Biblioteca pública digital portuguesa: uma viável utopia

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Transcrição:

Biblioteca pública digital portuguesa: uma viável utopia Dália Guerreiro a a Universidade de Évora/CIDEHUS-UE/FCT, Portugal dguerreiro@uevora.pt Resumo: A conjuntura contemporânea aponta para a criação de uma biblioteca pública digital portuguesa (BPDP), tendo, como missão, a valorização dos espólios bibliográficos, fotográficos, cartográficos e iconográficos das regiões. As bibliotecas digitais disponibilizam uma informação organizada e creditada, são amigáveis para pessoas com deficiência, permitem a utilização e reutilização dos conteúdos para fins didáticos e asseguram maior visibilidade às instituições. Porém, não parece exequível que cada biblioteca pública crie uma biblioteca digital própria, dado que os encargos envolvidos e os conhecimentos necessários para a digitalização, a encadernação digital, a preservação e a manutenção seriam incomportáveis para a maioria. Além disso, é desejável o estabelecimento de políticas digitais adequadas à realidade das bibliotecas públicas. A BPDP seria constituída através dos contributos das várias bibliotecas, permitindo a consulta, quer particularizada por biblioteca, quer no conjunto dos acervos. Para desenvolver o projeto da BPDP, seria necessário, não só reunir sinergias entre as bibliotecas públicas, como também envolver o mundo académico. Como estudo de caso de boas práticas, apresenta-se a Digital Public Library of America, a qual, além de reunir os acervos de várias bibliotecas com uma sólida política de normalização e de divulgação, disponibiliza os conteúdos de forma apelativa e dinâmica, com soluções inovadoras. Palavras-chave: Biblioteca Digital; Biblioteca Pública; Humanidades Digitais.

Introdução Na atualidade, as bibliotecas digitais impõem-se, não só para a investigação, como para o público em geral. Pretende-se analisar os benefícios da biblioteca digital para a biblioteca pública e para os seus utilizadores. A construção de uma biblioteca digital requer procedimentos técnicos e infraestruturas que não existem em todas as bibliotecas. Daí que se defenda a criação de uma biblioteca publica digital portuguesa, que envolvesse várias instituições e que tivesse como resultado um produto de excelência, de acordo com as normas e boas práticas internacionais. Biblioteca pública digital Foi definido em 1994 pela IFLA/Unesco no manifesto das bibliotecas públicas que «A biblioteca pública - porta de acesso local ao conhecimento - fornece as condições básicas para uma aprendizagem contínua, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos sociais» (IFLA/UNESCO, 1994). Por conseguinte, o acesso ao conhecimento é privilegiado na biblioteca pública. Segundo as diretrizes da IFLA a missão das bibliotecas públicas desenvolve-se em 12 pontos, entre os quais se destacam: 9. Assegurar o acesso dos cidadãos a todos os tipos de informação da comunidade local; 10. Proporcionar serviços de informação adequados às empresas locais, associações e grupos de interesse; 11. Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática; (IFLA/UNESCO, 1994) (IFLA, 2013, cap. 1) Se, por um lado, se coloca a tónica no acesso à informação sobre a comunidade local, por outro lado, as bibliotecas públicas devem fornecer serviços de informação mediar o acesso a esses serviços de forma a garantir que todos os possam utilizar. Um dos objetivos da biblioteca pública é ser «uma instituição-chave na comunidade, para recolha, preservação e promoção da cultura local em toda a sua diversidade.» (IFLA, 2013, p. 19), pelo que a criação de uma biblioteca digital se enquadra neste propósito. Uma biblioteca digital pode definir-se como «A focused collection of digital objects, including text, video, and audio, along with methods for access and retrieval, and for selection, organization, and maintenance of the collection» (Witten, Bainbridge e Nichols, 2009, p. 7). O Manifesto da IFLA/UNESCO sobre as bibliotecas digitais, aprovado na 36ª Conferência Geral da UNESCO (de 25 de outubro a 10 de novembro de 2011, em Paris) definiu, ainda que de forma genérica, o que é e como deve ser constituída uma biblioteca digital:

