é Pfizer. Dectomax é ação prolongada contra parasitos internos e externos. Parte 1
Regiões Sudeste e Centro-Oeste (Brasil Central) Carrapatos, vermes e moscas 1. Introdução Atualmente, o produtor de leite vem sofrendo grande pressão por parte do mercado no sentido de aumentar não só a qualidade de seu produto, como também a produtividade de seu rebanho, como forma de compensar os custos de produção, buscando a sustentabilidade financeira de sua propriedade. No Brasil, a pecuária de leite tem passado por grandes transformações nos últimos anos, com um expressivo aumento no volume de leite produzido, o que possibilitou que o País passasse a exportar produtos lácteos. A cadeia do leite no Brasil, ao contrário dos principais países produtores, ainda tem um enorme potencial de crescimento, tanto em produção quanto em produtividade. Potencial este que está atrelado a cinco pontos fundamentais: gerenciamento, manejo, nutrição, genética e sanidade dos rebanhos. Por razões objetivas e práticas, serão apresentados neste texto uns poucos itens selecionados dentre uma grande variedade de conhecimentos científicos acerca do manejo, infra-estrutura, necessidades de conhecimento pelo produtor e trabalhadores e da biologia de parasitos, os quais serão mais enfatizados por constituírem pontos fundamentais no conhecimento para adoção das tecnologias que pretendemos divulgar. Não pode ser negligenciado pelos produtores que, para se produzir leite, três fatores intensamente associados compõem os sistemas de produção: animais especializados de progressivo grau de sangue europeu de grande sensibilidade aos parasitos, pastagens cultivadas de alta densidade e disponibilidade de massa, que, sendo boas para os animais, são excelentes para propiciar meio ambiente favorável para os parasitas, e a crescente carga animal encontrada nos sistemas de produção, particularmente nos sistemas intensivos de pastoreio, que disponibiliza os animais para os parasitas. Neste contexto, as parasitoses constituem um importante fator limitante da produção, sendo as infestações por carrapatos, helmintos e moscas, bem como os seus respectivos controles, pontos fundamentais da sanidade e lucratividade dos rebanhos. Diante das importantes perdas causadas pelas parasitoses em sistemas de produção de leite, foram realizados estudos científicos que reúnem as informações básicas sobre a biologia dos parasitos e suas interações com os animais e o meio ambiente, as quais permitem a elaboração de tecnologias e ações estratégicas para o controle racional e efetivo destas pragas. Muitos destes conhecimentos são imprescindíveis para que os produtores, técnicos e operadores entendam os objetivos do controle estratégico. Os conhecimentos acima referidos já circulam de uma forma dispersa no ambiente de produção. De maneira geral, todos os produtores utilizam produtos antiparasitários, porém de forma aleatória e dessincronizada em relação aos diversos tipos de parasitos que afetam seus animais. Com freqüência o fazem quando conseguem visualizar os parasitas ou mesmo os efeitos causados por eles. Neste caso, os efeitos do parasitismo já ocorreram, e com eles os prejuízos. Por esta razão, grande parte dos tratamentos atingem resultados parciais e insuficientes, o que obriga novos e freqüentes tratamentos, que, além de aumentarem os custos, promovem acelerada seleção de parasitas resistentes. O que tem faltado aos produtores é uma apresentação conjunta das atividades de controle parasitário, para que possam programar suas atividades de forma que sejam preventivas ao ataque dos parasitas aos seus rebanhos. Para isto, são descritos a seguir alguns aspectos do comportamento das espécies de parasitos que são fundamentais ao conhecimento do produtor, para que ele possa gerenciar o Manejo Integrado de Ecto e Endoparasitos dos Bovinos de sua propriedade, objetivo maior deste trabalho. 1
