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Transcrição:

Acórdãos STA Processo: 0192/14 Data do Acordão: 16 11 2016 Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo 2 SECÇÃO ASCENSÃO LOPES GARANTIA CADUCIDADE INDEMNIZAÇÃO LIMITES Nº Convencional: JSTA000P21159 Nº do Documento: SA2201611160192 Data de Entrada: 13 02 2014 Recorrente: FAZENDA PÚBLICA Recorrido 1: A..., SGPS, SA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: Verificada a caducidade da garantia, tem a impugnante direito a ser indemnizada pelos encargos suportados com a sua prestação, até ao seu efectivo cancelamento, sempre nos limites do nº 3 do art. 53º da LGT. Texto Integral Texto Integral: Acordam, em conferência, nesta Secção do contencioso tributário do Supremo Tribunal Administrativo 1 RELATÓRIO A SGPS, melhor identificada nos autos, veio a fls. 564 e seguintes dos autos requerer ao abrigo do art. 183º A do CPPT, o levantamento da garantia bancária prestada em 31 10 2001, para suspensão do processo de execução fiscal nº 1805 01/102106.0, uma vez que se verificou a caducidade da garantia prestada. Por decisão de 07 de Outubro de 2013, a Mª Juíza de Direito do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto julgou caduca a garantia prestada e reconheceu o direito à indemnização pela totalidade dos prejuízos resultantes da prestação, assim como a restituição dos encargos que vieram a ser suportados até ao efectivo cancelamento. Inconformada com o assim decidido, interpôs o presente recurso a Fazenda Pública com as respectivas alegações que resumiu nas seguintes conclusões: «A. A douta sentença ora em crise, ao julgar caduca, nos termos do art. 186º A do CPPT e por se ter consumado ainda na sua vigência, a garantia bancária prestada para suspensão do PEF nº 1805200101021060, instaurado para cobrança coerciva da liquidação de IRC relativa ao ano fiscal de 2006 objeto da impugnação judicial sub judice, aplicou erroneamente a lei ao determinar que a impugnante tem direito a ser indemnizada pela

totalidade dos prejuízos resultantes da sua prestação, assim como a restituição dos encargos que vierem a ser suportados até ao efetivo cancelamento, sempre nos limites da supra citada norma. B. O direito de indemnização por caducidade da garantia nos termos do nº 6 do art. 183º A do CPPT e dos nºs 3 e 4 do art. 53º da LGT difere do direito de indemnização por garantia total ou parcialmente indevida, previsto no art. 53º da LGT, podendo ser reconhecido independentemente do ganho de causa que o contribuinte obtenha na impugnação graciosa ou contenciosa ou oposição fiscal a que a garantia esteja ligada, obstando à cumulação de uma e outra indemnização (cfr. Jorge Lopes de Sousa, in CPPT Anotado e Comentado, 6ª ed., 3º vol., em nota de rodapé 3 à nota 2 ao art. 171 ). C. Ora, ante a repetida menção a prejuízos, e considerando os precisos termos do nº 6 do art. 183º A do CPPT, a Fazenda Pública entende, por um lado, que o direito à indemnização a que a impugnante tem direito pela prestação de garantia entretanto caduca restringe se, por imperativo legal, aos encargos suportados com a sua prestação, sendo certo que o termo encargos encerra um âmbito mais restrito que o termo prejuízos, equivalente a despesas incorridas por quem a prestou. D. Por outro lado, ainda considerando a norma do nº 6 do art. 183º A do CPPT, não cabe separar, como o faz o segmento decisório da decisão em recurso, os prejuízos resultantes da sua prestação, referindo se ao que tenha suportado até à decisão em causa, dos encargos que vierem a serem suportados até ao efetivo cancelamento, referindo se aos ocorridos até à execução da decisão. E. Com efeito, na óptica da Fazenda Pública, só encargos, no sentido do que foi efetivamente dispendido com a prestação da garantia, e não prejuízos, como sendo supostos danos emergentes ou lucros cessantes, cabem no direito à indemnização, até ao seu cancelamento, e nos termos do nº 3 do art. 53º da LGT. F. A Fazenda Pública entende que a impugnante tem direito aos encargos suportados com a prestação da garantia entretanto caducada até ao seu efetivo cancelamento, sempre nos limites do nº 3 do art. 53º da LGT, porquanto afigura se ser apenas essa a expressão literal de uma decisão coerente com as normas ao abrigo das quais essa decisão foi proferida. G. Ao decidir como decidiu, é entendimento da Fazenda Pública que incorreu a douta sentença sob recurso em erro de julgamento de direito, por errónea aplicação das normas jurídicas em causa, designadamente do nº 6 do art. 183º A do CPPT e dos nºs 3 e 4 do art. 53º da LGT. Nestes termos, Deve ser concedido provimento ao presente recurso, revogando se a douta decisão recorrida, com as legais consequências.» Não foram apresentadas contra alegações. O Ministério Público emitiu parecer no sentido de que o recurso merece provimento, devendo a decisão impugnada deve ser revogada e substituída por acórdão declaratório do direito da impugnante a indemnização por caducidade da garantia com o âmbito indicado na fundamentação expressando ainda que o ressarcimento de quaisquer outros prejuízos resultantes da prestação da garantia caducada (designadamente por danos emergentes ou

