O conflito entre Colômbia, Equador e Venezuela e a eficácia dos meios de solução de conflitos



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Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery http://re.granbery.edu.br - ISSN 1981 0377 Curso de Direito - N. 9, JUL/DEZ 2010 O conflito entre Colômbia, Equador e Venezuela e a eficácia dos meios de solução de conflitos Israel Moreira Paradela 1 Resumo Os conflitos entre Estados têm se tornado cada vez mais freqüentes, e é de grande importância para a manutenção da paz e segurança internacionais que esses litígios se resolvam da maneira mais pacífica possível. Isso em vista e à luz dos mecanismos de solução de conflitos previstos pelo Direito Internacional, o presente artigo visa tecer uma breve análise comparativa entre as contendas entre Colômbia e Equador e entre Colômbia e Venezuela, ocasionadas pelo assassinato de Raul Reyes, membro das FARC, pelo exército colombiano, em território equatoriano, em 1º de março de 2009. Palavras-chave Colômbia; Equador; Venezuela; solução pacífica de conflitos internacionais; Direito Internacional. Abstract The disputes between States are increasingly frequent and it is of great importance to the maintenance of international peace and security that those disputes are settled the most peaceful as possible. Because of that and in the light of the settlement mechanisms of international disputes provided by the International Law, the aim of this article is to provide a brief comparative analysis of the conflicts between Colombia and Ecuador and Colombia and Venezuela, caused in consequence of the murdered of Raul Reyes, a FARC member, by the Colombian Army, in ecuatorian territory, in March 1st 2009. Key Words 1 Israel Moreira Paradela é aluno do curso de Direito da Faculdade Metodista Granbery e desenvolveu o presente artigo a partir de discussões realizadas no grupo de estudos de Direito Internacional GAPAMUN Grupo de Análise do Panorama Mundial, sob a orientação da professora Tathiana Haddad Guarnieri. 1

Colombia, Ecuador; Venezuela; peaceful settlement of international disputes; International Law. 1. Introdução Recentemente, o continente da América do Sul foi assolado por uma crise diplomática que parecia representar o estopim para um conflito armado. Colômbia, Equador e Venezuela entraram em conflito no dia 1º de março do ano de 2009, após o exército colombiano anunciar o assassinato de Raúl Reyes, o segundo comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O grande problema desta operação foi sua localização as proximidades com o Equador levando a Colômbia a invadir território equatoriano 2. O Equador, como forma de defesa, enviou suas tropas para a localidade, na fronteira colombiana 3. A Venezuela, por sua vez, sem estar diretamente relacionada ao conflito, saiu em favor do Equador, enviando seu Exército para a fronteira com a Colômbia e determinando a retirada dos funcionários colombianos da embaixada em Bogotá. A atitude venezuelana apenas reforçou a discórdia entre Hugo Chávez, presidente da Venezuela (1999-atualmente), e Álvaro Uribe, presidente da Colômbia (2002-2010), que vinha se arrastando por alguns anos. A invasão de território equatoriano por parte da Colômbia foi apenas a desculpa que faltava para o acirramento das desavenças entre os dois países 4, haja vista que não houve qualquer lesão à Venezuela. O conflito entre Colômbia e Equador, país diretamente lesado, acabou sendo mais rapidamente solucionado. Durante a semana que sucedeu a invasão, o presidente equatoriano (2007-atualidade), Rafael Correa, e o presidente colombiano reuniram-se na República Dominicana, para selarem a paz. Leonel Fernández, presidente dominicano (2004-atualidade), havia pedido aos conflitantes para resolverem a situação, oferecendo, inclusive, seu território 2 V. Entenda o conflito entre Venezuela, Equador e Colômbia. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo, acesso em 14 de agosto de 2010, às 17:30. 3 V. Presidentes da Colômbia e Equador encerram conflito bilateral. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u379782.shtml, acesso em 04 de setembro de 2010, às 22:41. 4 V. Ruptura entre Colômbia e Venezuela pode ser estratégia política, opinam especialistas. Disponível em: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5833005,00.html, acesso em 21 de agosto de 2010, às 18:47. 2

