguesa que deslocalizem a sua residência fiscal para país, território ou região, sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças, no ano em que se verifique aquela mudança e nos quatro anos subsequentes, salvo se o interessado provar que a mudança se deve a razões atendíveis, designadamente exercício naquele território de actividade temporária por conta de entidade patronal domiciliada em território português. Os residentes em território português são residentes numa Região Autónoma quando, de um modo geral, no ano a que respeitam os rendimentos, aí tenham permanecido por mais de 183 dias, sendo ainda Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 24

necessário que a sua residência habitual se situe na Região Autónoma e que aí estejam registados para efeitos fiscais. A situação pessoal e familiar relevante para efeitos de tributação é aquela que se verificar em 31 de Dezembro de cada ano art.º 13.º n.º7. As pessoas de sexo diferente vivendo em união de facto há mais de dois anos podem optar por ser tributadas em conjunto, como se de pessoas casadas e não separadas judicialmente de pessoas e bens se tratasse (art.º14), desde que, no ano da tributação conjunta, e nos dois anos anteriores, tenham tido o mesmo domicílio fiscal e ambos, assinem a declaração (art.º14.º n.º2). No caso de opção por tributação conjunta, a responsabilidade pelo imposto é solidária (art.º14.º n.º3). Os sujeitos passivos considerados não-residentes em território português são apenas tributados pelos rendimentos aqui obtidos, conforme nº2 do art.º 15.º. É o art.º18 que estabelece os elementos de conexão territorial que permitem identificar os rendimentos que se consideram obtidos em território português. 2.2 Os rendimentos tributáveis em IRS O IRS incide sobre o valor anual (ano civil) dos rendimentos das categorias seguintes: Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente Categoria B - Rendimentos Empresariais e Profissionais Categoria E - Rendimentos de Capitais Categoria F - Rendimentos Prediais Categoria G - Incrementos Patrimoniais Categoria H Pensões Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 25

ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DO IMPOSTO Rendimento Bruto de cada Categoria Deduções Específicas Rendimento Líquido de cada Categoria Dedução de Perdas Rendimento Global Líquido Abatimentos Rendimento Colectável Taxa Colecta Deduções à Colecta Imposto a Pagar/ a Receber 2.2.1 Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente A categoria A (art.º 2.º) integra os rendimentos derivados, directa ou indirectamente, da prestação de trabalho dependente ou por conta de outrem, bem como aqueles que a lei qualifique como tais. Dentro destes incluem-se as remunerações acessórias, nelas se compreendendo todos os direitos, benefícios ou regalias não incluídos na remuneração principal que sejam auferidos devido à prestação do trabalho ou em conexão com esta e constituam para o beneficiário uma vantagem económica (art.º2 n.º3 b). Consideram-se rendimentos de trabalho dependente: Remunerações Subsídios ou Prémios Outros ordenados salários vencimentos de residência de refeição (em parte) de férias gratificações percentagens comissões Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 26

pré-reforma pré-aposentação abonos de reserva de Natal para estudo de doença (em parte) prémios participações senhas de presença participação em multas emolumentos abonos para falhas (em parte) ajudas de custo (em parte) benefícios e regalias 2.2.1.1 Exclusões tributárias Encontram-se excluídos da tributação por força de delimitação negativa de incidência (art.º12.º): a) As prestações efectuadas pelas entidades patronais para regimes obrigatórios de segurança social, ainda que de natureza privada, que visem assegurar exclusivamente benefícios em caso de reforma, invalidez ou sobrevivência; b) Os benefícios imputáveis à utilização e fruição de realizações de utilidade social e de lazer mantidas pela entidade patronal, desde que observados os critérios estabelecidos no art.º40.º do Código do IRC; c) As prestações relacionadas exclusivamente com acções de formação profissional dos trabalhadores quer estas sejam ministradas pela entidade patronal, quer por organismo de direito público ou entidade reconhecida como tendo competência nos domínios da formação e da reabilitação profissionais pelos ministérios competentes. d) As ajudas de custo e os abonos por deslocações em serviço da entidade patronal, na parte em que não excedam os fixados para os servidores do Estado e cuja atribuição obedeça aos pressupostos a que se encontra subordinada a sua atribuição aos funcionários públicos. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 27