lucros cessantes) justifica a propositura de acção autónoma para efectivação de responsabilidade civil extracontratual do Estado por actos praticados por titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes (art.22º CRP; Lei nº 67/2007,31 dezembro). 2 Fundamentação O Tribunal a quo deu como provada a seguinte matéria de facto; A). A presente impugnação foi proposta em 16/07/2001, cf. fls.1 dos autos. B). A sentença foi proferida em 30/10/2007, pelo que decorreram mais de três anos sem que tenha sido proferida decisão nesta instância, por motivo não imputável à impugnante, cf. fls. 481 a 492 dos autos. C). A sentença proferida nos presentes autos foi procedente, cf. fls. 481 a 492 dos autos. D). Foi prestada a garantia bancária em 31/10/2001, cf. fls. 566 e 567 dos autos. 3 DO DIREITO: A decisão recorrida a fls. 632 e seguintes tem o seguinte teor na parte que interessa para o presente recurso: ( ) Quanto ao pedido de reconhecimento do direito a ser indemnizado pelos prejuízos suportados com a prestação e manutenção da garantia aplica se o nº 6 do artigo 183º A do CPPT (entretanto revogado), uma vez que a caducidade da garantia ocorreu em data anterior à revogação da norma: 6 Em caso de caducidade da garantia, o interessado será indemnizado pelos encargos suportados com a sua prestação, nos termos e com os limites previstos no nº 3 e 4 do art. 53º da LGT. Este normativo é expresso ao determinar que em caso de caducidade da garantia, o interessado será indemnizado pelos encargos suportados com a prestação, com os limites aí previstos. O art. 171º nº 1 do C.P.P.T. que veio regulamentar o art. 53º da L.G.T., estipula que: «1 A indemnização em caso de garantia bancária ou equivalente indevidamente prestada será requerida no processo em que seja controvertida a legalidade da dívida exequenda. 2 A indemnização deve ser solicitada na reclamação no prazo de 30 dias após a sua ocorrência. Como se escreve na pag. 766 do CPPT Anotado, 4ª Edição de Jorge Lopes de Sousa Para obter esta indemnização, o interessado deverá, em regra, formular o correspondente pedido na petição do meio procedimental ou processual em que impugne o acto de liquidação da dívida relativamente à qual a garantia foi prestada e só nos casos em que o fundamento do pedido for superveniente em relação à apresentação da petição do meio processual ou procedimental utilizado para impugnar a liquidação da dívida exequenda é que o pedido de indemnização pode ser formulado posteriormente. Assim, a formulação do pedido de indemnização após a apresentação do meio processual ou procedimental utilizado para discutir a legalidade da dívida

