CONCRETO PARA DESFORMA ANTECIPADA. Prof. Manuel Vitor curso - Edifícios

Documentos relacionados
CONCRETO PARA DESFORMA ANTECIPADA. Prof. Manuel Vitor curso - Edifícios

Figura 1 Viga de concreto armado. Fonte: Arquivo pessoal

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II TECNOLOGIA DA ARGAMASSA E DO CONCRETO

Disciplina: Construção Civil I Estruturas de Concreto

2 Concreto Estrutural

Materiais UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL. SNP38D44 Estruturas de Concreto Armado I

Figura 1 Viga de concreto armado. Fonte: Arquivo pessoal

TRABALHO ACADÊMICO PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO

A importância do Projeto como alavancador de Economia em Estruturas de Concreto

Marcos Correia de Campos 1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Critérios para cálculo da retração e da fluência

Comportamento de Elementos Estruturais de Concreto Auto-Adensável Protendidos

CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

A Nova NBR Preparo, Controle e Recebimento de Concreto, com Foco na Durabilidade

Concreto Armado. Conteúdo. Bibliografias e Materiais de Estudo. Avaliações 8/8/2016

Trabalho publicado na revista A CONSTRUÇÃO EM GOIÁS em outubro/ 2002

NBR 12655: 2015 Concreto de cimento Portland Preparo, controle, recebimento e aceitação. Prof. M.Sc. Ricardo Ferreira

Manual de Recomendações para Laje Convencional - LC Amigo construtor:

ENGENHARIA CIVIL CONCRETO ARMADO AMACIN RODRIGUES MOREIRA. UTFPR Campus Curitiba Sede Ecoville Departamento de Construção Civil

1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMANDO 1.1 INTRODUÇÃO

Introdução UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL. SNP38D44 Estruturas de Concreto Armado I

Prof. Marcos Valin Jr. Prof. Marcos Valin Jr. Dosagem CONCRETO. Prof. Marcos Valin Jr. 1

Concreto Protendido. MATERIAIS Prof. Letícia R. Batista Rosas

Concreto Protendido. MATERIAIS Prof. MSc. Letícia R. Batista Rosas

O poço de inspeção PI-5, objeto desta padronização, deve atender às seguintes normas técnicas ou outras que assegurem igual ou superior qualidade:

2. MATERIAIS. As principais características do concreto fresco são: consistência, trabalhabilidade e homogeneidade.

ASPECTOS SOBRE A PRODUÇÃO DA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO

PALAVRAS-CHAVE Cartilha Técnica. Módulo de Elasticidade. Estruturas de concreto.

PATOLOGIA E RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS

Pré-Dimensionamento. - Planta de Formas e cortes

Redução do custo da produção do concreto através da permuta de parte de brita por areia

Concreto Protendido. ESTADOS LIMITES Prof. Letícia R. Batista Rosas

- 1 - SISTEMAS ESTRUTURAIS SE 1. Fernando de Moraes Mihalik

Revestimentos de Argamassa Conceitos P R O M O Ç Ã O

EXERCÍCIOS DE REVISÃO PARA A VF

SEMINÁRIO SINDUSCON-FIEMG Desempenho das edificações Segurança contra incêndio

ARGAMASSAS E CONCRETOS DOSAGEM ABCP

f ck Resumo Conceituação Análise dos resultados (NBR ) Critérios para tomada de decisão a partir da análise dos resultados

Concreto Protendido. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PROTENSÃO Prof. Letícia R. Batista Rosas

FATEC - SP Faculdade de Tecnologia de São Paulo. ESTACAS DE CONCRETO PARA FUNDAÇÕES - carga de trabalho e comprimento

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL. Profª Aline Cristina Souza dos Santos

Materiais utilizados em Concreto Protendido

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Análise do dimensionamento de vigas de concreto armado sob flexão simples quanto a ductilidade

FIGURA 12. ARMADURAS PARA BASE DA CÂMARA DE CARGA (FONTE: AUTOR DA PESQUISA, 2015)

Tração do Concreto: Comparação entre os Métodos de Ensaios de Tração por Compressão Diametral e Tração por Flexão

SISTEMAS ESTRUTURAIS II. Propriedades e Características dos Materiais. Concreto e Aço

Dosagem dos Concretos de Cimento Portland

DISCUSSÃO ATUAL NÃO CONFORMIDADE DO CONCRETO

Dosagem de concretos Prof. Fernando L. Lobo B. Carneiro. Prof. Eduardo C. S. Thomaz Notas de aula 1 / 23 MÉTODO I.N.T.