e) Os rendimentos auferidos após a extinção do contrato individual de trabalho, sempre que o titular seja colocado numa situação equivalente à de reforma segundo o regime de segurança social que lhe seja aplicável, não obstante tais prestações estarem sujeitas a tributação no âmbito da categoria H; f) Os prémios atribuídos aos praticantes de alta competição, bem como aos respectivos treinadores, por classificações relevantes obtidas em provas desportivas de elevado prestígio e nível competitivo, como tal reconhecidas pelo Ministro das Finanças e pelo membro do Governo que tutela o desporto, nomeadamente jogos olímpicos, campeonatos do mundo ou campeonatos da Europa, nos termos do Decreto-Lei n.º 125/95, de 31 de Maio, e da Portaria n.º 953/95, de 4 de Agosto. 2.2.1.2 Benefícios fiscais Os rendimentos do trabalho dependente podem usufruir dos seguintes benefícios fiscais: a) Os rendimentos de trabalho dependente auferidos por titulares deficientes beneficiam de uma isenção de 50%, com o limite de 13774,86 em 2003 (art.º16.º n.º1 do EBF). Os limites são elevados em 15% se o titular dos rendimentos tiver uma deficiência que lhe confira um grau de invalidez permanente superior a 80%. Trata-se de uma isenção parcial com natureza de integral, porque o montante isento não é considerado para efeitos de determinação das taxas a aplicar aos restantes rendimentos; b) Beneficiam de isenção total, com natureza de isenção com progressividade, porque o seu montante é considerado para efeitos de determinação das taxas a aplicar aos restantes rendimentos, os rendimentos de trabalho dependente auferidos pelo pessoal ao serviço (e nessa qualidade) das missões diplomáticas e consulares, ou ao serviço de organizações estrangeiras ou internacionais, desde que exista reciprocidade (art.º35.º do EBF); c) Beneficiam, ou podem beneficiar, de isenção total, com natureza de isenção com progressividade, os militares e elementos das forças de segurança quanto ás remunerações auferidas no desempenho de funções integradas em missões de carácter militar, efectuadas no estrangeiro, com objectivos humanitários ou destinadas ao estabelecimento, consolidação ou manutenção da paz ao serviço das Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 28

Nações Unidas ou de outras organizações internacionais, independentemente da entidade que suporta as respectivas importâncias (art.º36.º do EBF); d) Beneficiam, ou podem beneficiar, de isenção total, com natureza de isenção com progressividade os rendimentos auferidos no âmbito de acordos de cooperação ou no âmbito de deslocação para estrangeiro em serviço de entidades portuguesas no âmbito de acordos celebrados e relativamente aos quais sejam demonstradas as vantagens par o interesse nacional, bem como as remunerações auferidas por militares e elementos das forças de segurança deslocados no estrangeiro ao abrigo de acordos de cooperação técnico militar celebrados pelo Estado Português e ao serviço deste, desde que reconhecido o interesse nacional (art,º37.º do EBF); e) Beneficiam de isenção total com natureza de isenção com progressividade de os rendimentos dos tripulantes dos navios registados no Registo Internacional de Navios (MAR), criado e regulamentado no âmbito da Zona Franca da Madeira (art.º33.ºn.ºs 8 e 9 do EBF); f) Beneficiam de isenção total, com natureza de integral, as contribuições da entidade patronal para regimes complementares de segurança social que constituem direito adquiridos, se garantirem exclusivamente benefícios de reforma, complemento de reforma, invalidez ou sobrevivência e observarem cumulativamente as condições previstas nas alíneas a), b), d), e), f) do n.º4 do art.º40.º do Código do IRC, apenas na parte que não excedam os limites previstos nos n.º2 e 3 do mesmo artigo e sem prejuízo do disposto nos seus n.º5 e 6 (art.º 15.º n.º1 do EBF); g) Beneficiam de uma isenção parcial, com natureza de isenção com progressividade os recebimentos em capital, na parte em que correspondam a rendimentos qualificados como rendimentos do trabalho dependente, relativos a direitos derivados de prestações efectuadas pelas entidades patronais para regimes complementares de segurança social, mesmo se já tiver ocorrido a passagem à reforma, em montantes correspondentes a já tiver ocorrido a passagem à reforma, em montante correspondente a 1/3, com o limite de 11704,70 em 2003 (art.º15.º n.º3 do EBF); h) Beneficiam de isenção total, com natureza de integral os rendimentos dos eclesiásticos da Igreja Católica exclusivamente provenientes do exercício do múnus espiritual, nos termos previstos no art.º 8.º da Concordata celebrada entre o Estado Português e a Santa Sé. Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 29