exequenda só poderá ter lugar quando, no momento dessa apresentação, ainda não existir fundamento para formulação de pedido de indemnização, o que ocorrerá, designadamente, nos casos em que, no momento da apresentação da petição ainda não tiver sido prestada garantia. Ora, no caso dos autos, quando a petição inicial foi intentada, em 16/10/2001, ainda a garantia não tinha sido prestada pois essa prestação ocorreu em 31/10/2001. Nos termos do art. 183º A do CPPT: «Em caso de caducidade da garantia, o interessado será indemnizado pelos encargos suportados com a sua prestação, nos termos e com os limites previstos nos nº 3 e 4 do artigo 53º da lei geral tributária. O nº 3 do art. 53º da LGT estipula que a indemnização pelos prejuízos resultantes da prestação de garantia tem como limite máximo o montante resultante da aplicação ao valor garantido da taxa de juros indemnizatórios prevista na presente lei. Não dispondo o Tribunal de elementos para o cálculo da indemnização devida a mesma deverá ser solicitada e calculada junto da entidade impugnada. Concluindo, verificada a caducidade da garantia, tem a impugnante direito a ser indemnizada pela totalidade dos prejuízos resultantes da sua prestação, assim como a restituição dos encargos que vierem a ser suportados até ao efectivo cancelamento, sempre nos limites da supra citada norma. (sublinhado nosso) Notifique. Dê conhecimento, remetendo cópia deste despacho ao Serviço de Finanças competente. Registe e notifique. Após trânsito remeta o presente processo ao TCA Norte para conhecimento do recurso pendente. DECIDINDO NESTE STA Questiona se no presente recurso apenas a extensão da indemnização concedida na decisão recorrida à impugnante assim delimitada na sentença recorrida: Concluindo, verificada a caducidade da garantia, tem a impugnante direito a ser indemnizada pela totalidade dos prejuízos resultantes da sua prestação, assim como a restituição dos encargos que vierem a ser suportados até ao efectivo cancelamento, sempre nos limites da supra citada norma Do que discorda a recorrente para quem a impugnante tem direito aos encargos suportados com a prestação da garantia entretanto caducada até ao seu efectivo cancelamento, sempre nos limites do nº 3 do art. 53º da LGT, porquanto se lhe afigura ser apenas essa a expressão literal de uma decisão coerente com as normas ao abrigo das quais essa decisão foi proferida. Vejamos o quadro legal: Prescreve o artigo 183º, nº 1, do CPPT: "Se houver lugar a qualquer forma de garantia, esta será prestada junto do tribunal tributário competente ou do órgão da execução fiscal onde pender o processo respectivo, nos termos estabelecidos no presente Código.".

E acrescentava o nº 6 do artigo 183 A, do mesmo diploma, na redacção conferida pela Lei nº 32 B/2002, de 30/12: "Em caso de caducidade da garantia, o interessado será indemnizado pelos encargos suportados com a sua prestação, nos termos e com os limites previstos nos nºs 3 e 4 do artigo 53º da lei geral tributária.". O artigo 183º A, foi revogado pelo artigo 94º da Lei nº 53 A/2006, de 29/12. E, o artigo 171º, do Código de Procedimento e de Processo Tributário, no nº 1 determina: "A indemnização em caso de garantia bancária ou equivalente indevidamente prestada será requerida no processo em que seja controvertida a legalidade da dívida exequenda." Por sua vez o artigo 53º da Lei Geral Tributária, prescreve: Nº 1 "O devedor que, para suspender a execução, ofereça garantia bancária ou equivalente será indemnizado total ou parcialmente pelos prejuízos resultantes da sua prestação, caso a tenha mantido por período superior a três anos em proporção do vencimento em recurso administrativo, impugnação ou oposição à execução que tenham como objecto a dívida garantida.", Nº 2 ( ) Nº 3 A indemnização referida no nº 1 tem como limite máximo o montante resultante da aplicação ao valor garantido da taxa de juros indemnizatórios prevista na presente lei e pode ser requerida no próprio processo de reclamação ou impugnação judicial, ou autonomamente. Não vindo questionada a decisão na parte em que considerou ser de aplicar ao caso dos autos o artº 183 A nº 6 do CPPT na altura em vigor, apenas se impõe que façamos a interpretação deste preceito interligado com o disposto no artigo 53º nº 3 da LGT. Concordamos com a Fazenda Pública no entendimento que expressa de que a impugnante tem direito aos encargos suportados com a prestação da garantia entretanto caducada até ao seu efectivo cancelamento, sempre nos limites do nº 3 do art. 53º da LGT, porquanto afigura se ser apenas essa a expressão literal de uma decisão coerente com as normas ao abrigo das quais essa decisão foi proferida. No mesmo sentido se expressa o Sr. Procurador Geral Adjunto neste STA quando refere: ( ) Ocorrendo caducidade da garantia, o montante da indemnização devida ao interessado deve corresponder apenas aos encargos suportados com a prestação da garantia caducada, ainda que posteriores à declaração de caducidade, neles se incluindo as quantias pagas às entidades bancárias e seguradoras garantes (nos casos de garantia bancária e de seguro caução) e as custas processuais. Aqui chegados cremos que a decisão recorrida se expressou de forma