1.1. Carrapatos ninfa Metaninfa neandro neógina 6 dias 13 dias Adultos sexuados 14-16 dias Tamanho da fêmea no momento do tratamento (3 mm) Larva parasitária 1 5 dias teleógina 21 dias partenógena 18 dias (3 mm) MOMENTO DO BANHO Larvas infestantes 63 84 dias 3.000 a 4.000 Ovos Quenógina 15-43 dias Brete de pulverização Equipamento de pulverização Bico de pulverização O carrapato dos bovinos tem a denominação científica de Boophilus microplus, mas para efeitos práticos é conhecido a campo como Azeitona, Mamona ou Jabuticaba. É muito adaptado aos bovinos e às condições climáticas de grande parte do território brasileiro. A fêmea ingurgitada (cheia de sangue) é chamada de teleógina, e quando cai na pastagem libera de 3.500 a 4.000 ovos viáveis, dos quais nascem as larvas (micuins). É fundamental saber que, desde a queda da fêmea adulta do carrapato no solo, passando pela postura dos ovos, até o surgimento e a permanência das larvas nas pastagens, compreende-se um período que pode chegar aos 120 dias. Outra informação importante é que este ciclo pode se repetir por até quatro gerações ao longo de um ano. Portanto, o período de controle estratégico deve ser mantido por 120 dias, para que os tratamentos atinjam tanto os carrapatos presentes nos animais quanto os que estão aguardando os hospedeiros no pasto. Além disto, este esquema transforma cada animal do rebanho em uma armadilha viva, e toda larva que chegar a ele também deverá morrer. As larvas do carrapato que não subirem no animal neste intervalo de tempo, então, morrerão devido à exaustão de suas reservas de nutrientes ou pela ação do ambiente, compreendendo desta forma o período de um ciclo completo do carrapato na pastagem, evitando a proliferação e causando declínio do número de carrapatos nas gerações futuras. Este é o princípio básico do Controle Estratégico dos Carrapatos. Outra característica importante que deve ser SIMULAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E INÍCIO DE PROGRAMA DE CONTROLE DO B. microplus NO BRASIL CENTRAL NÚMERO DE CARRAPATOS 1ªG 2ªG 3ªG 4ªG S O N D J F M A M J J A INÍCIO DE PROGRAMA 2
considerada é o tempo de permanência do carrapato no hospedeiro. A maior parte das teleóginas se desprende 21dias após subir no corpo do animal durante a fase de larva. Por volta do 17º dia de desenvolvimento, a fêmea, já acasalada, encontra-se em uma fase semiingurgitada, conhecida como partenógina, começando a se encher de sangue. Neste momento, a fêmea mede cerca de 3 mm de comprimento. No campo esta fase é conhecida como Lixa, e, a partir daí, demorará mais até quatro dias para se encher completamente de sangue e cair no solo. Este é o momento de agir e combater o carrapato, podendo-se trabalhar com a segurança de 2 a 3 dias antes que este tenha a chance de ir ao solo e iniciar um novo ciclo. Outra vantagem é que os tratamentos podem ser realizados somente quando forem observadas fêmeas de tamanho igual a 3 mm. A presença destas partenóginas é que determinará o intervalo entre os tratamentos. Os animais da ordenha, por serem manejados uma, duas vezes ao dia, deverão ser utilizados como sentinelas para a determinação dos banhos, seja durante o período de controle estratégico ou mesmo durante o período de controle tático que se segue. Tendo-se então estabelecido a fase do carrapato a ser combatida (partenógina de 3 mm), resta determinar o período do ano que o controle estratégico de 120 dias deve ser concentrado: considerando que a primeira geração se desenvolve na primavera, a segunda, terceira e quarta, no verão, outono e inverno, respectivamente, por razões técnicas e operacionais, que serão esclarecidas adiante, propõe-se realizar o programa de controle estratégico no período de outono e inverno, que corresponde aos meses de abril, maio, junho e julho; além disso, em determinadas regiões de baixa altitude (abaixo de 400 metros) e umidade relativa do ar elevada (acima de 60%), os maiores picos de infestação por carrapatos nos bovinos ocorrem nesta época do ano, que corresponde às terceira e quarta gerações, porém com infestações mais graves, uma vez que, por ter um inverno menos severo, tende a ter uma quarta geração muito grande. A decisão de concentrar o controle de carrapatos de bovinos nas gerações de outono e inverno decorre de algumas razões práticas e operacionais. A primeira é que, estando presente e em grande freqüência em todas as estações do ano por toda a área do Brasil Central e na Zona da Mata Nordestina, os desafios impostos pelo B. microplus obrigam tratamentos mensais, estratégicos ou táticos em quase todos os rebanhos das regiões citadas. O grande objetivo a ser alcançado é então reduzir ao máximo as infestações de todo o rebanho durante a fase estratégica, para permitir intervalos máximos entre os tratamentos táticos no restante do ano. Para atingir este objetivo, os produtores haverão que providenciar adequações em suas estruturas de controle na propriedade, construindo seringas de contenção apropriadas, assim como equipamentos de aplicação de carrapaticidas eficientes, para que os produtos carrapaticidas possam ser aplicados de maneira correta e rápida. Terão ainda que selecionar os produtos de uso por teste de eficiência e providenciar