-O lrjcoflnsjcsljp1s-pasepjs.a.jsociedades Limitadas



Documentos relacionados
JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO

LEI Nº , DE 13 DE MAIO DE LEI DE CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 627, DE 11 DE NOVEMBRO DE ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

TÓPICO ESPECIAL DE CONTABILIDADE: IR DIFERIDO

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos ICMS na Base de Cálculo do PIS e da COFINS nos Registros F500 e 1900 da EFD Contribuições

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS ORIENTAÇÃO OCPC 01 (R1) Entidades de Incorporação Imobiliária

Contratos de Mútuo Empréstimos Incidência de IRRF e IOF

6. Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

ANEXO II DESTINAÇÃO DO LUCRO LÍQUIDO ANEXO 9-1-II DA INSTRUÇÃO CVM Nº. 481/ (R$) ,56

Inepar Telecomunicações S.A. Demonstrações Contábeis em 31 de dezembro de 2008 e 2007

Cape contabilidade LUCRO PRESUMIDO

TEXTO INTEGRAL DA INSTRUÇÃO CVM Nº 247, DE 27 DE MARÇO DE 1996, COM AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELAS INSTRUÇÕES CVM Nº 269/97, 285/98, 464/08 E

ROBSON ZANETTI & ADVOGADOS ASSOCIADOS AS HOLDINGS COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS, PROTEÇÃO PATRIMONIAL E SUCESSÃO FAMILIAR

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 07. Subvenção e Assistência Governamentais

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Boletim. Contabilidade Internacional. Manual de Procedimentos

Questões de Concursos Tudo para você conquistar o seu cargo público ]

IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE

IBRACON NPC nº 25 - CONTABILIZAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONSTRIBUIÇÃO SOCIAL

Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

Contmatic - Escrita Fiscal

RESOLUÇÃO Nº R E S O L V E U :

PLANO DE INCENTIVOS DE LONGO PRAZO - OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES

O SEGURO DE VIDA COM COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA NO MERCADO SEGURADOR BRASILEIRO UMA ANÁLISE TRIBUTÁRIA

AGENDA DAS OBRIGAÇÕES FEDERAIS PARA FEVEREIRO DE 2011

CONTABILIDADE GERAL. Adquira esta e outras aulas em CONCURSO PÚBLICO PARA TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL

Rodobens Locação de Imóveis Ltda.

CIRCULAR Nº Documento normativo revogado pela Circular nº 3.248, de 29/7/2004.

2. IOF na determinação do custo do bem importado.

CARTILHA. Previdência. Complementar NOVA TRIBUTAÇÃO.

Deliberação CVM nº 561 (DOU de 22/12/08)

Fundamentos Decifrados de Contabilidade

BOLETIM DE ATUALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA. Código das Melhores Práticas de

ATIVO IMOBILIZADO

Lucro Contábil-Societário e Lucro Tributário: impactos sobre a distribuição de dividendos

Boletim. Contabilidade Geral. Manual de Procedimentos. 13 o salário - Provisão e pagamento. Temática Contábil e Balanços 2. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Retenção na fonte sobre adiantamento pago por PJ a outra Pessoa Jurídica

PLANO DE OPÇÕES DE COMPRA DE AÇÕES DA WEG S.A.

UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA - SP CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Prof. Izilda Lorenzo. Resumo 3

Plano de Contas Referencial da Secretaria da Receita Federal 1 de 32

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL - REGRAS APLICÁVEIS PARA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE

Contabilidade Geral e Avançada Correção da Prova AFRFB 2009 Gabarito 1 Parte 1 Prof. Moraes Junior CONTABILIDADE GERAL E AVANÇADA

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

CIRCULAR Nº Documento normativo revogado pela Circular 3386, de 16/11/2008.

REGULAÇÃO MÍNIMA DO MERCADO DE CAPITAIS

MARAFON & FRAGOSO ADVOGADOS. pmarafon@marafonadvogados.com.br Fone

Artigo para uso exclusivo do IPEC.RJ REGISTRO CONTÁBIL DAS SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTOS E O TRATAMENTO FISCAL E SOCIETÁRIO

RESOLUÇÃO N Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Francisco Roberto André Gros Presidente

Instituto Odeon - Filial Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2012 e relatório de revisão dos auditores independentes

REGULAMENTAÇÃO DO RTT IN RFB Nº 1.397/13 Data 24/09/2013

Prof. Walter Dominas

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 19 (R1) Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture)

ITR - Informações Trimestrais - 30/06/ CEMEPE INVESTIMENTOS SA Versão : 1. Composição do Capital 1. Balanço Patrimonial Ativo 2

CARTILHA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR GUIA FÁCIL DE TRIBUTAÇÃO

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 146, DE 2010.