para que pudessem dialogar 5. Entre Venezuela e Colômbia, as relações diplomáticas foram retomadas no dia 10 de agosto de 2010, em uma reunião em Santa Marta na Colômbia 6. Os fatos apontam para um fato de grande relevância na atualidade, os litígios entre Estados. Os conflitos interestatais não são dados recentes e têm se tornado frequentes no cenário internacional contemporâneo. Cada Estado possui o dever de esgotar todas as maneiras pacíficas de solução das disputas antes de partir para um conflito armado. É o que dispõe o artigo 33, 1º da Carta da Organização das Nações Unidas: As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha. (Carta das Nações Unidas, 1945) A determinação contida no referido dispositivo é decorrência direta da proibição da guerra nas relações internacionais consagrada no Pacto Briand Kellog (ou Pacto de Paris), de 27 de agosto de 1928 7. Como se vê no próprio dispositivo, vários são os métodos pacíficos de solução dos conflitos internacionais, podendo os mesmos ser classificados como meios diplomáticos, meios jurídicos e meios coercitivos (MELLO, 2001; MAZZUOLI, 2010 8 ). 2. O Cenário Internacional A sociedade internacional é formada por Estados e Organizações Internacionais intergovernamentais. Ela é universal, vez que abrange toda a universalidade terrestre, aberta, pela ausência de estipulação quantitativa de membros, e paritária, por serem seus membros 5 Cf. Presidentes da Colômbia e Equador encerram conflito bilateral. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u379782.shtml, acesso em 04 de setembro de 2010, às 22:41. 6 Cf. Colômbia e Venezuela restabelecem relações diplomáticas. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/08/colombia-e-venezuela-restabelecem-relacoes-diplomaticas-1.html, acesso em 21 de agosto de 2010, às 18:50. 7 Para maiores informações sobre o pacto, v. http://www.yale.edu/lawweb/avalon/imt/kbpact.htm, acesso em 11 de setembro de 2010, às 20:00. 8 Este último autor propõe um quarto tipo os meios semijurídicos os quais seriam desdobramento dos meios jurídicos. V. MAZZUOLI, 2010. 3

dotados de igualdade jurídica. Além disso, a sociedade internacional se apresenta como descentralizada (MELLO, 2001). Há descentralização do poder no cenário internacional pela ausência de um soberano, agindo oposta e superiormente aos Estados integrantes. Inexiste, com isso, e à diferença dos Estados, a centralização da autoridade estatal, suprema e máxima, em poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em consequência, no âmbito internacional, as relações jurídicas são desenvolvidas de maneira horizontal, mantendo lado a lado, e em condições de igualdade, cada Estado soberano 9. A soberania estatal significa que o Estado governa a si próprio, atuando sem concorrências externas sobre sua sociedade e seu território. Essa autoridade do ente estatal permite-o escolher a maneira como aplicará a lei internacional no âmbito interno. Por conta dela, tem-se a inexistência de um órgão que obrigue os Estados a resolverem seus conflitos no plano internacional. Por isso, a soberania é vista, por muitos, como verdadeiro obstáculo à produção de justiça internacional, haja vista que, autoridade ilimitada que é, serve de sustentáculo a muitas injustiças cometidas pelos entes estatais (MAZZUOLI, 2010). Quando se analisa o conflito em questão, percebe-se que a Colômbia cometeu evidente afronta à soberania equatoriana ao invadir o território deste país. Uma vez que os membros das FARC já não se localizavam em território colombiano, não cabia mais a competência do exército ou jurisdição da Colômbia para agir, mas sim do próprio Equador, autoridade indiscutível sobre tudo e todos que se encontrassem em seu espaço territorial. Tal é devido ao princípio da não-intervenção, corolário do já mencionado princípio da soberania, pelo qual cada Estado tem poder e autoridade nos limites de seu território, sobre sua sociedade e sobre seu governo. A Venezuela, de outro lado, não sofreu lesão direta neste incidente, posicionando-se de forma drástica e precipitada no conflito ao enviar tropas para sua fronteira com a Colômbia. 3. Os meios de solução dos litígios internacionais A mencionada inexistência de uma autoridade capaz de estabelecer as regras de conduta e exigir seu cumprimento por parte dos Estados, no plano internacional, acabou 9 Ressalte-se, porém, que por mais que se trate de Estados soberanos, há redução de parcela desta soberania em prol da cooperação internacional (MELLO, 2001; MAZZUOLI, 2010). 4