treinamento específico para si e seus trabalhadores. Os equipamentos de contenção e aplicação deverão ser construídos de forma a dar segurança de trabalho ao operadores e animais, e deverão ser distantes o suficiente das salas de ordenha e tanques de resfriamento para evitar-se a contaminação de equipamentos e vasilhames de ordenha e o leite de resíduos das drogas utilizadas. Deverá ser exigido de proprietários a disponibilização e a obrigatoriedade do uso de Equipamentos de Proteção Individual para trabalhadores. Outra razão fundamental para aplicação do controle estratégico nas estações de outono e inverno é que o programa poderá ser sincronizado com o controle das verminoses. 1.2. Vermes Diversas espécies de vermes (helmintos) são parasitos internos dos bovinos. Os animais freqüentemente estão parasitados por várias espécies de vermes ao mesmo tempo, cada espécie com dezenas ou centenas de indivíduos habitando especificamente cada segmento (abomaso, intestino delgado e intestino grosso), causando danos ao sistema digestivo, prejudicando a ingestão, a digestão e absorção dos nutrientes. Além disso, alguns vermes podem atingir outros órgãos, tal como o pulmão, determinando um quadro de pneumonia parasitária. Este conjunto de PRINCIPAIS PARASITOS BOVINOS ABOMASO Trichostrongylus axei Haemonchus sp. Ostertagia sp. INTESTINO DELGADO T. colubriformis Strongyloides papillosus Toxocara vitulorum Cooperia sp. Nematodirus sp. Bunostomum sp. Moniezia sp. INTESTINO GROSSO Oesophagostomum sp. Trichuris sp. PULMÕES Dyctiocaulus viviparus Vermes nos pulmões de um bovino Larvas em uma gota de orvalho 3
Ciclo dos vermes L3 L2 INTESTINO DELGADO ABOMASO L1 INTESTINO GROSSO Fezes OVOS uma questão de sobrevivência, concentram-se nos animais. Tendo conhecimento disto, os tratamentos têm como objetivo proteger os animais no período seco, eliminando a maioria dos vermes adultos, e evitar, com isto, a contaminação das pastagens no período chuvoso, diminuindo assim a população de parasitos do rebanho. Para isto, as ações do controle devem concentrar-se nos meses secos do ano, quando se tem maior número de parasitos nos animais. Em síntese, as dosificações anti-helmínticas estratégicas devem ser efetuadas de forma concentrada nos períodos mais secos do ano, prioritariamente nos animais em crescimento e portanto mais sensíveis. Fora deste programa, e de acordo com o risco, podem ser planejadas vermifugações táticas. Fêmeas adultas e sadias devem ser vermifugadas apenas por ocasião do periparto, conforme calendário anexo. agressões que ocorrem de maneira simultânea interfere no desenvolvimento do animal. Entretanto, na maioria das vezes, somente quando o animal já se apresenta muito debilitado é que a verminose é percebida e então tratada. Nestes casos, os prejuízos já ocorreram e os produtos utilizados, ainda que salvem os animais, constituem-se em custos adicionais. No controle estratégico as ações são preventivas, antecipandose às perdas produtivas e aos tratamentos curativos, que são caros e muitas vezes não dão resultados satisfatórios. Assim, os tratamentos devem ser planejados e realizados somente nos momentos necessários, de acordo com a época do ano, com o manejo e com a categoria animal. Os vermes adultos, presentes no animal, liberam os ovos, que são eliminados para o ambiente juntamente com as fezes. Estes ovos continuam se desenvolvendo nas pastagens até o nascimento e desenvolvimento das larvas, que se tornam infectantes em sete dias e permanecem ativas por meses, na pastagem. Os animais, então, se contaminam novamente quando ingerem as larvas que estão no capim, fechando um círculo vicioso e permanente. Isto ocorre com a maioria das verminoses, porém algumas espécies de vermes na fase infectante podem infestar o animal penetrando através da pele. Outra forma de contaminação se dá quando o animal ingere o ovo de determinadas espécies, que têm em seu interior a larva. A distribuição destes parasitos nos animais se altera ao longo da vida do animal. As espécies mais presentes no animal jovem não são necessariamente as mesmas encontradas no animal adulto. Conhecendo estas características, e é muito importante que os pecuaristas saibam disto. Pode-se então realizar os tratamentos de acordo com a categoria e fase de vida do animal, estabelecendo a freqüência mais adequada para cada situação, isto é, tratando mais quem mais precisa e no momento certo. Os vermes existentes em uma propriedade estão ou nos animais (fase parasitária) ou na pastagem (fase de vida livre). No período chuvoso do