4. Pronunciamento Técnico CPC 05 Divulgação de Partes Relacionadas

M. DIAS BRANCO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS Companhia Aberta Capital Autorizado CNPJ nº / NIRE

ASPECTOS GERAIS NA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS EMPRESAS

IV SEMINÁRIO CATARINENSE SOBRE ATUALIDADES JURÍDICO-CONTÁBEIS IMPOSTO DE RENDA LIMITES DOS CONCEITOS CONTÁBEIS NA DEFINIÇÃO DO FATO GERADOR

AS OPERAÇÕES DE DERIVATIVOS NO MERCADO DE BALCÃO

OPERACIONALIZAÇÃO FISCAL DAS DOAÇÕES HENRIQUE RICARDO BATISTA

Graficamente, o Balanço Patrimonial se apresenta assim: ATIVO. - Realizável a Longo prazo - Investimento - Imobilizado - Intangível

Básico Fiscal. Contabilidade Avançada. Módulo Exercícios de Apoio. Prof. Cláudio Cardoso

Declaração de Saída Definitiva

ASPECTOS LEGAIS DA ALTERAÇÃO DO VALOR DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO

C N INTERPRETAÇÃO TÉCNICA Nº 2. Assunto: RESERVA FISCAL PARA INVESTIMENTO Cumprimento das obrigações contabilísticas I. QUESTÃO

Índice I. DADOS DA EMPRESA a) Dados para contabilização da Empresa Modelo b) Cálculo do IRPJ c) Cálculo da Contribuição Social...

Demonstrações Financeiras Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração - ABM

1º CASO Cia. INVESTIDORA S.A.

MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL SRRF10 DIVISÃO DE TRIBUTAÇÃO

Vamos à prova: Analista Administrativo ANEEL 2006 ESAF

CIRCULAR N Documento normativo revogado pela Circular nº 3.432, de 3/2/2009.

Análise da adequação orçamentária e financeira da Medida Provisória nº 634, de 26 de dezembro de 2013

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE

PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

TÍTULO : PLANO CONTÁBIL DAS INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - COSIF 1 CAPÍTULO : Normas Básicas -1 SEÇÃO : Outras Obrigações - 14

CARTILHA DE DOAÇÃO PARA O FUMCAD

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 149, DE 2011

Coordenação-Geral de Tributação

SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. Regimento Interno do Conselho de Administração

Sistema de contas. Capítulo 2 Sistema de contas

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 E DE 2003 SOCIEDADE CIVIL FGV DE PREVIDÊNCIA PRIVADA FGV PREVI

PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 17, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1989.

Contas. Osni Moura Ribeiro ; Contabilidade Fundamental 1, Editora Saraiva- ISBN

Relatório dos auditores independentes. Demonstrações contábeis Em 31 de dezembro de 2014 e 2013

Fator Veritá Fundo de Investimento Imobiliário (Administrado pelo Banco Fator S.A.)

Cartilha Declaração de Imposto de Renda 2016

DECRETO N 974, DE 8 DE NOVEMBRO DE 1993

GLOSSÁRIO DE TERMOS CONTÁBEIS

ITAÚ MAXI RENDA FIXA FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO CNPJ /

PLANO DE INCENTIVO DE LONGO PRAZO - OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A.

AGENDA DAS OBRIGAÇÕES FEDERAIS PARA FEVEREIRO DE 2015

DELIBERAÇÃO CVM Nº 547, DE 13 DE AGOSTO DE 2008

POLÍTICA DE NEGOCIAÇÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS

DELIBERAÇÃO CVM Nº 534, DE 29 DE JANEIRO DE 2008

ESTATUTO DO INSTITUTO MENINOS DO LAGO

Transcrição:

MAPA F1SCAr Manual de Procedimentos IR/Contabilidade e Direito Comercial -O lrjcoflnsjcsljp1s-pasepjs.a.jsociedades Limitadas Holding SUMÁRIO 1. Definição 2. Previsão legal 3. Espécies 4. Vantagens e desvantagens 5. Escolha do tipo societário 6. Imposto de Renda 7. Contribuição Social sobre o Lucro 8. Cofins e PIS-Pasep 9. Aluguéis recebidos pela holding familiar 10. Dissolução da holding 1. DEF1N1ÇÃO A expressão holding tem suas raízes no idioma Inglês, derivada do verbo to hold, que significa segurar, manter, controlar, guardar. Sociedade holding, portanto, é aquela que participa do capital de outras sociedades em níveis suficientes para controlá-ias. Observe-se que a expressão holding não reflete a existência de um tipo de sociedade especificamente considerado na legislação. Apenas identifica aquela que tem por objeto participar de outras sociedades. 2. PREV1SÃO LEGAL A Lei nq 6.404/1976 prevê a existência das sociedades holding, estabelecendo que "a companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades" e acrescenta: "ainda que não prevista no esfatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais". Apesar dessa previsão na Lei das S/A, nada impede que as sociedades holdings se revistam da forma de sociedade por quotas de responsabilidade limitada ou de outros tipos societários, pois, como já Sociedade holding, portanto, é aquela que participa do capital de outras sociedades em níveis suficientes para controlá-ias se falou, a expressão holding não reflete a existência de um tipo societário específico, mas sim a propriedade de ações ou quotas que lhe assegure o poder de controle de outra ou de outras sociedades. Ainda, de modo não conceitual, mas indiretamente, a Lei das S/A contempla as sociedades holdings no capítulo em que trata das sociedades coligadas, controladoras e controladas. Controlada, conforme estabelece a Lei das S/A, é a sociedade na qual a contro/adora, diretamente ou por meio de outras controladas (sistema piramidal), possui direitos societários que lhe assegurem permanentemente preponderância nas deliberações sociais e poder de eleger a maioria dos administradores.. 3. ESPÉClES A Lei estabelece, portanto, um critério básico de preponderância do capital social para configurar a controladora, não cogitando de outras formas de controle, como o domínio tecnológico, ou até por acordo de acionistas (ao exigir direitos de sócios assegurados de modo permanente). De forma geral, as empresas holding são classificadas como: a) holding pura: no caso de constar de seu objetivo social somente a participação no capital de outras sociedades; b) holding mista: no caso de exercer, além da participação, a exploração de alguma atividade empresarial. A doutrina aponta, ainda, outras classificações para as empresas holdings (tais como holding admi- IR 1