fazendo com que o Direito Internacional desenvolvesse mecanismos para a solução dos conflitos por ventura surgidos. Esses meios, classificados aqui em diplomáticos, jurídicos e políticos, podem apresentar tanto uma finalidade impeditiva, quando solucionam o conflito, como uma finalidade preventiva, quando buscam prevenir a ocorrência daquele (MAZZUOLI, 2008). A importância do tema aparece refletida na Carta da Organização das Nações Unidas, a qual dedica um capítulo inteiro o Capítulo VI à solução pacífica dos litígios. Passemos, então, à descrição e análise dos mecanismos disponibilizados. 3.1. Meios Diplomáticos As negociações diplomáticas, ou diretas, caracterizam-se por certa informalidade, permitindo uma discrição por parte dos Estados. É o meio usual e o de resultados mais eficazes para as partes (CASELLA et al, 2002), pois há um diálogo simples e direto, como se se buscasse a solução para uma eventual briga entre vizinhos. As soluções diplomáticas podem ser bilaterais, quando a questão interessa a apenas dois Estados, ou multilaterais, quando o assunto interessa a mais de dois Estados. Apenas os Estados litigantes participam das negociações, sendo estas de interesse direto dos mesmos. Por este meio, pode-se chegar a diversos resultados: renúncia de um Estado à sua reivindicação (desistência); aceitação da reivindicação de determinado Estado (aquiescência); transação, quando os Estados fazem transações recíprocas (MELLO, 2001; MAZZUOLI, 2010). Ao lado das negociações diretas estão a mediação, os bons ofícios e a conciliação, os quais, diferentemente das primeiras, utilizam um terceiro na busca de solução para as controvérsias. Os bons ofícios constituem uma tentativa pacífica em que um terceiro, normalmente um Estado, viabiliza o diálogo entre os Estados conflitantes. Nesse caso, a atuação do terceiro é meramente instrumental, pois ele apenas coloca as partes frente a frente para negociarem (MAZZUOLI, 2010). Este serviço pode ser oferecido por um alto funcionário de uma organização intergovernamental (MELLO, 2001) ou por algum organismo desta, como é o caso da Comissão Interamericana da Paz ou Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, existente no Sistema Interamericano, o qual exerce funções equivalentes aos bons ofícios (CASELLA et al, 2002). 5

A mediação se assemelha aos bons ofícios, pois se utiliza de um terceiro Estado ou uma personalidade privada, de grande credibilidade dos Estados controversos, para alcançar a solução da controvérsia. Ambos, mediação e bons ofícios, se aproximam pela presença de um terceiro interveniente, mas diferem-se pelo fato de que nos bons ofícios o terceiro tem posição passiva, instrumental, servindo apenas como facilitador para os litigantes. Na mediação, o terceiro tem papel ativo, atuando efetivamente na solução do conflito. Nesse caso, o Estado ou, até mesmo, uma personalidade privada, conforme vem aceitando a ONU, colabora ativamente para que os conflitantes ponham fim à controvérsia. A decisão final, porém, cabe apenas a eles, que podem acatar ou recusar a proposta do mediador. Por tudo isso, a mediação se apresenta mais solene e de maior ingerência que os bons ofícios (MAZZUOLI, 2010). A conciliação, por sua vez, constitui uma espécie de mediação mais formalizada, prevista em diversos tratados internacionais, como a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, 1969, em seu Anexo 10. Esta forma de solução de conflitos caracteriza-se por uma chamada comissão de conciliação, sendo formada por representantes dos Estados litigantes e de Estados neutros, sempre em número ímpar (REZEK, 2008). Nota-se que os membros de tal comissão não precisam ser necessariamente imparciais. Ao final da conciliação, é emitido um parecer ou relatório com a proposta para a solução do conflito, proposta essa produzida por decisão da maioria (MAZZUOLI, 2010). As comissões de inquérito, por sua vez, constituem instrumentos discutíveis de solução de conflito, na medida em que buscam apurar os fatos que compõem o litígio, sendo prévias aos meios de solução propriamente ditos, não tendo como resultado final, por si mesmas, a finalização das controvérsias. O que se tem é, na verdade, a investigação de um caso objeto de discussão no plano internacional. A ausência de juízes ou tribunal e de decisão vinculante, no entanto, permite-nos aproximar as comissões de inquérito dos meios diplomáticos, distanciando-as dos meios jurídicos. A utilização de meios diplomáticos no cenário internacional é bastante difundida e utilizada. Durante a crise diplomática que se instaurou com o conflito em foco no presente artigo, por exemplo, muitos governos da região demonstraram grande preocupação, oferecendo-se, com isso, para atuar como mediadores na pacificação dos Estados litigantes. 10 V. http://www2.mre.gov.br/dai/dtrat.htm, acesso em 11 de setembro de 2010, às 20:07. 6