ano as formas larvares estão em maior número nas pastagens, pois as condições ambientais lhes são mais favoráveis. Ao contrário do que ocorre no inverno, com pastagens baixas e ambiente seco, os vermes adultos, por 1.3. Moscas As moscas são importantes pragas da pecuária brasileira. Destacam-se aqui as espécies que mais parasitam e causam prejuízos na criação de bovinos: a mosca-dos-chifres (Haematobia irritans), a mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans), a mosca doméstica (Musca domestica), a mosca do berne (Dermatobia hominis) e a principal mosca causadora das bicheiras ou miíases (Cochliomyia hominivorax). São descritas abaixo algumas características importantes para o controle destes parasitos: Mosca-dos-chifres: Amplamente distribuída no território brasileiro, tem como hospedeiros preferenciais os bovinos, mas em altas infestações pode parasitar outras espécies animais da propriedade. Ocorre durante todo o ano, com picos de infestação no início e no final do período das chuvas. As formas adultas desta mosca ficam sobre os animais durante todo o tempo se alimentando de sangue. Vivem por aproximadamente 30 dias. As fêmeas só deixam seus hospedeiros para colocar seus ovos em fezes frescas de bovinos até 3 minutos após a defecação. Podem ovipor 400 ovos. O período de ovo até adulto demora cerca de 9 a 26 dias, o que significa que este parasita tem um alto poder de multiplicação, podendo realizar de 18 a 20 gerações por ano. Afetam preferencialmente animais adultos, por necessitarem de hormônios para seu próprio desenvolvimento sexual. Desde sua introdução no País nos anos 90, o intenso uso de produtos mosquicidas, associado à sua intensa capacidade de reprodução, produziu uma seleção de estirpes resistentes, que hoje dominam a maioria dos criatórios do País. Inicialmente combatida pelos produtos de bases piretróides, a eles se tornaram resistentes. Foram utilizados em seguida os produtos mistos de bases fosforadas + piretróides para os quais já se observa elevado grau de resistência em muitos criatórios, e hoje seu combate encontra-se centrado na utilização dos brincos impregnados. As moscas-dos-chifres ocorrem durante todo o ano nas condições climáticas do Brasil Central. Verificam-se dois picos 4
distintos de grande ocorrência parasitária, um no início das chuvas e outro ao final deste, em função dos fatores climáticos que se assemelham nos dois momentos. O primeiro é a temperatura que, a partir de 26,5ºC, acelera o desenvolvimento pupal, determinando a explosão em massa das moscas neste período. O segundo é que, também neste momento, ocorrem chuvas freqüentes porém pouco intensas, ao redor de 50 mm, que, associadas à temperatura do período, determinam as melhores condições climáticas para a explosão desta mosca. Assim, os tratamentos preventivos devem ser realizados às vésperas destas condições climáticas. A aplicação dos brincos deverá ser realizada nos meses de outubro e fevereiro. De maneira geral, os brincos impregnados têm uma eficácia comprovada de aproximadamente 150 dias. Recomenda-se que, após aplicados, estes brincos devem ser retirados após um uso aproximado de 100 a 120 dias, pois neste período seus níveis de eficácia ainda superam 95% de eficiência. A permanência continuada dos brincos, liberando baixos níveis de princípio ativo, tende a fazer uma seleção muito acelerada de indivíduos resistentes na propriedade, e estas moscas sobreviventes é que continuarão as próximas gerações. Se persistirem os brincos sem retirada no tempo ideal, seguramente em pouco tempo eles deixarão de funcionar na propriedade, como deixaram de funcionar os produtos utilizados anteriormente. Em gado de leite, as maiores preocupações no controle da mosca-dos-chifres devem ser centradas no gado solteiro adulto. Isto porque são os animais que estão a pasto, locais onde ocorre o ciclo biológico da H. irritans. Também a primeira aplicação é fundamental, uma vez que a DINÂMICA ESQUEMÁTICA DAS INFESTAÇÕES POR MOSCAS EM BOVINOS Ciclo de vida das moscas 4 1 3 2 explosão de moscas na primavera coincide com o momento em que os animais estão saindo de um período de seca, as vacas encontram-se vazias, as pastagens têm um valor nutritivo menor e estes animais têm que poder aproveitar da melhor maneira possível as primeiras pastagens verdes da primavera, que influenciarão de forma definitiva nos índices de reprodução, que produzirão resultados no auge da safra do ano seguinte. Mosca-dos-estábulos: Parasita hematófago, ataca preferencialmente os bovinos e eqüinos, e sua picada é