Una biblioteca digital es una colección en línea de objetos digitales de buena calidad, creados o recopilados y administrados de conformidad con principios aceptados en el plano internacional para la creación de colecciones, y que se ponen a disposición de manera coherente y perdurable y con el respaldo de los servicios necesarios para que los usuarios puedan encontrar y utilizar esos recursos. La misión de las bibliotecas digitales consiste en proporcionar acceso directo a recursos informativos, digitales y no digitales, de manera estructurada y fiable, para de esa manera vincular la tecnología de la información, la educación y la cultura en las bibliotecas actuales. (IFLA e UNESCO, 2011) As bibliotecas digitais, «cuja acessibilidade tornou mais rápida e menos árdua a actividade do investigador» (Gonçalves e Banza, 2013, p. 2), apresentam algumas vantagens face às bibliotecas convencionais: Funciona em modo contínuo, sem restrição de tempo; Permite o acesso à distância; Permite o acesso simultâneo de vários utilizadores; Aumenta a visibilidade das coleções, bem como a sua difusão e respetivo acesso; Pode facilitar o acesso a pessoas com deficiência; Contribui para a preservação física dos documentos. As bibliotecas digitais disponibilizam uma informação organizada e creditada e permitem a utilização e reutilização dos conteúdos para fins didáticos. No entanto, a criação de uma biblioteca digital é um processo geralmente oneroso e que envolve conhecimentos muito específicos no âmbito da digitalização, da metacodificação e das novas tecnologias da informação e da comunicação. Para criar uma biblioteca digital é necessário que, em função da missão da biblioteca, sejam previamente definidos os seguintes parâmetros: Os contextos em que se pretende desenvolver a BD; O público-alvo da BD; As expetativas dos utilizadores; O tipo de conteúdos disponibilizar. Além de determinar a política geral da coleção digital a criar, também deve ser definidas, a priori, as diretrizes processuais para a captação das imagens, a nomeação dos ficheiros, a seleção dos metadados a associar, o tipo de armazenamento e o sistema de gestão da BD, tendo em consideração o Manifiesto de las IFLA/UNESCO Sobre las Bibliotecas Digitales (IFLA e UNESCO, 2011). Estas diretrizes são particularmente importantes quando se constrói uma biblioteca digital a partir de obras digitalizadas há que ter particular atenção à forma como se realiza transposição dos suportes, do analógico para o digital, a fim de garantir a qualidade (vd. Puglia, Reed e Rhodes, 2004).