O Brasil, país com forte tradição diplomática e pacífica, dispôs-se a figurar como mediador principal 11 entre os contendores 12. Mas, por mais que toda a América Latina se dispusesse a intervir pacificamente no conflito, apresentando soluções, de nada adiantaria se os conflitantes não acatassem as decisões sugeridas. O motivo disso é que estas formas de solução de litígios não têm força vinculante para as partes, carecendo, com isso, de obrigatoriedade. Tal se deve à ausência de um governo acima dos Estados, os quais se mantêm soberanos de si mesmos, conforme supra explicitado. 3.2. Meios Jurídicos Os meios jurídicos, segundo a classificação de Mazzuoli (2010), caracterizam-se pela presença de tribunais internacionais de caráter e jurisdição permanentes, distinguindo-os dos meios diplomáticos. Como aponta o referido autor, estes meios caracterizam-se pela obrigatoriedade de cumprimento das decisões estabelecidas. Dentre os meios jurídicos de solução de conflitos internacionais, destaca-se a Corte Internacional de Justiça (CIJ). A CIJ, ou a Corte de Haia 13 assim chamada por estar situada na cidade de Haia, na Holanda é o principal órgão judiciário das Nações Unidas, conforme o artigo 92 da Carta da ONU (CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). Segundo esse documento, os Estados submetem-se às decisões proferidas pela corte, sendo que sua jurisdição dependerá de declaração expressa dos Estados no sentido de sua aceitação (ESTATUTO DA CIJ, 1945). Suas funções são, dentre outras, solucionar os conflitos internacionais, aplicando o Direito Internacional, emitindo pareceres consultivos sobre qualquer questão jurídica a ela submetida (CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). Daí seu relevante papel na pacificação de litígios. A CIJ é composta por quinze magistrados independentes, eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança. Esses magistrados devem pertencer a nacionalidades diversificadas, não podendo figurar na corte dois (ou mais) representantes de um mesmo Estado. O estatuto da CIJ salienta, ainda, a importância de se considerar não só a política na 11 Cf. Entenda o conflito entre Venezuela, Equador e Colômbia. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo, acesso em 14 de agosto de 2010, às 17:30. 12 Isso lhe rendeu inúmeros elogios por parte de outros países. Vide, a respeito: Colômbia elogia gestão de Lula em conflito com a Venezuela. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,oi4611895- EI8140,00-Colombia+elogia+gestao+de+Lula+em+conflito+com+Venezuela.html, acesso em 08 de agosto de 2010, às 15:45. 13 Para maiores informações sobre a CIJ, vide: http://www.icj-cij.org/, acesso em 11 de setembro de 2010, às 19:42. 7