muito dolorosa, causando grande desconforto e irritação aos animais. Somente os adultos se alimentam de sangue. As fêmeas colocam seus ovos em restos de capim, silagem, camas de origem vegetal, de palhas diversas misturadas com fezes dos animais, em ambiente úmido, nas proximidades do estábulo. Dos ovos desenvolvem as larvas, que passam para fase de pupa, e finalmente se transformam em adultos que vivem de 40 a 60 dias. O ciclo se completa em aproximadamente 24 a 40 dias. De biologia muito semelhante CICLO DE VIDA DAS MOSCAS ADULTO Musca domestica Haematobia irritans Stomoxys calcitrans OVOS Musca domestica Haematobia irritans Stomoxys calcitrans LARVAS Musca domestica Haematobia irritans Stomoxys calcitrans PUPAS Musca domestica Haematobia irritans Stomoxys calcitrans 1 25-45 dias 28-50 dias 20-60 dias 2 08-12 horas 11-20 horas 04-05 dias 3 05-06 dias 02-07 dias 11-20 dias 4 05-06 dias 05 dias 06-20 dias CRIADOURO DE MOSCAS 5
200 DURAÇÃO ESTIMADA DE EFEITO INSETICIDA NOS BRINCOS MORTALIDADE 100 MORTE DE TODAS AS MOSCAS MORTE APENAS DAS MOSCAS SENSÍVEIS Stomoxys calcitrans 0 10 40 70 DIAS 100 130 160 Haematobia irritans Bovino com Berne à mosca-dos-estábulos, a mosca doméstica não é hematófaga. Desenvolve-se em ambiente úmido associado a fezes de animais. Tem uma capacidade de vôo de 10 km. De maneira geral, utilizam da matéria orgânica acumulada e úmida em superfícies de 2 a 12 centímetros de altura, como montes de esterco acumulados na periferia dos estábulos. É uma das mais importantes contaminadoras ambientais e transmissora dos agentes causadores de mastite nos rebanhos. O controle das duas espécies está diretamente relacionado à limpeza dos ambientes dos estábulos com destinação adequada aos restos alimentares e fezes, precedido de drenagem e/ou aterramento de pontos de acumulação de água e resíduos, que deve ser providenciado durante o período da seca. Duas providências essenciais têm que ser implementadas diariamente na propriedade. A primeira é a construção de uma carroça ou carreta destinada especificamente para a coleta e distribuição diária dos resíduos nas áreas de produção de forragem ou lavouras, particularmente durante o período de seca. Por ocasião do período de chuvas, quando a remoção de resíduos é mais trabalhosa e não permite a remoção diária, a formação de montes em local apropriado pode ser efetuada. Porém, as margens dos mesmos devem ser protegidas por uma lona preta para impedir a formação de criatórios nas margens úmidas ao redor do monte. Em sistemas mais estruturados, a utilização de esterqueiras que possam ser esvaziadas por equipamento mecânico poderá ser uma boa alternativa. A utilização de inseticidas só deverá ser recomendada em caráter emergencial e cercada de cuidados para não haver contaminação de salas de ordenha, equipamentos e do leite. 1.4. Berne Este parasito, que comumente ataca os bovinos, é a larva da mosca Dermatobia hominis. Esta mosca vive por um período curto de tempo, em média sete dias, não se alimenta e vive dentro das matas, onde se protege dos raios solares. As fêmeas colocam seus ovos em outras espécies de moscas, e são estas que levam as larvas até os hospedeiros (bovinos, caninos, ovinos, suínos e humanos). As larvas penetram na pele dos hospedeiros e formam nódulos, que são os bernes. Estas larvas se desenvolvem em um período de 30 dias, variando de 28 a 70 dias, e caem no chão, dando origem a novas moscas adultas. Este ciclo desenvolve-se em aproximadamente 120 dias. O controle do berne pode e deve ser implementado integrado ao controle de vermes e carrapatos durante o período da seca, buscando-se, neste período, eliminar todos 6
os nódulos ativos encontrados em todos os animais do rebanho. As três dosificações intervaladas de 60 dias durante o período da seca conseguem debelar as infestações do período das águas pela eliminação da fonte de infestação na propriedade, se forem utilizados produtos das bases doramectina e/ou ivermectina 200 mcg/kg/pc. Caso a dosificação de julho seja realizada com um vermífugo de base Benzimidazol (Albendazol), será necessária aplicação local de bernicida nos nódulos ativos com pincel. Isto é possível, uma vez que neste período as infestações são pequenas devido ao período da seca. Eventuais surtos de berne poderão ocorrer durante o período das chuvas, em decorrência de moscas oriundas de propriedades vizinhas. Nestes casos, se forem detectadas no início do desenvolvimento, geralmente muito menores do que em propriedades sem programa antiparasitário, dosificações táticas podem ser aplicadas em associação com os controles de vermes e carrapatos. Como medida profilática geral, a limpeza de pastagens retira do ambiente a cobertura vegetal que abriga as moscas do berne e seus vetores. Pastagens muito sombreadas favorecem de forma importante a permanência do berne e seus vetores. 