2.2.1.3 Deduções Especificas Aos rendimentos brutos da categoria A deduzem-se, até à sua concorrência, e por cada titular que os tenha auferido, os seguintes montantes (art.º25.º a 27.º): a) 72% de doze vezes o salário mínimo nacional mais elevado; b) As indemnizações pagas pelo trabalhador à sua entidade patronal por rescisão unilateral do contrato individual de trabalho sem aviso prévio em resultado de sentença judicial ou de acordo judicialmente homologado ou, nos restantes casos, a indemnização de valor não superior à remuneração de base correspondente ao aviso prévio; c) As quotizações sindicais, na parte em que não constituam contrapartida de benefícios de saúde, educação, apoio à terceira idade, habitação, Seguros ou segurança social e desde que não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1% do rendimento bruto desta categoria, sendo acrescidas de 50%. Se, porém, as contribuições obrigatórias para regimes de protecção social e para subsistemas legais de saúde, excederem o limite fixado na alínea a) do número anterior, aquela dedução será pelo montante total dessas contribuições. A dedução prevista na alínea a) acima descrita, pode ser elevada até 75% de 12 vezes o salário mínimo nacional mais elevado, desde que a diferença resulte de: a) Quotizações para ordens profissionais suportadas pelo próprio sujeito passivo e indispensáveis ao exercício da respectiva actividade desenvolvida exclusivamente por conta de outrem; b) Importâncias comprovadamente pagas e não reembolsadas referentes a despesas de formação profissional, desde que a entidade formadora seja organismo de direito público ou entidade reconhecida como tendo competência nos domínios da formação e reabilitação profissionais pelos ministérios competentes. O limite previsto na alínea a) do n.º 1 é elevado em 50%, quando se trate de titular deficiente cujo grau de invalidez permanente, devidamente comprovado pela autoridade competente, seja igual ou superior a 60%. À dedução assim calculada acrescem, havendo-os, os prémios com seguros de doença, de acidentes pessoais e de seguros de vida que garantam pensões de reforma, de invalidez ou se sobrevivência, subscritos por Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 30

praticantes desportivos, por mineiros e por pescadores (profissões de desgaste rápido) (art.º27.º). COMUNICABILIDADE DAS PERDAS (ART.º55.º) Depois de efectuada a dedução específica poderá resultar um rendimento líquido negativo nesta categoria, que será somado algebricamente aos rendimentos líquidos das outras categorias. 2.2.1.4 retenções na fonte As entidades devedoras de rendimentos de trabalho dependente são obrigadas a reter o imposto no momento do seu pagamento ou colocação à disposição dos respectivos titulares, de acordo com as regras seguintes (art.ºs 98.º a 100.º e 119.º do CIRS e D.L. 42/91) A. Remuneração Mensal Fixa (art.º99.º do CIRS e D.L. 42/91 de 22/1) Tratando-se de trabalhadores com remunerações mensais fixas ou fixas e variáveis a retenção de IRS far-se-á de acordo com as tabelas de retenção que adiante se transcrevem. Para este efeito ás remunerações fixas adicionar-se-ão as variáveis auferidas em cada mês e ainda, sempre que o sujeito passivo o solicite, as gratificações não atribuídas pela entidade patronal, mediante a aplicação das taxas que lhe correspondem, constantes da respectiva tabela. Excluem-se desta regra os subsídios de Natal e de férias que são sempre objecto de retenção autónoma, não podendo, para o cálculo do imposto a reter, ser adicionados ás remunerações dos meses em que são pagos ou colocados à disposição. Porém não haverá retenção sobre as seguintes remunerações acessórias, sem prejuízo da obrigação da sua inclusão no registo das remunerações pagas e nas declarações a entregar ao titular dos rendimentos e à DGCI: Subsídios de residência; Empréstimos sem juros ou a taxa de juro inferior, concedidos pela entidade patronal; Ganhos derivados de planos de opções sobre valores mobiliários; Utilização de viatura da empresa; Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 31