.' THOMSON 108 IR/Contabilidadee Direito Comercial nistrativa, holding de controle, holding de participação, holding familiar etc.). Entre esses tipos é muito conhecida a holding familiar, que apresenta grande utilidade na concentração patrimonial e facilita a sucessão hereditária e a administração dos bens, garantindo a continuidade sucessória. 4. VANTAGENS E DESVANTAGENS 4.1 Vantagens Para U. W. Rasmussen ("Holdings e Joint Ventures", Edições Aduaneiras, 1988, pág. 70), as vantagens da formação de sociedade holding são: "1) Consolidação do poder econômico de todos os componentes do grupo numa entidade representativa, tanto financeira como administrativamente. 2) Maior integração dos processos produtivos, tanto no aspecto retro-integrativo como pró-integrativo. 3) Racionalização dos custos operacionais pela estrutura da holding nos aspectos mais sofisticados da gestão: - o planejamento estratégico; - a manipulação financeira; - a atuação mercadológica; e - a seleção dos recursos humanos. 4) Extensiva simplificação da estrutura administrativa e operacional dos componentes das controladas e afiliadas nos campos de produção, administração e comercialização exclusivamente. 5) Facilidade e dinamismo na manipulação de recursos entre os componentes do grupo e da holding. 6) Centralização do processo decisório, baseado em uma estrutura de gestão profissional e de alto nível na holding. 7) Elaboração e implantação de técnicas de planejamento estratégico nos componentes do grupo na mesma holding. 8) Centralização e execução dos planos táticos e operacionais nos componentes do grupo. 2 IR 9) Análise centralizada de projetos de expansão, horizontalização, verticalização, pró-integração, transnacionalização e, eventualmente, a venda de componentes que mostram baixa performance econômica. 10) Centralização do processo de compras de equipamentos pesados, instalações e contratação de projetos de construção civil nos componentes do grupo. 11) Seleção e qualificação dos recursos humanos para o grupo. 12) Centralização de processamento de dados e consolidação dos processos contábeis do grupo na holding. 13) Maior poder de barganha na negociação e obtenção de recursos financeiros e melhor controle de aplicação de recursos líquidos a curto, médio e longo prazos. 14) (*) 15) Padronização de processos de Organização & Métodos e sistemas de controles internos em todos os componentes do grupo. 16) Centralização das atividades de marketing, pesquisas de mercado, publicidade e propaganda, para apoiar as atividades de comercialização dos componentes do grupo. 17) Maior resultado de atividades de lobby com os governos em caso de necessidade de apoio político para certos projetos do grupo. 18) Manipulação e administração centralizada de assuntos de acionistas do grupo em caso de dissidência ou conflito entre os interesses dos acionistas." (') Sob o número 14. esse autor aponta como vantagem da holding a declaração consolidada do Imposto de Renda, o que, se fosse permitido, propiciaria o benefício da compensação de prejuízos de algumas sociedades componentes do grupo com lucros de outras. Todavia, as firmas ou sociedades coligadas, bem como as controladoras e controladas, devem apresentar declaração separadamente quanto aos resultados de suas atividades. Desse modo, não há possibilidade de se viabilizar a mencionada compensação de prejuízosentre as sociedades controladas nem entre essas e a holding, visto que são tributadas separadamente, com base nos resultados próprios de cada uma. Fábio Konder Comparato ("Poder de Controle na Sociedade Anônima", RT, 1977, pág. 121) afirma que as vantagens empresariais da sociedade holding costumam ser sintetizadas conforme a seguir:

, IR/Contabilidade e Direito Comercial THOMSON / a) controle centralizado, com administração descentralizada; b) gestão financeira unificada do grupo; c) controle sobre um grupo societário com o mínimo investimento necessário. Salvador Ceglia Neto aponta, ainda, como uma das grandes vantagens da holding, o poder de facilitar e operacionalizar uma futura sucessão hereditária ("As vantagens de se criar uma empresa holding", Edven Edições, pág. 10). (Ar!. 824 do RIR/1999) 4.2 Desvantagens Como desvantagens da formação de uma holding, U. W. Rasmussen (obra citada no subitem 4.1) aponta: "1) Eventuais conflitos com acionistas ou quotistas minoritários do grupo econômico que se oponham à consolidação de poderes na holding e a sua participação minoritária no bolo da holding. 2) A centralização excessiva de poderes na holding, especialmente na imposição do planejamento estratégico e no setor financeiro que pode incomodar os acionistas minoritários nas empresas afiliadas. 3) A inconveniência da publicação de balanços, ou seja, a disposição do disclosure em caso de a holding ser incorporada ao modelo legal de uma sociedade anônima. 4) Certas preocupações com a Lei nº 6.404/1976 a respeito da distribuição obrigatória de dividendos (caso S/A). 5) Preocupação com a diferenciação de performance econômica dos diferentes componentes do grupo, tendo a holding de, eventualmente, sustentar algumas coligadas com o lucro de outras." João Bosco Lodi e Edna Pires Lodi ("Holding", Livraria Pioneira Editora, 2íl edição, pág. 117) observam que se percebe uma cautelosa resistência dos empresários para a constituição de grupos, motivada não só por algumas das desvantagens já citadas, como também pela possibilidade de oneração do patrimônio de todo o grupo, devido ao mau desempenho de algumas afiliadas, que afetaria o conceito de solidariedade. 5. ESCOLHA DO TIPO SOClETÁRlO 5.1 Limitada ou S/A? A escolha do tipo societário a ser adotado para a constituição da sociedade holding é de grande importância. O tipo societário deve ser definido tendo em vista os objetivos a serem alcançados com a constituição da holding. A respeito do tipo societário a ser escolhido, Salvador Ceglia Neto (obra citada no subitem 4.1, págs. 10 a 14) faz algumas observações sobre a conveniência ou não da adoção da forma de sociedade por quotas de responsabilidade limitada ou de sociedade anônima, cabendo destacar as seguintes: a) opção pela forma de sociedade por quotas de responsabilidade limitada: a.1) nesse caso, é conveniente estabelecer no contrato um prazo para a duração da sociedade, que se recomenda ser bem longo, pois, se o prazo de duração for indeterminado, a qualquer tempo, algum ou alguns dos sócios poderão retirar-se da sociedade com os seus haveres, o que poderá acarretar a descapitalização da holding e a desestabilização do controle das sociedades controladas; a.2) esse tipo societário propicia que o empresário se autonomeie gerente vitalício da sociedade e que no ato da sua constituição defina quais serão os seus gerentes substitutos nas hipóteses de morte, renúncia ou afastamento, definindo, assim, a linha sucessória quanto a uma parte do poder, com a finalidade de perenizar a boa gestão dos negócios e zelar pela manutenção do patrimônio familiar; a.3) a forma social limitada é a mais adequada quando se pretende impedir que terceiros estranhos à família participem da sociedade, no caso de holding familiar; a.4) se o capital não estiver integralizado, cada sócio será responsável, integralmente, pelo montante do capital social; b) opção pela forma de sociedade anônima: b.1) esse tipo propicia que o empresário fundador da holding eleja um de seus herdeiros controladores, em detrimento dos outros, mediante a doação de ações com direito de voto para aquele (controlador) IR 3

TH0lV1S0N * IR/Contabilidadee Direito Comercial e de ações sem direito de voto para os demais; b.2) a morte ou retirada de acionista não interfere sensivelmente na vida da sociedade, tendo em vista que os títulos de participação acionária podem circular facilmente e que o direito de preferência, salvo disposição estatutária, não é de observância obrigatória; b.3) esse tipo é o mais adequado quando se pretende abrir o capital para obter vantagens fiscais; b.4) se a sociedade for de "capital aberto" será necessária uma estrutura administrativa mais sofisticada. 6. lmposto DE RENDA Nos subitens seguintes trataremos dos aspectos mais relevantes das implicações do Imposto de Renda com a holding. 6.1 lntegralização de capital em bens.1 1;ltegralização por sócio ou acionista pessoa física É permitido às pessoas físicas transferir a pessoas jurídicas, a título de integralização de capital, bens e direitos pelo valor constante da Declaração de Bens ou pelo valor de mercado, observando-se o seguinte: a) se a entrega for feita pelo valor constante da Declaração de Bens, a pessoa física deverá lançar nesta declaração as ações ou quotas subscritas pelo mesmo valor dos bens ou direitos transferidos, não se Ihes aplicando as regras de distribuição disfarçada de lucros; b) se a transferência não se fizer pelo valor constante da Declaração de Bens, a diferença a maior será tributável como ganho de capital. Cn egralização por sócio ou acionista pessoa ju 'dica A transferência de bens do Ativo de uma pessoa.. jurídica para outra pessoa jurídica, a título de integra -:...Iização de capital, poderá ser feita pelo valor contábil ::. ou pelo valor de mercado dos bens, observando-se que, nessa segunda alternativa, o diferencial a maior entre o valor contábil e o valor de mercado dos bens constituirá um resultado tributável na empresa que os transfere. Entretanto, se o valor de mercado utilizado para transferir os bens for determinado com base em laudo subscrito por 3 peritos ou por empresa especializada, com observância dos demais requisitos previstos no art. 8º da Lei nº 6.404/1976 (providência obrigatória se a empresa que receber os bens for S/A), a contrapartida do aumento do valor dos bens não será computada na determinação do lucro real da pessoa jurídica que os transfere, enquanto mantida em conta de reserva de reavaliação. o valor da reserva de reavaliação constituída na forma mencionada deverá ser computado na determinação do lucro real: a) na alienação ou liquidação da participação societária; b) quando a reserva for utilizada para aumento do capital social, pela importância capitalizada (veja nota ao final deste subitem); c) em cada período de apuração, em montante igual à parte dos lucros, dividendos, juros ou participações recebidos pela pessoa jurídica, que corresponder à participação adquirida com o aumento do valor dos bens do Ativo; ou d) proporcionalmente ao valor realizado, no período de apuração em que a pessoa jurídica que houver recebido os bens reavaliados realizar o valor dos bens (mediante depreciação, amortização ou exaustão, alienação sob qualquer forma ou baixa por perecimento) ou com eles integralizar capital de outra pessoa jurídica. Nota A partir de 1".01.2000, a contrapartida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurfdica somente poderá ser computada em conta de resultado ou na determinação do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado, mediante depreciação. amortização ou exaustão, alienação ou baixa a qualquer tftulo. (Arts. 132 e 439, parágrafo único, do RIR/1999e arts. 4Qe 12 da Lei nq9.959/2000) 6.2 Avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial As pessoas jurídicas, qualquer que seja a sua forma societária (S/A ou limitada), deverão avaliar pelo valor de patrimônio líquido (equivalência patrimonial) os investimentos permanentes, que sejam enquadrados como relevantes, feitos em sociedades controladas, bem como em sociedades coligadas sobre cuja administração tenham influência ou de que participem ) / 4 IR