escolha destes árbitros, mas também o sistema jurídico que elas representam (ESTATUTO DA CIJ, 1945). Isso ocorre com o intuito de se obter a representatividade dos diferentes sistemas jurídicos existentes no mundo. Indiscutivelmente, hoje, a CIJ é de grande relevância para o sistema internacional, sendo peça fundamental na solução de muitos litígios interestatais. Para além das decisões proferidas no âmbito da CIJ ou de outros tribunais internacionais, merece destaque a arbitragem, a qual não pode ser considerada meio judicial de solução de conflitos, por não ser necessariamente composta por juízes ou por tribunais prévia e permanentemente estabelecidos. Daí se poder dizer discutível sua classificação 14. A arbitragem consiste nos Estados litigantes escolherem um árbitro ou tribunal 15 para decidir o conflito (MELLO, 2001). Alguns tratados internacionais munem-se da chamada cláusula arbitral, o que obriga as partes integrantes do tratado a recorrer à arbitragem em caso de litígios (MAZZUOLI, 2010). O tribunal de arbitragem é formado por representantes dos Estados, não necessariamente juízes, de livre escolha dos litigantes. Nada impede, entretanto, que as partes elejam terceiros para escolher quem serão os árbitros (MAZZUOLI, 2010). O tribunal estabelecido desaparece após a solução do litígio, constituindo-se de forma ad hoc, ou seja, com finalidade específica (MELLO, 2001). Ao contrário dos outros métodos de solução de conflitos, a decisão aqui tomada tem caráter de sentença, pois as partes previamente aceitaram a decisão. A decisão, entretanto, pode ser anulada, dentre outros motivos, caso haja corrupção, excesso de poder da parte dos árbitros, quando uma das partes não tiver sido ouvida, houver erro na motivação da sentença ou seja violado qualquer outro princípio fundamental do processo (MELLO, 2001; MAZZUOLI, 2010). Mello (2001) descreve três tipos de arbitragem, de acordo com quem a realiza: a arbitragem encabeçada por chefes de Estado; a arbitragem realizada por comissões mistas; a arbitragem desempenhada por tribunal. Mazzuoli (2010) destaca a arbitragem voluntária, aquela em que as partes buscam livremente este método de solução de conflitos; e arbitragem 14 Mello (2001) considera a arbitragem meio jurídico puro, na medida em que as decisões terão força jurídica para as partes em conflito. Mazzuoli (2008; 2010), por sua vez, identifica a arbitragem como meio semijudicial, pelo fato de que nos tribunais judiciais internacionais a composição é fixa e prévia ao conflito, enquanto na arbitragem estes terão caráter ad hoc, além da falta de obrigatoriedade de os árbitros serem juízes. 15 Apesar da referência a tribunal arbitral (ou tribunal de arbitragem), frise-se que não necessariamente vai existir uma corte no sentido estrito da expressão, i. e., composta obrigatoriamente por juízes, como já se mencionou. Daí a preferência pela utilização da expressão entre aspas. 8

obrigatória, quando os litigantes comprometem-se a utilizar este método, através de uma cláusula arbitral. Tal como os meios judiciais, da qual a Corte Internacional de Justiça é exemplo, a arbitragem tem sido muito utilizada, no cenário internacional contemporâneo, para extinguir conflitos interestatais. 3.3. Meios Políticos Certos casos de controvérsias são tão graves, de grande ameaça à paz e de difícil solução, que são submetidos a instâncias intergovernamentais, sejam de caráter universal, como a ONU (Organização das Nações Unidas), sejam de cunho regional, como a OEA (Organização dos Estados Americanos) (MELLO, 2001; MAZZUOLI, 2010). Ao contrário dos meios diplomáticos, estes meios de solução podem se dar sem o conhecimento de um dos litigantes, já que basta que apenas um deles recorra a essas organizações (MAZZUOLI, 2010). No âmbito da ONU, a mais importante das organizações internacionais, os Estados podem recorrer a Assembleia Geral ou ao Conselho de Segurança (MELLO, 2001). Através desses órgãos políticos, a ONU emite recomendações (no caso da Assembleia Geral) e resoluções (no caso do Conselho de Segurança) a serem cumpridas pelos Estados em conflito, podendo lançar mão da intervenção armada, em casos extremos 16 (MAZZUOLI, 2010). A Assembleia Geral funciona como um parlamento, em que todos os Estados são representados, tendo igualdade de voto, independentemente de sua condição financeira, política, militar, territorial ou populacional (artigos 9º e 18 CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). Neste órgão, os países podem discutir suas divergências, promovendo acordos sobre como resolver seus problemas. Suas decisões, no entanto, têm caráter recomendatório, não vinculando juridicamente os Estados. O Conselho de Segurança, por sua vez, é órgão político cuja principal função é manter a paz e a segurança internacionais. Este Conselho é composto por um total de 15 membros 5 membros de representação permanente e 10 membros rotativos, eleitos pela Assembleia Geral para um período de 2 anos. Os membros permanentes são Estados Unidos, Rússia, Grã- 16 Ressalte-se que a intervenção armada determinada pelo Conselho de Segurança da ONU, com base no artigo 41 da Carta, é, ao lado da legítima defesa, um dos dois casos em que o uso da força é legítimo perante o Direito Internacional. 9