Materiais de Construção II

Curso: Superior de Tecnologia em Controle de Obras - Disciplina: Concreto e Argamassa - Professor: Marcos Valin Jr Aluno: - Turma: 2841.

Módulo 1: Conceitos e fundamentos para conservação de estruturas Aula 4 Fundamentos da tecnologia do concreto aplicados à conservação das estruturas

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS I

Universidade Federal de Santa Maria ECC 1006 Concreto Armado A. Eng. Gerson Moacyr Sisniegas Alva

Estrutura Concreto Armado. Engª Civil Bárbara Silvéria

Materiais de Construção II

Dosagens e aplicações de concretos estruturais de acordo com as classes de consistência da NBR 8953: de março de 2016

Concreto Protendido. ESTADOS LIMITES Prof. Letícia R. Batista Rosas

PRODUÇÃO DE CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR) A PARTIR DE SEIXO DE RIO, COMO AGREGADO GRAÚDO, E A ADIÇÃO DE SÍLICA ATIVA

ARGAMASSAS E CONCRETOS RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

MEMORIAL DESCRITIVO ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA CORTINA EM CONCRETO ARMADO PARA FINS DE CABECEIRA DA PONTE NA ESTRADA LINHA PEDRA LISA

ABNT NBR12655 Preparo, Controle, Recebimento e Aceitação do Concreto e sua interação com a

INTRODUÇÃO AO CONCRETO ESTRUTURAL

fundamentos do concreto armado

CONCRETO PROTENDIDO: MATERIAL DIDÁTICO PARA O AUTOAPRENDIZADO Estimativa de Carga de Protensão

TECNOLOLOGIA BUBBLEDECK AMPLIAÇÃO DO EDIFÍCIO GARAGEM DO GALEÃO

Dosagem Experimental do Concreto - Método INT (Lobo Carneiro)

Módulo 1 HISTÓRIA DO CIMENTO

Resumo. Figura 1 Etapa do processo produtivo. Seção transversal. Palavras-chave

Treliça de montagem. Início da montagem de uma aduela junto a um apoio. Foto de Catálogo SIKA. Encaixe imperfeito - Detalhe da Falha na Junta

A cura térmica na indústria de préfabricados. Importância, cuidados e consequências.

Análise da Influência dos Reescoramentos no Comportamento Estrutural de Elementos em Concreto Armado

CATÁLOGO DE PRODUTOS

Curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço Ligações em Aço EAD - CBCA. Módulo

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO DESCIMBRAMENTO EM DIFERENTES IDADES NA FLUÊNCIA DO CONCRETO AO LONGO DO TEMPO

ESTUDO EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DO AGREGADO GRAÚDO DE DIFERENTES ORIGENS MINERALÓGICAS NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO

Dosagem Experimental do Concreto - Método IPT / EPUSP

Incorporação de residuos de vidro em argamassas de revestimento Avaliação da sua influência nas características da argamassa

Materiais de Construção II

EXERCÍCIOS DE REVISÃO PARA A VF

O Material Concreto armado

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Estruturas e Fundações ES-012. Estruturas Pré-moldadas de Concreto

VERGA, CONTRAVERGA, FIXAÇÃO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO E CINTA DE AMARRAÇÃO DE ALVENARIA

Lajes Nervuradas. Prof. Henrique Innecco Longo

Alvenaria estrutural protendida: procedimento e aplicação

INFLUÊNCIA DA CURA TÉRMICA POR IMERSÃO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO

VIGAS DE CONCRETO ARMADO EM SERVIÇO, SUBMETIDAS À CARBONATAÇÃO

Concreto endurecido. Concreto fresco. Como se decide qual é o concreto necessário para uma utilização especifica?