IR/Contabilidadee Direito Comercial THOIVISON com 20% ou mais do capital social, observando-se que, para esse fim, consideram-se: a) coligadas as sociedades quando uma participa com 10% ou mais do capital da outra, sem controlá-ia; b) controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas (controle indireto), é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores; c) relevante o investimento: c.1) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igualou superior a 10% do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora; c.2) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora. Nota O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários obrigam, respectivamente, as instituições financeiras (e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central) e as companhias abertas a avaliar as suas participações societárias em sociedades coligadas ou controladas pela equivalência patrimonial. independentemente de relevância ou quaisquer outras considerações. (Ar!. 384 do RIR/1999) 6.2.1 Sintese da equivalência patrimonial Em resumo, a mecânica da avaliação, pela equivalência patrimonial, de investimentos relevantes em sociedades controladas ou coligadas consiste no seguinte: a) procede-se a essa avaliação por ocasião da aquisição do investimento, quando o valor pago deve ser desdobrado e contabilizado pela investidora em contas ou subcontas distintas, representativas: a.1) da parcela do patrimônio líquido da sociedade investida a que correspondem as participações societárias adquiridas, obtida mediante a aplicação, sobre o valor do patrimônio líquido da investida, da porcentagem que as participações adquiridas representam sobre o capital social dela; a.2) do ágio ou deságio na aquisição, correspondente à diferença entre o valor pago na aquisição e o valor da equivalência patrimonial do investimento, determinada pelo cálculo descrito na letra "a"; b) por ocasião do levantamento de cada balanço de apuração do lucro real da investidora, esta deverá: b.1) determinar a parcela que lhe compete nos resultados de quaisquer variações patrimoniais na sociedade investi da, aplicando, sobre o valor do patrimônio líquido dessa, a porcentagem representativa da participação da investidora no capital social da investida e subtraindo do valor encontrado a importância pela qual o investimento estiver registrado na sua escrituração; e b.2) lançar o resultado da operação descrita na letra "b.1" a débito (se positivo) ou a crédito (se negativo) da conta de registro do investimento, em contrapartida à conta de resultado, cujo saldo não será computado na apuração do lucro real, ou seja, se for ganho não será tributável e se for perda não será dedutível; c) quando a sociedade investi da distribuir lucros, a investidora os contabilizará como diminuição do valor do seu investimento, sem repercussão em conta de resultado. (Arts. 385 a 389 do RIR/1999) 6.3 Recebimento de lucros e dividendos pela holding Conforme dito no subitem anterior, quando o investimento for avaliado pela equivalência patrimonial, os lucros e dividendos distribuídos pela sociedade coligada ou controlada devem ser contabilizados, na investidora, como diminuição do valor de patrimônio líquido do investimento e não influenciarão as contas de resultado. Todavia, excepciona-se dessa regra os lucros e dividendos apurados pela coligada ou controlada em balanço levantado em data posterior ao que serviu de base para a última avaliação do investimento na investidora, os quais devem ser reconhecidos em conta de resultado, mas não serão tributáveis. Se o investimento não se enquadrar como relevante em sociedade coligada ou controlada (veja o subitem 6.2), deve permanecer registrado pelo custo de aquisição, corrigido monetariamente até 31.12.1995 (caso tenha sido adquirido até essa data), e o recebimento de lucros ou dividendos por ele produzidos IR 5