Bretanha, China e França, enquanto os atuais membros rotativos são Áustria, Bósnia- Herzegovina, Brasil, Gabão, Japão, Líbano, México, Nigéria, Turquia e Uganda 17. O Conselho de Segurança possui as funções de determinar as situações de ameaça à paz e segurança internacionais, decidindo as medidas que deverão ser tomadas, podendo, para tal feito, ouvir as partes. Suas competências estão previstas nos artigos 39, 40 e 41 da Carta das Nações Unidas, indo desde o isolamento à possibilidade de intervenção armada, sempre buscando a solução pacífica do litígio. Cada membro do Conselho de Segurança tem direito a um voto, sendo aprovadas as resoluções que obtiverem um total de nove votos, sem qualquer veto por parte dos membros permanentes. No caso da OEA, essa função cabe ao Conselho Permanente, conforme prevê a Carta dessa organização (MAZZUOLI, 2010). Questão complexa surge da previsão de não-ingerência em assuntos internos consagrada no tratado constitutivo da ONU. Pautando-se na disposição do artigo 2º, 7º da Carta das Nações Unidas, muitos Estados buscam colocar empecilhos às tentativas da organização de fazer a paz (MAZZUOLI, 2010). Tal regra determina que: Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição interna de qualquer Estado ou obrigará os Membros a submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta (...). (artigo 2º, 7 CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945) O texto do referido artigo configura exemplo da consagração do princípio da soberania estatal, para o qual cada Estado é livre para tomar as decisões que lhe aprouverem dentro de seu território e sobre sua sociedade. Como bem acentua Mazzuoli (2010), entretanto, este dispositivo corresponde à regra e, como tal, comporta exceção, por ele mesmo trazida: (...) este princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capítulo VII. (artigo 2º, 7, in fine CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). 17 Dados disponíveis em: http://www.un.org/sc/members.asp, acesso em 11 de setembro de 2010, às 19:34. 10

As exceções ocorrem quando a paz e a segurança internacionais estão ameaçadas e quando os direitos humanos são violados, casos em que o interesse internacional prevalece sobre o interno. 4. Análise comparativa dos casos e o problema dos meios pacíficos É nítida a contribuição do Direito Internacional na disponibilização de vários meios para se chegar à solução pacífica das controvérsias internacionais. Ainda assim, a ameaça de conflitos armados tem sido muito frequente no ambiente internacional. Muitos atribuem a ineficácia destes métodos à má vontade das partes e à imparcialidade das organizações, que sofrem grande influência ocidental, principalmente dos Estados Unidos e das grandes potências (MAGALHÃES, 2009). Além disso, a maneira como cada Estado interpreta o conflito terá total influência na tomada de decisão pelo meio disponível para solucioná-lo. O próprio conflito que envolveu a Venezuela e a Colômbia ilustra isso, pois muitos países procuraram pôr fim a este litígio. O conflito, entretanto, durou longos meses, ultrapassando, inclusive, a contenda entre Equador e Colômbia. As acusações trocadas entre Venezuela e Colômbia durante este período mostraram como a influência de outros países é relevante. Chávez, presidente da Venezuela, poderia, inclusive, ter usado este conflito como afronta aos Estados Unidos, que mantêm boa relação com a Colômbia. Nota-se como a política é de grande relevância neste cenário. Muitos países preferem se valer da política da guerra do que resolver pacificamente seus conflitos. A política é a constante do mundo internacional, tanto quanto no direito interno, acarretando modificações constantes neste meio (MELLO, 2001). Há a hipótese de alguns países usarem seus conflitos como forma de fazer política. Um exemplo seria o conflito entre Colômbia e Venezuela. Nesse sentido, há quem acredite que a crise gerada, apesar de não muito diferente das anteriores, tenha tido um viés político mais característico. Como as eleições legislativas na Venezuela se aproximam, Chávez pode ter se aproveitado para se fortalecer politicamente. O conflito seria um meio apropriado de conseguir simpatizantes 18. O conflito teve início com a invasão de território equatoriano, o que representou afronta à soberania do Equador. Mediante a interpelação de outro país da América Latina, a República Dominicana, os dois litigantes puseram termo ao seu conflito. A atuação do 18 Ruptura entre Colômbia e Venezuela pode ser estratégia política, opinam especialistas. Disponível em: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5833005,00.html, acesso em 21 de agosto de 2010, às 18:47. 11