1.5. Miíase ou Bicheira Causada por larvas da mosca Cochliomyia hominivorax, conhecida como mosca varejeira, que se alimentam de tecidos vivos nas feridas e com isto causam grande dor e desconforto aos animais, particularmente os mais jovens. As bicheiras de umbigo são as mais freqüentes em gado de leite, e não sendo adequadamente curadas constituem fonte epidemiologicamente importante na manutenção e sobrevivência da C. hominivorax nos criatórios. As fêmeas desta espécie colocam seus ovos na borda da ferida, e destes ovos se desenvolvem as larvas que vão até a ferida. Depois de cerca de 8 dias estas larvas caem no solo, e após 7 a 10 dias tornam-se moscas adultas novamente. O ciclo total desenvolve-se por cerca de 20 a 24 dias. O desenvolvimento destas espécies de Ciclo do berne LARVA PUPA MOSCA BOVINO COM BERNE moscas é muito influenciado pelas condições do ambiente, principalmente pela temperatura e quantidade de chuva. Isto é, nos meses mais quentes e chuvosos é que se tem as maiores populações de moscas em vida livre e parasitando os animais. Este comportamento exige que as ações de controle sejam intensificadas a partir do início do período de chuvas, quando as moscas surgem com maior intensidade, evitando-se, desta forma, a explosão das populações destas pragas. A prevenção das bicheiras, particularmente as de umbigo dos recém-nascidos e as de castração cirúrgica mais freqüentes e mais preocupantes nos sistemas de produção pode e deve ser efetuada pela aplicação de dormectina 200 mcg/kg/pc por via intramuscular no momento do nascimento ou da castração. Se forem tratados de imediato, mesmo que haja postura, as larvas não conseguirão se estabelecer. No caso das bicheiras já estabelecidas, alguns procedimentos devem ser efetuados. Em primeiro lugar, com o animal contido, lavar meticulosamente o ferimento com água e sabão, para avaliação da intensidade da infestação. Em seguida, matar as larvas, de preferência com uma solução 50/50 álcool/ éter, e, com tesoura e pinça, retirar, se possível, MOSCA COM O VETOR VETOR COM OS OVOS Cochliomyia hominivorax Bicheira 7
Ciclo da bicheira todas as larvas e tecidos mortos para que a cicatrização ocorra de forma rápida. Se existirem sinais de infecção bacteriana, medicar com antibióticos, particularmente os animais mais jovens. Aplicar sprays inseticidas apenas nos bordos secos da ferida, para prevenir novas posturas de moscas. Evitar borrifar tecidos vivos da ferida, uma vez que a grande maioria dos princípios ativos dos inseticidas sprays são produtos fosforados, de grande toxicidade, principalmente para animais jovens como recém-nascidos. Os animais acometidos por bicheiras devem ser examinados diariamente até a recuperação final da ferida. 2. Como pôde ser observado nos itens anteriores, buscouse organizar uma série de informações que pudessem ser sincronizadas em ações conjuntas e transformá-las em instrumento de gerenciamento no sistema de produção. O termo controle estratégico integrado significa buscar a racionalização e eficácia de tratamentos preventivos nas épocas corretas e nos animais certos, a fim de controlar mais de um tipo de parasito com um único esquema, e conseqüentemente reduzindo custos, aumentando a produtividade e ampliando a margem de lucro dos sistemas de produção. Nas descrições sobre as características dos parasitos e as possibilidades de controle, pode-se perceber que muitas das ações que combatem uma espécie de parasito pode ao mesmo tempo controlar outra, potencializando o uso dos produtos antiparasitários: as aplicações destinadas ao controle do carrapato também podem controlar as populações de moscas e vice-versa; o produto aplicado para combater as verminoses pode ter efeito sobre as infestações de carrapatos, bernes e bicheiras. Sendo assim, agrupam-se os controles dos carrapatos, vermes e moscas para as mesmas épocas do ano. Lembrando que o controle de moscas compreende a mosca-dos-chifres, a mosca-dos-estábulos, a mosca doméstica, a mosca causadora dos bernes e a mosca varejeira, que provoca a bicheira. Enfim, considerando os aspectos da biologia dos parasitos e também a forma como estes se comportam no ambiente e nos animais ao longo do ano, e considerando ainda fatores técnicos e operacionais, propõe-se um