Os lucros e dividendos distribuídos, que tenham sido calculad,os com base nos resultados apurados a partir de 1Q.01.1996, não estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda na fonte nem integrarão a base de cálculo do Imposto de Renda do beneficiário pes- soa física ou jurídica. o THOMSON * IR/Contabilidadee Direito Comercial deverá ser registrado a crédito de conta de resultado, mas poderá ser excluído do lucro líquido para fins de determinação do lucro real. Essa norma não se aplica aos lucros ou dividendos recebidos de participação societária adquirida até 6 meses antes da data da respectiva percepção, os quais serão registrados como diminuição do valor do custo e não influenciarão as contas de resultado. (Arts. 388, 1Q e 2Q, 379 e 380 do RIR/1999) 6.4 Capitalização de lucros ou reservas nas sociedades das quais a holding participa As ações ou quotas bonificadas, recebidas sem custo pela pessoa jurídica, não implicarão modificação no valor pelo qual a participação societária estiver registrada no seu Ativo nem serão computadas na determinação do lucro real. As bonificações recebidas, de participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição (não sujeitas à avaliação pela equivalência patrimonial) decorrentes de incorporação, de lucros ou reservas apurados nos anos de 1989 a 1992, que tenham sido tributados pelo extinto ILL (8%) na data da sua apuração, bem como de lucros ou reservas apurados no ano de 1993 e a partir do ano de 1996: a) serão contabilizadas pelo valor dos lucros ou reservas capitalizados pela investida que corresponderem à participação da investidora; b) a contrapartida do registro contábil da bonificação recebida não será computada na apuração do lucro real. (Arts. 381 e 382 do RIR/1999) Ressaltamos que, no caso de tributação com base no lucro real, os resultados negativos verificados na avaliação de participações societárias pela equivalência patrimonial não são dedutíveis, ou seja, para efeito de apuração do lucro real deverão ser adicionados ao lucro líquido. 6.6 Distribuição de lucros e dividendos pela holding No caso de distribuição de lucros que foram apurados nos anos de 1994 e 1995 ou antes de 1989, se a distribuidora foi submetida à tributação com base no lucro real, há incidência do Imposto de Renda na fonte. No caso de lucros apurados em 1994 e 1995, a alíquota do IRRF é de 15%, e o imposto descontado na fonte será: a) deduzido do imposto devido na declaração de ajuste anual do beneficiário pessoa física, assegurada a opção pela tributação exclusiva; b) considerado como antecipação, compensável com o imposto que a pessoa jurídica beneficiária, tributada com base no lucro real, tiver de recolher relativamente à distribuição de dividendos, bonificações em dinheiro, lucros e outros interesses; c) definitivo, nos demais casos. (Arts. 654, 656, 662 e 666 do RIR/1999) 6.5 Tributação dos resultados apurados pela holding No caso da chamada holding pura, ou seja, aquela cujo objeto social seja exclusivamente a participação no capital de outras sociedades, releva observar, em primeiro lugar, que a sua receita preponderante, representada por lucros ou dividendos ou por resultado positivo da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial, não fica sujeita à tributação pelo Imposto de Renda Pessoa Jurídica, conforme vimos nos subitens 6.2 e 6.3. Entretanto, as receitas de outra natureza e os ganhos de capital na alienação de bens são tributáveis segundo as regras comuns aplicáveis a qualquer empresa. 6 IR 6.6.1 Distribuição de lucros ou dividendos (opção pelo lucro presumido) 6.6.1.1 lsenção do imposto sobre a distribuição do lucro presumido Os valores pagos a sócios ou acionistas ou a titular de empresa tributada pelo lucro presumido, a título de lucros ou dividendos, ficam isentos do Imposto de Renda, independentemente de apuração contábil, até o valor da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), deduzido do IRPJ (inclusive o adicional, quando devido), da Contribuição Social sobre o Lucro, do PIS e da Cofins devidos, desde que a distribuição ocorra após o encerramento do trimestre de apuração. (Art. 48 da IN SRF nq 93/1997 e ADN Cosit nq 4/1996)