Aquisição de viatura que originou encargos para a empresa por preço inferior, ao valor de mercado; Gratificações não atribuídas pela entidade patronal. Tabelas de retenção na fonte para o Continente (Despacho n.º2411/2003, de 2771703, da Ministra de Estado e das Finanças). B. Remunerações Variáveis (art.º100.º do CIRS) Se o trabalhador por conta de outrem auferir remunerações que compreendam exclusivamente montantes variáveis, o imposto a reter, no momento do seu pagamento determinar-se-á de harmonia com a tabela presente no art.º100.º do CIRS. NATUREZA DAS RETENÇÕES NA FONTE As retenções na fonte de IRS sobre rendimentos de trabalho dependente efectuadas a residentes em território português têm sempre a natureza de imposto por conta do devido no final (a apurar pelos serviços centrais da DGCI). Tratando-se de não residentes em território português a retenção de IRS efectuar-se-á à taxa liberatória de 25%, tendo carácter definitivo. EXERCÍCIO N.º 1 O casal Gomes paga à sua empregada doméstica um ordenado de 500. No momento do pagamento qual dos procedimentos seguintes é o correcto? a) Não efectuar retenção; b) Efectuar uma retenção de 20%; c) Efectuar uma retenção de 10%; d) Efectuar uma retenção aplicando as tabelas de retenção referentes ao ano em causa. 2.2.1.5 Taxas Tratando-se de sujeitos passivos residentes em território português, a taxa a suportar em termos finais dependerá dos rendimentos englobados, dos Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 32

abatimentos e da composição do agregado familiar. (art.º68.º,71.º e 72.º do CIRS) São, no entanto, tributadas autonomamente à taxa de 10% as gratificações não atribuídas pela entidade patronal nem por entidades que com ela mantenham relações de grupo, domínio ou simples participação, sendo possível optar pelo englobamento. Para não residentes a taxa é de 25% (liberatória). 2.2.1.6 Pagamento Apurando-se, nos serviços centrais da DGCI, imposto superior às retenções efectuadas, haverá lugar a pagamento de imposto, que deverá ser efectuado nos seguintes prazos, tendo em conta a data em que a declaração de rendimentos deve ser apresentada (art.º97.º): 31 de Maio (Declaração Modelo 3 apresentada entre 1 Fev. e 15 Março); 30 de Junho (Declaração Modelo 3 apresentada entre 16 Março e 30 Abril); 31 de Agosto (Declaração Modelo 3 apresentada fora do prazo legal); 2.2.1.7 Reembolso Haverá lugar a reembolso sempre que o imposto retido seja superior ao devido no final. Esta diferença favorável ao sujeito passivo deverá ser restituída até ao fim do terceiro mês seguinte ao termo dos prazos para pagamento do imposto referidos anteriormente. 2.2.1.8 Obrigações acessórias O sujeito passivo deverá apresentar a declaração periódica de rendimentos Modelo 3 com o anexo A (ver anexo de declarações), de 1 de Fevereiro a 15 de Março ou de 16 de Março a 30 de Abril do ano seguinte, de acordo com a natureza dos rendimentos englobados (art.º57.º a 63.º). Companhia Própria Formação & Consultoria, Lda 33