7 Análise Método dos Elementos Finitos

Fundação Carmel itana Mário Pal mério MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL II ENSAIOS MECÂNICOS. Professor: Yuri Cardoso Mendes

Boas práticas para compra e recebimento do concreto. Belo Horizonte, 14 de outubro de 2016 Engº Flávio Renato Pereira Capuruço

GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução. Módulo II Ensaios Mecânicos

Estudo de Caso: Precon Engenharia S.A.

INTRODUÇÃO AO CONCRETO ESTRUTURAL

USP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO IEE INSTITUTO DE ELETROTÉCNICA E ENERGIA LABORATÓRIO MODELO E SEDE DO CENDAT REVISÃO 00 06/09/2013

CONTROLE TECNOLÓGICO

ESTRUTURAS DE CONCRETO PROTENDIDO

CAPÍTULO I SISTEMAS ESTRUTURAIS

Transcrição:

FATEC - SP Faculdade de Tecnologia de São Paulo CONCRETO PARA DESFORMA ANTECIPADA Prof. Manuel Vitor curso - Edifícios

norma nbr 14931:2003 A RETIRADA DAS FORMAS E DO ESCORAMENTO SÓ PODE SER FEITA QUANDO O CONCRETO ESTIVER SUFICIENTEMENTE ENDURECIDO PARA RESISTIR ÀS AÇÕES QUE SOBRE ELE ATUAREM E NÃO CONDUZIR A DEFORMAÇÕES INACEITÁVEIS, TENDO EM VISTA O BAIXO VALOR DO MÓDULO DE ELASTICIDADE DO CONCRETO (Eci) E A MAIOR PROBABILIDADE DE GRANDE DEFORMAÇÃO NO TEMPO, QUANDO O CONCRETO É SOLICITADO COM POUCA IDADE. Para o atendimento dessas condições, o responsável pelo projeto da estrutura deve informar ao responsável pela execução da obra os valores mínimos de resistência à compressão e módulo de elasticidade que devem ser obedecidos concomitantemente para a retirada das formas e do escoramento, bem como a necessidade de um plano particular (sequência de operações) de retirada do escoramento.

fcj- Ecj X IDADE DO concreto Evolução fcj e Ecj concreto fck Ecj 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 0,0 3,5 7,0 10,5 14,0 17,5 21,0 24,5 28,0 31,5 35,0 DIAS

EXEMPLO DE RECOMENDAÇÃO DE PRAZOS DE DESFORMA DE PEÇAS ESTRUTURAIS

EXEMPLO DE REESCORAMENTO

EXEMPLO DE REESCORAMENTO

CONCRETO PARA DESFORMA ANTECIPADA A Norma NBR 6118 1980 prescrevia o prazo de 14 dias para desforma, deixando-se pontaletes bem encunhados e convenientemente espaçados, os quais poderiam ser removidos à idade de 21 dias. Para a adequada interpretação desses prazos, deve-se associá-los à resistência que o concreto apresentaria na idade correspondente, levando em conta o crescimento dessa resistência com a idade. Como sabemos, a evolução do crescimento da resistência, com a idade, está diretamente relacionada ao tipo de cimento utilizado; assim, um cimento de alta resistência inicial permite desformas antecipadas porque abrevia o tempo para alcançar a resistência necessária. Devemos ter em mente, ainda, que o crescimento da resistência do cimento em argamassa padronizada é diferente daquele observado nos concretos.