IR/Contabilidade e Direito Comercial THOMSON 6.6.2 Apuração contábil de lucro líquido superior ao presumido - lsenção na distribuição Se a empresa mantiver escrituração contábil e apurar lucro líquido (após a dedução do IRPJ devido) de valor superior ao determinado na forma do subitem anterior, a totalidade do lucro líquido contábil poderá ser distribuída sem incidência do imposto, observada a restrição informada. Entretanto, se o lucro líquido apurado contabilmente for inferior ao valor determinado de acordo com as regras focalizadas no subitem anterior, prevalecerá a isenção sobre a distribuição do lucro presumido líquido do imposto e das contribuições devidos. 6.7 Pagamento de juros a sócios ou acionistas a título de remuneração do capital próprio As pessoas jurídicas em geral, inclusive as ho/dings, dispõem da opção de pagar ou creditar juros a sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, e considerá-ios dedutíveis para fins de apuração do lucro real e na determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro, desde que sejam observadas as normas estabelecidas. Chama-se a atenção para o fato de que esses juros são tributados na fonte, à alíquota de 15%. Se o beneficiário for residente ou domiciliado em "paraíso fiscal", o IRRF será devido à alíquota de 25%. (Ar!. 9Q da Lei nq 9.249/1995, arts. 668, 685, 11, "b", do RIR/1999 e Decisão nq 130/1999 da SRRF da 8 RF - Estado de São Paulo) 6.8 Mútuos entre a holding e as controladas No subitem 4.1, vimos que uma das vantagens da ho/ding é que ela possibilita a gestão financeira unificada das empresas componentes do grupo, o que propicia a obtenção de financiamentos a custos menores, em face de um maior poder de barganha.. Todavia, se o repasse de recursos financeiros entre as empresas do grupo for feito sem a cobrança de encargos ou com cobrança de encargos inferiores aos pagos pela mutuante para a obtenção dos recursos, o Fisco poderá considerar indedutíveis as despesas pagas pela mutuante, na-parte que exceder ao valor do encargo cobrado da m,utuária, por enquadrá Ias como não necessárias, De 1º.01.1999 a 31.12.2004, nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas controladoras e contro- Manual de Procedimentos - Semana 51/2005 ladas, coligadas ou interligadas, os rendimentos auferidos pela mutuante ficaram sujeitos à incidência do Imposto de Renda na fonte, à alíquota de 20%. Desde 1º.01.2005 a tributação pelo Imposto de Renda nas operações de mútuo passou a observar alíquotas escalonadas (portanto, não mais a alíquota única de 20%) para residentes ou domiciliados no Brasil, observado o prazo de contratação da operação. Essas alíquotas são: a) 22,5%, em operações com prazo de até 180 dias; b) 20%, em operações com prazo de 181 dias até 360 dias; c) 17,5%, em operações com prazo de 361 até 720 dias; d) 15%, em operações com prazo acima de 720 dias. No caso de operações existentes em 31.12.2004, os rendimentos produzidos pelas operações de mútuo até essa data serão tributados nos termos da legislação então vigente. Em relação aos rendimentos produzidos em 2005, os prazos a que se referem as letras "a" a "d"?ão contados a partir: de 1º.07.2004, no caso de operação efetuada até 22.12.2004; da dáta da operação, no caso de operação efetuada após 22.12.2004. (Arts. 299, 729 e 770 do RIR/1999, ar!.18, 2Q, da IN SRF nq 25/2001, ar!. 1Q da Lei nq 11.033/2004 e arts, 3Q e 8Q da IN SRF nq 487/2005) 7. CONTRlBU1ÇÃO SOC1Al SOBRE O LUCRO A ho/ding fica sujeita à incidência da Contribuição Social sobre o Lucro, de acordo com as regras comuns aplicáveis a qualquer pessoa jurídica. Vale observar que, similarmente ao tratamento aplicável no tocante ao Imposto de Renda (apuração do lucro real), as receitas derivadas de participações societárias auferidas pela ho/ding (resultados positivos da avaliação de participações societárias pela equivalência patrimonial e lucros ou dividendos de participações avaliadas ao custo) são excluídas do lucro líquido, para efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro, assim como devem ser adicionados ao lucro líquido, na de- IR 7

THOMSON * IR/Contabilidade e Direito Comercial terminação da base de cálculo da contribuição, os resultados negativos (prejuízos) verificados na avaliação de participações societárias pela equivalência patrimonial. 8. COF1NSE P1S-PASEP A sociedade holdíng, como qualquer outra pessoa jurídica, fica sujeita, mensalmente, à incidência da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep. Todavia, na base de cálculo dessas contribuições não se incluem as receitas de participações societárias, representadas pelos resultados positivos da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial e pelos dividendos recebidos de participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição. Assim, não são incluídas essas receitas na base de cálculo do PIS-Pasep e da Cofins. Observe-se que, até 31.01.1999, as holdíngs puras (aquelas cujo único objeto seja participar do capital de outras sociedades) acabavam não sendo devedoras de nenhum valor a título de PIS-Pasep e Cofins, porque a base de cálculo dessas contribuições era composta tão-somente da receita bruta proveniente da venda de mercadorias ou produtos e/ou da prestação de serviços. Entretanto, a partir de 1º,02.1999, a base de cálculo das mencionadas contribuições passou a abranger também outras receitas, tais como as receitas financeiras (inclusive variações monetárias ativas) e os aluguéis. (Ar!. 3Q, 2Q, 11,da Lei nq 9.718/1998, ar!. 1Q, V, da Lei nq 10.833/2003, ar!. 3Q da Lei nq 9,718/1998 e ar!. 2Q da Lei Complementar nq 70/1991 ) 9. ALUGUÉ1SRECEBlDOS PELA HOLOlNG FAM1L1AR 9.1 lmposto de Renda Pessoa Jurídica Conforme comentado no item 3, tem sido muito utilizada a chamada holdíng familiar para concentrar patrimônio, com o objetivo de facilitar a administração dos bens e a sucessão hereditária. Nesse caso, é bom lembrar que as receitas de aluguel auferidas pela holdíng são tributáveis normalmente pelo Imposto de Renda e, se a holdíng optar pelo pagamento mensal do imposto por estimativa ou pela apuração trimestral do imposto com base no lucro presumido, serão computados na base de cálculo: 8 IR a) 32% dos aluguéis recebidos, se a locação dos bens fizer parte do objeto social (veja nota ao final deste subitem); b) os ganhos de capital e demais receitas auferidas, exceto: Nota b.1) em qualquer caso, os rendimentos de participações societárias; e; b.2) no caso de opção pelo pagamento mensal do imposto por estimativa, os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa, submetidos ao desconto do imposto na fonte, e os ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável, submetidos à tributação separadamente. Se a locação de bens não fizer parte do objeto social da holding, as receitas de aluguéis integram. por inteiro. a base de cálculo do imposto mensal determinada por estimativa, bem como a base de cálculo do imposto trimestral determinado com base no lucro presumido ou arbitrado. (Arts. 223, 1Q, 111,"c", 225, 519, 1Q, 111,"c", e 521 do RIR/1999) 9.2 Contribuição Social sobre o Lucro Caso a holdíng se submeta ao pagamento mensal do Imposto de Renda por estimativa ou pela apuração trimestral com base no lucro presumido, devem ser computados na base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro: a) 32% dos aluguéis recebidos, quando a locação dos bens fizer parte do objeto social da holdíng (veja nota, ao final deste subitem); e b) os ganhos de capital e demais receitas auferidas, inclusive os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e os ganhos líquidos de operações de renda variável. Nota Se a locação de bens não fizer parte do objeto social da holding, as receitas de aluguéis integram, por inteiro, a base de cálculo da contribuição determinada por estimativa, bem como a base de cálculo da contribuição trimestral determinada com base no lucro presumido ou arbitrado. (Ar!. 20 da Lei nq 9.249/1995 9.430/1996) e arts. 29 e 30 da Lei nq 9.3 Cofins e P1S-Pasep Sobre as receitas de aluguéis incidem, mensalmente, a Cofins e o PIS-Pasep (veja o item 8), sendo irrelevante se a locação de bens faz parte ou não do objeto social da holdíng. _.4'''''$"",,ª''''''''T,,''''. k~'''_cw3&'~'_%jç_._'~_~_~~~ -, _