indevida quanto à extensão da indemnização por prestação da garantia entretanto caducada notando se que até citou a norma do artigo 53º nº 3 da LGT, como limitativa do alcance da indemnização. Assim quando expressou: tem a impugnante direito a ser indemnizada pela totalidade dos prejuízos resultantes da sua prestação, assim como a restituição dos encargos que vierem a ser suportados até ao efectivo cancelamento, sempre nos limites da supra citada norma disse mais do que efectivamente era suposto dizer a avaliar pelo discurso fundamentador antecedente. Fê lo de forma imprópria porque não são todos os prejuízos mas apenas os encargos suportados com a sua prestação (da garantia). Remetemos para a lição constante do CPPT Comentado e anotado de Jorge Lopes de Sousa Vol III 2011 a fls. 346. Ali se expressou: b) Montante da indemnização Por força da remissão efectuada no nº 6 deste art. 183 A, na redacção inicial, para o nº 3 do art. 53º da LGT, a indemnização por caducidade de garantia tem como limite máximo o montante resultante da aplicação da taxa de juros indemnizatórios prevista naquela Lei ao valor garantido (arts. 35º, nº 10, e 43º, nº 4, da LGT) (essa taxa de juro é, presentemente, de 4% ao ano, nos termos dos arts 35º, nº 10, e 43º, nº 4, da LGT, art. 559º do CC e portaria nº 291/2003, de 8 de Abril) Não há, assim, direito a juros indemnizatórios relativamente ao período de prestação da garantia, sendo o montante dos juros indemnizatórios que seriam devidos durante o período de prestação da garantia considerado apenas para determinar o limite máximo da indemnização. (neste sentido, podem ver se os seguintes acórdãos do STA, de 11 10 2006, processo nº 513/06; de 4 6 2008, processo nº 23/08, de 10 11 2010, processo nº 489/10, de 30 3 2011, processo nº 13/11). Esta corresponde ao montante dos encargos efectivamente suportados, desde que não seja superior ao montante dos juros indemnizatórios que seriam devidos durante o período de prestação da garantia. Fazendo se no n.º 6 deste art. 183º A referência genérica aos encargos suportados com a prestação da garantia, sem qualquer restrição que não seja o limite máximo que resulta da remissão para o art. 53º da LGT, deverá entender se que o direito de indemnização abrange tudo que o contribuinte despendeu com a prestação da garantia, incluindo importâncias pagas a entidades bancárias ou seguradoras (nos casos de garantia bancária e seguro caução) e custas processuais, mas não prejuízos derivados da prestação, designadamente da privação de bens, se a garantia foi prestada por caução. Na verdade, para além de a palavra «encargos» não ser apropriada a designar prejuízos que não se traduziram em despesas, impor se á aqui paralelismo com a situação de indemnização por prestação de garantia indevida, prevista no n.º 1 do art. 53º da LGT, que apenas abrange os casos de «garantia bancária ou equivalente» (das formas de garantia especialmente previstas no art.º 199º, nº 1, do CPPT garantia bancária, caução e seguro caução, apenas esta ultima parece ser qualificável como equivalente, para efeitos de indemnização, uma vez que apenas nela há lugar a pagamento de uma quantia patrimonial à entidade garante) (adoptando este entendimento ver se o acórdão do STA de 30 3 2011, processo nº 13/11). Com efeito, se mesmo nos casos de garantia indevida não se prevê indemnização nos casos de garantia prestada através de caução, por paridade, se não maioria, de razão se justificará limitar a esses mesmos casos a indemnização por garantia mantida por prazo superior ao previsto neste art. 183º A em que, ao fim e ao cabo, a garantia até pode ser devida,

estando se, portanto, perante uma ilicitude de menor grau. (No entanto, a restrição do dever de indemnização a estes casos de prestação de garantia bancária e seguro caução, no entanto, apenas valerá quanto a esta indemnização automática, derivada da mera verificação dos supostos previstos nos arts 53.º, nºs 1 e 2 da LGT e 183º A, nº 6, do CPPT, independentemente da verificação dos pressupostos gerais da responsabilidade civil extracontratual dos entes públicos, regulada pela lei nº 67/2007, de 31 de dezembro (anteriormente, pelo DL nº 48051, de 21 11 1967 com efeito por força do disposto no art. 22º da CRP, não pode afastar se, sem inconstitucionalidade, o dever de pagamento de indemnização por entes públicos quando se verificarem os pressupostos gerais da responsabilidade civil extracontratual. Porém, nestes casos, a indemnização terá de ser pedida em acção autónoma, nos termos gerais)( ). Do exposto, resulta a razão da recorrente pelo que o presente recurso deve ser julgado procedente. 4 DECISÃO: Pelo exposto, acordam os Juízes deste STA em conceder provimento ao recurso, revogando a decisão recorrida no segmento em que vinha questionada devendo a impugnante ser indemnizada pelos encargos suportados com a garantia prestada e as custas processuais, com o limite decorrente do nº 3 do artigo 53º da LGT. Sem custas Lisboa, 16 de Novembro de 2016. Ascensão Lopes (relator) Francisco Rothes Casimiro Gonçalves.