presidente dominicano serve de exemplo para os bons ofícios, já que ele agiu como facilitador à solução do conflito, oferecendo, inclusive, seu território para a solução do mesmo. Mesmo sendo o Estado diretamente lesado neste conflito, o Equador procurou solucionar pacificamente a contenda. A Venezuela, por outro lado, não havia sofrido qualquer lesão até então, mas sentiu-se no direito de se posicionar em defesa do Estado ofendido, tomando medidas drásticas ao posicionar seu exército na fronteira, o que seria válido para o Equador, Estado atacado, como medida de defesa, mas não para qualquer outro não lesado pelo conflito. A Venezuela, no entanto, aproveitou-se da contenda para fechar qualquer diálogo com a Colômbia por um período de tempo que chegou a durar além daquele que se instalou na controvérsia entre Colômbia e Equador. Daí podermos pensar na estratégia política da ação do governo venezuelano. Percebe-se, por tudo, como um único fato é capaz de provocar reações distintas em agentes tão díspares. Cada Estado envolvido no conflito em análise Equador, Colômbia e Venezuela interveio de modo a defender seus interesses próprios e a sua forma de fazer política. 5. Conclusão Como se viu, o Direito Internacional disponibilizou, ao longo dos anos, inúmeros meios e órgãos para a solução dos conflitos internacionais. Muitas vezes, entretanto, os Estados ignoram esses ditames, supervalorizando a política e subvalorizando a paz. O conflito ora analisado exemplifica como a eficácia destes meios pacíficos de solução de controvérsias internacionais se aplicam de maneira variada de acordo com a política dos países. A contenda instaurada se deu entre países física e culturalmente próximos. Ainda assim, parecia haver configurado verdadeira ameaça à paz no continente sul-americano. A política é de crucial importância para as relações internacionais, mas também pode se apresentar como verdadeiro obstáculo para a instalação da paz e da justiça internacional. Deve-se sempre buscar soluções pacíficas, pois há sempre um preço muito alto a se pagar pela guerra. 12

Referências Bibliográficas: Notícias: Colômbia e Venezuela restabelecem relações diplomáticas. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/08/colombia-e-venezuela-restabelecem-relacoesdiplomaticas-1.html, acesso em 21 de agosto de 2009, às 18:50. Colômbia elogia gestão de Lula em conflito com a Venezuela. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,oi4611895-ei8140,00- Colombia+elogia+gestao+de+Lula+em+conflito+com+Venezuela.html, acesso em 08 de agosto de 2010, às 15:45. Entenda o conflito Equador, Colômbia e Venezuela. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,oi2651734-ei8140,00.html, acesso em 21 de agosto de 2010, às 18:45. Entenda o conflito entre Venezuela, Equador e Colômbia. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo, acesso em 14 de agosto de 2010, às 17:30. Presidentes da Colômbia e Equador encerram conflito bilateral. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u379782.shtml, acesso em 04 de setembro de 2010, às 22:41. Ruptura entre Colômbia e Venezuela pode ser estratégia política, opinam especialistas. Disponível em: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5833005,00.html, acesso em 21 de agosto de 2010, às 18:47. Documentos: 13

Carta da Organização das Nações Unidas. 1945. Disponível em http://www.onubrasil.org.br/documentos_carta.php, acesso em 11 de setembro de 2010, às 19:30. Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados. 1969. Disponível em: http://www2.mre.gov.br/dai/dtrat.htm, acesso em 11 de setembro de 2010, às 20:07. Estatuto da Corte Internacional de Justiça. 1945. Disponível em: http://www.icj-cij.org, acesso em 11 de setembro de 2010, às 19:42. Membros do Conselho de Segurança. Disponível em: http://www.un.org/sc/members.asp, acesso em 11 de setembro de 2010, às 19:34 Pacto de Paris. Disponível em: http://www.yale.edu/lawweb/avalon/imt/kbpact.htm, acesso em 11 de setembro de 2010, às 20:00. Obras: CASELLA, P. B. et al. Manual de Direito Internacional Público. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. MAGALHÃES, Débora Gonsales Rocca. Solução pacífica de controvérsias internacionais. Disponível em http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2320/solucao-pacifica-decontroversias-internacionais, acesso em 21 de agosto de 2009, às 18:47. MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.. Direito Internacional Público Parte Geral. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. 13. ed., 2 v., Rio de Janeiro: Renovar, 2001. REZEK, J.F. Direito Internacional Público Curso Elementar. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 14