programa de controle estratégico integrado de parasitos em bovinos de leite, visando a eficiência na produção de leite e na produção de animais de alto desempenho. Nesta proposta, a maior parte das ações são executadas nos meses de outono e inverno, período que possibilita que os tratamentos atinjam, ao mesmo tempo, carrapatos, vermes e moscas, otimizando o uso dos insumos e da mão-de-obra. Além disso, nessa época as perdas dos tratamentos na forma de banhos, em decorrência das chuvas, são menores. O rebanho deverá ser dividido em categorias: categoria 1 bezerras do nascimento até dois meses de idade; categoria 2 fêmeas de dois meses até o primeiro parto; e categoria 3 matrizes. Os animais da categoria 1 deverão ser tratados no dia do nascimento com produto endectocida, para evitar o estabelecimento de miíases (bicheiras) no umbigo, e também participarão do controle estratégico de carrapatos em abril, maio, junho e julho; o berne em agosto; o controle de moscas em fevereiro e outubro, e as bezerras com idade acima de dois meses receberão as aplicações do controle de vermes, em maio, julho, outubro e janeiro. 8
Na categoria 2, de bezerras de dois meses a novilhas até o parto, os tratamentos serão os mesmos da categoria 1, excluindo-se a aplicação do dia do nascimento. A categoria 3, de matrizes, terá a mesma proposta das categorias anteriores para os controles de carrapatos (abril, maio, junho e julho) e moscas-dos-chifres (fevereiro e outubro). Quanto ao controle de vermes, esta categoria deverá receber apenas um tratamento no pré-parto, respeitando o período de carência no leite do produto utilizado, isto porque os animais adultos são menos susceptíveis aos efeitos das verminoses, porém as vacas na época próxima ao parto (antes e depois) estão mais vulneráveis aos vermes, por causa da alterações hormonais da gestação. O objetivo desta aplicação, portanto, é proteger a vaca da infestação e evitar a contaminação das pastagens. Além disso, o tratamento realizado antes do parto previne a presença de resíduos no leite. Os tratamentos direcionados ao controle das verminoses no início, no meio e no fim do período seco do ano, para a categoria 2, justifica-se para a proteção dos animais neste período e à prevenção da contaminação das pastagens no início das chuvas. Sendo o terceiro tratamento realizado no mês de outubro (início das chuvas), permitindo agrupar o controle de moscas e carrapatos. Além do mais, nesta época, a maioria das fazendas de grande parte do Brasil já estão saindo do período da entressafra com o fluxo de caixa mais favorável e com maior disponibilidade de mão-de-obra. Em janeiro, faz-se um tratamento intermediário para manter baixas cargas parasitárias nos animais jovens, uma vez que nesse período as condições ambientais são extremamente favoráveis ao desenvolvimento dos vermes, e o desafio parasitário é alto, considerando o manejo nas criações de bovinos de leite, que é mais intensivo do que nos rebanhos de corte. Partindo do princípio de que a meta é ter um rebanho produtivo e bem estruturado, o número de matrizes deve ser de pelo menos 70% do total do rebanho. Ou seja, as categorias jovens (bezerras e novilhas), as quais serão vermifugadas com mais freqüência, devem ser a minoria em uma fazenda de produção de leite, correspondendo ao redor de 30% do total do rebanho, o que facilita e justifica a aplicação e adoção da tecnologia em termos econômicos e operacionais. Para que tal proposta seja levada a campo com sucesso, fazemse necessárias a conscientização e a capacitação de todos os envolvidos no sistema de produção, para que o programa seja corretamente dimensionado e estruturado de acordo com as características de cada rebanho. O esquema para os tratamentos estratégicos integrados está representado no Quadro 1. BIBLIOGRAFIA AUTORES Prof. Romario Cerqueira Leite UFMG Doutorandos: Ana Cristina de Paiva Bello Arildo Pinto da Cunha Luisa Nogueira Domingues Eduardo Bastianetto Colaboração: Thales B. V. de Cerqueira Leite FURLONG, J.; SILVA, A. M.; VERNEQUE, R. S.; GARDNER, A. L.; BROCKINGTON, N. R. ANÁLISE BIOECONÔMICA DO USO DE ANTI-HELMÍNTICO EM BEZERROS NA ZONA DA MATA DE MINAS GERAIS. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, SÃO PAULO, SP, v. 2, n. 2, p. 119-126, 1993. RANGEL, V. B.; LEITE, R. C.; OLIVEIRA, P. R.; SANTOS JR. e J. Resistência de Cooperia spp. e Haemonchus spp. às avermectinas em bovinos de corte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 57, p. 186-190, 2005. FURLONG, J. CONTROLE DO CARRAPATO DOS BOVINOS NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL. Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária (UFMG), BELO HORIZONTE, MG, n. 8, p. 49-61, 1993. FURLONG, J. CONTROLE ESTRATÉGICO DO CARRAPATO DOS BOVINOS DE LEITE. Informe Agropecuário, BELO HORIZONTE - MG, v. 22, n. 211, p. 77-81, 2001. LEITE, R. C.; B, L. M.; OLIVEIRA, P. R.; F, M. A. M.; J, C. J. In Vitro Susceptibility Of Engorged Females From Different Populations Of Boophilus Microplus To Comercial Acaricides. Rev. Bras. Parasitol. Vet., V.4, N.2, P.283-294, 1995. Barros, A.T.M. de Aspectos do controle da mosca-dos-chifres e manejo de resistência a inseticidas. Documentos. Embrapa Pantanal, Corumbá, MS, v. 77, p. 1-23, 2005. LEITE, R. C. Epidemiologia e Controle da Mosca-do-Chifre. In: I Encontro Integrado de Médicos Veterinários da Zona da Mata - MG, 2000, Juiz de Fora. Anais do I Encontro Integrado de Médicos Veterinários da Zona da Mata - MG. Juiz de Fora: EMBRAPA Gado de Leite, 2000. p. 25-35. GUIMARÃES, J. H.; PAPAVERO, N. Myiasis in Man and Animals in the Neotropical Region. Bibliographic database. São Paulo: Plêiade, 1999. 308 p. MARICONI, F. A. M.; GUIMARÃES, J. H.; BERTI FILHO, E. A mosca doméstica e algumas outras moscas nocivas. Piracicaba: FEALQ - FAPESP, 1999. 135 p. BORJA, G. E. M. Biologia do berne, comportamento, distribuição, dinâmica populacional, prejuízos e manejo integrado. A Hora Veterinária. Ano 22, n. 129, p. 41-44, 2002. 9
ENDECTOCIDA DECTOMAX EM BICHEIRAS OCASIONAIS OU ANIMAIS CASTRADOS TRATAMENTOS ESTRATÉGICOS BEZERRAS DO NASCIMENTO ATÉ 2 MESES UMA APLICAÇÃO DE DECTOMAX IMEDIATAMENTE APÓS O NASCIMENTO PARA PREVENÇÃO DE BICHEIRA DE UMBIGO PARASITOS VERMES CARRAPATOS BERNES BICHEIRAS MOSCAS-DOS-CHIFRES FÊMEAS DE 2 MESES ATÉ O PARTO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ PARASITOS VERMES CARRAPATOS MATRIZES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ UMA APLICAÇÃO NO PERIPARTO BERNES BICHEIRAS MOSCAS-DOS-CHIFRES BERNICIDA E CARRAPATICIDA EM TODO O REBANHO 10 VERMÍFUGO DECTOMAX OU VALBAZEN EM TODOS OS ANIMAIS EM FASE DE CRESCIMENTO
Além de tratamentos estratégicos, podem ser necessários tratamentos eventuais ao longo do ano (táticos). Veja como aplicá-los, no quadro abaixo: TRATAMENTOS TÁTICOS CARRAPATOS E BERNES Carrapaticidas e bernicidas em 20% a 30% dos animais mais infestados de cada categoria, nos meses fora do programa estratégico. VERMES Tratamento com Dectomax ou Valbazen em animais sob risco, como compras e parcerias quando forem introduzidas no rebanho. BICHEIRAS Tratamento com Dectomax ou mata-bicheiras em animais feridos por acidente ou castrações, descornas e cirurgias. 11
Controle Pfizer de Parasitos em Rebanhos de Leite Veja como utilizar os produtos Pfizer para o de parasitos em cada categoria animal. Bezerras ao nascimento: aplicar Dectomax Fêmeas de 2 meses de idade ao parto JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ou e * * * * * Após a primeira pulverização de abril, repetir o tratamento com Ciclorfós quando forem observadas partenógenas (carrapatas de 3 mm de tamanho conhecidas como lixa ) em algum animal. O uso de Dectomax nas épocas indicadas reduzirá a necessidade de pulverizações. Matrizes JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ * * * * 60 dias antes do parto * Após a primeira pulverização de abril, repetir o tratamento com Ciclorfós quando forem observadas partenógenas (carrapatas de 3 mm de tamanho conhecidas como lixa ) em algum animal. Tratamentos Táticos (fora dos períodos indicados acima) Carrapatos e Bernes Vermes Bicheiras Ciclorfós: pulverização em 20% a 30% dos animais mais parasitados de cada categoria Dectomax em animais sob risco (compras, confinamento, troca de pastagens, etc.) Dectomax e Bertac em bicheiras ocasionais Precauções: Dectomax não pode ser aplicado em vacas produzindo leite para consumo humano. Realizar teste BIOCARRAPATICIDOGRAMA para determinar quais são os carrapaticidas mais eficazes para a propriedade. 12
Seu gado fica com a saúde e você com a produtividade. RINO Dectomax é o antiparasitário completo da Pfizer. É eficácia comprovada no controle de verminoses, bicheiras, carrapatos, bernes, piolhos e ácaros da sarna. É facilidade na aplicação, que pode ser por via subcutânea ou intramuscular, e segurança para o seu gado leiteiro. É mais saúde para o seu gado e melhor produtividade para você. Dectomax é ação prolongada contra parasitos internos e externos. é Pfizer. Laboratórios Pfizer Ltda. Divisão de Saúde Animal 0800 011 19 19 www.pfizersaudeanimal.com.br Parasitos em Rebanhos Leite 13