Na atual conjuntura, não parece exequível que cada biblioteca pública crie a sua própria biblioteca digital, dado que os encargos envolvidos e os conhecimentos necessários para a digitalização, a encadernação digital, a preservação e a manutenção seriam incomportáveis para a maioria. Seria, por isso, desejável o estabelecimento de políticas digitais adequadas à realidade das bibliotecas públicas. A BPDP, além de reunir os acervos de várias bibliotecas, deve estabelecer uma sólida política de normalização e de divulgação, disponibilizando os conteúdos de forma apelativa e dinâmica, com soluções inovadoras. A BPDP seria constituída através dos contributos das várias bibliotecas, permitindo a consulta individualizada por biblioteca, ou no conjunto dos acervos. Para tal seria necessário reunir consensos entre as várias bibliotecas envolvidas, nomeadamente, quanto aos objetivos a atingir e às normas a implementar. O processo de seleção e caraterização das obras a incluir, a definição das políticas de digitalização, a elaboração de propostas e do caderno de encargos, a decisão quanto à localização física dos equipamentos e respetiva manutenção, tudo isto deve ser feito de forma articulada com os vários intervenientes. A parceria com universidades poderá contribuir para a definição das políticas e boas práticas, na eventual formação dos técnicos e na divulgação, assim como na criação de produtos derivados. Como caso de estudo analisamos a Digital Public Library of America (DPLA) (vd. https://dp.la), biblioteca publica digital dos Estados Unidos da América. A DPLA teve início em 2010, em Cambridge, onde, pela primeira vez, se manifestou o interesse na sua constituição. Os trabalhos de concertação e definição levaram cerca de dois anos. Tem sede em Boston, na Biblioteca Pública de Boston e, atualmente, é mantida por uma equipa local de doze pessoas. Possui trinta bibliotecas associadas, que fornecem os conteúdos. No portal de acesso não se distingue o que está depositado (versão digital) na DPLA do que se encontra alojado na própria instituição. A gestão do sistema é realizada pela HathiTrust. Segue o modelo de metadados que seguem é o da Europeana. Todas as atividades são documentadas. A entrada na DPLA é feita através da página com os destaques. São disponibilizadas exposições temáticas, um mapa dos Estados Unidos da América com a localização dos acervos, uma cronologia onde são posicionas as obras por data de criação, aplicações móveis e dados abertos, constituindo um bom exemplo de como construir colaborativamente uma biblioteca publica digital. Conclusão Tendo em consideração o domínio tecnológico e as infraestruturas necessárias é conveniente que a criação da BPDP seja um trabalho colaborativo e que as várias etapas do processo sejam sucessivamente descritas e divulgadas, tendo em vista a respetiva replicabilidade. A Digital Public Library of America, sendo um sistema que congrega várias

sinergias, com o objetivo de colocar em linha uma biblioteca que espelhe as várias diferenças e similitudes da América, constitui um exemplo de colaboração a vários níveis e sustenta a possibilidade de criação de bibliotecas públicas digitais com idênticos princípios colaborativos, rentabilizando os recursos humanos e financeiros, e com uma sólida política de normalização. É possível a criação de uma BPDP! Referências bibliográficas GONÇALVES, Maria Filomena; BANZA, Ana Paula - In limine. Em GONÇALVES, MARIA FILOMENA; BANZA, ANA PAULA (Eds.) - Património Textual e Humanidades Digitais: da antiga à nova Filologia [Em linha]. Évora : CIDEHUS, 2013 Disponível em WWW:<URL:http://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/10468>. ISBN 978-989-95669-7- 2 IFLA - Diretrizes da IFLA sobre os serviços da Biblioteca Pública. 2. a ed. Berlin : DE GRUYTER SAUR, 2013. ISBN 978-3-11-023226-4. IFLA/UNESCO - Manifesto da IFLA/UNESCO sobre bibliotecas públicas. 1994) 2. IFLA; UNESCO - Manifiesto de las IFLA/UNESCO Sobre las Bibliotecas Digitales [Em linha], atual. 2011. [Consult. 18 jun. 2014]. Disponível em WWW:<URL:http://www.ifla.org/ES/publications/manifiesto-de-las-ifla-unesco-sobre-lasbibliotecas-digitales>. IFLA; UNESCO - Manifiesto de la Federación Internacional de Asociaciones de Bibliotecarios y Bibliotecas (IFLA) sobre las bibliotecas digitales. Em UNESCO, Conferencia General, 36. a reunión [Em linha]. Paris : UNESCO, IFLA, 2011 [Consult. 18 jun. 2014]. Disponível em WWW:<URL:http://www.ifla.org/ES/publications/manifiesto-de-las-ifla-unesco-sobre-lasbibliotecas-digitales>. PUGLIA, Steven; REED, Jeffrey; RHODES, Erin - Technical Guidelines for Digitizing Archival Materials for Electronic Access: Creation of Production Master Files Raster Images [Em linha]. Washington : [s.n.] Disponível em WWW:<URL:http://www.archives.gov/preservation/technical/guidelines.pdf>. WITTEN, Ian H.; BAINBRIDGE, David; NICHOLS, David M. - How to Build a Digital Library. 2 th ed. Burlington, MA 01803, USA : Morgan Kaufmann, 2009. ISBN 9781282329096.