Norma NBR 6118 2014 8.2.4 Resistência à compressão As prescrições desta Norma referem-se à resistência à compressão obtida em ensaios de cilindros moldados segundo a ABNT NBR 5738, realizados de acordo com a ABNT NBR 5739. Quando não for indicada a idade, as resistências referem-se à idade de 28 d. A estimativa da resistência à compressão média, fcmj, correspondente a uma resistência fckj especificada, deve ser feita conforme indicado na ABNT NBR 12655. A evolução da resistência à compressão com a idade deve ser obtida através de ensaios especialmente executados para tal. Na ausência desses resultados experimentais pode-se adotar, em caráter orientativo, os valores indicados em 12.3.3. sendo β1 a relação fckj/fck dada por: β1 = exp { s [ 1 (28/t) 1/2 ] } onde: s = 0,38 para concreto de cimento CPIII e IV; s = 0,25 para concreto de cimento CPI e II; s = 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI; t é a idade efetiva do concreto, em dias. Essa verificação deve ser feita aos t dias, para as cargas aplicadas até essa data. Ainda deve ser feita a verificação para a totalidade das cargas aplicadas aos 28 dias Nesse caso, o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito em duas datas: aos t dias e aos 28 dias, de forma a confirmar os valores de fckj e fck adotados no projeto

CP III - ALTO FORNO CP IV - POZOLÂNICO

FATORES DE CRESCIMENTO MÉDIO DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO COM A IDADE, EM RELAÇÃO A 28 DIAS, PARA CIMENTO CP II, III e V IDADE (dias) NBR 6118 (β1) CP II NBR 6118 (β1) CP III NBR 6118 (β1) CP V 28 1,00 1,00 1,00 21 0,96 0,94 0,97 14 0,90 0,85 0,92 7 0,779 0,684 0,819 5 0,71 0,60 0,76 3 0,60 0,46 0,66 1 0,34 0,20 0,42

EXERCÍCIOS 1. Calcular as resistências (fckj) a 3 e 7 dias, para um concreto cuja resistência característica especificada pelo calculista é de 22 MPa. Resp.:10MPa; 15MPa. Obs.: Considerar a utilização de cimento CP IV e que, quando não estipulada a idade pelo calculista, a resistência refere-se a 28 dias. fck 5 = 15,6 fck 7 = 17,2 fck 14 = 19,8 fck 21 = 21,1 MPa Responder ainda: a) Se o processo executivo recomendasse um acréscimo de resistência de 20% à idade de 7 dias, qual a resistência correspondente a 28 dias? 26,4 MPa b) Se fosse necessário antecipar a resistência a 21 dias para a idade de 14 dias, qual a nova resistência a 28 dias desse concreto? 24,3 MPa c) E para 9 dias? 27,6MPa

2. Para uma viga protendida, concreto fck=30, o calculista informou que parte da protensão poderia ser aplicada quando a resistência alcançasse 20 MPa. Sabendo que o cimento utilizado foi o CP III pergunta-se: - A idade estimada para executar essa protensão (=7 dias) - Se quisermos antecipar essa idade para 4 dias, qual o fck do concreto que devemos utilizar? (=37 MPa) - e para 2 dias? (=57 MPa) 3. Qual a menor idade para aplicar essa protensão, alterando o tipo de cimento e mantendo o fck de projeto? (CP V = 4 dias) 4. Qual a idade mais curta e viável considerando a utilização de tecnologia usual de produção de concreto? 4 dias (com CP V e fck30 ou CP III fck37mpa) 5. De modo geral, quais os recursos técnicos viáveis para se aumentar a resistência do concreto a idades mais curtas? (aumento do fck28, alterar cimento, cura térmica)

4. Qual a resistência de dosagem que me garante o fck37mpa e o fck57mpa? Para Sd=2MPa, temos 41MPa e 61MPa, respectivamente 5. Analisando a tabela anterior de prazos de desforma e considerando, por exemplo, concreto fck=20 com cimento CP II, encontrar a resistência do concreto na idade recomendada para desforma.

EXEMPLO DE RECOMENDAÇÃO DE PRAZOS DE DESFORMA DE PEÇAS ESTRUTURAIS ENCONTRADOS NA LITERATURA TÉCNICA Para fck=20 MPa a 28 dias 17,1 MPa 13,7 17,1