,,.... IR/Contabilidade e Direito Comercial THOIVISON, O. DlSSOLUÇÃO DA HOLDTNG A dissolução da holding, voluntariamente (por deliberação dos sócios), pelo término do prazo de sua duração (quando determinado no estatuto ou contrato social) ou por determinação judicial, submete-se às normas comuns de dissolução de sociedades previstas: a) no caso de S/A; ou b) no Novo Código Civil, no caso das demais sociedades. conjunto de atos destinados a realizar o Ativo, pagar o Passivo e destinar o saldo que restar, mediante partilha, a sócios ou acionistas. É possível, também, nas condições legalmente estabelecidas, que, depois de pago ou garantido aos credores, o Ativo remanescente seja partilhado entre os sócios ou acionistas, com a atribuição de bens, pelo valor contábil ou de mercado ou outro fixado (pela Assembléia Geral, no caso de S/A ou de comum acordo pelos sócios, nas sociedades limitadas). Importa observar que, tão logo dissolvida, a sociedade entra em processo de liquidação, que é o (Art. 206 a 219 da Lei no6.404/1976) lmposto de Renda Pessoa Física Alienação de imóveis e de bens de pequeno valor - Novas regras,. CONSlDERAÇÕES ln1c1a1s A Lei no11.196/2005 incorporou, com algumas modificações, a maioria das normas que haviam constado da chamada "MP do Bem" (Medida Provisória no252/2005). Entre essas normas, figuram as relativas à tributação ganhos de capital auferidos por pessoas dos físicas na alienação de bens, que aqui examinaremos e que se referem a: a) novo limite para bens e direitos de pequeno valor, cujo ganho de capital na alienação fica isento do imposto; b) isenção na alienação de imóveis residenciais, desde que o aiienante, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato, aplique o produto da venda na aquisição de imóveis residenciais; c) aplicação de fatores de redução (FR1 e FR2) sobre o ganho de capital apurado na alienação de bens imóveis. Ressalvamos, todavia, que, até o momento em que este trabalho foi elaborado, a Secretaria da Receita Federal ainda não havia expedido nenhum ato regulamentando as novas regras. Deste modo, recomendamos atenção à superveniência de regulamentação, da qual daremos ciência oportunamente.,., Vigência O ar!. 132, 11, "d", da Lei em foco declara expressamente que as regras a seguir explanadas estão em vigor desde 14.10.2005. Porém, vale lembrar que a MP no252/2005, que origi-' nalmente implementou (com algumas diferenças) as modificações na legislação aqui examinadas (com vigência a partir de 16.06.2005), não foi convertida em lei e teve seu prazo de vigência encerrado em 13.10.2005, conforme AO no38/2005 do Presidente da Mesa do Congresso Nacional. Assim, nos termos do ar!. 62, 3 e 11, da Constituição Federal/1988, o Congresso Nacional deve disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes da MP. Caso isso não ocorra até 12.12.2005, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a vigência da "MP do Bem" se conservarão por ela regidas. 2. BENS E DlRE1TOS DE PEQUENO VALOR NOVOS LlM1TES DE lsenção Assim como constava do ar!. 35 da MP no252/2005, o ar!. 38 da Lei no11.196/2005, ao dar nova redação ao caput do ar!. 22 da Lei no9.250/1995, determinou a majoração do limite de isenção para a alienação de bens ou direitos de pequeno valor. De acordo com esse dispositivo, passa a ficar isento do Imposto de Renda Pessoa Física o ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês em que esta se realizar, seja igualou inferior a: IR 9